sábado, 1 de agosto de 2015

Divisor – Santo ou Profano

Sendo os crentes (do grego pistos cujo significado principal é o que confia, que tem fé, que crê, que é fiel), verdadeiros seguidores de Cristo e que aceitam, obedecem, ensinam e vivem voluntariamente debaixo do sistema teocrático (do grego Teo: Deus + cracia: governo), sem questionar uma letra que seja, formulamos a pergunta: o que influencia e/ou, o que conduz a tentar dividir a obra de Deus?

Seria ele um descrente (do grego apistos [ativamente] descrente, ou seja, sem fé cristã [especialmente] um pagão [passivamente] não confiável), disfarçado (lobo em pele de cordeiro) e dentro do rebanho de Deus, ou um dia fora luz e se deixou corromper?

Etimologia
A palavra Divisor, do latino dividĕre, tem sua origem no Grego Σχίζω e significa dividir, fender, partir, rachar. E no português do Verbo dividir que significa partir ou separar em diversas partes; desunir; apartar; fazer a operação matemática de divisão; estabelecer a discórdia; estabelecer a desinteligência.

O percussor da divisão
Dentro da palavra de Deus, enxergamos e compreendemos que, na criação dos seres celestiais, Deus criou dentre todos, um, e que foi ungido para cobrir (proteger):
Ø  (Ezequiel 28.14) – Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.

O Velho Testamento indica que este querubim foi criado por Deus como um anjo governante, com grandes poderes:
Ø  (Isaias 14.12) - Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!

E este tinha livre acesso aos céus e regia o coral celestial
Ø  (Jó 38.7) - Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?

Mas quem foi este querubim? Seu nome era Lucífer que segundo a tradução da Bíblia do Rei Jaime para a palavra em hebraico הֵילֵל (Isaias 14.12). Esta palavra, transliterada hêlêl ou heylel, aparece apenas uma vez na Bíblia Hebraica e de acordo com a influência da versão do Rei Jaime significa "o brilhante, estrela da manhã, Lucifer".

A palavra Lucifer provém da Vulgata, que traduz הֵילֵל como lucífer, significando "a estrela da manhã, o planeta Vênus", ou, como um adjetivo, "portador da luz". A Septuaginta traduz הֵילֵל para grego como ἑωσφόρος (heōsphoros), um nome, literalmente "o que traz o anoitecer", para a estrela da manhã.

Porém, contudo que recebera, sendo ele o mais formoso, pois era perfeito em sabedoria e seu resplendor era como a estrela da manhã, não se contentou com a sua posição privilegiada diante do trono de Deus, pois contemplava o trono do Altíssimo acima de todas as coisas, e seu coração foi corrompido, despertando o desejo ambicioso de dominar e controlar o Criador e a criação.
Ø  (Isaias 14.13-14) - E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte, subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.

Irradiava e fazia queimar uma glória terrível e tremenda, que nunca foi dele mesmo (esquecendo que Deus lhe dera para proteger e beneficiar os outros). Sem a misericórdia de Deus, trabalhou a fim de induzir o maior número possível de anjos a se rebelarem contra o Criador, mas como a onisciência de Deus é atuante, Deus lhe permitiu levar avante o seu plano, enganando a terça parte dos anjos de Deus. Estes foram derrotados e lançados em cadeias eternas:
Ø  (Judas 1.6) – E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;

Quanto ao agora anjo caído, Deus deixou solto por um pouco de tempo, apenas para provar as nações, porém tendo o seu nome um outro significado:
Ø  (Apocalipse 12.9) - E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.

Satanás ou Satã (do hebraico שָטָן, adversário, no koiné Σατανάς Satanás; no aramaico צטנא, em árabe شيطان) é um termo originário da tradição e mitologia judaico-cristãs e geralmente aplicado à encarnação do Mal em religiões ditas monoteístas.

A palavra שָטָן (significando adversário) assim como o árabe الشيطان (shaitan), derivam da raiz semítica šṭn, significando ser hostil. O Tanakh utiliza a palavra שָטָן para se referir a adversários ou opositores no sentido geral assim como opositores espirituais.

O termo grego Σατανάς aparece na Septuaginta apenas para os adversários humanos. No caso dos adversários angélicos a palavra grega diabolos é usada. No Novo Testamento os dois termos são intercambiáveis, embora diabo é usado quatro vezes para os humanos.
Ø  (João 6.70) - Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo.

Após várias comparações no que se refere as traduções sobre a origem das palavras Satanás e Diabo, atualmente é consensual entre religiosos seu significado: acusador ou caluniador para Diabo; e opositor ou adversário para Satanás.

Qual objetivo de Satanás
O objetivo de satanás é afastar as pessoas de Deus, e por meio do engano e da desavença, ele veio para roubar, matar e destruir:
Ø  (João 10.10a) – O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir;

Este projeto satânico consiste em destruir a vida no tempo presente (vida emocional e física) e também na eternidade (vida espiritual). Para cada pessoa ele tem uma estratégia de ação específica, mas como identificar estas estratégias e livrar-se delas?

Este espírito age do início da história até o fim:
Eva foi enganada no Jardim do Éden:
Ø  (II Coríntios 11.3) - Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.

E seguindo o exemplo de Eva, logo, Adão se deixar corromper:
Ø  (Gênesis 3.12) - Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.

