Inimizades!
A
convivência em sociedade nunca foi fácil e nunca será. O comportamento humano
sempre foi pautado por traições, mesquinharias, enganos, tropeços. O ser humano
é extremamente melindroso, e se ofende, e se sente ameaçado por pouca coisa, às
vezes por quase nada. Algumas vezes por nada.
A
já comentada insegurança da alma do ser humano, às vezes o leva a tangenciar a paranoia,
fazendo-o pensar que há pessoas que querem prejudicá-las, afligi-las, machucá-las,
atingi-las, roubá-las, matá-las... Assim, às vezes, uma falta de cumprimento é
suficiente para desencadear um processo que pode acarretar rompimento de
relacionamentos. Nossos olhos são a janela de nossa alma, e o que vemos depende
de nosso estado de espírito, do que somos e das circunstancias em que ocorrem
os fatos (Mateus 6.22-23).
Nós
filtramos, interpretamos o que vemos, e às vezes, chegamos a conclusões
totalmente erradas. Construímos toda uma situação de maldade, toda uma cadeia
de intrigas, toda uma fundamentação e o conluio de pessoas que se unem para nos
prejudicar, nos ludibriar, que às vezes não corresponde à realidade dos fatos.
Vemos intenções que somente existem na nossa imaginação.
Por
que estou falando sobre isto? Porque "inimizade" é um conceito ativo,
não um conceito passivo. Isto é, no mais das vezes, não são as pessoas que se
declaram nossas não amigas. Lógico que há situações em que não tem como
deixarmos de reconhecer inimigas porque elas assim se declaram e praticam atos
de inimizades. Mas, no mais das vezes, nós é que "sentimos" que as
pessoas são ou se tornaram nossas inimigas.
Por
um motivo ou outro de somenas importância, passamos a antipatizar com algumas
pessoas. A acreditar que elas têm algo contra nós, e que, assim, não querem o
nosso bem... Ou, pelo menos, não se interessam com o nosso bem-estar. Há que se
diferenciar quem são efetivamente, nossos inimigos, e quem são aqueles que
consideramos, elegemos, como nossos inimigos. Quando as pessoas à nossa volta
deliberada e intencionalmente querem nos prejudicar e fazem coisas no intuito
de nos acrescentar dores e aflições, inegável que são nossas inimigas, e que
por isso mesmo devemos amá-las (Mateus 5.44).
A
carne opera quando, seguindo nossa essência má e egoísta, consideramos,
elegemos nossos irmãos como inimigos, e procuramos nos afastar deles, deixamos
de nos preocupar com elas. E chegamos até a sentir uma ponta de satisfação se
eles passarem por dores e aflições. Inimizade é obra da carne. Você tem sido
amigo de teus irmãos? As pessoas da igreja são tuas amigas? As pessoas da
igreja tem a ti como amigo?
Existem
três sentimentos que podemos sentir em relação às pessoas que estão nas
igrejas: amor, ódio e indiferença. De longe, é possível concluir que o
sentimento mais comum e a indiferença. Tanto faz como tanto fez se as pessoas
estão na igreja ou não. Indiferença é uma forma da inimizade de que fala a
Bíblia. Temos que amar, e sermos amigos das pessoas que estão na igreja. Não
importa se elas se importam conosco ou não, se nos amam ou não. Nós temos que
amá-las, e ajudá-las, e nos importarmos com ela. O que foge disto não é amor (Mateus
22.37-40).
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