terça-feira, 20 de maio de 2014

A igreja - Quem é a Cabeça, Corpo e Membros.



A igreja - Sua Cabeça, Corpo e Membros
Há realmente muito poucas palavras que são frequentemente usadas pelos cristãos como a palavra "igreja”. Infelizmente, poucos também são aqueles que entendem verdadeiramente esta palavra como a Bíblia a entende e aplicam seu significado bíblico na prática. Dada a importância de um entendimento claro do que a Palavra de Deus diz sobre a igreja, nós dedicaremos este artigo a este exame detalhado.

O que é a Igreja
A maior parte das pessoas pensam que a palavra “igreja” significa mostra que a grande maioria usa esta palavra ou para denotar uma construção onde várias cerimônias religiosas ocorrem ou como um componente no título de várias denominações. Contudo, estes usos da palavra igreja não correspondem ao que a Palavra de Deus define como igreja, assim fazendo-se necessário um melhor exame do significado desta palavra.

Tradução do Grego - A palavra “igreja” é uma tradução da palavra grega “ekklesia”, que tem origem em kaleo que significa “o que é chamado ou convocado”. Conforme E.W. Bullinger diz, esta palavra foi usada como “qualquer assembleia, mas especialmente de cidadãos, ou de uma seleção deles”. No Novo Testamento ela é usada 115 vezes, 3 das quais ela é traduzida como "assembleia", e 112 como "igreja". Uma olhada nas três vezes que esta palavra é traduzida como “assembleia” é suficiente para nos mostrar que esta palavra não foi usada somente para as assembleias cristãs. De fato, (Atos 19.32, 35, 39, 41) referindo-se a uma demonstração contra Paulo que ocorreu em Éfeso.

“A Assembleia [Grego: “ekklesia”] estava em confusão: uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra. A maior parte do povo nem sabia por que estava ali... O escrivão da cidade acalmou a multidão e disse [para a assembleia]: “se há mais alguma coisa que vocês desejam apresentar, isso será decidido em assembleia [Grego: “ekklesia”] ... E, tendo dito isso, encerrou a assembleia [Grego: ekklesia]."

Conforme está evidente nesta passagem, a palavra “ekklesia” foi usada por não cristãos, e, conforme acontece em nosso caso, mesmo por assembléias anticristãs.

Tradução do Hebraico - Que o significado geral da palavra “ekklesia” é “assembleia”, também está evidente pelo uso desta palavra na septuaginta, a antiga tradução grega do Velho Testamento. Lá, esta palavra foi usada 71 vezes, todas como uma tradução da palavra hebraica “qahal”, que significa “um chegar junto, um reunir-se em assembleia, o ato; uma assembleia, congregação, convocação; em um sentido mais amplo de uma assembleia ou multidão de homens, de tropas, de nações, dos perversos, dos justos, dentre outros. E usado entre os judeus para designar a assembleia geral do "povo do deserto", reunida ao apelo de Moisés”.

Portanto, para concluir: o significado geral da palavra que nossas Bíblias traduzem como igreja é “assembleia”. Esta palavra nem foi usada exclusivamente pelas assembleias cristãs, nem pelas construções que hospedavam tais assembleias. Em contraste, era um termo geral usado por qualquer assembleia, independentemente de seu tipo.

O que a Palavra de Deus fala sobre Ekklesia
Tendo visto o que a palavra “ekklesia” geralmente significa, agora é hora de ver o que significa a Palavra de Deus, e especialmente na parte desta Palavra que se refere ao tempo de graça (Atos e nas epístolas) em que nós vivemos. Lá, embora esta palavra novamente signifique uma assembleia, desta vez a assembleia é algo específico, tendo como membros todos os renascidos, todos aqueles que confessaram com sua própria boca o Senhor Jesus e acreditaram em seus corações que Deus o fez nascer da morte (Romanos 10.9).

Como surgiu a Igreja – Fundação da Igreja Primitiva
A igreja primitiva surgiu no cruzamento das culturas hebraicas e helenística.

Quarenta dias depois de sua ressurreição, Jesus deu instruções finais aos discípulos e ascendeu ao céu (Atos 1.1-11). Os discípulos voltaram a Jerusalém e se recolheram durante alguns dias para jejum e oração, aguardando o Espirito Santo, o qual Jesus disse que viria. Cerca de 120 pessoas seguidores de Jesus aguardavam.

Cinquenta dias após a Páscoa, no dia de Pentecoste, um som como um vento impetuoso encheu a casa onde o grupo se reunia. Línguas de fogo pousaram sobre cada um deles e começaram a falar em línguas diferente da sua conforme o Espírito Santo os capacitava. Os visitantes estrangeiros ficaram surpresos ao ouvir os discípulo falando em suas próprias línguas. Alguns zombaram, dizendo que deviam estar embriagados (Atos 2.13).

Mas Pedro fez calar a multidão e explicou que estavam dando testemunho do derramamento do Espírito Santo predito pelos profetas do Antigo Testamento (Atos 2.16-21; Joel 2.28-32). Alguns dos observadores estrangeiros perguntaram o que deviam fazer para receber o Espírito Santo. Pedro disse: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2.38). Cerca de 3 mil pessoas aceitaram a Cristo como seu Salvador naquele dia (Atos 2.41).

Durante alguns anos Jerusalém foi o centro da igreja. Muitos judeus acreditavam que os seguidores de Jesus eram apenas outra seita do judaísmo. Suspeitavam que os cristãos estavam tentando começar um nova "religião de mistério" em torno de Jesus de Nazaré.

É verdade que muitos dos cristãos primitivos continuaram a cultuar no templo (Atos 3.1) e alguns insistiam em que os convertidos gentios deviam ser circuncidados (Atos 15). Mas os dirigentes judeus logo perceberam que os cristãos eram mais do que uma seita. Jesus havia dito aos judeus que Deus faria uma Nova Aliança com aqueles que lhe fossem fiéis (Mateus 16.18); ele havia selado esta aliança com seu próprio sangue (Lucas 22.20).

De modo que os cristãos primitivos proclamavam com ousadia haverem herdados os privilégios que Israel conhecera outrora. Não eram simplesmente uma parte de Israel - eram o novo Israel (Mateus 26.28; Hebreus 8.8; 9.15; Apocalipse 3.12; 21.2). "Os líderes judeus tinham um medo de arrepiar, porque este novo e estranho ensino não era um judaísmo estreito, mas fundia o privilégio de Israel na alta revelação de um só Pai de todos os homens." (Henry Melvill Gwatkin, Early Church History, pág.18).

A Comunidade de Jerusalém.
Os primeiros cristãos formavam uma comunidade estreitamente unida em Jerusalém após o dia de Pentecoste. Esperavam que Cristo voltasse muito em breve. Os cristãos de Jerusalém repartiam todos os seus bens materiais (Atos 2.44-45). Muitos vendiam suas propriedades e davam à igreja o produto da venda, a qual distribuía esses recursos entre o grupo (Atos 4.34-35).

Os cristãos de Jerusalém ainda iam ao templo para orar (Atos 2.46), mas começaram a partilhar a Ceia do Senhor em seus próprios lares (Atos 2.42-46). Esta refeição simbólica trazia-lhes à mente sua nova aliança com Deus, a qual Jesus havia feito sacrificando seu próprio corpo e sangue.

Deus operava milagres de cura por intermédio desses primeiros cristãos. Pessoas enfermas reuniam-se no templo de sorte que os apóstolo pudessem tocá-las em seu caminho para a oração (Atos 5.12-16). Esses milagres convenceram muitos de que os cristãos estavam verdadeiramente servindo a Deus. 