O espírito de engano caracteriza o tempo do fim:
Ø  (I Timóteo 4.1-3) – Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;

Ø  (Marcos 13.6) – Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

Algumas estratégias de engano:
O inimigo usa dos mais variados e diferentes meios para introduzir o engano e assim seduzir os incautos e leva-los para o seu meio de trevas:

Transformar-se até em “anjo de luz:
Ø  (II Coríntios 11.14-15) - E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.

Enreda, prende, cativa, com filosofias e vãs sutilezas. O inimigo é sutil e usa de firmeza, delicadeza para introduzir o mal. A Bíblia adverte: “Que ninguém vos escravize”;
Ø  (Colossenses 2.8) - Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;

Ele usa de artimanhas, astúcias, e palavras vãs, ciladas, ardis. Isto acontece com o sexo oposto, com negócios, amizades, sociedades;
Ø  (Efésios 4.14) – Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.

O engano é muito forte dentro das igrejas: falsa piedade, rivalidade, ciúmes, competições, invejas, falsas profecias, falsas revelações.
Ø  (Efésios 5.6) - Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.

O inimigo é chamado de “o sedutor”, o que significa: aquele que atrai, que encanta.
Ø  (Mateus 13.22) - E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;

Todos os seguimentos da sociedade estão sob a influência de satanás. A Bíblia é clara quando diz que ele, o diabo, é o “sedutor de todo mundo”. Nações cultas, ricas, homens da alta sociedade, pessoas tidas com eruditas, o sistema financeiro, o mundo inteiro está enredado no maligno.
Ø  (I João 5.19) - Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.

Exemplos na Santa Escritura
Nas Sagradas Escrituras, o Senhor Jesus nos mostra várias passagens onde ocorre a desavença, termo desencadeado pelo engano, que usaremos para demonstrar o perigo da ação de um divisor, dentro da Obra do Senhor.

No Éden, vemos a figura do anjo caído (Satanás) aparecendo como uma serpente, pronta e apta para enganar o homem, tomando a mulher como vaso mais fraco. Satanás em suas investidas, procurou usar alguma coisa que fosse familiar ao homem. Como tinha convivência com os animais, o inimigo escolheu a mais frágil das alimárias: a serpente.

Podemos ver que a arma usada por Satanás contra o homem, foi exatamente a palavra de Deus, porém de uma forma distorcida, adulterada e enganadora, a fim de induzir a mulher a transgredir e assim dividir e destruir. O divisor é sempre astuto e hábil.
Ø  (Gênesis 3.1-3) – Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

Coré, Datã e Abirão – Divisores do ciúme
Estes três cooperadores da Obra de Deus levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação, chamados à assembléia, homens de posição.

Consideravam-se fortalecidos e cheios de razão, pois convenceram e arrastaram após si dirigentes das congregações e grande parte do povo de Israel, fazendo com que se unisse a eles, ao mesmo tempo que se levantava contra Moisés e Arão:
Ø  (Números 16.1-3) - E Coré, filho de Jizar, filho de Coate, filho de Levi, tomou consigo a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rúben. E levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação, chamados à assembléia, homens de posição, E se congregaram contra Moisés e contra Arão, e lhes disseram: Basta-vos, pois que toda a congregação é santa, todos são santos, e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor?

Moisés, percebendo a divisão, decide fazer um desafio e também se prepara para fazer uma prova;
Ø  (Números 16.5) -  Quando Moisés ouviu isso, caiu sobre o seu rosto. E falou a Coré e a toda a sua congregação, dizendo: Amanhã pela manhã o Senhor fará saber quem é seu, e quem é o santo que ele fará chegar a si; e aquele a quem escolher fará chegar a si.

O desafio de Moisés foi decisivo. Ele fez a prova porque sabia que a divisão nunca foi de Deus, mas sim do dragão, a antiga serpente, chamado diabo e satanás.

Deus, através de Moisés, adverte ao povo de Israel que restou da divisão, dizendo:
Ø  (Números 16.26) - E falou à congregação, dizendo: Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes homens ímpios, e não toqueis nada do que é seu para que porventura não pereçais em todos os seus pecados.

Moisés disse ao povo de Deus:
Ø  (Números 16.28-30) - Nisto conhecereis que o Senhor me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não procedem. Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados como são visitados todos os homens, então o Senhor não me enviou. Mas, se o Senhor criar alguma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao abismo, então conhecereis que estes homens irritaram ao Senhor.

E Deus confirmou as palavras de Moisés, pois este estava mostrando ao povo de Israel que a divisão causada por Coré, Datã e Abirão, não era nada procedente de Deus. Os divisores afirmavam que Deus era com eles, porém sua atitude foi a divisão, incitando povo contra Moisés e contra Arão.

Então, depois das palavras de Moisés, a terra abriu a sua boca e os tragou vivos. E os 250 homens de nome, que eram os maiorais da congregação do povo de Israel, foram consumidos na hora pelo fogo do Senhor:
Ø  (Números 16.32-33) - E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao abismo, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação.

Balaão – O divisor avarento
Deus era de tal maneira com o profeta Balaão em dons, que a quem ele abençoava, era realmente abençoado e o que ele amaldiçoava, era amaldiçoado:
Ø  (Números 22.6b) - Porque eu sei que, a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado.
Deus o usava de forma tremenda com os dons de revelação, que o profeta tinha visões com olhos abertos:
Ø  (Números 24.15-16) - Então proferiu a sua parábola, e disse: Fala Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos; Fala aquele que ouviu as palavras de Deus, e o que sabe a ciência do Altíssimo; o que viu a visão do Todo-Poderoso, que cai, e se lhe abrem os olhos.

