A
igreja - Sua Cabeça, Corpo e Membros
Há
realmente muito poucas palavras que são frequentemente usadas pelos cristãos
como a palavra "igreja”. Infelizmente, poucos também são aqueles que
entendem verdadeiramente esta palavra como a Bíblia a entende e aplicam seu
significado bíblico na prática. Dada a importância de um entendimento claro do
que a Palavra de Deus diz sobre a igreja, nós dedicaremos este artigo a este
exame detalhado.
O
que é a Igreja
A
maior parte das pessoas pensam que a palavra “igreja” significa mostra que a
grande maioria usa esta palavra ou para denotar uma construção onde várias
cerimônias religiosas ocorrem ou como um componente no título de várias
denominações. Contudo, estes usos da palavra igreja não correspondem ao que a
Palavra de Deus define como igreja, assim fazendo-se necessário um melhor exame
do significado desta palavra.
Tradução do Grego - A
palavra “igreja” é uma tradução da palavra grega “ekklesia”, que tem origem em
kaleo que significa “o que é chamado ou convocado”. Conforme E.W. Bullinger
diz, esta palavra foi usada como “qualquer assembleia, mas especialmente de
cidadãos, ou de uma seleção deles”. No Novo Testamento ela é usada 115 vezes, 3
das quais ela é traduzida como "assembleia", e 112 como
"igreja". Uma olhada nas três vezes que esta palavra é traduzida como
“assembleia” é suficiente para nos mostrar que esta palavra não foi usada
somente para as assembleias cristãs. De fato, (Atos 19.32, 35, 39, 41)
referindo-se a uma demonstração contra Paulo que ocorreu em Éfeso.
“A Assembleia [Grego:
“ekklesia”] estava em confusão: uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra.
A maior parte do povo nem sabia por que estava ali... O escrivão da cidade
acalmou a multidão e disse [para a assembleia]: “se há mais alguma coisa que
vocês desejam apresentar, isso será decidido em assembleia [Grego: “ekklesia”]
... E, tendo dito isso, encerrou a assembleia [Grego: ekklesia]."
Conforme
está evidente nesta passagem, a palavra “ekklesia” foi usada por não cristãos,
e, conforme acontece em nosso caso, mesmo por assembléias anticristãs.
Tradução do Hebraico - Que
o significado geral da palavra “ekklesia” é “assembleia”, também está evidente
pelo uso desta palavra na septuaginta, a antiga tradução grega do Velho Testamento.
Lá, esta palavra foi usada 71 vezes, todas como uma tradução da palavra
hebraica “qahal”, que significa “um
chegar junto, um reunir-se em assembleia, o ato; uma assembleia, congregação,
convocação; em um sentido mais amplo de uma assembleia ou multidão de homens,
de tropas, de nações, dos perversos, dos justos, dentre outros. E usado entre
os judeus para designar a assembleia geral do "povo do deserto",
reunida ao apelo de Moisés”.
Portanto,
para concluir: o significado geral da palavra que nossas Bíblias traduzem como
igreja é “assembleia”. Esta palavra nem foi usada exclusivamente pelas
assembleias cristãs, nem pelas construções que hospedavam tais assembleias. Em
contraste, era um termo geral usado por qualquer assembleia, independentemente
de seu tipo.
O
que a Palavra de Deus fala sobre Ekklesia
Tendo
visto o que a palavra “ekklesia” geralmente significa, agora é hora de ver o
que significa a Palavra de Deus, e especialmente na parte desta Palavra que se
refere ao tempo de graça (Atos e nas epístolas) em que nós vivemos. Lá, embora
esta palavra novamente signifique uma assembleia, desta vez a assembleia é algo
específico, tendo como membros todos os renascidos, todos aqueles que confessaram
com sua própria boca o Senhor Jesus e acreditaram em seus corações que Deus o
fez nascer da morte (Romanos 10.9).
Como
surgiu a Igreja – Fundação da Igreja Primitiva
A
igreja primitiva surgiu no cruzamento das culturas hebraicas e helenística.
Quarenta
dias depois de sua ressurreição, Jesus deu instruções finais aos discípulos e
ascendeu ao céu (Atos 1.1-11). Os discípulos voltaram a Jerusalém e se
recolheram durante alguns dias para jejum e oração, aguardando o Espirito Santo,
o qual Jesus disse que viria. Cerca de 120 pessoas seguidores de Jesus
aguardavam.
Cinquenta
dias após a Páscoa, no dia de Pentecoste, um som como um vento impetuoso encheu
a casa onde o grupo se reunia. Línguas de fogo pousaram sobre cada um deles e
começaram a falar em línguas diferente da sua conforme o Espírito Santo os
capacitava. Os visitantes estrangeiros ficaram surpresos ao ouvir os discípulo
falando em suas próprias línguas. Alguns zombaram, dizendo que deviam estar
embriagados (Atos 2.13).
Mas
Pedro fez calar a multidão e explicou que estavam dando testemunho do
derramamento do Espírito Santo predito pelos profetas do Antigo Testamento (Atos
2.16-21; Joel 2.28-32). Alguns dos observadores estrangeiros perguntaram o que
deviam fazer para receber o Espírito Santo. Pedro disse: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão dos vossos pecados, e
recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2.38). Cerca de 3 mil
pessoas aceitaram a Cristo como seu Salvador naquele dia (Atos 2.41).
Durante
alguns anos Jerusalém foi o centro da igreja. Muitos judeus acreditavam que os
seguidores de Jesus eram apenas outra seita do judaísmo. Suspeitavam que os
cristãos estavam tentando começar um nova "religião de mistério" em
torno de Jesus de Nazaré.
É
verdade que muitos dos cristãos primitivos continuaram a cultuar no templo (Atos
3.1) e alguns insistiam em que os convertidos gentios deviam ser circuncidados
(Atos 15). Mas os dirigentes judeus logo perceberam que os cristãos eram mais
do que uma seita. Jesus havia dito aos judeus que Deus faria uma Nova Aliança
com aqueles que lhe fossem fiéis (Mateus 16.18); ele havia selado esta aliança
com seu próprio sangue (Lucas 22.20).
De
modo que os cristãos primitivos proclamavam com ousadia haverem herdados os
privilégios que Israel conhecera outrora. Não eram simplesmente uma parte de Israel
- eram o novo Israel (Mateus 26.28; Hebreus 8.8; 9.15; Apocalipse 3.12; 21.2).
"Os líderes judeus tinham um medo de arrepiar, porque este novo e estranho
ensino não era um judaísmo estreito, mas fundia o privilégio de Israel na alta
revelação de um só Pai de todos os homens." (Henry Melvill Gwatkin, Early Church History, pág.18).
A Comunidade de Jerusalém.
Os
primeiros cristãos formavam uma comunidade estreitamente unida em Jerusalém
após o dia de Pentecoste. Esperavam que Cristo voltasse muito em breve. Os
cristãos de Jerusalém repartiam todos os seus bens materiais (Atos 2.44-45).
Muitos vendiam suas propriedades e davam à igreja o produto da venda, a qual
distribuía esses recursos entre o grupo (Atos 4.34-35).
Os
cristãos de Jerusalém ainda iam ao templo para orar (Atos 2.46), mas começaram
a partilhar a Ceia do Senhor em seus próprios lares (Atos 2.42-46). Esta
refeição simbólica trazia-lhes à mente sua nova aliança com Deus, a qual Jesus
havia feito sacrificando seu próprio corpo e sangue.
Deus
operava milagres de cura por intermédio desses primeiros cristãos. Pessoas
enfermas reuniam-se no templo de sorte que os apóstolo pudessem tocá-las em seu
caminho para a oração (Atos 5.12-16). Esses milagres convenceram muitos de que
os cristãos estavam verdadeiramente servindo a Deus.