As autoridades do templo, num esforço por suprimir o interesse das pessoas na nova religião, prenderam os apóstolos. Mas Deus enviou um anjo para libertá-los (Atos 5.17-20), o que provocou mais excitação. A igreja crescia com tanta rapidez que os apóstolos tiveram de nomear sete homens para distribuir víveres às viúvas necessitadas. O dirigente desses homens era Estevão, "homem cheio de fé e do Espírito Santo" (Atos 6.5). Aqui vemos o começo do governo eclesiástico. Os apóstolos tiveram de delegar alguns de seus deveres a outros dirigentes. À medida que o tempo passava, os ofícios da igreja foram dispostos numa estrutura um tanto complexa.

O Assassínio de Estevão
Certo dia um grupo de judeus apoderou-se de Estevão e, acusando-o de blasfêmia, o levou à presença do conselho do sumo sacerdote. Estevão fez uma eloquente defesa da fé cristã, explicando como Jesus cumpriu as antigas profecias referentes ao Messias que libertaria seu povo da escravidão do pecado. Ele denunciou os judeus como "traidores e assassinos" do filho de Deus (Atos 7.52). Erguendo os olhos para o céu, ele exclamou que via a Jesus em pé à destra de Deus (Atos 7.55). Isso enfureceu os judeus, que o levaram para fora da cidade e o apedrejaram (Atos 7.58-60).

Esse fato deu início a uma onda de perseguição que levou muitos cristãos a abandonarem Jerusalém (Atos 8.1). Alguns desses cristãos estabeleceram-se entre os gentios de Samaria, onde fizeram muitos convertidos (Atos 8.5-8). Estabeleceram congregações em diversas cidades gentias, como Antioquia da Síria.

A princípio os cristãos hesitavam em receber os gentios na igreja, porque eles viam a igreja como um cumprimento da profecia judaica. Não obstante, Cristo havia instruído seus seguidores a fazer "discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28.19). Assim, a conversão dos gentios foi "tão-somente o cumprimento da comissão do Senhor, e o resultado natural de tudo o que havia acontecido..." (Gwatkin, Early Church History, p. 56). Por conseguinte, o assassínio de Estevão deu início a uma era de rápida expansão da igreja.

Atividades Missionárias
Cristo havia estabelecido sua igreja na encruzilhada do mundo antigo. As rotas comerciais traziam mercadores e embaixadores através da Palestina, onde eles entravam em contato com o evangelho. Dessa maneira, no livro de Atos vemos a conversão de oficiais de Roma (Atos 10.1-48), da Etiópia (Atos 8.26-40), e de outras terras.

Logo depois da morte de Estevão, a igreja deu início a uma atividade sistemática para levar o evangelho a outras nações. Pedro visitou as principais cidades da Palestina, pregando tanto a judeus como aos gentios. Outros foram para a Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Ouvindo que o evangelho era bem recebido nessas regiões, a igreja de Jerusalém enviou a Barnabé para incentivar os novos cristãos em Antioquia (Atos 11.22-23). Barnabé, a seguir, foi para Tarso em busca do jovem convertido Saulo (Paulo) e o levou para a Antioquia, onde ensinaram na igreja durante um ano (Atos 11.26).

Um profeta por nome Ágabo predisse que o Império Romano sofreria uma grande fome sob o governo do Imperador Cláudio. Herodes Agripa estava perseguindo a igreja em Jerusalém; Ele já havia executado a Tiago, irmão de João, e tinha lançado Pedro na prisão (Atos 12.1-4). Assim os cristãos de Antioquia coletaram dinheiro para enviar a seus amigos em Jerusalém, e despacharam Barnabé e Paulo com o socorro.

Os dois voltaram de Jerusalém levando um jovem chamado João Marcos (Atos 12.25). Por esta ocasião, diversos evangelistas haviam surgido no seio da igreja de Antioquia, de modo que a congregação enviou Barnabé e Paulo numa viagem missionária à Ásia Menor (Atos 13-14).Esta foi a primeira de três grandes viagens missionárias que Paulo fez para levar o evangelho aos recantos longínquos do Império Romano. 
Os primeiros missionários cristãos concentraram seus ensinos na Pessoa e obra de Jesus Cristo. Declararam que ele era o servo impecável e Filho de Deus que havia dado sua vida para expiar os pecados de todas as pessoas que depositavam sua confiança nele (Romanos 5.8-10). Ele era aquele a quem Deus ressuscitou dos mortos para derrotar o poder do pecado (Romanos 4.24-25; I Coríntios 15.17).

Governo Eclesiástico
A princípio, os seguidores de Jesus não viram a necessidade de desenvolver um sistema de governo da Igreja. Esperavam que Cristo voltasse em breve, por isso tratavam os problemas internos à medida que surgiam - geralmente de um modo muito informal. Mas o tempo em que Paulo escreveu suas cartas às igrejas, os cristãos reconheciam a necessidade de organizar o seu trabalho.

O NT não nos dá um quadro pormenorizado deste governo da igreja primitiva. Evidentemente, um ou mais presbíteros presidiam os negócios de cada congregação (Romanos 12.6-8; I Tessalonicenses 5.12; Hebreus 13.7,17,24), exatamente como os anciãos faziam nas sinagogas judaicas. Esses anciãos (ou presbíteros) eram escolhidos pelo Espírito Santo (Atos 20.28), mas os apóstolos os nomeavam (Atos 14.23).

Por conseguinte, o Espírito Santo trabalhava por meio dos apóstolos ordenando líderes pra o ministério. Alguns ministros chamados evangelistas parecem ter viajado de uma congregação para outra, como faziam os apóstolos. Seu título significa "homens que manuseiam o evangelho". Alguns têm achado que eram todos representantes pessoais dos apóstolos, como Timóteo o foi de Paulo; outros supõem que obtiveram esse nome por manifestarem um dom especial de evangelização. Os anciãos assumiam os deveres pastorais normais entre as visitas desses evangelistas.

Algumas cartas do NT referem-se a bispos na igreja primitiva. Isto é um bocado confuso, visto que esses "bispos" não formavam uma ordem superior da liderança eclesiástica como ocorre em algumas igrejas onde o título é usado hoje. Paulo lembrou aos presbíteros de Éfeso que eles eram bispos (Atos 20.28), e parece que ele usa os termos presbítero e bispo intercambiavelmente (Tito 1.5-9). Tanto os bispos como os presbíteros estavam encarregados de supervisar uma congregação. Evidentemente, ambos os termos se referem aos mesmos ministros da igreja primitiva, a saber, os presbíteros.

Paulo e os demais apóstolos reconheceram que o Espirito Santo concedia habilidades especiais de liderança a certas pessoas (I Coríntios 12.28). Assim, quando conferiam um título oficial a um irmão ou irmã em Cristo, estavam confirmando o que o Espírito Santo já havia feito. A igreja primitiva não possuía um centro terrenal de poder. Os cristãos entendiam que Cristo era o centro de todos os seus poderes (Atos 20.28). O ministério significava servir em humildade, em vez de governar de uma posição elevada (Mateus 20.26-28).

Ao tempo em que Paulo escreveu suas epístolas pastorais, os cristãos reconheciam a importância de preservar os ensinos de Cristo por intermédio de ministros que se devotavam a estudo especial, "que maneja bem a palavra da verdade" (II Timóteo 2.15).

