terça-feira, 28 de março de 2017

Ceifeiros e a seara - Ide e ensinai


O que será descrito nestas páginas, é bem mais que um estudo ou simples normas de conduta, pois estaremos lendo e vivenciando a instrução direta pelas palavras de nosso senhor e salvador Jesus Cristo, que ao descer de seu trono, nos deu a oportunidade de salvação, e elegendo em nós seus colaboradores, para que outros também alcancem o Reino de Deus. Demonstrando a sua preocupação e zelo para encontrar e salvar o que havia se perdido, pois não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo (I Timóteo 2.6).

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência; descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Efésios 1.3-9).

            Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória (Efésios 1.10-14).

            Nesta eleição, Deus nos escolhe como família e nos convida a assumir uma herança de suas mãos simplesmente por sua graça, mas também deixa claro que “Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente, antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Efésios 4.11-16).

            Agora, compreendemos, que somos cooperadores de Deus e que as almas no mundo são lavoura e edifício de Deus (I Coríntios 3.9), mas é preciso que cada um de nós que fora convocado para milícia de Deus, não se deixe embaraçar com negócios dessa vida (II Timóteo 2.5), pois é necessário “que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel” (I Coríntios 4.1-2).

Termos: Ceifa e trabalhadores                                                                                            
Ceifa
            Segundo o Dicionário Houaiss, a sua origem vem do árabe - Sayfa, que significa - Verão, colheita, cereal maduro.

            Já de acordo com Francisco de Saraiva Luiz, o termo tem origem no hebraico -  Assif, que traz o seguinte - Colheita, recolhimento. Que era o nome que os hebreus davam à Festa da Colheita (Festa de Sukót ou Festa das Cabanas) - Hag Ha’Assif.

            Porém, de acordo com o verbo Assaf, também do hebraico, significa - Reunir, colher, juntar, recolher, amontoar.

            Ceifar significa: abater com foice ou outro instrumento apropriado as searas maduras, (cereais, uvas, etc.).

Cooperador
            No novo Testamento, temos os termos synergon e leitourgon. Synergon, que significa trabalhar juntamente.

Enfatizado o trabalho conjunto:
Ø  (I Coríntios 3.9) - Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus;

Ø  (Romanos 16.3) - Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus;

Ø  (I Tessalonicenses 3.2) - E enviamos Timóteo, nosso irmão, e ministro de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confortar e vos exortar acerca da vossa fé.

            E também, por último, temos o termo leitourgos, A princípio, indicava o ato de fazer obras públicas a próprias expensas; fazer serviço para o povo. A forma mais antiga do termo é composta de laos (povo) e ergon (trabalho), dessa união veio o significado.
Ø  (Romanos 15.16) - Que seja ministro de Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.

Ø  (Filipenses 2.25) - Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades.

Ministro
            Vem do termo grego traduzido de hupêretas (Dicionário VINE, p. 791, CPAD) e significa literalmente “remador” (da fileira de baixo) (formado de hupo, “debaixo de”, e eretes, “remador”).

O termo indica - Qualquer subordinado que age sob a direção de outra pessoa;

Ministro – Quer dizer, o oficial de justiça;
Ø  (Mateus 5.25) - Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão;

O Serventuário:
Ø  (Mateus 26.58) - E Pedro o seguiu de longe, até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim.

O assistente à serviço da sinagoga;
Ø  (Lucas 4.20) – E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.

Os guardas:
Ø  (João 7.32) - Os fariseus ouviram que a multidão murmurava dele estas coisas; e os fariseus e os principais dos sacerdotes mandaram servidores para o prenderem.

Acerca de João Marcos, é chamado de cooperador;
Ø  (Atos 13.5) - E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador.

Referente a Paulo, como ministro, é dito servo de Cristo no Evangelho;
Ø  (Atos 26.16) - Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda;


            Ministro era a tradução de hazzan ou chazen - Um assistente da sinagoga cuja responsabilidade era abrir e fechar o prédio, cuidar dos livros usados no culto, e ajudar aos sacerdotes ou mestre em tudo quanto fosse necessário (CHAMPLIM, 2001, p. 287, v. 4, HAGNOS).