Balaão, este profeta tão usado por Deus, trocou de lado, abandonou a luz para seguir as trevas por causa de interesses matérias, (ambição por dinheiro) pois o Rei Balaque lhe mandou dizer:
Ø  (Números 22.5-6) – Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra, e está parado defronte de mim. Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu. 

Balaão não foi, mas ficou muito interessado, tanto que, mesmo sabendo que não deveria ir com os moabitas por serem eles um povo que lutava contra o povo de Deus, Balaão pediu que os mensageiros de rei Balaque passassem aquela noite em sua casa, pois no outro dia ele daria a resposta. Lembre-se de que a comitiva levava nas mãos o preço dos encantamentos para Balaão:
Ø  (Números 22.7-8) - Então foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas suas mãos; e chegaram a Balaão, e disseram-lhe as palavras de Balaque. E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar; então os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão.

Observem que o rei Balaque foi insistente para poder corromper o Profeta Balaão. E por que ele foi insistente?

Vejamos que naquela noite veio o Senhor Deus e perguntou ao profeta Balaão:
Ø  (Números 22.9-12) - Quem são estes homens contigo? Balaão disse: Eles vieram a mim e querem que eu vá com eles para amaldiçoar o povo de Israel. O Senhor lhe respondeu: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito.

O rei Balaque recebeu a notícia de que Balaão não veio com os seus mensageiros, e também foi informado de que o profeta ficou muito interessado no assunto. Balaão já tinha perdido o temor de Deus, e era uma grande vantagem pessoal aceitar as fortunas do rei Balaque.

O rei Balaque enviou a Balaão a segunda comitiva de príncipes do seu reinado, cujo membros eram mais honrados do que os primeiros, para convencer Balaão a ir até o rei Balaque, a fim de fazer fracassar o povo de Israel. Disseram eles a Balaão palavras do rei Balaque:
Ø  (Números 22.17) - Porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me disseres; vem, pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo.

Cada vez crescia a ambição do profeta pelas fortunas que o rei Balaque lhe oferecia, de tal maneira que, com seu coração corrompido, já dava preferências ao rei Balaque, desprezando o povo de Deus. Balaão estava disposto a lutar do lado daquele se declarava contra o povo de Israel.

Novamente Balaão pede aos príncipes de Balaque que passem a noite em sua casa, pois ele iria consultar outra vez a Deus, para ver se poderia ir ou não com os príncipes até Balaque, rei dos moabitas.
Ø   (Números 22.20-21) - Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que eu te disser. Então Balaão levantou-se pela manhã, e albardou a sua jumenta, e foi com os príncipes de Moabe.

Alguém pergunta: como pode um homem conhecedor de Deus, com os dons de Deus, que tinha suas palavras confirmadas por Deus, que tinha visões de olhos abertos, e a quem abençoava era abençoado, mudar assim seu coração e o seu propósito com Deus?

Tudo foi por causa dos interesses pessoais e da ambição pelas fortunas, riquezas e honras que esperavam por ele no reinado de Balaque. Tanto que Balaão insistia com Deus, que lhe permitisse deixar o rebanho do Senhor para ir lutar do lado de quem só desejava a derrota de Israel, isto é, Balaque:
Ø  (Números 22.19) - Agora, pois, rogo-vos que também aqui fiqueis esta noite, para que eu saiba o que mais o Senhor me dirá.

Vamos recordar que quando vieram os primeiros mensageiros do rei Balaque, trazendo consigo convite de Balaque a Balaão, também trouxeram uma soma importante que era o preço da aceitação de Balaão ao seu convite (Números 22.7).

Vejam a resposta de Deus naquela noite em que Balaão disse aos mensageiros de Balaque que passassem a noite ali, pois no dia seguinte lhes daria a resposta:
Ø  (Números 22.9) - E veio Deus a Balaão: e disse: Quem são estes homens que estão contigo?

Agora, vamos perguntar para nós mesmos: Será que Deus, que fez esta pergunta a Balaão, não sabia a causa da visita daqueles príncipes do rei Balaque à casa de Balaão? Lógico que sim.

Logo que Balaão deu a sua explicação ao Senhor, dizendo-lhes: Eles querem, Senhor que eu vá com eles par amaldiçoar o povo de Israel, porque disse o rei Balaque que o povo de Israel cobre toda a face da terra, e que se eu for com ele, então poderá pelejar contra Israel (Números 22.9-11), então disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito. Observe aqui, que Deus já cortou nesta palavra o poder que tinha Balaão nas suas palavras.

Vejam a insistência de Balaão em receber de Deus a autorização para ir com o rei Balaque, mesmo sabendo que a sua missão lá seria lutar por Balaque e não por Israel: na segunda vez em que o rei Balaque enviou os príncipes a Balaão, este pede que passem aquela noite na sua casa, para ver o que Deus falaria com ele (Números 22.19).

Lembrem-se: naquela noite, veio Deus a Balaão e disse: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito, mas, mediante a insistência de Balaão, querendo ir para o lado de Balaque, veio, pois, o Senhor a Balaão, de noite e disse-lhe: Se aqueles homens te vierem chamar, levante-te e vai com eles; todavia, farás o que eu te disser".

Mais uma vez podemos ver Deus cortando o poder de Balaão, para ele não cumprir o objetivo de Balaque. Mais tarde, a ira de Deus se acendeu contra Balaão, porque ele se ia com Balaque, mas o Senhor Deus não disse "vai". O coração de Balaão já estava apartado do Senhor, e desde então o Anjo do Senhor pôs-se lhe no caminho por adversário (Números 22.20-22).