As
autoridades do templo, num esforço por suprimir o interesse das pessoas na nova
religião, prenderam os apóstolos. Mas Deus enviou um anjo para libertá-los (Atos
5.17-20), o que provocou mais excitação. A igreja crescia com tanta rapidez que
os apóstolos tiveram de nomear sete homens para distribuir víveres às viúvas
necessitadas. O dirigente desses homens era Estevão, "homem cheio de fé e
do Espírito Santo" (Atos 6.5). Aqui vemos o começo do governo
eclesiástico. Os apóstolos tiveram de delegar alguns de seus deveres a outros
dirigentes. À medida que o tempo passava, os ofícios da igreja foram dispostos
numa estrutura um tanto complexa.
O
Assassínio de Estevão
Certo
dia um grupo de judeus apoderou-se de Estevão e, acusando-o de blasfêmia, o
levou à presença do conselho do sumo sacerdote. Estevão fez uma eloquente
defesa da fé cristã, explicando como Jesus cumpriu as antigas profecias
referentes ao Messias que libertaria seu povo da escravidão do pecado. Ele
denunciou os judeus como "traidores e assassinos" do filho de Deus
(Atos 7.52). Erguendo os olhos para o céu, ele exclamou que via a Jesus em pé à
destra de Deus (Atos 7.55). Isso enfureceu os judeus, que o levaram para fora
da cidade e o apedrejaram (Atos 7.58-60).
Esse
fato deu início a uma onda de perseguição que levou muitos cristãos a
abandonarem Jerusalém (Atos 8.1). Alguns desses cristãos estabeleceram-se entre
os gentios de Samaria, onde fizeram muitos convertidos (Atos 8.5-8).
Estabeleceram congregações em diversas cidades gentias, como Antioquia da
Síria.
A
princípio os cristãos hesitavam em receber os gentios na igreja, porque eles
viam a igreja como um cumprimento da profecia judaica. Não obstante, Cristo
havia instruído seus seguidores a fazer "discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus
28.19). Assim, a conversão dos gentios foi "tão-somente o cumprimento da
comissão do Senhor, e o resultado natural de tudo o que havia
acontecido..." (Gwatkin, Early Church History, p. 56). Por conseguinte, o
assassínio de Estevão deu início a uma era de rápida expansão da igreja.
Atividades
Missionárias
Cristo
havia estabelecido sua igreja na encruzilhada do mundo antigo. As rotas
comerciais traziam mercadores e embaixadores através da Palestina, onde eles
entravam em contato com o evangelho. Dessa maneira, no livro de Atos vemos a
conversão de oficiais de Roma (Atos 10.1-48), da Etiópia (Atos 8.26-40), e de
outras terras.
Logo
depois da morte de Estevão, a igreja deu início a uma atividade sistemática
para levar o evangelho a outras nações. Pedro visitou as principais cidades da
Palestina, pregando tanto a judeus como aos gentios. Outros foram para a
Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Ouvindo que o evangelho era bem recebido
nessas regiões, a igreja de Jerusalém enviou a Barnabé para incentivar os novos
cristãos em Antioquia (Atos 11.22-23). Barnabé, a seguir, foi para Tarso em
busca do jovem convertido Saulo (Paulo) e o levou para a Antioquia, onde
ensinaram na igreja durante um ano (Atos 11.26).
Um
profeta por nome Ágabo predisse que o Império Romano sofreria uma grande fome
sob o governo do Imperador Cláudio. Herodes Agripa estava perseguindo a igreja
em Jerusalém; Ele já havia executado a Tiago, irmão de João, e tinha lançado
Pedro na prisão (Atos 12.1-4). Assim os cristãos de Antioquia coletaram
dinheiro para enviar a seus amigos em Jerusalém, e despacharam Barnabé e Paulo
com o socorro.
Os
dois voltaram de Jerusalém levando um jovem chamado João Marcos (Atos 12.25).
Por esta ocasião, diversos evangelistas haviam surgido no seio da igreja de
Antioquia, de modo que a congregação enviou Barnabé e Paulo numa viagem
missionária à Ásia Menor (Atos 13-14).Esta
foi a primeira de três grandes viagens missionárias que Paulo fez para levar o
evangelho aos recantos longínquos do Império Romano.
Os
primeiros missionários cristãos concentraram seus ensinos na Pessoa e obra de
Jesus Cristo. Declararam que ele era o servo impecável e Filho de Deus que
havia dado sua vida para expiar os pecados de todas as pessoas que depositavam
sua confiança nele (Romanos 5.8-10). Ele era aquele a quem Deus ressuscitou dos
mortos para derrotar o poder do pecado (Romanos 4.24-25; I Coríntios 15.17).
Governo
Eclesiástico
A
princípio, os seguidores de Jesus não viram a necessidade de desenvolver um
sistema de governo da Igreja. Esperavam que Cristo voltasse em breve, por isso
tratavam os problemas internos à medida que surgiam - geralmente de um modo
muito informal. Mas o tempo em que Paulo escreveu suas cartas às igrejas, os
cristãos reconheciam a necessidade de organizar o seu trabalho.
O
NT não nos dá um quadro pormenorizado deste governo da igreja primitiva.
Evidentemente, um ou mais presbíteros presidiam os negócios de cada congregação
(Romanos 12.6-8; I Tessalonicenses 5.12; Hebreus 13.7,17,24), exatamente como
os anciãos faziam nas sinagogas judaicas. Esses anciãos (ou presbíteros) eram
escolhidos pelo Espírito Santo (Atos 20.28), mas os apóstolos os nomeavam (Atos
14.23).
Por
conseguinte, o Espírito Santo trabalhava por meio dos apóstolos ordenando
líderes pra o ministério. Alguns ministros chamados evangelistas parecem ter
viajado de uma congregação para outra, como faziam os apóstolos. Seu título
significa "homens que manuseiam o evangelho". Alguns têm achado que
eram todos representantes pessoais dos apóstolos, como Timóteo o foi de Paulo;
outros supõem que obtiveram esse nome por manifestarem um dom especial de
evangelização. Os anciãos assumiam os deveres pastorais normais entre as
visitas desses evangelistas.
Algumas
cartas do NT referem-se a bispos na igreja primitiva. Isto é um bocado confuso,
visto que esses "bispos" não formavam uma ordem superior da liderança
eclesiástica como ocorre em algumas igrejas onde o título é usado hoje. Paulo
lembrou aos presbíteros de Éfeso que eles eram bispos (Atos 20.28), e parece
que ele usa os termos presbítero e bispo intercambiavelmente (Tito 1.5-9).
Tanto os bispos como os presbíteros estavam encarregados de supervisar uma
congregação. Evidentemente, ambos os termos se referem aos mesmos ministros da
igreja primitiva, a saber, os presbíteros.
Paulo
e os demais apóstolos reconheceram que o Espirito Santo concedia habilidades
especiais de liderança a certas pessoas (I Coríntios 12.28). Assim, quando
conferiam um título oficial a um irmão ou irmã em Cristo, estavam confirmando o
que o Espírito Santo já havia feito. A igreja primitiva não possuía um centro
terrenal de poder. Os cristãos entendiam que Cristo era o centro de todos os
seus poderes (Atos 20.28). O ministério significava servir em humildade, em vez
de governar de uma posição elevada (Mateus 20.26-28).
Ao
tempo em que Paulo escreveu suas epístolas pastorais, os cristãos reconheciam a
importância de preservar os ensinos de Cristo por intermédio de ministros que
se devotavam a estudo especial, "que maneja bem a palavra da verdade"
(II Timóteo 2.15).
A
igreja primitiva não oferecia poderes mágicos, por meio de rituais ou de
qualquer outro modo. Os cristãos convidavam os incrédulos para fazer parte de
seu grupo, o corpo de Cristo (Efésios 1.23), que seria salvo como um todo. Os
apóstolos e os evangelistas proclamavam que Cristo voltaria para o seu povo, a
"noiva" de Cristo (Apocalipse 21.2; 22.17). Negavam que indivíduos
pudessem obter poderes especiais de Cristo para seus próprios fins egoístas (Atos
8.9-24; 13.7-12).