A igreja primitiva não oferecia poderes mágicos, por meio de rituais ou de qualquer outro modo. Os cristãos convidavam os incrédulos para fazer parte de seu grupo, o corpo de Cristo (Efésios 1.23), que seria salvo como um todo. Os apóstolos e os evangelistas proclamavam que Cristo voltaria para o seu povo, a "noiva" de Cristo (Apocalipse 21.2; 22.17). Negavam que indivíduos pudessem obter poderes especiais de Cristo para seus próprios fins egoístas (Atos 8.9-24; 13.7-12).

Padrões de Adoração
Visto que os cristãos primitivos adoravam juntos, estabeleceram padrões de adoração que diferiam muito dos cultos da sinagoga. Não temos um quadro claro da adoração Cristã primitiva até 150 d.C. quando Justino Mártir descreveu os cultos típicos de adoração. Sabemos que a igreja primitiva realizava seus serviços no domingo, o primeiro dia da semana. Chamavam-no de "o Dia do Senhor" porque foi o dia em que Cristo ressurgiu dos mortos.

Os primeiros cristãos reuniam-se no templo em Jerusalém, nas sinagogas, ou nos lares (Atos 2.46; 20.7-8). Alguns estudiosos crêem que a referência aos ensino de Paulo na escola de Tirano (Atos 19.9) indica que os primitivos cristãos às vezes alugavam prédios de escola ou outras instalações. Não temos prova alguma de que os cristãos tenham construído instalações especial para seus cultos de adoração durante mais de um século após o tempo de Cristo. Onde os cristãos eram perseguidos, reuniam-se em lugares secretos como as catacumbas (túmulos subterrâneos) de Roma.

Crêem os eruditos que os primeiros cristãos adoravam nas noites de domingo, e que seu culto girava em torno da Ceia do Senhor. Mas nalgum ponto os cristãos começavam a manter dois cultos de adoração no domingo, conforme descreve Justino Mártir - um bem cedo de manhã e outro ao entardecer. As horas eram escolhidas por questão de segredo e para atender às pessoas trabalhadoras que não podiam comparecer aos cultos de adoração durante o dia.

Ordem do Culto
Geralmente o culto matutino era uma ocasião de louvor, oração e pregação. O serviço improvisado de adoração dos cristãos no Dia de Pentecoste sugere um padrão de adoração que podia ter sido geralmente adotado. Primeiro, Pedro leu as Escrituras. Depois pregou um sermão que aplicou as Escrituras à situação presente dos adoradores (Atos 2.14-36). As pessoas que aceitavam a Cristo eram batizadas, seguindo o exemplo do próprio Senhor.  Os adoradores participavam dos cânticos, dos testemunhos ou de palavras de exortação (I Coríntios 14.26).

A Ceia do Senhor
Os primitivos cristãos tomavam a refeição simbólica da Ceia do Senhor para comemorar a Última Ceia, na qual Jesus e seus discípulos observaram a tradicional festa judaica da Páscoa. Os temas dos dois eventos eram os mesmo. Na Páscoa os judeus regozijavam-se porque Deus os havia libertado de seus inimigos e aguardavam com expectação o futuro como filhos de Deus. Na Ceia do Senhor, os cristãos celebravam o modo como Jesus os havia libertado do pecado e expressavam sua esperança pelo dia quando Cristo voltaria (I Coríntios 11.26).  

A princípio, a Ceia do Senhor era uma refeição completa que os cristãos partilhavam em suas casas. Cada convidado trazia um prato para a mesa comum. A refeição começava com oração e com o comer de pedacinhos de um único pão que representava o corpo partido de Cristo. Encerrava-se a refeição com outra oração e a seguir participavam de uma taça de vinho, que representava o sangue vertido de Cristo.

Algumas pessoas conjeturavam que os cristãos estavam participando de um rito secreto quando observavam a Ceia do Senhor, e inventaram estranhas histórias a respeito desses cultos. O imperador Trajano proscreveu essas reuniões secretas por volta do ano 100 d.C. Nesse tempo os cristãos começaram a observar a Ceia do Senhor durante o culto matutino de adoração, aberto ao público.

Batismo
O batismo era um acontecimento comum da adoração cristã no templo de Paulo (Efésios 4.5). Contudo, os cristãos não foram os primeiros a celebrar o batismo.
Os judeus batizavam seus convertidos gentios; algumas seitas judaicas praticavam o batismo como símbolo de purificação, e João Batista fez dele uma importante parte de seu ministério. O NT não diz se Jesus batizava regularmente seus convertidos, mas numa ocasião, pelo menos, antes da prisão de João, ele foi encontrado batizando. Em todo o caso, os primitivos cristãos eram batizados em nome de Jesus, seguindo o seu próprio exemplo (Marcos 1.10; Gálatas 3.27).

Parece que os primitivos cristãos interpretavam o significado do batismo de vários modos - como símbolo da morte de uma pessoa para o pecado (Romanos 6.4; Gálatas 2.12), da purificação de pecados (Atos 22.16; Efésios 5.26), e da nova vida em Cristo (Atos 2.41; Romanos 6.3). De quando em quando toda a família de um novo convertido era batizada (Atos 10.48; 16.33; I Coríntios 1.16), o que pode significar o desejo da pessoa de consagrar a Cristo tudo quanto tinha.

Calendário Eclesiástico
O NT não apresenta evidência alguma de que a igreja primitiva observava quaisquer dias santos, a não ser sua adoração no primeiro dia da semana (Atos 20.7; I Coríntios 16.2; Apocalipse 1.10). Os cristãos não observam o domingo como dia de descanso até ao quarto século de nossa era, quando o imperador Constantino designou-o como um dia santo para todo o Império Romano. Os primitivos cristãos não confundiam o domingo com o sábado judaico, e não faziam tentativa alguma para aplicar a ele a legislação referente ao sábado.

O historiador Eusébio diz-nos que os cristãos celebravam a Páscoa desde os tempos apostólicos; (I Coríntios 5.6-8) talvez se refira a uma Páscoa cristã na mesma ocasião da Páscoa judaica. Por volta do ano 120 d.C., a igreja de Roma mudou a celebração para o domingo após a Páscoa judaica enquanto a igreja Ortodoxa Oriental continuou a celebrá-la na Páscoa Judaica.

Conceito do NT sobre a Igreja
É interessante pesquisar vários conceitos de igreja no NT. A Bíblia refere-se aos primeiros cristãos como família e templo de Deus, como rebanho e noiva de Cristo, como sal, como fermento, como pescadores, como baluarte sustentador da verdade de Deus, de muitas outras maneiras.

Pensava-se na igreja como uma comunidade mundial única de crentes, da qual cada congregação local era afloramento e amostra. Os primitivos escritores cristãos muitas vezes se referiam à igreja como o "corpo de Cristo" e o "novo Israel".  Esses dois conceitos revelam muito da compreensão que os primitivos cristãos tinha da sua missão no mundo.

O Corpo de Cristo
Paulo descreve a igreja como "um só corpo em Cristo" (Romanos 12.5) e "seu corpo" (Efésios 1.23). Em outras palavras, a igreja encerra numa comunhão única de vida divina todos os que são unidos a Cristo pelo Espírito Santo mediante a fé. Esses participam da ressurreição (Romanos 6.8), e são a um tempo chamados e capacitados para continuar seu ministério de servir e sofrer para abençoar a outros (I Coríntios 12.14-26). Estão ligados numa comunidade que personifica o reino de Deus no mundo.