Você sabe qual foi o fim de Balaão: ele foi morto à espada e sem Deus:
Ø  (Josué 13.22) - Também os filhos de Israel mataram à espada a Balaão, filho de Beor, o adivinho, com os outros que por eles foram mortos.

Absalão – Divisor em família
O divisor não nasce somente em uma Igreja, nasce também em meio a uma família, não importando o seu nível social, pois quanto maior for o nível social, maior será a divisão.

No reinado de Daví, Absalão, que além de divisor também era assassino de Amnom, seu irmão:
Ø  (II Samuel 13.28) - E Absalão deu ordem aos seus servos, dizendo: Tomai sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre do vinho, e eu vos disser: Feri a Amnom, então o matareis; não temais: porque porventura não sou eu quem vo-lo ordenei? Esforçai-vos, e sede valentes.

Após retornar do exílio à Jerusalém, assentou em seu coração dividir o reino do seu pai e usurpar o trono real, não aceitando, da mesma forma que Satanás, a condição de príncipe. Absalão começou a agir como Satanás agiu com os seus anjos, e se posicionou na porta da cidade, ocupando uma posição de uma pessoa para a qual todos levavam suas demandas. Absalão chamava as pessoas que costumavam ir ter com Davi, e lhes julgava as causas
Ø  (II Samuel 15:3-5) -  Então Absalão lhe dizia: Olha, os teus negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do rei. Dizia mais Absalão: Ah, quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça! Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e pegava dele, e o beijava.

Vemos que Absalão mostrava-se contra as determinações de seu pai, o rei e usava de astúcia para agradar o povo, com objetivo de criar um reino paralelo e dividir o reino de seu pai.

Podemos ver em vários pontos, Absalão apresentar atitudes e maneiras de agir comuns a Satanás. Isto porque ninguém que tenha o Espírito de Deus pensa em dividir a obra. Sabemos que quando uma pessoa possui o Espírito Santo, ao assumir um trabalho na obra de Deus, jamais irá parar o que estava em andamento (se obedecer ao governo de Deus), mas simplesmente dará continuidade ao trabalho de seu antecessor.

Deus não desamparou o rei, ainda que o ocorrido resultasse na morte de Absalão, contra a vontade de Davi:
Ø  (II Samuel 18.14-15) – Então disse Joabe: Não me demorarei assim contigo aqui. E tomou três dardos, e traspassou com eles o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho. E o cercavam dez moços, que levaram as armas de Joabe. E feriram a Absalão, e o mataram.
  
Ø  O fim de todo divisor é a morte, tanto espiritual como física.

Podemos ver o exemplo de Daniel, quando este entende a profecia do profeta Jeremias em relação às setenta semanas:
Ø  (Daniel 9.2-3) - No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos. E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.

Daniel segue profetizando segundo a mesma inspiração que teve Jeremias.
Ø  (Jeremias 25.11-12) -  E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; e estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei de Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a sua iniquidade, e a da terra dos caldeus; farei deles ruínas perpétuas.

Seba – Divisor egoísta
Seba intentou fazer um povo para si. Então, depois de tudo preparado, ele toca a buzina em sinal de alerta para dar as novas ao povo de Deus, e, para surpresa do rei Davi, as novas de Sebá foram as seguintes: Desde agora não temos obrigação, responsabilidade, nem parte alguma em Davi, nem temos nenhuma herança no filho de Jessé:
Ø  (II Samuel 20.1) - Então se achou ali por acaso um homem de Belial, cujo nome era Seba, filho de Bicri, homem de Benjamim, o qual tocou a buzina, e disse: Não temos parte em Davi, nem herança no filho de Jessé; cada um às suas tendas, ó Israel.

A influência de Seba, filho de Bicri, sobre o povo de Israel era muito forte, de tal maneira que ele, com artimanha, hipocrisia e bajulação, ganhou o coração do povo para si.
Quando Seba deu o grito, ao toque da buzina, o povo deu ouvido a sua voz, deixando de seguir a Davi, que foi escolhido e ungido pelo Senhor, para seguir a ele, Seba o bajulador, o hipócrita, o enganador:
Ø  (II Samuel 20.2) - Então todos os homens de Israel se separaram de Davi, e seguiram Seba, filho de Bicri; porém os homens de Judá se uniram ao seu rei desde o Jordão até Jerusalém.

Mas como em todas as divisões nem todos caem, sempre há aqueles que não se confundem com nada, e por nada desta vida concordam com a ação de divisores, porque são estudiosos da Palavra de Deus. Foi este o caso daquele povo que não seguiu Seba, o qual, em pouco tempo, causou um transtorno tal em Israel, que quase destruiu o povo que o seguiu:
Ø  (II Samuel 20.13-15) - E, como estava removido do caminho, todos os homens seguiram a Joabe, para perseguirem a Seba, filho de Bicri. E ele passou por todas as tribos de Israel até Abel, e Bete-Maaca e a todos os beritas; e ajuntaram-se, e também o seguiram. E vieram, e o cercaram em Abel de Bete-Maaca, e levantaram uma barragem contra a cidade, e isto colocado na trincheira; e todo o povo que estava com Joabe batia no muro, para derrubá-lo.