Padrões
de Adoração
Visto
que os cristãos primitivos adoravam juntos, estabeleceram padrões de adoração
que diferiam muito dos cultos da sinagoga. Não temos um quadro claro da
adoração Cristã primitiva até 150 d.C. quando Justino Mártir descreveu os
cultos típicos de adoração. Sabemos que a igreja primitiva realizava seus
serviços no domingo, o primeiro dia da semana. Chamavam-no de "o Dia do
Senhor" porque foi o dia em que Cristo ressurgiu dos mortos.
Os
primeiros cristãos reuniam-se no templo em Jerusalém, nas sinagogas, ou nos
lares (Atos 2.46; 20.7-8). Alguns estudiosos crêem que a referência aos ensino
de Paulo na escola de Tirano (Atos 19.9) indica que os primitivos cristãos às
vezes alugavam prédios de escola ou outras instalações. Não temos prova alguma
de que os cristãos tenham construído instalações especial para seus cultos de
adoração durante mais de um século após o tempo de Cristo. Onde os cristãos
eram perseguidos, reuniam-se em lugares secretos como as catacumbas (túmulos
subterrâneos) de Roma.
Crêem
os eruditos que os primeiros cristãos adoravam nas noites de domingo, e que seu
culto girava em torno da Ceia do Senhor. Mas nalgum ponto os cristãos começavam
a manter dois cultos de adoração no domingo, conforme descreve Justino Mártir -
um bem cedo de manhã e outro ao entardecer. As horas eram escolhidas por
questão de segredo e para atender às pessoas trabalhadoras que não podiam
comparecer aos cultos de adoração durante o dia.
Ordem
do Culto
Geralmente
o culto matutino era uma ocasião de louvor, oração e pregação. O serviço
improvisado de adoração dos cristãos no Dia de Pentecoste sugere um padrão de
adoração que podia ter sido geralmente adotado. Primeiro, Pedro leu as
Escrituras. Depois pregou um sermão que aplicou as Escrituras à situação
presente dos adoradores (Atos 2.14-36). As pessoas que aceitavam a Cristo eram
batizadas, seguindo o exemplo do próprio Senhor. Os adoradores participavam dos cânticos, dos
testemunhos ou de palavras de exortação (I Coríntios 14.26).
A
Ceia do Senhor
Os
primitivos cristãos tomavam a refeição simbólica da Ceia do Senhor para
comemorar a Última Ceia, na qual Jesus e seus discípulos observaram a
tradicional festa judaica da Páscoa. Os temas dos dois eventos eram os mesmo.
Na Páscoa os judeus regozijavam-se porque Deus os havia libertado de seus
inimigos e aguardavam com expectação o futuro como filhos de Deus. Na Ceia do
Senhor, os cristãos celebravam o modo como Jesus os havia libertado do pecado e
expressavam sua esperança pelo dia quando Cristo voltaria (I Coríntios 11.26).
A
princípio, a Ceia do Senhor era uma refeição completa que os cristãos
partilhavam em suas casas. Cada convidado trazia um prato para a mesa comum. A
refeição começava com oração e com o comer de pedacinhos de um único pão que
representava o corpo partido de Cristo. Encerrava-se a refeição com outra
oração e a seguir participavam de uma taça de vinho, que representava o sangue
vertido de Cristo.
Algumas
pessoas conjeturavam que os cristãos estavam participando de um rito secreto
quando observavam a Ceia do Senhor, e inventaram estranhas histórias a respeito
desses cultos. O imperador Trajano proscreveu essas reuniões secretas por volta
do ano 100 d.C. Nesse tempo os cristãos começaram a observar a Ceia do Senhor
durante o culto matutino de adoração, aberto ao público.
Batismo
O
batismo era um acontecimento comum da adoração cristã no templo de Paulo (Efésios
4.5). Contudo, os cristãos não foram os primeiros a celebrar o batismo.
Os
judeus batizavam seus convertidos gentios; algumas seitas judaicas praticavam o
batismo como símbolo de purificação, e João Batista fez dele uma importante
parte de seu ministério. O NT não diz se Jesus batizava regularmente seus
convertidos, mas numa ocasião, pelo menos, antes da prisão de João, ele foi
encontrado batizando. Em todo o caso, os primitivos cristãos eram batizados em
nome de Jesus, seguindo o seu próprio exemplo (Marcos 1.10; Gálatas 3.27).
Parece
que os primitivos cristãos interpretavam o significado do batismo de vários
modos - como símbolo da morte de uma pessoa para o pecado (Romanos 6.4; Gálatas
2.12), da purificação de pecados (Atos 22.16; Efésios 5.26), e da nova vida em
Cristo (Atos 2.41; Romanos 6.3). De quando em quando toda a família de um novo
convertido era batizada (Atos 10.48; 16.33; I Coríntios 1.16), o que pode
significar o desejo da pessoa de consagrar a Cristo tudo quanto tinha.
Calendário
Eclesiástico
O
NT não apresenta evidência alguma de que a igreja primitiva observava quaisquer
dias santos, a não ser sua adoração no primeiro dia da semana (Atos 20.7; I Coríntios
16.2; Apocalipse 1.10). Os cristãos não observam o domingo como dia de descanso
até ao quarto século de nossa era, quando o imperador Constantino designou-o
como um dia santo para todo o Império Romano. Os primitivos cristãos não
confundiam o domingo com o sábado judaico, e não faziam tentativa alguma para
aplicar a ele a legislação referente ao sábado.
O
historiador Eusébio diz-nos que os cristãos celebravam a Páscoa desde os tempos
apostólicos; (I Coríntios 5.6-8) talvez se refira a uma Páscoa cristã na mesma
ocasião da Páscoa judaica. Por volta do ano 120 d.C., a igreja de Roma mudou a
celebração para o domingo após a Páscoa judaica enquanto a igreja Ortodoxa
Oriental continuou a celebrá-la na Páscoa Judaica.
Conceito
do NT sobre a Igreja
É
interessante pesquisar vários conceitos de igreja no NT. A Bíblia refere-se aos
primeiros cristãos como família e templo de Deus, como rebanho e noiva de
Cristo, como sal, como fermento, como pescadores, como baluarte sustentador da
verdade de Deus, de muitas outras maneiras.
Pensava-se
na igreja como uma comunidade mundial única de crentes, da qual cada
congregação local era afloramento e amostra. Os primitivos escritores cristãos
muitas vezes se referiam à igreja como o "corpo de Cristo" e o
"novo Israel". Esses dois
conceitos revelam muito da compreensão que os primitivos cristãos tinha da sua
missão no mundo.
O
Corpo de Cristo
Paulo
descreve a igreja como "um só corpo em Cristo" (Romanos 12.5) e
"seu corpo" (Efésios 1.23). Em outras palavras, a igreja encerra numa
comunhão única de vida divina todos os que são unidos a Cristo pelo Espírito
Santo mediante a fé. Esses participam da ressurreição (Romanos 6.8), e são a um
tempo chamados e capacitados para continuar seu ministério de servir e sofrer
para abençoar a outros (I Coríntios 12.14-26). Estão ligados numa comunidade
que personifica o reino de Deus no mundo.
Pelo
fato de estarem ligados a outros cristãos, essas pessoas entendiam que o que
faziam com seus próprios corpos e capacidades era muito importante (Romanos
12.1; I Coríntios 6.13-19; II Coríntios 5.10). Entendiam que as várias raças e
classes tornam-se uma em Cristo (I Coríntios 12.3; Efésios 2.14-22), e deviam
aceitar-se e amar-se uns aos outros de um modo que revelasse tal realidade.
Descrevendo
a igreja com o corpo de Cristo, os primeiros cristãos acentuaram que Cristo era
o cabeça da igreja (Efésios 5.23). Ele orientava as ações da igreja e merecia
todo o louvor que ela recebia. Todo o poder da igreja para adorar e servir era
dom de Cristo.
O
Novo Israel
Os
primitivos cristãos identificavam-se com Israel, povo escolhido de Deus.