Pelo fato de estarem ligados a outros cristãos, essas pessoas entendiam que o que faziam com seus próprios corpos e capacidades era muito importante (Romanos 12.1; I Coríntios 6.13-19; II Coríntios 5.10). Entendiam que as várias raças e classes tornam-se uma em Cristo (I Coríntios 12.3; Efésios 2.14-22), e deviam aceitar-se e amar-se uns aos outros de um modo que revelasse tal realidade.

Descrevendo a igreja com o corpo de Cristo, os primeiros cristãos acentuaram que Cristo era o cabeça da igreja (Efésios 5.23). Ele orientava as ações da igreja e merecia todo o louvor que ela recebia. Todo o poder da igreja para adorar e servir era dom de Cristo.

O Novo Israel
Os primitivos cristãos identificavam-se com Israel, povo escolhido de Deus. Acreditavam que a vinda e o ministério de Jesus cumpriram a promessa de Deus aos patriarcas (Mateus 2.6; Lucas 1.68; Atos 5.31), e sustentavam que Deus havia estabelecido uma Nova Aliança com os seguidores de Jesus (II Coríntios 3.6; Hebreus 7.22, 9.15).

Deus, sustentavam eles, havia estabelecido seu novo Israel na base da salvação pessoal, e não em linhagem de família. Sua igreja era uma nação espiritual que transcendia a todas as heranças culturais e nacionais. Quem quer que depositasse fé na Nova Aliança de Deus, rendesse a vida a Cristo, tornava-se descendente espiritual de Abraão e, como tal, passava a fazer parte do "novo Israel" (Mateus 8.11; Lucas 13.28-30; Romanos 4.9-25; Gálatas 3-4; Hebreus 11-12).

Características Comuns
Algumas qualidades comuns emergem das muitas imagens da igreja que encontramos no NT. Todas elas mostram que a igreja existe porque Deus trouxe à existência. Cristo comissionou seus seguidores a levar avante a sua obra, e essa é a razão da existência da igreja. As várias imagens que o NT apresenta da igreja acentuam que o Espírito Santo a dota de poder e determina a sua direção. Os membros da igreja participam de uma tarefa comum e de um destino comum sob a orientação do Espírito.

A igreja é uma entidade viva e ativa. Ela participa dos negócios deste mundo; demonstra o modo de vida que Deus tenciona para todas as pessoas, e proclamam a Palavra de Deus para a era presente. A unidade e a pureza espirituais da igreja estão em nítido contraste com a inimizade e a corrupção do mundo. É responsabilidade da igreja em todas as congregações particulares mediante as quais ela se torna visível, praticar a unidade, o amor e cuidado de um modo que mostre que Cristo vive verdadeiramente naqueles que são membros do seu corpo, de sorte que a vida deles é a vida de Cristo neles.

Maioria dos cristãos não entende o que é ser membro de uma igreja
Um novo estudo do Instituto de Pesquisas Grey Matter mostra que existe grande confusão e ignorância entre os cristãos sobre o significado de ser membro de uma igreja.

A pesquisa foi realizada entre adultos que afirmaram participar de uma igreja local. O estudo perguntou se essas pessoas foram convidadas ou não a fazer “qualquer tipo de adesão oficial à organização”.

Apenas 48% disseram que foram convidados a fazer algum tipo de adesão oficial, 33% acreditam que isso não é importante, e 19% são não têm certeza.

A maioria das grandes organizações religiosas faz esse tipo de convite. As dez maiores denominações cristãs dos EUA oferecem algum forma de adesão oficial: Igreja Católica Romana, Convenção Batista do Sul, Igreja Metodista Unida, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja Evangélica Luterana, Assembleia de Deus, Igreja Presbiteriana, Igreja Luterana – Sínodo de Missouri, Igreja Episcopal e Convenção Batista Nacional dos EUA.

Mesmo assim, entre os fiéis dessas 10 denominações, apenas 44% dizem que sua igreja lhes pediu para serem membros, enquanto 39% disseram não terem sido convidados, e 17% não tem certeza.

A importância de uma “membresia oficial” é muito mais comum entre evangélicos do que entre os católicos romanos. Entre os membros de uma igreja protestante, 56% dizem que sua igreja exige que o fiel se torne um membro. Apenas um terço dos católicos acredita que isso é necessário.

Entre as pessoas que frequentam as nove maiores denominações não católicas dos EUA, 69% dizem que um convite para adesão oficial é oferecido, 9% afirmam não há necessidade de adesão oficial, e 21% não tem certeza.

Por outro lado, os evangélicos são particularmente propensos a acreditar na exigência que sua igreja faz de o fiel ser membro (72% contra 44% entre todas as outras confissões de fé). Entre as pessoas entrevistadas, 78% afirmam serem membros de sua igreja, enquanto 21% frequentam, mas nunca se tornaram membros e 1% não tem certeza se é ou não membro.

Ron Sellers, presidente do Instituto de Pesquisa Grey Matter observa que muitas denominações continuam a medir seu tamanho segundo o número de membros, mas isso nem sempre é verdade.

“Menos de metade de todas as pessoas que frequentam templos religiosos acreditam que podem ser membros de sua igreja ou lugar de culto. Mesmo quando olhamos apenas para as maiores denominações protestantes que oferecem essa possibilidade, cerca de um terço dos que frequentam a igreja desconhecem que isso é uma opção. Quase quatro em cada dez pessoas que frequentam essas igrejas não pretendem ser membros.

Temos que repensar o quão relevante são as estatísticas de membresia para medir a força de uma igreja nos dias de hoje?”.

Na análise de Sellers, muitos grupos religiosos não se preocupam tanto em estimular as pessoas a se tornarem membros ou enfatizar o quanto isso é importante. “As igrejas locais muitas vezes falam sobre os benefícios ou a importância de a pessoas que frequenta se tornar um membro, mas aparentemente as pessoas simplesmente não veem isso como algo necessário para a sua própria vida espiritual. Os grupos religiosos precisam entender o porquê isso acontece e começar a explicar a importância dessa decisão.” “Não é de admirar que tantas pessoas estejam confusas.

Algumas instituições religiosas têm várias maneiras de ver o fiel, falam em visitantes, frequentadores, participantes, congregados, contribuintes, outros, mas não explicam muitas vezes com clareza o que é um ‘membro’ e algumas denominações não deixam claro como pode ser feita essa adesão oficial”, conclui.

O que a Palavra de Deus fala sobre o Corpo e seus Membros
O termo que a Bíblia usa para denotar os crentes de Cristo pelo mundo todo são “corpo” ou “o corpo de Cristo”. Que “igreja” e “corpo” ou “corpo de Cristo” são termos equivalentes, todos usados para denotar os cristãos juntos, como um total, está evidente em várias passagens da Palavra de Deus, como referência lemos:

(I Coríntios 12.27) - Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular;

(Colossenses 1.18) - E ele (Jesus) é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência;

(Efésios 1.22-23) - E (Deus) sujeitou todas as coisas a seus pés (de Cristo), e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo (de Cristo), a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.

Nós, todos os crentes juntos, compomos o corpo de Cristo. A Palavra de Deus não diz que neste lugar há um corpo e em qual lugar há outro. Nem diz que está denominação é um corpo, e a próxima seja outro. O que diz é que "vós sois o corpo de Cristo”, a igreja. A este “vós” eu pertenço, você pertence e geralmente todo crente renascido pertence. Tanto quanto a Palavra de Deus afete, não há distinção alguma, por causa de denominação, cor, status social, lugar onde se vive, ou por causa de qualquer outra razão. Na verdade, a sagrada escritura nos diz:

(Gálatas 3.26-28) - Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo, nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus, e se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.