Entretanto, quando a mortandade estava prestes a acontecer, então a justiça de Deus se manifestou no meio daquele povo que foi enganado pelo divisor Seba, de forma que em lugar da destruição total de uma cidade e de um povo e de todo povo que foi enganado, apenas o divisor foi exterminado, e a cidade e o povo em geral ficaram em paz:
Ø  (II Samuel 20.22) - E a mulher, na sua sabedoria, foi a todo o povo, e cortaram a cabeça de Seba, filho de Bicri, e a lançaram a Joabe; então este tocou a buzina, e se retiraram da cidade, cada um para a sua tenda, e Joabe voltou a Jerusalém, ao rei.

Irmãos e irmãs, não ponham em perigo as suas vidas, dando ouvidos àqueles que se transformaram em divisores como Seba e tantos outros, dos quais conhecemos seu passado registrado na Santa Bíblia, e cujo fim foi ruína e destruição total.

Jeroboão – O divisor idolatra
É normal que o divisor sempre trate de bajular o povo, fazendo-se de mal-intencionado. Vejamos o que dizia Jeroboão ao povo de Israel: Vamos preparar para vocês dois lugares de adoração, um em Betel e outro em Dã. E não será mais necessário que vocês tenham que ir à casa do Senhor, em Jerusalém:
Ø  (I Reis 12.26-29) - E disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o reino à casa de Davi. Se este povo subir para fazer sacrifícios na casa do Senhor, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu Senhor, a Roboão, rei de Judá; e me matarão, e tornarão a Roboão, rei de Judá. Assim o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro; e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito. E pôs um em Betel, e colocou o outro em Dã.

Porque dizia Jeroboão: Se este povo subir para fazer sacrifício na casa do Senhor, em Jerusalém, o coração deste povo não estará comigo (I Reis 12.27). Foi tão grande a sua astúcia com o povo de Deus, que Jeroboão fez dois bezerros de ouro, colocando um em Betel e outo em Dã, e induziu o povo de Deus a adorá-los. E ainda mais: Para cativar seus seguidores, Jeroboão lhes oferecia cargos elevados, até mesmo o sacerdote.

Geralmente, os divisores seguem esta linha, oferecendo isso e aquilo ao povo, tratando de cativar as pessoas para que deixem de seguir a verdade e viver na mentira.

Hoje, também existem membros, obreiros, dirigentes e até responsáveis de regiões que deixem transparecer que não apoiam a união dos irmãos e irmãs de suas regiões com as outras congregações de sua igreja, como, por exemplo, nas confraternizações, escola bíblica, cultos de ensinamentos, campanhas, vigílias, reuniões ministeriais, festas e outros eventos que trazem a união do povo de Deus.

Muitos até mesmo ameaçam os membros ou congregados, que se forem para as outras congregações de seu próprio Ministério, Deus vai cobrar duramente, pois eles têm que congregar somente naquela igreja (endereço) e não podem confraternizar com os membros de outro endereço.

Jeroboão colocava dificuldades e obstáculos para o povo de Deus não ir adorar ao Senhor em Jerusalém, dizendo que seria muito difícil e trabalhoso para o povo de Israel ir até lá (I Reis 12.28), mas na verdade Jeroboão tinha outros interesses (pessoais), que não eram o de agradar a Deus.

Talvez você tenha percebido ações e atitudes semelhantes às de Jeroboão em certos irmãos dentro de sua igreja, mas você não vai concordar com eles, pois o fim de todo divisor é a morte e quem é cumplice, compactua da mesma penalidade.

Dissensão em Corinto – Paulo e Apolo
Um espirito mundano e a falta de espiritualidade causam dissensões e adversidades na Igreja de Corinto. Por quê?
Ø  (I Coríntios 1.10) - Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.

Apolo era um importante obreiro da Igreja primitiva. Nasceu e foi educado na " segunda Atenas", isto é, a cidade de Alexandria, no Egito. Teve importância social entre o limitado número de judeus que possuíam cidadania alexandrina:
Ø  (Atos 18.27) - Querendo ele passar à Acaia, o animaram os irmãos, e escreveram aos discípulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam.

Como homem instruído, recebeu formação de nível universitário na arte de falar bem e com eloquência, na valorizada educação grega. Era um ensino disponível apenas para elite, devido aos seus elevados custos. Lucas diz que Apolo era "poderoso" no uso das Escrituras.

Apolo queria exercer seu ministério do outro lado do mar Egeu, na província de Acaia, cuja capital era Corinto. A Igreja em Éfeso o encorajou a ir. Escreveram uma carta de recomendação para os cristãos coríntios, pedindo que o recebessem. Nessa época, Priscila e Áquila eram o elo entre as duas igrejas (Atos 18.2). Apolo fortaleceu grandemente a comunidade cristã de Corinto. Permanecendo por algum tempo na cidade, e engajou-se numa obra promissora.

Com o retorno do Apolo a Éfeso, os crentes que se converteram por meio de suas pregações viram a si mesmos como pertencentes a ele. Os coríntios o convidaram para trabalhar em sua cidade, desconsiderando Paulo, embora o apóstolo tivesse exercido um ministério eficiente na cidade por anos.

Paulo não demonstrou qualquer ressentimento contra Apolo, quando escreveu aos coríntios. Ele apenas se recusou a envolver-se com métodos seculares de pensamento dos crentes daquela igreja. O apóstolo condena a competição entre suas qualidades e as de Apolo, ao chamar tal atitude de "imatura" e "mundana".
Ø  (I Coríntios 3.1-3) -  E Eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?

Ciúmes e rivalidade entre professores eram exatamente o que os mestres e discípulos seculares promoviam com seu espirito competitivo na luta pela reputação de suas escolas e por maior influência nas assembleias.