Acreditavam que a vinda e o ministério de Jesus cumpriram a promessa de Deus
aos patriarcas (Mateus 2.6; Lucas 1.68; Atos 5.31), e sustentavam que Deus
havia estabelecido uma Nova Aliança com os seguidores de Jesus (II Coríntios
3.6; Hebreus 7.22, 9.15).
Deus,
sustentavam eles, havia estabelecido seu novo Israel na base da salvação
pessoal, e não em linhagem de família. Sua igreja era uma nação espiritual que
transcendia a todas as heranças culturais e nacionais. Quem quer que
depositasse fé na Nova Aliança de Deus, rendesse a vida a Cristo, tornava-se
descendente espiritual de Abraão e, como tal, passava a fazer parte do
"novo Israel" (Mateus 8.11; Lucas 13.28-30; Romanos 4.9-25; Gálatas
3-4; Hebreus 11-12).
Características
Comuns
Algumas
qualidades comuns emergem das muitas imagens da igreja que encontramos no NT.
Todas elas mostram que a igreja existe porque Deus trouxe à existência. Cristo
comissionou seus seguidores a levar avante a sua obra, e essa é a razão da
existência da igreja. As várias imagens que o NT apresenta da igreja acentuam
que o Espírito Santo a dota de poder e determina a sua direção. Os membros da
igreja participam de uma tarefa comum e de um destino comum sob a orientação do
Espírito.
A
igreja é uma entidade viva e ativa. Ela participa dos negócios deste mundo;
demonstra o modo de vida que Deus tenciona para todas as pessoas, e proclamam a
Palavra de Deus para a era presente. A unidade e a pureza espirituais da igreja
estão em nítido contraste com a inimizade e a corrupção do mundo. É
responsabilidade da igreja em todas as congregações particulares mediante as
quais ela se torna visível, praticar a unidade, o amor e cuidado de um modo que
mostre que Cristo vive verdadeiramente naqueles que são membros do seu corpo,
de sorte que a vida deles é a vida de Cristo neles.
Maioria
dos cristãos não entende o que é ser membro de uma igreja
Um
novo estudo do Instituto de Pesquisas Grey Matter mostra que existe grande
confusão e ignorância entre os cristãos sobre o significado de ser membro de
uma igreja.
A
pesquisa foi realizada entre adultos que afirmaram participar de uma igreja
local. O estudo perguntou se essas pessoas foram convidadas ou não a fazer
“qualquer tipo de adesão oficial à organização”.
Apenas
48% disseram que foram convidados a fazer algum tipo de adesão oficial, 33%
acreditam que isso não é importante, e 19% são não têm certeza.
A
maioria das grandes organizações religiosas faz esse tipo de convite. As dez
maiores denominações cristãs dos EUA oferecem algum forma de adesão oficial:
Igreja Católica Romana, Convenção Batista do Sul, Igreja Metodista Unida,
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja Evangélica Luterana,
Assembleia de Deus, Igreja Presbiteriana, Igreja Luterana – Sínodo de Missouri,
Igreja Episcopal e Convenção Batista Nacional dos EUA.
Mesmo
assim, entre os fiéis dessas 10 denominações, apenas 44% dizem que sua igreja
lhes pediu para serem membros, enquanto 39% disseram não terem sido convidados,
e 17% não tem certeza.
A
importância de uma “membresia oficial” é muito mais comum entre evangélicos do
que entre os católicos romanos. Entre os membros de uma igreja protestante, 56%
dizem que sua igreja exige que o fiel se torne um membro. Apenas um terço dos
católicos acredita que isso é necessário.
Entre
as pessoas que frequentam as nove maiores denominações não católicas dos EUA,
69% dizem que um convite para adesão oficial é oferecido, 9% afirmam não há
necessidade de adesão oficial, e 21% não tem certeza.
Por
outro lado, os evangélicos são particularmente propensos a acreditar na
exigência que sua igreja faz de o fiel ser membro (72% contra 44% entre todas
as outras confissões de fé). Entre as pessoas entrevistadas, 78% afirmam serem
membros de sua igreja, enquanto 21% frequentam, mas nunca se tornaram membros e
1% não tem certeza se é ou não membro.
Ron
Sellers, presidente do Instituto de Pesquisa Grey Matter observa que muitas
denominações continuam a medir seu tamanho segundo o número de membros, mas
isso nem sempre é verdade.
“Menos
de metade de todas as pessoas que frequentam templos religiosos acreditam que
podem ser membros de sua igreja ou lugar de culto. Mesmo quando olhamos apenas
para as maiores denominações protestantes que oferecem essa possibilidade,
cerca de um terço dos que frequentam a igreja desconhecem que isso é uma opção.
Quase quatro em cada dez pessoas que frequentam essas igrejas não pretendem ser
membros.
Temos
que repensar o quão relevante são as estatísticas de membresia para medir a
força de uma igreja nos dias de hoje?”.
Na
análise de Sellers, muitos grupos religiosos não se preocupam tanto em
estimular as pessoas a se tornarem membros ou enfatizar o quanto isso é
importante. “As igrejas locais muitas vezes falam sobre os benefícios ou a
importância de a pessoas que frequenta se tornar um membro, mas aparentemente
as pessoas simplesmente não veem isso como algo necessário para a sua própria
vida espiritual. Os grupos religiosos precisam entender o porquê isso acontece
e começar a explicar a importância dessa decisão.” “Não é de admirar que tantas
pessoas estejam confusas.
Algumas
instituições religiosas têm várias maneiras de ver o fiel, falam em visitantes,
frequentadores, participantes, congregados, contribuintes, outros, mas não
explicam muitas vezes com clareza o que é um ‘membro’ e algumas denominações
não deixam claro como pode ser feita essa adesão oficial”, conclui.
O
que a Palavra de Deus fala sobre o Corpo e seus Membros
O
termo que a Bíblia usa para denotar os crentes de Cristo pelo mundo todo são
“corpo” ou “o corpo de Cristo”. Que “igreja” e “corpo” ou “corpo de Cristo” são
termos equivalentes, todos usados para denotar os cristãos juntos, como um
total, está evidente em várias passagens da Palavra de Deus, como referência lemos:
(I Coríntios 12.27) - Ora,
vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular;
(Colossenses 1.18) - E ele
(Jesus) é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os
mortos, para que em tudo tenha a preeminência;
(Efésios 1.22-23) - E (Deus)
sujeitou todas as coisas a seus pés (de Cristo), e sobre todas as coisas o
constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo (de Cristo), a plenitude
daquele que cumpre tudo em todos.
Nós,
todos os crentes juntos, compomos o corpo de Cristo. A Palavra de Deus não diz
que neste lugar há um corpo e em qual lugar há outro. Nem diz que está
denominação é um corpo, e a próxima seja outro. O que diz é que "vós sois
o corpo de Cristo”, a igreja. A este “vós” eu pertenço, você pertence e
geralmente todo crente renascido pertence. Tanto quanto a Palavra de Deus
afete, não há distinção alguma, por causa de denominação, cor, status social,
lugar onde se vive, ou por causa de qualquer outra razão. Na verdade, a sagrada
escritura nos diz:
(Gálatas 3.26-28) - Porque
todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes
batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo, nisto não há judeu nem grego;
não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus, e se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e
herdeiros conforme a promessa.
Nós
somos todos, sem qualquer distinção, filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus e
nós somos todos, novamente sem qualquer distinção e através da mesma fé,
membros do corpo de Cristo (João 1.12-13).
Que
a igreja ou corpo é um e não muitos também está evidente por muitas outras
passagens na Palavra de Deus, e como referências lemos:
(Romanos 12.4-5) - Porque
assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma
operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas
individualmente somos membros uns dos outros;
(I Coríntios 12.12-13) -
Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros,
sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também, pois todos nós fomos
batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer
servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
(I Coríntios 12.20) - Assim
pois há muitos membros, mas um corpo;
(Efésios 2.16) - E (Jesus)
pela cruz reconciliar ambos [judeus e gentios] em um corpo, matando com ela as
inimizades;
(Efésios 4.4) - Há um só
corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da
nossa vocação;
(Colossenses 3.15) - E a paz
de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos
corações, e sede agradecidos.