            O Dicionário Bíblico Wycliffe (2006, p.1287, CPAD), nos informa que “No AT, a palavra comum para ministro é mesharet. Este é um particípio do verbo Sharat. A expressão pode indicar aquele que assiste uma pessoa de alto escalão, assim como no caso de Josué e Moisés;
Ø  (Êxodo 24.13) - E levantou-se Moisés com Josué seu servidor; e subiu Moisés ao monte de Deus.

Ø  (Josué 1.1) - E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que o Senhor falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:

Elias e Eliseu;
Ø  (I Reis 19.21) - Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia.

Nos escritos mais recentes este termo se referia aos oficiais reais;
Ø  (I Reis 10.5) - E a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e os holocaustos que ele oferecia na casa do Senhor, ficou fora de si.

Ø  (II Crônicas 22.8) - E sucedeu que, executando Jeú juízo contra a casa de Acabe, achou os príncipes de Judá e os filhos dos irmãos de Acazias, que serviam a Acazias, e os matou.

Aos anjos de Deus;
Ø   (Salmo 91.11) - Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.

Ø  (Salmos 104.4) - Faz dos seus anjos espíritos, dos seus ministros um fogo abrasador.

            Entretanto, o uso mais característico estava relacionado à ministração dos sacerdotes no Templo;
Ø  (Deuteronômio 10.8) - No mesmo tempo o Senhor separou a tribo de Levi, para levar a arca da aliança do Senhor, para estar diante do Senhor, para o servir, e para abençoar em seu nome até ao dia de hoje.

Ø  (Deuteronômio 17.12) - O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao Senhor teu Deus, nem ao juiz, esse homem morrerá; e tirarás o mal de Israel;

Ø  (Deuteronômio 21.5) -  Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o Senhor teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do Senhor; e pela sua palavra se decidirá toda a demanda e todo o ferimento;

Ø  (II Crônicas 29.11) - Agora, filhos meus, não sejais negligentes; pois o Senhor vos tem escolhido para estardes diante dele para o servirdes, e para serdes seus ministros e queimadores de incenso.

Ø  (Esdras 8.17) – E enviei-os com mandado a Ido, chefe em Casifia; e falei a eles o que deveriam dizer a Ido e aos seus irmãos, servidores do templo, em Casifia, que nos trouxessem ministros para a casa do nosso Deus.

Ø  (Neemias 10.36) - E os primogênitos dos nossos filhos, e os do nosso gado, como está escrito na lei; e que os primogênitos do nosso gado e das nossas ovelhas traríamos à casa do nosso Deus, aos sacerdotes, que ministram na casa do nosso Deus.

Ø  (Isaías 61.6) – Porém vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis a riqueza dos gentios, e na sua glória vos gloriareis.

Ø  (Ezequiel 44.11) – Contudo serão ministros no meu santuário, nos ofícios das portas da casa, e servirão à casa; eles matarão o holocausto, e o sacrifício para o povo, e estarão perante eles, para os servir.

Ø  (Joel 1.13) - Cingi-vos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai a noite vestidos de saco, ministros do meu Deus; porque a oferta de alimentos, e a libação, foram cortadas da casa de vosso Deus.

            Agora, vejamos a diferença entre as palavras ministro e mestre.

            Mestre - Vem do termo da língua latina, magister – Que diz, magistério, magistrado, designando alguém que era procurado por ter “algo a mais” (magis). Que tinha com que contribuir.

            Ministro - Vem de minister, procedente de minus, alguém que tem “algo de menos”, o servo, diácono, servidor, serviçal, auxiliar, ajudante.

            Diácono - Diákonos é outra palavra largamente usada no NT para se referir ao ministério do homem de Deus. Quando Jesus disse que veio para servir (Mateus 20.28), usa um verbo que tem essa mesma raiz.

O apóstolo Paulo emprega essa palavra para falar dos ministros do evangelho:
Ø  (II Coríntios 3.6) – O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.


A palavra diakonia aparece traduzida como ministério:
Ø  (II Coríntios 4.1) - Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

Ø  (II Coríntios 5.18) - E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;

Ø  (I Timóteo 1.12) - E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério;

            No grego secular, o termo diákonos significava servir à mesa. O trabalho envolvia sujeição pessoal, que era considerada indigna e indecorosa para um homem livre.

            Também poderia referir-se simplesmente a cuidar das necessidades do lar e, às vezes, era também usado para indicar qualquer trabalho num sentido mais genérico, como prestar serviço a uma causa.