Tanto Paulo como Apolo eram de tal estatura espiritual, que nenhum dos dois reagiu ao jogo de poder dos coríntios, mas continuaram empenhados em prol do bem-estar da igreja.

Sintomas perigosos dos Cooperadores
Apóstolo Paulo, em campo de missão, já de antemão prevenia os seus cooperadores para ficarem atentos a respeito de homens volúveis que surgiriam dentro da própria Igreja de Cristo, os quais causariam divisões, quando, muitos dentre o povo de Deus, na sua simplicidade, poderiam até mesmo ser enganados.
Ø  (Atos 20.27-31) - Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue, porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si, portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.

Mas quem são os cooperadores de que a bíblia relata:
Ø  (I Coríntios 3.9) - Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.

Essa chamada Paulo faz para que ninguém se sinta mais ou maior que ninguém. Para que não se faça acepção de pessoas. Todos nós somos chamados segundo o propósito de Deus. Todos nascemos para o louvor de Sua Glória. Ninguém tem méritos, ninguém é mais.

Enquanto os homens estão presos a estas questões é sinal claro de que ainda não nasceram de novo. Paulo diz: Não é assim que vocês mostram que ainda são carnais e andam segundo os valores e padrões humanos?

Somos cooperadores de Deus, mesmo quando alguns estufam o peito e bradam para os novos convertidos que são cooperadores de Deus, dizendo, e verdadeiramente achando, que sabem de tudo, são mais velhos na Obra, já tem os principais Dons Espirituais, que Deus precisa deles, sem eles a Obra não cresce, sem a oração deles não acontece nada dentro da igreja, não tem fogo, não tem milagre, não tem multidão e que se não são eles, não será ninguém.

Mas esquecem do que Paulo escreveu “somos lavoura e edifício de Deus”. Somos cooperadores porque nos é concedido o privilégio de participar da obra que Deus está realizando. No entanto, não podemos esquecer jamais que somos lavoura de Deus. Ele trabalha em nós todo o tempo e em todas as circunstâncias. Ele nos cultiva, aduba, limpa, poda.

Damos fruto porque Ele trabalha em nós e, felizmente, jamais desiste de quem quer que seja. É Jesus quem nos cultiva e sustém. Somos edifício de Deus porque Jesus, através de Sua Palavra, nos edifica e sustém. Nós existimos porque Ele permite; somos porque Ele É em nós.

Geralmente, as divisões surgem quando a essência da fé se torna um fracasso, dando lugar para a blasfêmia, a inveja, a mentira, a soberba, o orgulho pessoal e assim promove desvio da verdadeira doutrina, que é consistente por meio do Espirito da Piedade. Alguém ensina outra doutrina e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade.
Ø  (I Timóteo 6.4-5) – É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas. Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.

A blasfêmia é o ato de promover desonra em tudo aquilo que é digno de honra.
Ø  (II Timóteo 2.17-18) - E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.
O inimigo não para de induzir. Ainda nesta presente época, mesmas coisas se repetem, pois, o Apóstolo Paulo preveniu a Timóteo com as seguintes palavras: Assim como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim os opositores resistem na presente época:
Ø  (II Timóteo 3.8-9) - E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.

A Igreja de Pérgamo e os Nicolaítas
A Igreja de Pérgamo foi ameaçada por abrigar (aceitar) seguidores da doutrina dos Nicolaítas, cuja característica pela qual são mais lembrados é a sua posição em relação ao casamento. Segundo alguns, eles defendiam a poligamia (ou ter esposas em comum), o que é contrário a Palavra de Deus.
Ø  (Apocalipse 2.15) - Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio. Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca.

Em sua etimologia, Nico significa "conquistar" em grego e laíta significa "pessoas" (ou "povo"); daí a palavra pode significar "conquistador de pessoas" ou "conquistador das pessoas".

Todavia, "Nicolaíta" é o nome dado aos seguidores do herético Nicolau (grego: Nikolaos) - o nome por si significando "vitorioso sobre as pessoas" (do grego "Nike" - vitória) ou "vitória das pessoas", que teria recebido ao nascer.

Em uma versão alternativa: Em Grego "Nikao" significa "conquistar" e "laíta" é uma derivação "laikos" que vem de "laos" que significa "os "leigos", povo, a massa, a plebe, aquele que não tem conhecimento aprofundado em determinada área", o nome significa "conquistando os leigos".

Já o pastor da Igreja de Éfeso, por sua vez, foi mais prudente:
Ø  (Apocalipse 2.6) - Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.

A diversidade de Cooperadores Ministeriais
Dentro da Igreja, na Obra de Deus, na Seara do Senhor existe uma diversidade de cooperadores, todos interessados em fazer o trabalho para qual Deus os chamou, cooperadores esses que iremos descrever abaixo:
Ø  (Efésios 4.11-12) - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;

Plantador de semente da Palavra - O que planta, ou que chega primeiro para pregar em determinado local (o missionário, o apóstolo). A semente que deve ser plantada é a mensagem da cruz, pois Ela atrai o pecador assim como a serpente atrai suas vítimas, por isso Jesus disse que atrairia a todos na cruz assim como a serpente de bronze levantada no deserto.

Regador da planta - Aquele que discípula, ajuda no crescimento (o evangelista). O regador deve ter muitos orifícios para aguar a planta por inteiro, assim o discipulador deve ajudar o novo convertido em todas as áreas de sua nova vida, agora em Cristo.