Nós somos todos, sem qualquer distinção, filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus e nós somos todos, novamente sem qualquer distinção e através da mesma fé, membros do corpo de Cristo (João 1.12-13).

Que a igreja ou corpo é um e não muitos também está evidente por muitas outras passagens na Palavra de Deus, e como referências lemos:

(Romanos 12.4-5) - Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros;

(I Coríntios 12.12-13) - Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também, pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.

(I Coríntios 12.20) - Assim pois há muitos membros, mas um corpo;

(Efésios 2.16) - E (Jesus) pela cruz reconciliar ambos [judeus e gentios] em um corpo, matando com ela as inimizades;

(Efésios 4.4) - Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da nossa vocação;

(Colossenses 3.15) - E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações, e sede agradecidos.

Como é evidente a partir destas passagens, a igreja, o corpo de Cristo é um corpo que inclui todos os renascidos, todos aqueles que confessaram por suas bocas o Senhor Jesus e acreditaram em seus corações que Deus o renasceu da morte.

Infelizmente, o que a Palavra de Deus declara tão claramente parece ser ignorado por muitos cristãos, como pelo menos a existência de tantas denominações mostra. Na verdade, muitos de nós, em vez de nos vermos como membros de um corpo de Cristo e todos os outros cristãos como nossos irmãos e membros do mesmo corpo, nós nos vemos como membros de tal e tal denominação que nós podemos também caracterizar como o corpo ou a igreja, e todos os outros cristãos que não pertencem à nossa denominação como estranhos e muitas vezes como inimigos.

Felizmente, a Palavra de Deus não concorda com esta visão. Na verdade, como vimos, por causa de Deus nós (todos cristãos) não somos nem estranhos nem inimigos uns dos outros, mesmo se ocorrer de ter diferentes visões em muitas coisas. Desde que nós concordamos que Jesus é Senhor e o Senhor o fez nascer da morte, nós todos somos crianças de Deus, irmãos, membros do mesmo corpo, e, de fato, conforme se diz: “Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Romanos 12.5). Isso não é maravilhoso?

Na verdade, é muito ruim que o diabo tenha tentado esconder esta verdade maravilhosa de nós, fazendo-nos pensar que o corpo está limitado à nossa denominação, organização ou companheirismo.

Não é o corpo, mas as partes do corpo que são compostas de milhares de outros companheirismos e milhões de outros cristãos, ainda que ocorra de suas visões concordarem com as nossas próprias visões somente em que Jesus é o Senhor e Deus o fez nascer da morte.

Portanto, em vez de lutas denominacionais e ódio, nós necessitamos colocar em nossos corações a verdade de um corpo, e agir de acordo, amando e servindo a todos os outros cristãos que também pertencem ao mesmo corpo conosco. Por outro lado, nós estamos ligados para continuar uns com os outros, causando nada mais do que ferimentos ao corpo.

A igreja – O chefe
Tendo em vista que a igreja, conforme é definida na Bíblia, é uma, e é composta de todos aqueles que acreditam no Senhor Jesus Cristo e em sua ressurreição, nós agora nos moveremos adiante para ver quem é a cabeça, o chefe da igreja.

A resposta da Bíblia para esta questão muito crítica é novamente muito clara: “Cristo é a cabeça da igreja” “(Efésios 5.23).

Outras passagens que também confirmam que o chefe, a cabeça da igreja é o Senhor Jesus Cristo são:

(Efésios 1.22) - E [Deus] sujeitou todas as coisas a seus [de Jesus] pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja;

(Colossenses 1.18) - E ele [Jesus] é a cabeça do corpo, da igreja.

Como se evidencia em todas estas passagens, aquele que Deus apontou ser o chefe diretor da igreja, a cabeça sobre todas as coisas, é o Senhor Jesus Cristo.
Ele é a cabeça e a igreja é o seu corpo. E como em um corpo literal a cabeça é a parte que conduz o corpo, assim também na igreja, Cristo, sendo a cabeça sobre todas as coisas, é aquele que conduz, governa a igreja.

Ele e somente Ele é seu líder e seu único chefe. Assim, em contraste com as várias hierarquias que se pode encontrar em muitas denominações e organizações, a hierarquia da igreja, conforme ela é dada na Palavra de Deus, apresenta-se como se segue: primeiramente Deus, a cabeça de Cristo (I Coríntios 11.3). Assim, Cristo, a cabeça da igreja, e, finalmente, todos nós que acreditamos em Cristo e em sua ressurreição e compomos o corpo de cristo, a igreja.

Parra concluir, portanto, em vez de “muitas igrejas com muitos chefes mortais”, há “UMA igreja com UM chefe imortal: o Senhor Jesus Cristo”.

A igreja - Os membros
Nós já vimos que para se tornar um membro da igreja, a única coisa necessária é nascer novamente, ser salvo, o que, nós repetimos, acontece quando você confessa com a sua boca o Senhor Jesus e acredita em seu coração que Deus o fez nascer da morte (Romanos 10.9). Nós também vimos que a cabeça, o chefe da igreja, é o Senhor Jesus Cristo. Tendo visto isto, nós iremos adiante para examinar mais detalhadamente o papel dos membros no corpo de Cristo.

Necessidades diferentes e papéis diferentes na igreja
Não é totalmente acidental que a Bíblia apresente a igreja como um corpo. Embora na última seção, nós tenhamos cobertos, em nossa discussão de Cristo como a cabeça da igreja, I Coríntios 12 nos dá mais informação sobre alguns aspectos desta metáfora. Assim, partindo do verso 12 nós lemos:

(I Coríntios 12.12-14) - “Porque, assim como o corpo [um corpo literal] é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo [a igreja], quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, ...” Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.”

Quatro vezes nesta passagem nos foi dito que o corpo é um que, por mais uma vez, confirma o que nós vimos anteriormente, que há um e somente um corpo ao qual todos os cristãos pertencem. Fora isto, alguma coisa mais que também é apontada é que “o corpo não um só membro, mas muitos”. Os versos 15-20 vão nos ajudar a entender melhor o que Deus quer nos dizer aqui. Lá nós lemos:

(I Coríntios 12.15-20) - “Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo.”

Nesta passagem, Paulo, pela revelação, faz uma comparação entre um corpo literal e a igreja, o corpo de Cristo. Sua conclusão é que como um corpo literal tem muitos membros, cada um deles faz um trabalho diferente necessário para o corpo, de forma que o corpo de Cristo, a igreja, tem muitos membros, cada um dos quais é inserido no corpo como Deus quis, para fazer um trabalho que é necessário a isso, e que pode também ser diferente do trabalho que os outros membros fazem no corpo.

Para nos ajudar a entender este ponto melhor, Paulo pediu-nos para imaginar o que aconteceria se todo o corpo fosse um olho. Como é óbvio, neste caso hipotético, seria impossível cheirar, mover, curvar-se ou fazer qualquer coisa mais além de ver.
Evidentemente, portanto, em vez de ter um corpo feito somente pelos olhos, é muito mais preferível ter uma especificação dos papeis no corpo de acordo com as necessidades. Por isto nós teremos um uso total de todos os membros do corpo e ao mesmo tempo uma cobertura de todas as necessidades do corpo na melhor forma.

Também nos diz: “E se todos fossem um só membro” (I Coríntios 12.19), [se todos os membros tivessem o mesmo papel], onde estaria o corpo?” Transferindo esta figura para o corpo de Cristo, é óbvio que, em vez de todos os membros terem o mesmo papel, é muito melhor ter uma especificação das funções no corpo que asseguraria que todos os membros fossem totalmente usados e todas as necessidades do corpo totalmente cobertas.