Como
é evidente a partir destas passagens, a igreja, o corpo de Cristo é um corpo
que inclui todos os renascidos, todos aqueles que confessaram por suas bocas o
Senhor Jesus e acreditaram em seus corações que Deus o renasceu da morte.
Infelizmente,
o que a Palavra de Deus declara tão claramente parece ser ignorado por muitos
cristãos, como pelo menos a existência de tantas denominações mostra. Na
verdade, muitos de nós, em vez de nos vermos como membros de um corpo de Cristo
e todos os outros cristãos como nossos irmãos e membros do mesmo corpo, nós nos
vemos como membros de tal e tal denominação que nós podemos também caracterizar
como o corpo ou a igreja, e todos os outros cristãos que não pertencem à nossa
denominação como estranhos e muitas vezes como inimigos.
Felizmente,
a Palavra de Deus não concorda com esta visão. Na verdade, como vimos, por
causa de Deus nós (todos cristãos) não somos nem estranhos nem inimigos uns dos
outros, mesmo se ocorrer de ter diferentes visões em muitas coisas. Desde que
nós concordamos que Jesus é Senhor e o Senhor o fez nascer da morte, nós todos
somos crianças de Deus, irmãos, membros do mesmo corpo, e, de fato, conforme se
diz: “Assim nós, que somos muitos, somos
um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Romanos
12.5). Isso não é maravilhoso?
Na
verdade, é muito ruim que o diabo tenha tentado esconder esta verdade maravilhosa
de nós, fazendo-nos pensar que o corpo está limitado à nossa denominação,
organização ou companheirismo.
Não
é o corpo, mas as partes do corpo que são compostas de milhares de outros
companheirismos e milhões de outros cristãos, ainda que ocorra de suas visões
concordarem com as nossas próprias visões somente em que Jesus é o Senhor e
Deus o fez nascer da morte.
Portanto,
em vez de lutas denominacionais e ódio, nós necessitamos colocar em nossos
corações a verdade de um corpo, e agir de acordo, amando e servindo a todos os
outros cristãos que também pertencem ao mesmo corpo conosco. Por outro lado,
nós estamos ligados para continuar uns com os outros, causando nada mais do que
ferimentos ao corpo.
A
igreja – O chefe
Tendo
em vista que a igreja, conforme é definida na Bíblia, é uma, e é composta de
todos aqueles que acreditam no Senhor Jesus Cristo e em sua ressurreição, nós
agora nos moveremos adiante para ver quem é a cabeça, o chefe da igreja.
A
resposta da Bíblia para esta questão muito crítica é novamente muito clara: “Cristo é a cabeça da igreja” “(Efésios 5.23).
Outras
passagens que também confirmam que o chefe, a cabeça da igreja é o Senhor Jesus
Cristo são:
(Efésios 1.22) - E [Deus]
sujeitou todas as coisas a seus [de Jesus] pés, e sobre todas as coisas o constituiu
como cabeça da igreja;
(Colossenses 1.18) - E ele
[Jesus] é a cabeça do corpo, da igreja.
Como
se evidencia em todas estas passagens, aquele que Deus apontou ser o chefe
diretor da igreja, a cabeça sobre todas as coisas, é o Senhor Jesus Cristo.
Ele
é a cabeça e a igreja é o seu corpo. E como em um corpo literal a cabeça é a
parte que conduz o corpo, assim também na igreja, Cristo, sendo a cabeça sobre
todas as coisas, é aquele que conduz, governa a igreja.
Ele
e somente Ele é seu líder e seu único chefe. Assim, em contraste com as várias
hierarquias que se pode encontrar em muitas denominações e organizações, a
hierarquia da igreja, conforme ela é dada na Palavra de Deus, apresenta-se como
se segue: primeiramente Deus, a cabeça de Cristo (I Coríntios 11.3). Assim,
Cristo, a cabeça da igreja, e, finalmente, todos nós que acreditamos em Cristo
e em sua ressurreição e compomos o corpo de cristo, a igreja.
Parra
concluir, portanto, em vez de “muitas igrejas com muitos chefes mortais”, há
“UMA igreja com UM chefe imortal: o Senhor Jesus Cristo”.
A
igreja - Os membros
Nós
já vimos que para se tornar um membro da igreja, a única coisa necessária é
nascer novamente, ser salvo, o que, nós repetimos, acontece quando você
confessa com a sua boca o Senhor Jesus e acredita em seu coração que Deus o fez
nascer da morte (Romanos 10.9). Nós também vimos que a cabeça, o chefe da
igreja, é o Senhor Jesus Cristo. Tendo visto isto, nós iremos adiante para examinar
mais detalhadamente o papel dos membros no corpo de Cristo.
Necessidades
diferentes e papéis diferentes na igreja
Não
é totalmente acidental que a Bíblia apresente a igreja como um corpo. Embora na
última seção, nós tenhamos cobertos, em nossa discussão de Cristo como a cabeça
da igreja, I Coríntios 12 nos dá mais informação sobre alguns aspectos desta
metáfora. Assim, partindo do verso 12 nós lemos:
(I Coríntios 12.12-14) - “Porque,
assim como o corpo [um corpo literal] é um, e tem muitos membros, e todos os
membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós
fomos batizados em um Espírito, formando um corpo [a igreja], quer judeus, quer
gregos, quer servos, quer livres, ...” Porque também o corpo não é um só
membro, mas muitos.”
Quatro
vezes nesta passagem nos foi dito que o corpo é um que, por mais uma vez,
confirma o que nós vimos anteriormente, que há um e somente um corpo ao qual
todos os cristãos pertencem. Fora isto, alguma coisa mais que também é apontada
é que “o corpo não um só membro, mas muitos”. Os versos 15-20 vão nos ajudar a
entender melhor o que Deus quer nos dizer aqui. Lá nós lemos:
(I Coríntios 12.15-20) - “Se
o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E
se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do
corpo? Se todo o corpo fosse olho,
onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora
Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem
um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um
corpo.”
Nesta
passagem, Paulo, pela revelação, faz uma comparação entre um corpo literal e a
igreja, o corpo de Cristo. Sua conclusão é que como um corpo literal tem muitos
membros, cada um deles faz um trabalho diferente necessário para o corpo, de
forma que o corpo de Cristo, a igreja, tem muitos membros, cada um dos quais é
inserido no corpo como Deus quis, para fazer um trabalho que é necessário a
isso, e que pode também ser diferente do trabalho que os outros membros fazem
no corpo.
Para
nos ajudar a entender este ponto melhor, Paulo pediu-nos para imaginar o que
aconteceria se todo o corpo fosse um olho. Como é óbvio, neste caso hipotético,
seria impossível cheirar, mover, curvar-se ou fazer qualquer coisa mais além de
ver.
Evidentemente,
portanto, em vez de ter um corpo feito somente pelos olhos, é muito mais
preferível ter uma especificação dos papeis no corpo de acordo com as
necessidades. Por isto nós teremos um uso total de todos os membros do corpo e
ao mesmo tempo uma cobertura de todas as necessidades do corpo na melhor forma.
Também
nos diz: “E se todos fossem um só membro”
(I Coríntios 12.19), [se todos os membros tivessem o mesmo papel], onde estaria
o corpo?” Transferindo esta figura para o corpo de Cristo, é óbvio que, em vez
de todos os membros terem o mesmo papel, é muito melhor ter uma especificação
das funções no corpo que asseguraria que todos os membros fossem totalmente
usados e todas as necessidades do corpo totalmente cobertas.
E
isto é exatamente o que acontece “Porque
assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma
operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo” (Romanos
12.4-5).
Como
está óbvio nesta passagem, há uma especificação de funções no corpo de Cristo e
cada membro é inserido no corpo com uma função que pode ser diferente da função
de outro membro.