            O termo também foi muito usado no Novo Testamento para referir-se ao trabalho dos
diáconos na assistência social,
Ø  (Romanos 16.1) – Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia;

Ø  (Filipenses 1.1) – Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos:

Ø  (I Timóteo 3.10) - E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.

Ø  (I Timóteo 3.13) – Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.

            Essas palavras, no sentido original, estavam sempre voltadas para a idéia de serviço, de servir;
Ø  (Lucas 17.8) - E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu?

Ø  (Atos 6.2) - E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.

            Como já vimos acima, na Septuaginta, tradução do Antigo Testamento para o grego, a palavra refere-se ao serviço dos sacerdotes e levitas no templo.

No Novo Testamento, em Hebreus, o termo é usado no sentido ritual sagrado:
Ø  (Hebreus 8.2-3) – Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem, porque todo o sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; por isso era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer.

            Já (Romanos 15.16), o apóstolo, utiliza, onde parece ter um significado semelhante ao empregado no Antigo Testamento, indicando um trabalho sacerdotal de sua parte, levando os gentios a Cristo, e em (Filipenses 2.25-30) o termo indica cooperador, ajudador.

            O ministro é um leitourgos porque cabe a ele fazer discípulos, cuidar desses discípulos e levá-los ao crescimento na fé, para que se tornem semelhantes a Jesus.

            Ministro, atualmente, assumiu um outro sentido. Refere-se àquele que é líder na comunidade cristã, diferente do diácono propriamente dito, que, na prática é o obreiro que auxilia os dirigentes.

Despenseiro
            Conforme (VINE, p. 800), traduzido do grego oikonómos, “denotava primariamente – O administrador de uma casa ou propriedade (formado de oikos “casa”, e nemo, “arranjar, organizar”), “mordomo”, que normalmente era um escravo ou liberto.
Ø  (Gênesis 43.16) - Vendo, pois, José a Benjamim com eles, disse ao que estava sobre a sua casa: Leva estes homens à casa, e mata reses, e prepara tudo; porque estes homens comerão comigo ao meio-dia.

Ø  (Lucas 12.42) - E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?

            Rienecker e Rogers (1985, p. 293, VIDA NOVA) apontam os seguintes significados - Administrador, mordomo, dirigente de uma casa, frequentemente um escravo de confiança que era encarregado de todos os negócios do lar. A palavra enfatiza que a pessoa recebe uma grande responsabilidade, pela qual deve prestar contas.
Ø  (Mateus 25.14-19) - Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois, mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.

Moulton (2007, p. 296, CULTURA CRISTÃ), acrescenta as seguintes possibilidades:

Depositário:
Ø  (Gálatas 4.2) – Mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai.

Procurador público, tesoureiro:
Ø  (Romanos 16.23) - Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro, e de toda a igreja. Saúda-vos Erasto, procurador da cidade, e também o irmão Quarto.

Mordomo espiritual - Aquele que é encarregado de uma comissão de servir o Evangelho:
Ø  (Tito 1.7;) – Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;

Ø  (I Pedro 4.10) - Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.

            Mais uma vez a ideia de serviço é destacada. O mordomo não é o proprietário dos bens, dos serviços ou das pessoas que lhe são confiadas. Não é maior do que o seu Senhor. É alguém investido de autoridade, com base na soberania, graça e confiança de quem o chamou.

O mordomo infiel                                                                                                        
             (Lucas 16.1-2) - E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens, e Ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.

            Este homem foi acusado de ter administrado mal os bens do seu senhor, pelo que seria demitido e, portanto, prestar contas de todas a suas atividades, sendo as mesmas boas ou más, o que para ele na condição de um mordomo infiel, era um problema, e sua análise foi a seguinte:

Ø  E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que, o meu senhor, me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas (Lucas 16.1-4).

            Depois de refletir, este mordomo criou um plano para reduzir as dívidas que as pessoas tinham com o patrão. Ele usou o pouco tempo que restava antes de entregar as contas para arrumar acordos com cada um dos devedores.

            E, chamando a si cada um dos devedores do seu Senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve cinquenta. Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta (Lucas 16:5-7).

            Agindo assim, mesmo perdendo a sua condição de mordomo daquele poderoso Senhor, as pessoas com que negociou os créditos que também não eram de sua propriedade, lhe manteriam durante seu afastamento do trabalho. Desta maneira ele aproveitou o presente, embora de modo desonesto, para providenciar pelo seu futuro.