O cooperador com todos - O novo convertido precisa se engajara na obra de Deus, precisa entender que Deus o chamou para a salvação das almas. Assim esse cooperador é aquele que treina e leva o novo convertido ao campo de batalha (o profeta). Esse novo convertido deve receber poder e intimidade com o Espírito Santo para essa tarefa.

O edificador - Esse cooperador é aquele que traz ânimo ao novo convertido, visita-o e aconselha-o, ensina-o sobre as doutrinas básicas da igreja, bem como, seus costumes e modos de comportamento diante da sociedade em que vive. Esse deve ser um cooperador experimentado na vida cristã (o pastor). Ele deve ter uma visão de águia, ou seja, uma visão geral da obra de Deus e de como utilizar cada crente nessa obra, de acordo com a aptidão espiritual de cada um.

O Alerta - Existe o cooperador que adverte a igreja, aquele que ensina de maneira o mais compreensível possível, aquele que sistematiza o ensino da Palavra de Deus e a expõe aos ouvidos dos que desejam ouvir a voz do Espírito Santo (o mestre, o professor). É um desenvolvedor de qualidades do fruto do Espírito Santo no crente. Esse cooperador chama a atenção da igreja para o futuro encontro no tribunal de Cristo.

O destruidor - É aquele que não considera seu corpo como templo de Deus, aquele que pensa que Deus só quer a alma e o espírito, vive de diversão em diversão, não sofre, não intercede. A vida cristã para esse é uma festa, é um falso cooperador, um péssimo exemplo.

Tipos de Cooperadores
Uma vez que já conhecemos o plano de Deus para os Cooperadores no labor ministerial, veremos agora os tipos de cooperadores, que mesmo conhecedores da vontade de Deus, se apresentam da forma como lhe convém.
Ø  (II Timóteo 2.15-16) - Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade, mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade.

Cooperador critico – Sempre insatisfeito e insensível. Estão na igreja, mas não são igreja (pedras de tropeço), por muito criticar, são os que menos fazem ou nada fazem.

Cooperador curioso – Apenas assiste. Estão presentes apenas para ver o que vai acontecer, envolvidos e não comprometidos. Não oram, não ajudam e não dizem absolutamente nada, são indiferentes e às vezes ainda atrapalham os outros que querem servir a Deus. Tenta arrancar informações da vida dos outros, e frequentemente, não consegue guardar confidências. Ao final, as pessoas acabam deixando de procurar, por esse cooperador na igreja.

Cooperador posição - Tem a necessidade de exercer controle: É autoritário, e gosta de “endireitar os outros”, dar conselhos (mesmo sem ser solicitado) e fazer o papel da pessoa que resolve todos os problemas. Sempre confundindo as pessoas com seus próprios conselhos, em vez ser guiado pela palavra de Deus. No final é chamado de controlador porque ele realmente não ajuda, somente tenta controlar outros e não é controlado por Deus.

Cooperador sentimental - Tem a necessidade de socorrer: Esse tem um desejo sincero de ajudar, mas tira a responsabilidade das pessoas de enfrentarem seus problemas, porque adota uma atitude que diz: “você não tem condição de resolver; deixe comigo”. Quando não consegue cumprir o que prometeu, o cooperador se sente culpado, inadequado, frustrado e relapso. Desiste de ajudar os outros.

Cooperador indeciso - Não sabe o que quer, sempre está com dúvida. Duvida do seu chamado para obra de Deus, muitas vezes se torna ineficaz na obra do Senhor, porque não distingue com clareza o seu papel, suas responsabilidades e o seu chamado.

Cooperador impaciente - Tem muito desânimo quando não vê progresso imediato. A resposta de suas orações ou reconhecimento do seu serviço na igreja. O mais comum é levar um tempo até que esse cooperador abandone sua maneira de pensar e crer na obra do Senhor, e volta ao seu comportamento anterior, de velha criatura tentando substituir por algo novo, rápido e prazeroso.

Cooperador orgulhoso - Impõe um fardo de acreditar que deve ser perfeito, saber sempre o que dizer e o que fazer, nunca cometer erros e ter sempre o conhecimento e a habilidade necessária para resolver qualquer problema. Não aceita ser corrigido por ninguém, sempre sabe tudo. Cooperador deste tipo têm dificuldades de admitir suas próprias fraquezas e falta de conhecimento, ele fica tão ansioso de ser bem-sucedido que se torna artificial, distante, orgulhoso e até pretensioso.

Cooperador de Deus - Pontual ao chegar na igreja. Maneja bem a palavra de Deus, ensina com dedicação, aconselha os novos cooperadores como servir ao Senhor na igreja. É amigo do bem, e nunca se alia com os que se levantam contra o pastor, a igreja, membros, e outros trabalhadores. Não repreende sem fundamento bíblico. Ajuda nos serviços da igreja com fidelidade. Se cala diante de erros, aceita correção e confia na Justiça do Senhor. Serve com alegria e não por obrigação à igreja do Deus Vivo. Não deixa que os membros da igreja venham lhe dominar, mas assume e reconhece o chamado que tem diante do Senhor.

Sabe se apresentar aos visitantes mostrando alegria e otimismo. Sabe aconselhar os membros da igreja com uma palavra de sabedoria e autoridade. Não faz nada que esteja além da sua função e autoridade na igreja. Sempre mostra amor pelas almas perdidas. Participa ativamente dos propósitos na igreja e sempre à disposição e em oração. Nunca está parado na obra do Senhor e vive uma vida de santidade e temor na presença de Deus.    