Quem
agora define o que seria nossa função no corpo de Cristo? “Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis”
(I Coríntios 12.18). Conforme se diz: É portanto Deus que define nossa função
no corpo.
Tendo
visto que, de fato, há uma variedade de funções no corpo e não todos os membros
têm a mesma função, vamos seguir adiante para ver mais. Assim, continuando em I
Coríntios 12 nós lemos:
(I
Coríntios 12.21-25) - “E o olho não pode
dizer à mão: não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: não tenho
necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos
são necessários. E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses
honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais
honra. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus
assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela; para que
não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos
outros.”
Não
há outro membro do corpo de Cristo que não tenha necessidade de outros membros,
e não há membro algum que seja desnecessário ao corpo. De fato, conforme a
passagem acima nos mostra, Deus compôs o corpo de uma forma que implica a
interdependência dos membros.
Retornando
agora às funções do corpo, vejamos o que o catecismo nos diz:
(I Coríntios 12.28-30) - “E
a uns pôs Deus na igreja [o corpo], primeiramente apóstolos, em segundo lugar
profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar,
socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? São todos
profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom
de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?”
Nesta
passagem a Palavra de Deus nos dá uma lista de funções que se podem encontrar
no corpo de Cristo e qual, eu repito, são distribuídas por Deus aos membros do
corpo como ele quis. As funções que estão citadas na passagem acima são: os
apóstolos, profetas, doutores, operadores de milagres, dons de cura, falar em
línguas, interpretação de línguas. Leiamos mais:
(Efésios 4.7-8, 11) - “Mas a
graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. Por isso
diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens...E ele
mesmo [Cristo] deu uns apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores”.
(Romanos
12.4-8) - “Porque assim como em um corpo
temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós,
que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos
membros uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que
nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; Se é ministério,
seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; Ou o que exorta, use
esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com
cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.”
Conforme
nós vimos destas passagens, há uma variedade de papéis no corpo. Estes papéis
são distribuídos para cada membro por Deus, para cobrir as necessidade do corpo
na melhor forma. Assim, há doutores para cobrir as necessidades de ensinamento,
evangelistas para cobrir a necessidade de evangelizar, pastores para cobrir a
necessidade de pastorear, etc.
Como
nosso corpo físico é completo, assim também o corpo de Cristo é completo, uma
vez que por qualquer necessidade que ele tenha, Deus estipulou um membro para
cobri-la.
Uma
consideração mais profunda
Pelo
exposto acima, o leitor pode pensar que não se pode beneficiar o corpo, mas
somente através da função que Deus lhe deu. Em outras palavras, pode-se pensar
que um doutor não pode ser pastor, ou que alguém não possa falar em línguas ou
interpretar uma profecia se esta não é o que Deus deu a ele conforme sua função
no corpo.
Uma
passagem que é frequentemente usada para apoiar esta visão, leremos agora:
(I
Coríntios 12:28-30) – “E a uns pôs Deus
na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro
doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades
de línguas. Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos
doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam
todos diversas línguas? Interpretam todos?”
Para
muitas pessoas as interrogações nesta passagem são tomadas para significar que
nem todos os cristãos podem falar em línguas, ou interpretar ou profetizar ou
ensinar, ou curar, mas somente aqueles que são estabelecidos no corpo
especialmente com esta função.
Contudo,
uma conclusão como esta pode somente ser esboçada se nós ignorarmos o contexto
da passagem, assim como as outras referências para o mesmo tópico. Tomando como
um exemplo o falar em línguas, (I Coríntios 12.8-12) o classifica como uma das
nove manifestações do espírito, enquanto (I Coríntios 14.5) torna claro que é
desejo de Deus de que todos falem em línguas. Observemos o texto;
(I Coríntios 14.5) - “Eu
quero que todos vós faleis em línguas”.
A
palavra “querer” nesta passagem está no presente do indicativo do verbo grego
“thelo”, que significa “desejar, amar, deliciar-se com, ter prazer”. Também o
fato de que este verbo esteja no presente do indicativo significa que nesta
passagem Deus expressa o que Ele ama, o que Ele deseja que seja feito no tempo
presente. Assim, falar em línguas é o que Deus deseja, adora que nós façamos
agora. “Eu amo que todos vocês falem em línguas”, Ele diz. Este não é um desejo
hipotético, mas o que Deus deseja que todos nós façamos agora, no tempo
presente.
Retornando
agora ao nosso tópico, a questão é simples: Seria possível que Deus desejasse,
amasse, quisesse que todos nós falássemos em línguas, se falar em línguas não
estivesse disponível para todos? É claro que não.
Assim,
uma vez que Deus deseja que todos nós falemos em línguas, isto significa que todos
nós podemos falar em línguas. Isso é o que a Palavra de Deus diz e o que isso
quer dizer. De fato, não somente todos os cristãos podem falar em línguas, como
também podem profetizar e interpretar. Na verdade, o versículo 5 nos diz:
(I
Coríntios 14.5) - “E eu quero [do grego:
“thelo”- quero] que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que [todos]
profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não
ser que também interprete para que a igreja receba edificação.”
Uma
vez que Deus nos pede além de falar em línguas para também profetizar e
interpretar (os dois últimos quando nós estamos na igreja, a fim de edificar
com nossa mensagem a igreja) isso significa que nós não podemos somente falar
em línguas, mas também profetizar e interpretar.
Tendo
visto acima, a questão é o qual é então o significado das questões em I
Coríntios 12:28-30? A resposta está no contexto da passagem. Na verdade,
conforme vimos, o contexto (I Coríntios 12:12-30) não fala sobre as
manifestações do espírito, mas sobre o papel, a função especial que um crente
pode ter na igreja.
Em
nosso caso, TODOS os cristãos podem e devem falar em línguas e interpretar e
profetizar, e geralmente todas as nove manifestações do espírito (I Coríntios
12.7-10). Contudo, nem todos são estabelecidos para trabalhar especialmente, a
função, no corpo, através do falar em línguas ou através do ensinar, ou da
profecia, ou da interpretação, etc. Para entender isto melhor, assumamos que
alguém está predestinado por Deus a funcionar no corpo como um mestre, enquanto
alguém mais está estabelecido para operar através do falar em línguas. Ambos
podem ensinar e falar em línguas, mas no trabalho no corpo, o primeiro será
melhor em ensinar, enquanto o último será melhor em falar em línguas. Como
vimos, todos nós pertencemos ao mesmo corpo, mas não somos todos o mesmo
membro.
Os
tipos de pessoas em uma Congregação
"
E
consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,
não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes
admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai
aproximando aquele dia" (Hebreus 10.24-25).
Se
você participa regularmente e coopera com sua igreja, isso realmente é
maravilhoso — continue fazendo o bom trabalho! Mas se você somente vai
ocasionalmente, ou nunca vai — permita-me apresentar algumas reflexões para
você meditar. Para começar, quero discutir os vários grupos de pessoas que
constituem uma congregação típica.
Pessoas que afirmam não
serem cristãs e vão à igreja - Eu sinceramente espero
que elas continuem a fazer isso e venham a conhecer Jesus Cristo como Salvador
pessoal. No entanto, para essas caras pessoas, preciso deixar claro que a ida à
igreja de modo algum "compra" qualquer coisa diante de Deus. Não existe
um sistema de pontuação e Deus não fica marcando quantos pontos você acumulou.
Para ser parte da família de Deus, você precisa nascer nela, precisa passar
pela experiência do Novo Nascimento em Cristo.
Cristãos nominais - Pessoas
que foram batizadas e aceitas como membros da igreja. No entanto, elas nunca
passaram de verdade pelo novo nascimento. Em minha experiência, a maior parte
desse grupo raramente aparece. Eles realmente gostam das refeições em conjunto,
das brincadeiras e das atividades de comunhão, mas são totalmente avessos às
reuniões de oração, aos estudos bíblicos e à pregação. A única hora em que você
pode contar com a presença deles é quando a igreja passa por problemas internos
e eles são convocados a participar na discussão. Isso é uma pena e precisamos
orar por essas pessoas para que Deus as convença da sua falsa profissão de fé e
que elas possam ser salvas de verdade.