E isto é exatamente o que acontece “Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo” (Romanos 12.4-5).

Como está óbvio nesta passagem, há uma especificação de funções no corpo de Cristo e cada membro é inserido no corpo com uma função que pode ser diferente da função de outro membro.

Quem agora define o que seria nossa função no corpo de Cristo? “Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis” (I Coríntios 12.18). Conforme se diz: É portanto Deus que define nossa função no corpo.
Tendo visto que, de fato, há uma variedade de funções no corpo e não todos os membros têm a mesma função, vamos seguir adiante para ver mais. Assim, continuando em I Coríntios 12 nós lemos:

(I Coríntios 12.21-25) - “E o olho não pode dizer à mão: não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários. E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela; para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros.”

Não há outro membro do corpo de Cristo que não tenha necessidade de outros membros, e não há membro algum que seja desnecessário ao corpo. De fato, conforme a passagem acima nos mostra, Deus compôs o corpo de uma forma que implica a interdependência dos membros.

Retornando agora às funções do corpo, vejamos o que o catecismo nos diz:

(I Coríntios 12.28-30) - “E a uns pôs Deus na igreja [o corpo], primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?”

Nesta passagem a Palavra de Deus nos dá uma lista de funções que se podem encontrar no corpo de Cristo e qual, eu repito, são distribuídas por Deus aos membros do corpo como ele quis. As funções que estão citadas na passagem acima são: os apóstolos, profetas, doutores, operadores de milagres, dons de cura, falar em línguas, interpretação de línguas.  Leiamos mais:

(Efésios 4.7-8, 11) - “Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens...E ele mesmo [Cristo] deu uns apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”.

(Romanos 12.4-8) - “Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

Conforme nós vimos destas passagens, há uma variedade de papéis no corpo. Estes papéis são distribuídos para cada membro por Deus, para cobrir as necessidade do corpo na melhor forma. Assim, há doutores para cobrir as necessidades de ensinamento, evangelistas para cobrir a necessidade de evangelizar, pastores para cobrir a necessidade de pastorear, etc.

Como nosso corpo físico é completo, assim também o corpo de Cristo é completo, uma vez que por qualquer necessidade que ele tenha, Deus estipulou um membro para cobri-la.

Uma consideração mais profunda
Pelo exposto acima, o leitor pode pensar que não se pode beneficiar o corpo, mas somente através da função que Deus lhe deu. Em outras palavras, pode-se pensar que um doutor não pode ser pastor, ou que alguém não possa falar em línguas ou interpretar uma profecia se esta não é o que Deus deu a ele conforme sua função no corpo.

Uma passagem que é frequentemente usada para apoiar esta visão, leremos agora:

(I Coríntios 12:28-30) – “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?

Para muitas pessoas as interrogações nesta passagem são tomadas para significar que nem todos os cristãos podem falar em línguas, ou interpretar ou profetizar ou ensinar, ou curar, mas somente aqueles que são estabelecidos no corpo especialmente com esta função.

Contudo, uma conclusão como esta pode somente ser esboçada se nós ignorarmos o contexto da passagem, assim como as outras referências para o mesmo tópico. Tomando como um exemplo o falar em línguas, (I Coríntios 12.8-12) o classifica como uma das nove manifestações do espírito, enquanto (I Coríntios 14.5) torna claro que é desejo de Deus de que todos falem em línguas. Observemos o texto;

(I Coríntios 14.5) - “Eu quero que todos vós faleis em línguas”.

A palavra “querer” nesta passagem está no presente do indicativo do verbo grego “thelo”, que significa “desejar, amar, deliciar-se com, ter prazer”. Também o fato de que este verbo esteja no presente do indicativo significa que nesta passagem Deus expressa o que Ele ama, o que Ele deseja que seja feito no tempo presente. Assim, falar em línguas é o que Deus deseja, adora que nós façamos agora. “Eu amo que todos vocês falem em línguas”, Ele diz. Este não é um desejo hipotético, mas o que Deus deseja que todos nós façamos agora, no tempo presente.

Retornando agora ao nosso tópico, a questão é simples: Seria possível que Deus desejasse, amasse, quisesse que todos nós falássemos em línguas, se falar em línguas não estivesse disponível para todos? É claro que não.

Assim, uma vez que Deus deseja que todos nós falemos em línguas, isto significa que todos nós podemos falar em línguas. Isso é o que a Palavra de Deus diz e o que isso quer dizer. De fato, não somente todos os cristãos podem falar em línguas, como também podem profetizar e interpretar. Na verdade, o versículo 5 nos diz:

(I Coríntios 14.5) - “E eu quero [do grego: “thelo”- quero] que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que [todos] profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.”

Uma vez que Deus nos pede além de falar em línguas para também profetizar e interpretar (os dois últimos quando nós estamos na igreja, a fim de edificar com nossa mensagem a igreja) isso significa que nós não podemos somente falar em línguas, mas também profetizar e interpretar.

Tendo visto acima, a questão é o qual é então o significado das questões em I Coríntios 12:28-30? A resposta está no contexto da passagem. Na verdade, conforme vimos, o contexto (I Coríntios 12:12-30) não fala sobre as manifestações do espírito, mas sobre o papel, a função especial que um crente pode ter na igreja.

Em nosso caso, TODOS os cristãos podem e devem falar em línguas e interpretar e profetizar, e geralmente todas as nove manifestações do espírito (I Coríntios 12.7-10). Contudo, nem todos são estabelecidos para trabalhar especialmente, a função, no corpo, através do falar em línguas ou através do ensinar, ou da profecia, ou da interpretação, etc. Para entender isto melhor, assumamos que alguém está predestinado por Deus a funcionar no corpo como um mestre, enquanto alguém mais está estabelecido para operar através do falar em línguas. Ambos podem ensinar e falar em línguas, mas no trabalho no corpo, o primeiro será melhor em ensinar, enquanto o último será melhor em falar em línguas. Como vimos, todos nós pertencemos ao mesmo corpo, mas não somos todos o mesmo membro.

Os tipos de pessoas em uma Congregação
" E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia" (Hebreus 10.24-25).

Se você participa regularmente e coopera com sua igreja, isso realmente é maravilhoso — continue fazendo o bom trabalho! Mas se você somente vai ocasionalmente, ou nunca vai — permita-me apresentar algumas reflexões para você meditar. Para começar, quero discutir os vários grupos de pessoas que constituem uma congregação típica.

Pessoas que afirmam não serem cristãs e vão à igreja - Eu sinceramente espero que elas continuem a fazer isso e venham a conhecer Jesus Cristo como Salvador pessoal. No entanto, para essas caras pessoas, preciso deixar claro que a ida à igreja de modo algum "compra" qualquer coisa diante de Deus. Não existe um sistema de pontuação e Deus não fica marcando quantos pontos você acumulou. Para ser parte da família de Deus, você precisa nascer nela, precisa passar pela experiência do Novo Nascimento em Cristo.  

Cristãos nominais - Pessoas que foram batizadas e aceitas como membros da igreja. No entanto, elas nunca passaram de verdade pelo novo nascimento. Em minha experiência, a maior parte desse grupo raramente aparece. Eles realmente gostam das refeições em conjunto, das brincadeiras e das atividades de comunhão, mas são totalmente avessos às reuniões de oração, aos estudos bíblicos e à pregação. A única hora em que você pode contar com a presença deles é quando a igreja passa por problemas internos e eles são convocados a participar na discussão. Isso é uma pena e precisamos orar por essas pessoas para que Deus as convença da sua falsa profissão de fé e que elas possam ser salvas de verdade.