Conclusão
Vejamos as palavras do Apóstolo Judas, acerca do que são estes divisores, bem como o término de sua caminhada e dos que os seguem:
Ø  (Judas 1.10-19) -  Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem. Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré. Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas. E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse. Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito.

O diabo é o pai da mentira (João 8.44), o enganador, o sedutor. O momento que vivemos é muito complexo, difícil; o divisor de águas, a linha divisória entre o engano e a verdade é tênue. O diabo tem enganado desde o início da história, mas nós, os filhos de Deus, não seremos presas suas. Jesus Cristo disse:
Ø  (João 8.12) – Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.

O nosso Salvador manifestou-se para desfazer toda obra do diabo:
Ø  (I João 3.8) - Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.

O orgulho pessoal, a exaltação do ego, do próprio eu (Deus me usa, Deus me mostra, Deus me fala), é que lança raízes para se criar um divisor ministerial:
(Ezequiel 28.17) - Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.

Em toda a Escritura Sagrada, não encontramos um só caso onde o orgulho pessoal tenha triunfado sobre a humildade, muito pelo contrário, se o crente quiser vencer o seu adversário, terá que lembrar que a sabedoria humana não vence a Satanás:
Ø  (Ezequiel 28.3) – Eis que tu és mais sábio que Daniel; e não há segredo algum que se possa esconder de ti.

Mas a humildade sim; ela prevalece sobre as forças de Satanás:
Ø  (Mateus 11.29) – Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.

Jesus claramente nos deixa exemplos de que nós temos que anular o nosso ego, o orgulho pessoal, para que possamos nos encher da humildade de Cristo. Porque a humildade de Cristo é temor, é sabedoria:
Ø  (Jó 28.28) – E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência.

A soberba e a inveja, também tem relação com orgulho pessoal:
Ø  (Marcos 7.21-23) – Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.

A Inveja é um mal que corrói o homem, Salomão nos fala que a inveja é a podridão dos ossos (Provérbios 14.30b). Um crente que carrega este mal consigo é como um câncer em meio à congregação:
Ø  (Eclesiastes 4.4) - Também vi eu que todo o trabalho, e toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também, isto é, vaidade e aflição de espírito.

Pois acaba revelando todos os males de seu coração e manifestando a natureza de Satanás. Assim iniciam as facções, divisões, grupos, panelinhas, dentre outros (II Samuel 15.2-6), semelhantemente, Satanás procedeu com os anjos no céu até ganhar a sua confiança, e enganou a terça parte.

O divisor, quando começa a conquistar as pessoas, tem como único objetivo montar seus grupos, de forma a encontrar apoio e força para resistir ao seu superior, e quando não alcança seu objetivo, ele começa a falar mal da Igreja, do líder, do pastor, agora não aceitando mais a doutrina aplicada pelo ministério. O que outrora, era uma doutrina santa e pura, agora é do homem e profana, ele procura, dentro da palavra de Deus, justificar as suas aberrações, quando a Bíblia nunca justifica erros de ninguém.

Estes são males que conduzem o homem a criar em seu coração a autossuficiência, ou seja, ele não precisa das pessoas que estão à sua volta, afinal, ele é uma pessoa altamente capacitada, bem-sucedida, não acata ordens nem orientações de superiores. A soberba faz com que o homem passe a ver os seus companheiros de uma forma inferior e em seu orgulho, não aceita nem mesmo conselhos de pessoas menos graduadas do que ele.
Ø  (II Timóteo 3.2-5) - Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

Através da Santa Escritura, aprendemos a nos despojar do velho homem, e a nos revestir do novo:
Ø  (Efésios 4.22-24) - Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.

Anulando, assim, toda a nossa formação anterior, a fim de podermos nos apresentar diante de Cristo, da mesma maneira que Ele se apresentou diante do Deus Todo Poderoso:
Ø  (Efésios 5.26-27) - Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.

Nas religiões pagãs, prega-se a existência de um Deus interior, que cada um de nós somos um Deus, e que por isso somos autossuficientes. Esse tipo de pensamento anula o valor do Sacrifício Vicário na Cruz do Calvário.

Como não se deixar enganar
Com vigilância e oração:
Ø  (Mateus 26.41) – Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
Ø  (I Pedro 5.8) - Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;

Com firmeza na Palavra, pois a Palavra de Deus (Bíblia) é o referencial, a bússola e nada além ou aquém da Palavra:
Ø  (Salmos 119.105-106) - Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho. Jurei, e o cumprirei, que guardarei os teus justos juízos.

Ter uma vida de testemunho e a cobertura do Sangue do Cordeiro, Jesus Cristo:
Ø  (Apocalipse 12.11) - E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.

Buscar o dom de discernir os espíritos:
Ø  (1Coríntios 12.10-11) - E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas, mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.

Com vida no Espírito Santo: andar no Espírito, ser guiado pelo Espírito, ser cheio do Espírito:
Ø  (João 14.26) - Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
Ø  (João 16.13) – Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.

Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna (Judas 1.20-21).


Jairzinho Mateiro Viana
Apologista cristão, Ministro, líder fundador da Igreja Pentecostal da Anunciação (IPA) na Cidade de Parauapebas e Presidente da Mesa Diretora.

Contato para agendas:
redencaodasalmas@gmail.com

Referências:
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Corrigida e Fiel)
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Revista e Corrigida)
http://pt.wikipedia.org     
Messias Anacleto Rosa              
Radio Atividade FM
Revista Pitada de Sal