Santos verdadeiros - Eles
conhecem a Cristo como seu Salvador e Senhor de suas vidas, mas mesmo assim não
comparecem à igreja regularmente. Suas desculpas são inúmeras. Este sermão é
direcionado especialmente a essas pessoas. Quero que todos vocês, irmãos e
irmãs, que estão neste grupo, saibam que eu os amo, mas é minha obrigação
adverti-los que estão prejudicando a si mesmos e às suas famílias. E não
somente isso, mas sua inatividade está privando a igreja da sua presença, da
sua influência e de sua cooperação. Talvez você não saiba disso, mas quando foi
salvo, Deus o capacitou com pelo menos um dom espiritual — uma capacidade ou
talento sobrenatural que Ele quer que você use para honra e glória de Jesus
Cristo. Embora esses dons não sejam de modo algum restritos a "uso somente
na igreja", a experiência ensina que eles são complementares — isto é, são
muito mais eficientes quando utilizados em conjunto com os dons dos demais
membros da igreja.
Para
ilustrar esse princípio, gosto de usar a analogia dos pedaços de carvão, que
fazem uma grande fogueira quando estão amontoados uns sobre os outros. No
entanto, se você separar os pedaços de carvão e espalhá-los no chão, a
capacidade total de aquecimento deles fica grandemente reduzida. Quando você se
afasta da congregação, está privando a igreja dos seus dons e sua ausência faz
falta aos demais! Nunca aceite a idéia que você não é importante e que não faz
falta, pois isso não é verdade. Nem todo mundo pode cantar no coral, ou servir
como introdutor, ou ser um professor da Escola Dominical, ou seja lá o que for
— mas todos podem e devem ocupar seus lugares nos bancos! Quando você deixa sua
congregação, não se engane, o pastor sente sua falta.
Peço
às mulheres que considerem isto: imagine que você passe toda a semana
planejando um almoço especial, compre todos os ingredientes, cozinhe, arrume e
ponha a comida na mesa, e depois ninguém apareça para comer! Você ficaria
bastante decepcionada, não ficaria?
Imagine
como seu pastor se sente quando basicamente a mesma coisa acontece com ele! Ele
passa a semana preparando um sermão baseado na Palavra de Deus, para alimentar
seu rebanho, e então vários membros da família não comparecem, demonstrando que
não estão com fome.
Finalmente,
você já considerou o dano espiritual que está causando a si mesmo e a seus
filhos ao deixar de receber o alimento? O apóstolo Paulo falou a respeito dos
"bebês de mamadeira" — aqueles que são imaturos e não podem digerir alimento
sólido (uma costela assada, temperada com alho) e precisam receber leite.
Logicamente, ele estava se referindo à imaturidade espiritual que acompanha a
falta de conhecimento.
Aprendi,
da forma dura, que não existem atalhos para se alcançar a maturidade
espiritual. Para adquirir um conhecimento razoável da Bíblia é necessário
dedicar tempo em um estudo constante. Uma pessoa poderia passar toda sua vida
ouvindo seu pastor e ainda assim não aprender tudo o que deveria, se não
estudar a Palavra de Deus por si mesma. Então imagine o quão pouco você pode
saber se raramente ouve a Palavra ser pregada — o método que Deus escolheu para
propagá-la.
Exorto-o
a determinar que, com a ajuda de Deus, você vai seguir as palavras do comercial
de tênis que diz: "Just do it!" e fazer isto — Entre na igreja e
ocupe-se com as coisas de Deus, e nunca volte atrás! Para ser bem sucedido você
precisará desenvolver disciplina pessoal. Para ser honesto, não gosto de me
barbear todos os dias e pentear meu cabelo rebelde é uma dificuldade — mas faço
essas coisas rotineiramente porque elas precisam ser feitas, juntamente com
muitas outras tarefas todos os dias que não são especialmente divertidas. Isso
é disciplina pessoal e acaba depois sendo benéfico para aqueles que a exercitam.
Acredite-me, após um pouco de tempo, a participação na igreja tornar-se-á um
rotina tão natural que você ficará triste quando alguma circunstância o impedir
de ir.
Sim,
sei que alguns de você podem estar pensando agora: "Mas você não conhece
nosso pastor — ele é tão seco quanto um pão de três dias!" ou "Não
aproveito nada de suas mensagens!" e "Ele é um professor, não um
pregador" — o que me faz lembrar uma calorosa discussão entre um homem e
sua mulher. O homem diz: "— Nunca mais vou voltar àquela igreja; as
pessoas lá são muito frias e me tratam como se eu fosse um leproso." A
mulher retruca: "— Mas, querido, você precisa voltar. Você é o
pastor!".
Embora
isto seja engraçado, os pregadores também são seres humanos, com sentimentos
como todos os demais. Estamos plenamente conscientes de nossas limitações.
Enfadar minha congregação é algo que realmente me preocupa, mas meu trabalho é
pregar a Palavra, não entreter o público. Algumas vezes, a tentação de fazer
isso é grande e quase não resisto. Mas, para ser fiel ao meu chamado, preciso
enfatizar aquilo que é o mais importante. Você sabe onde está a "descrição
do trabalho" de um pregador na Bíblia? (II Timóteo 4.1-5).
.
Isso
lhe dá uma melhor compreensão sobre "de onde vem o pregador?". Ele
não precisa estar participando de um concurso de popularidade, e a capacidade
de oratória não é um de seus pré-requisitos. Sua principal responsabilidade é
"pregar a Palavra". Há um poder sobrenatural na Palavra de Deus. Os
pregadores cometem um grande erro quando tentam divertir e entreter as pessoas
para mantê-las alegres como membros da igreja.
O
tamanho relativo da congregação deve ser determinado pelo Senhor somente — não
pela nossa habilidade como bons apresentadores. Os planos e programas do
pregador sempre precisam ser secundários e diretamente dependentes do que diz a
Palavra. Enquanto seu pastor estiver firme na Palavra e pregá-la da melhor
maneira que estiver ao seu alcance, dê-lhe seu total apoio e ore por ele. A
oração intercessória da sua parte fará mais pelos sermões do seu pastor do que
você pode imaginar! Se em sua opinião, os sermões dele são muito áridos, ore
especificamente por isso. Talvez você venha a descobrir que o problema está em
você e não nele!
Os poucos fiéis - São
a espinha dorsal da igreja. Digo frequentemente que 10% dos membros das igrejas
acabam fazendo o trabalho que seria dos 100%. Isso não deveria ser assim, mas
normalmente é o que acontece. Para esses, faço meu agradecimento pessoal e
digo: "Muito bem, servo bom e fiel!" Acho que não falta muito tempo
para que ouçam as mesmas palavras dos lábios de seu Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
Finalmente,
no nosso texto do capítulo 10 de Hebreus, vemos que o autor instrui os crentes
a se aconselharem e a se encorajarem uns aos outros "... e tanto mais,
quanto vedes que se vai aproximando aquele dia". A qual dia ele está referenciando
aqui? Os mestres conservadores da Bíblia dizem que é uma referência ao
"dia de Cristo" — os eventos do fim dos tempos, dos quais o período
da tribulação é apenas uma parte. Quando os crentes virem os sinais e
características desse tempo futuro acontecer, devem ser ainda mais diligentes
em ir à igreja e em se associar com outros crentes, para que um encoraje e
fortaleça o outro.