Santos verdadeiros - Eles conhecem a Cristo como seu Salvador e Senhor de suas vidas, mas mesmo assim não comparecem à igreja regularmente. Suas desculpas são inúmeras. Este sermão é direcionado especialmente a essas pessoas. Quero que todos vocês, irmãos e irmãs, que estão neste grupo, saibam que eu os amo, mas é minha obrigação adverti-los que estão prejudicando a si mesmos e às suas famílias. E não somente isso, mas sua inatividade está privando a igreja da sua presença, da sua influência e de sua cooperação. Talvez você não saiba disso, mas quando foi salvo, Deus o capacitou com pelo menos um dom espiritual — uma capacidade ou talento sobrenatural que Ele quer que você use para honra e glória de Jesus Cristo. Embora esses dons não sejam de modo algum restritos a "uso somente na igreja", a experiência ensina que eles são complementares — isto é, são muito mais eficientes quando utilizados em conjunto com os dons dos demais membros da igreja.

Para ilustrar esse princípio, gosto de usar a analogia dos pedaços de carvão, que fazem uma grande fogueira quando estão amontoados uns sobre os outros. No entanto, se você separar os pedaços de carvão e espalhá-los no chão, a capacidade total de aquecimento deles fica grandemente reduzida. Quando você se afasta da congregação, está privando a igreja dos seus dons e sua ausência faz falta aos demais! Nunca aceite a idéia que você não é importante e que não faz falta, pois isso não é verdade. Nem todo mundo pode cantar no coral, ou servir como introdutor, ou ser um professor da Escola Dominical, ou seja lá o que for — mas todos podem e devem ocupar seus lugares nos bancos! Quando você deixa sua congregação, não se engane, o pastor sente sua falta.

Peço às mulheres que considerem isto: imagine que você passe toda a semana planejando um almoço especial, compre todos os ingredientes, cozinhe, arrume e ponha a comida na mesa, e depois ninguém apareça para comer! Você ficaria bastante decepcionada, não ficaria? 
Imagine como seu pastor se sente quando basicamente a mesma coisa acontece com ele! Ele passa a semana preparando um sermão baseado na Palavra de Deus, para alimentar seu rebanho, e então vários membros da família não comparecem, demonstrando que não estão com fome.

Finalmente, você já considerou o dano espiritual que está causando a si mesmo e a seus filhos ao deixar de receber o alimento? O apóstolo Paulo falou a respeito dos "bebês de mamadeira" — aqueles que são imaturos e não podem digerir alimento sólido (uma costela assada, temperada com alho) e precisam receber leite. Logicamente, ele estava se referindo à imaturidade espiritual que acompanha a falta de conhecimento.

Aprendi, da forma dura, que não existem atalhos para se alcançar a maturidade espiritual. Para adquirir um conhecimento razoável da Bíblia é necessário dedicar tempo em um estudo constante. Uma pessoa poderia passar toda sua vida ouvindo seu pastor e ainda assim não aprender tudo o que deveria, se não estudar a Palavra de Deus por si mesma. Então imagine o quão pouco você pode saber se raramente ouve a Palavra ser pregada — o método que Deus escolheu para propagá-la.

Exorto-o a determinar que, com a ajuda de Deus, você vai seguir as palavras do comercial de tênis que diz: "Just do it!" e fazer isto — Entre na igreja e ocupe-se com as coisas de Deus, e nunca volte atrás! Para ser bem sucedido você precisará desenvolver disciplina pessoal. Para ser honesto, não gosto de me barbear todos os dias e pentear meu cabelo rebelde é uma dificuldade — mas faço essas coisas rotineiramente porque elas precisam ser feitas, juntamente com muitas outras tarefas todos os dias que não são especialmente divertidas. Isso é disciplina pessoal e acaba depois sendo benéfico para aqueles que a exercitam. Acredite-me, após um pouco de tempo, a participação na igreja tornar-se-á um rotina tão natural que você ficará triste quando alguma circunstância o impedir de ir.  

Sim, sei que alguns de você podem estar pensando agora: "Mas você não conhece nosso pastor — ele é tão seco quanto um pão de três dias!" ou "Não aproveito nada de suas mensagens!" e "Ele é um professor, não um pregador" — o que me faz lembrar uma calorosa discussão entre um homem e sua mulher. O homem diz: "— Nunca mais vou voltar àquela igreja; as pessoas lá são muito frias e me tratam como se eu fosse um leproso." A mulher retruca: "— Mas, querido, você precisa voltar. Você é o pastor!".

Embora isto seja engraçado, os pregadores também são seres humanos, com sentimentos como todos os demais. Estamos plenamente conscientes de nossas limitações. Enfadar minha congregação é algo que realmente me preocupa, mas meu trabalho é pregar a Palavra, não entreter o público. Algumas vezes, a tentação de fazer isso é grande e quase não resisto. Mas, para ser fiel ao meu chamado, preciso enfatizar aquilo que é o mais importante. Você sabe onde está a "descrição do trabalho" de um pregador na Bíblia? (II Timóteo 4.1-5).
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Isso lhe dá uma melhor compreensão sobre "de onde vem o pregador?". Ele não precisa estar participando de um concurso de popularidade, e a capacidade de oratória não é um de seus pré-requisitos. Sua principal responsabilidade é "pregar a Palavra". Há um poder sobrenatural na Palavra de Deus. Os pregadores cometem um grande erro quando tentam divertir e entreter as pessoas para mantê-las alegres como membros da igreja.

O tamanho relativo da congregação deve ser determinado pelo Senhor somente — não pela nossa habilidade como bons apresentadores. Os planos e programas do pregador sempre precisam ser secundários e diretamente dependentes do que diz a Palavra. Enquanto seu pastor estiver firme na Palavra e pregá-la da melhor maneira que estiver ao seu alcance, dê-lhe seu total apoio e ore por ele. A oração intercessória da sua parte fará mais pelos sermões do seu pastor do que você pode imaginar! Se em sua opinião, os sermões dele são muito áridos, ore especificamente por isso. Talvez você venha a descobrir que o problema está em você e não nele!  

Os poucos fiéis - São a espinha dorsal da igreja. Digo frequentemente que 10% dos membros das igrejas acabam fazendo o trabalho que seria dos 100%. Isso não deveria ser assim, mas normalmente é o que acontece. Para esses, faço meu agradecimento pessoal e digo: "Muito bem, servo bom e fiel!" Acho que não falta muito tempo para que ouçam as mesmas palavras dos lábios de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Finalmente, no nosso texto do capítulo 10 de Hebreus, vemos que o autor instrui os crentes a se aconselharem e a se encorajarem uns aos outros "... e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia". A qual dia ele está referenciando aqui? Os mestres conservadores da Bíblia dizem que é uma referência ao "dia de Cristo" — os eventos do fim dos tempos, dos quais o período da tribulação é apenas uma parte. Quando os crentes virem os sinais e características desse tempo futuro acontecer, devem ser ainda mais diligentes em ir à igreja e em se associar com outros crentes, para que um encoraje e fortaleça o outro.