O
próximo grande evento no calendário profético de Deus é o "Arrebatamento
da Igreja", no qual Ele removerá sua verdadeira igreja (formada pelos
verdadeiros crentes) da Terra em uma fração de segundo — "em um piscar de
olhos", a Bíblia diz. Ninguém sabe a hora e a data exata do arrebatamento,
mas podemos dizer que parece estar muito próxima. Quando esse grande evento ocorrer,
dará início a um período de sete anos em que Deus derramará Sua ira, sobre
Israel em particular, e sobre todas as nações do mundo em geral. Um homem que a
Bíblia chama de Anticristo, que será possesso pelo próprio Satanás, aparecerá
para governar o mundo por sete anos. Será o tempo mais horrível que este mundo
já viu, ou verá. Por causa disso, Deus quer que seus filhos estejam alertas
para os sinais da sua vinda.
Os
sinais dos tempos — estão aí para vermos! Os eventos futuros ainda não
ocorreram, mas todo o cenário está armado para que eles possam ocorrer a
qualquer momento. Por exemplo, o livro do Apocalipse fala de um exército que
virá do oriente formado por duzentos milhões de soldados! Até a metade do
século 20, isso era considerado totalmente irrealista, mas agora sabemos que a
China tem a capacidade de mobilizar um exército desse tamanho. Muitas outras
coisas previstas na Bíblia, como esse exército, não são somente possíveis, mas
já existem, aguardando apenas o tempo de cumprimento das respectivas profecias.
Quando os prazos de Deus chegarem ao fim, o arrebatamento ligará a chave geral
para o cumprimento de todos os eventos do fim dos tempos.
Como
o dia está se aproximando, você não acha bom se preparar para o que está por
vir? Meu conselho é que aproxime-se mais do Senhor e dos seus irmãos em Cristo
e depois trabalhe como nunca trabalhou antes, apoiando o pastor e sua igreja
enquanto ainda há tempo. Existem muitas pessoas que não ouviram falar do amor
de Cristo e existem santos que estão passando por dificuldades e que precisam
da sua ajuda.
Envolva-se
e seja um cristão fiel. É a minha oração por você.
Se
você nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo como Salvador, mas entendeu
que ele é real e que o fim dos tempos está próximo, e quer receber o Dom
Gratuito da Vida Eterna, pode fazer isso agora, na privacidade do seu lar. Após
confiar em Jesus Cristo como seu Salvador, você nasce de novo espiritualmente e
passa a ter a certeza da vida eterna nos céus, como se já estivesse lá. Assim,
pode ter a certeza de que o Reino do Anticristo não o tocará espiritualmente.
1. É
bíblico. Jesus estabeleceu a igreja local, e todos os apóstolos realizaram seu
ministério por meio dela. A vida cristã no Novo Testamento é uma vida de
igreja. Hoje os cristãos devem esperar e desejar o mesmo;
2.
A igreja é seus membros. No Novo Testamento,
ser uma “igreja” é ser uma de seus membros (leia Atos dos Apóstolos). E você
quer ser parte da igreja porque foi ela que Jesus veio buscar e reconciliar
consigo mesmo;
3.
Ser membro da igreja é um pré-requisito para
a Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor é uma refeição para a igreja reunida, ou
seja, para os membros (I Coríntios 11.20, 33). E você quer participar da Ceia
do Senhor. O ser membro de igreja é a “camisa” que torna o time da igreja
visível ao mundo;
4.
É a maneira de representar oficialmente a
Cristo. Ser membro de igreja é a afirmação da igreja a respeito do fato de que
você é um cidadão do reino de Cristo e, por isso, um representante autorizado
de Jesus diante das nações. E você quer ser um representante oficial de Jesus.
Intimamente relacionado a isto;
5.
É a maneira como o crente declara sua mais
elevada lealdade. O fato de que você pertence ao time que se torna visível
quando você veste a “camisa” é um testemunho público de que sua mais elevada
lealdade pertence a Jesus. Provações e perseguição podem surgir, mas suas
únicas palavras são: “Pertenço a Jesus”;
6.
É a maneira de incorporar e experimentar
figuras bíblicas. É na estrutura de prestação de contas da igreja local que os
cristãos vivenciam ou incorporam o que significa ser o “corpo de Cristo” o
“templo do Espírito”, a “família de Deus” e todas as outras metáforas bíblicas
(veja I Coríntios 12). E você quer experimentar a interconectividade do corpo
de Cristo, a plenitude espiritual de seu templo, a segurança, a intimidade e a
identidade comum da família de Deus;
7.
É a maneira de servir aos outros cristãos.
Ser membro de igreja ajuda você a saber por quais cristãos, no planeta Terra,
você é especificamente responsável para amar, servir, confortar e encorajar.
Ser membro de igreja capacita você a cumprir suas responsabilidades bíblicas
para com o corpo de Cristo (Efésios 4.11-16; 25-32);
8.
É o meio de seguir os líderes cristãos. Ser
membro de igreja ajuda-o a saber que líderes cristãos, no planeta Terra, você é
chamado a seguir e obedecer. Também lhe permite cumprir sua responsabilidade
bíblica para com eles (veja Hebreus 13.7, 17);
9.
Ser membro de igreja ajuda os líderes cristãos a liderar. Permite que eles saibam quais são, no planeta Terra, os cristãos pelos quais eles “hão de prestar contas” (Atos 20.28; I Pedro 5.2);
Ser membro de igreja ajuda os líderes cristãos a liderar. Permite que eles saibam quais são, no planeta Terra, os cristãos pelos quais eles “hão de prestar contas” (Atos 20.28; I Pedro 5.2);
10. Ser
membro de igreja capacita a disciplina eclesiástica. Dá a você o lugar
prescrito biblicamente em que deve participar na obra de disciplina
eclesiástica, de maneira responsável, sábia e amorosa (I Coríntios 5);
11. Provê
a estrutura para a vida cristã. Coloca a afirmação individual do cristão de
“obedecer” e “seguir” a Jesus em um ambiente de vida real, no qual autoridade é
realmente exercida sobre nós (João 14.15; I João 2.19; 4.20-21);
12. Edifica
um testemunho e convida as nações. Ser membro de igreja coloca o governo de
Cristo em exibição para o mundo que nos observa (Mateus 5.13; João 13.34-35; Efésios
3.10; I Pedro 2.9-12). Os próprios limites que são traçados ao redor do ser
membro de igreja produz uma sociedade de pessoas que convida as nações a algo
melhor.
Conclusão
Portanto,
todos os cristãos podem fazer tudo. Contudo, alguns são estabelecidos por Deus
para funcionarem no corpo de uma forma e alguns outros de outra forma. Se agora
alguém perguntar “qual é a minha função no corpo”, minha resposta será “vá até
Deus e veja o que Ele quer que você faça”.
O
título do papel não é o importante. Porque eu posso ter sido estabelecido para
o corpo a fim de evangelizar, por exemplo, e nunca fazer isso. Por outro lado,
se eu me tornar disponível para Deus Ele certamente me guiará para fazer o que
Ele pensa que Ele necessita de mim para fazer no corpo.
Eu
posso nem saber o título de minha função, mas isto não é o que conta. O que
conta é me tornar disponível para Deus de forma que Ele possa me utilizar como
um membro do corpo da forma que Ele pense como a melhor. Nós deveríamos
portanto ir até Deus e pedir-lhe para nos mostrar o que Ele necessita de nós no
corpo. Sua responsabilidade é nos mostrar o que Ele necessita de nós e nos
guiar no caminho. Nossa responsabilidade e trabalho é estar disponível para Ele
para tudo que Ele necessita de nós e agir quando Ele quiser que nós atuemos e
conforme Ele queira que nós atuemos.
Apologista
cristão, Ministro, Líder fundador da Igreja Pentecostal da Anunciação (IPA) na
Cidade de Parauapebas e Presidente da Mesa Diretora.
Contato para agendas:
redencaodasalmas@gmail.com
Bibliografia:
Bíblia
Sagrada – João Ferreira de Almeida – Corrigida e Fiel
Tassos
Kioulachoglou – O Jornal de Precisão Bíblica
Pastor Ron Riffe - http://www.cuttingedge.org
O
Mundo do Novo Testamento - Editora Vida
Jonathan
Leeman. - Associação Igreja: Como o mundo sabe quem representa Jesus.
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