O próximo grande evento no calendário profético de Deus é o "Arrebatamento da Igreja", no qual Ele removerá sua verdadeira igreja (formada pelos verdadeiros crentes) da Terra em uma fração de segundo — "em um piscar de olhos", a Bíblia diz. Ninguém sabe a hora e a data exata do arrebatamento, mas podemos dizer que parece estar muito próxima. Quando esse grande evento ocorrer, dará início a um período de sete anos em que Deus derramará Sua ira, sobre Israel em particular, e sobre todas as nações do mundo em geral. Um homem que a Bíblia chama de Anticristo, que será possesso pelo próprio Satanás, aparecerá para governar o mundo por sete anos. Será o tempo mais horrível que este mundo já viu, ou verá. Por causa disso, Deus quer que seus filhos estejam alertas para os sinais da sua vinda.

Os sinais dos tempos — estão aí para vermos! Os eventos futuros ainda não ocorreram, mas todo o cenário está armado para que eles possam ocorrer a qualquer momento. Por exemplo, o livro do Apocalipse fala de um exército que virá do oriente formado por duzentos milhões de soldados! Até a metade do século 20, isso era considerado totalmente irrealista, mas agora sabemos que a China tem a capacidade de mobilizar um exército desse tamanho. Muitas outras coisas previstas na Bíblia, como esse exército, não são somente possíveis, mas já existem, aguardando apenas o tempo de cumprimento das respectivas profecias. Quando os prazos de Deus chegarem ao fim, o arrebatamento ligará a chave geral para o cumprimento de todos os eventos do fim dos tempos.  

Como o dia está se aproximando, você não acha bom se preparar para o que está por vir? Meu conselho é que aproxime-se mais do Senhor e dos seus irmãos em Cristo e depois trabalhe como nunca trabalhou antes, apoiando o pastor e sua igreja enquanto ainda há tempo. Existem muitas pessoas que não ouviram falar do amor de Cristo e existem santos que estão passando por dificuldades e que precisam da sua ajuda.

Envolva-se e seja um cristão fiel. É a minha oração por você.

Se você nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo como Salvador, mas entendeu que ele é real e que o fim dos tempos está próximo, e quer receber o Dom Gratuito da Vida Eterna, pode fazer isso agora, na privacidade do seu lar. Após confiar em Jesus Cristo como seu Salvador, você nasce de novo espiritualmente e passa a ter a certeza da vida eterna nos céus, como se já estivesse lá. Assim, pode ter a certeza de que o Reino do Anticristo não o tocará espiritualmente.  

Doze Razões Por Que Ser Membro de Igreja é Importante
1.    É bíblico. Jesus estabeleceu a igreja local, e todos os apóstolos realizaram seu ministério por meio dela. A vida cristã no Novo Testamento é uma vida de igreja. Hoje os cristãos devem esperar e desejar o mesmo;
2.    A igreja é seus membros. No Novo Testamento, ser uma “igreja” é ser uma de seus membros (leia Atos dos Apóstolos). E você quer ser parte da igreja porque foi ela que Jesus veio buscar e reconciliar consigo mesmo;
3.    Ser membro da igreja é um pré-requisito para a Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor é uma refeição para a igreja reunida, ou seja, para os membros (I Coríntios 11.20, 33). E você quer participar da Ceia do Senhor. O ser membro de igreja é a “camisa” que torna o time da igreja visível ao mundo;
4.    É a maneira de representar oficialmente a Cristo. Ser membro de igreja é a afirmação da igreja a respeito do fato de que você é um cidadão do reino de Cristo e, por isso, um representante autorizado de Jesus diante das nações. E você quer ser um representante oficial de Jesus. Intimamente relacionado a isto;
5.    É a maneira como o crente declara sua mais elevada lealdade. O fato de que você pertence ao time que se torna visível quando você veste a “camisa” é um testemunho público de que sua mais elevada lealdade pertence a Jesus. Provações e perseguição podem surgir, mas suas únicas palavras são: “Pertenço a Jesus”;
6.    É a maneira de incorporar e experimentar figuras bíblicas. É na estrutura de prestação de contas da igreja local que os cristãos vivenciam ou incorporam o que significa ser o “corpo de Cristo” o “templo do Espírito”, a “família de Deus” e todas as outras metáforas bíblicas (veja I Coríntios 12). E você quer experimentar a interconectividade do corpo de Cristo, a plenitude espiritual de seu templo, a segurança, a intimidade e a identidade comum da família de Deus;
7.    É a maneira de servir aos outros cristãos. Ser membro de igreja ajuda você a saber por quais cristãos, no planeta Terra, você é especificamente responsável para amar, servir, confortar e encorajar. Ser membro de igreja capacita você a cumprir suas responsabilidades bíblicas para com o corpo de Cristo (Efésios 4.11-16; 25-32);
8.    É o meio de seguir os líderes cristãos. Ser membro de igreja ajuda-o a saber que líderes cristãos, no planeta Terra, você é chamado a seguir e obedecer. Também lhe permite cumprir sua responsabilidade bíblica para com eles (veja Hebreus 13.7, 17);
9.   
Ser membro de igreja ajuda os líderes cristãos a liderar. Permite que eles saibam quais são, no planeta Terra, os cristãos pelos quais eles “hão de prestar contas” (Atos 20.28; I Pedro 5.2);
10. Ser membro de igreja capacita a disciplina eclesiástica. Dá a você o lugar prescrito biblicamente em que deve participar na obra de disciplina eclesiástica, de maneira responsável, sábia e amorosa (I Coríntios 5);
11. Provê a estrutura para a vida cristã. Coloca a afirmação individual do cristão de “obedecer” e “seguir” a Jesus em um ambiente de vida real, no qual autoridade é realmente exercida sobre nós (João 14.15; I João 2.19; 4.20-21);
12. Edifica um testemunho e convida as nações. Ser membro de igreja coloca o governo de Cristo em exibição para o mundo que nos observa (Mateus 5.13; João 13.34-35; Efésios 3.10; I Pedro 2.9-12). Os próprios limites que são traçados ao redor do ser membro de igreja produz uma sociedade de pessoas que convida as nações a algo melhor.

Conclusão
Portanto, todos os cristãos podem fazer tudo. Contudo, alguns são estabelecidos por Deus para funcionarem no corpo de uma forma e alguns outros de outra forma. Se agora alguém perguntar “qual é a minha função no corpo”, minha resposta será “vá até Deus e veja o que Ele quer que você faça”.

O título do papel não é o importante. Porque eu posso ter sido estabelecido para o corpo a fim de evangelizar, por exemplo, e nunca fazer isso. Por outro lado, se eu me tornar disponível para Deus Ele certamente me guiará para fazer o que Ele pensa que Ele necessita de mim para fazer no corpo.

Eu posso nem saber o título de minha função, mas isto não é o que conta. O que conta é me tornar disponível para Deus de forma que Ele possa me utilizar como um membro do corpo da forma que Ele pense como a melhor. Nós deveríamos portanto ir até Deus e pedir-lhe para nos mostrar o que Ele necessita de nós no corpo. Sua responsabilidade é nos mostrar o que Ele necessita de nós e nos guiar no caminho. Nossa responsabilidade e trabalho é estar disponível para Ele para tudo que Ele necessita de nós e agir quando Ele quiser que nós atuemos e conforme Ele queira que nós atuemos.



Jairzinho Viana
Apologista cristão, Ministro, Líder fundador da Igreja Pentecostal da Anunciação (IPA) na Cidade de Parauapebas e Presidente da Mesa Diretora.

Contato para agendas:
redencaodasalmas@gmail.com



Bibliografia:
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Corrigida e Fiel
Tassos Kioulachoglou – O Jornal de Precisão Bíblica
Pastor Ron Riffe - http://www.cuttingedge.org
O Mundo do Novo Testamento - Editora Vida
Jonathan Leeman. - Associação Igreja: Como o mundo sabe quem representa Jesus.