Ø  E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. (Lucas 16.8).

            Mas como o Senhor daria louvores a um trabalhador infiel e desonesto (sendo esse o motivo de sua exclusão), pois não apoia desonestidade por parte dos seus servos? O que Ele observa é como o mundo está melhor servido por seus servos, do que Jesus Cristo pelos que se declaram servos Dele.

            As metas são totalmente opostas, mas os mundanos são mais diligentes em cuidar de seus corpos, planejarem o seu futuro baseado em previsões financeiras, de mercado, climatológicas, não medindo esforços, distâncias, perigos ou condições físicas, perseguem suas metas e não se cansam em querer ganhar mais e mais o mundo do que os cristãos em cuidar das suas almas e assim sua permanência no Reino eterno.

Ø  E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos (Lucas 16.9).

            A injustiça, a cobiça e o poder, estão comumente envolvidos na acumulação e emprego das riquezas deste mundo, porém, Jesus nos ensina a empregarmos nossos bens e recursos de modo a promovermos os interesses de Deus e a salvação do próximo. Assim como o mordomo infiel era detentor e administrador temporário dos recursos do patrão, também Deus nos concede o uso por pouco tempo dos recursos dele, que são os talentos e inclusive o tempo de vida.

Porém, Ele nos prova e espera de nós um comportamento de:
Ø  (Lucas 16.10-12) - Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito. Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas? E se vocês não forem dignos de confiança em relação ao que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês?

            Nada do que temos é nosso, mas tudo pertence ao Senhor. Somos apenas administradores. Quando alguém começa um emprego, sempre sua capacidade e sua fidelidade são provadas nas coisas mínimas primeiro. Se a pessoa se mostrar responsável no modo com que lida com estas coisas sem importância, começa a receber cargas mais significativas. Nossa vida aqui na terra é o mesmo tipo de prova. 

Onde estão os ceifeiros?
             Nós, como bons despenseiros de Deus, ou seja, a pessoa encarregada da despensa (Gênesis 43.16), o bom administrador dos seus dons (I Pedro 4.10) e o obreiro como responsável por cuidar das coisas de Deus (Tito 1.7), devemos estar atentos aos sinais do tempo e nos apressarmos ao trabalho, pois Jesus disse: “não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa, e o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem. Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia, e outro o que ceifa. Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. (João 4.35-38).

            Agora Jesus envia 70 discípulos para preparar o caminho, pois depois deles, Jesus deveria passar pelas mesmas cidades, aldeias e vilas, porém embora fosse um grande número de seguidores Ele surpreende os tais com a seguinte afirmativa:

Ø  (Lucas 10.2) - E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara.

            Na verdade, reconhecemos, os que se prontificaram não seriam suficientes para atender ao labor da empreitada na seara, e sim, Jesus era sempre acompanhado por grande número de pessoas interessadas em muitas coisas, menos em trabalhar.

Ø  (João 6.25-26) - E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui? Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.

            Ainda hoje, clamamos ao Senhor, embora os ceifeiros estejam em maior número, eles não são suficientes diante do crescimento da seara, pois se fizessem jus ao título, sem dúvida, dariam contas, correspondendo às necessidades do labor, mas, como nos dias de Jesus cada um buscam seus próprios interesses, e esses interesses sempre são materiais, como comida, bens móveis e imóveis. Acerca disto Jesus também nos deixou o ensinamento:

Ø  (João 6.27) - Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou.

            Os púlpitos das Igrejas tornam o refúgio ou o centro de treinamento dos ceifeiros nos dias de cultos, onde os que o ocupam, poucos ou quase nenhum pratica um só ato do Ide de Jesus durante a semana ou mesmo o ano inteiro, mas, o lugar no púlpito tem que está garantido. Crendo erradamente que só é pregação a que se faz no púlpito.

Ø  (Mateus 28.19-20) - Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.

            Ainda vivemos tempos de crise espiritual, moral e social, já não existem obreiros para atender à obra do Senhor, poucos querem ser como os ceifeiros da Bíblia, pois muitos apesar de questionarem como é. não aceitam receber o discipulado de Cristo.

Ø  (João 6.28) - Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus?

            Porém quando Jesus lhes traz a resposta de como iniciariam no discipulado para o seu treinamento:

Ø  (João 6.29) - Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.

            Imediatamente a incredulidade vos preencheu e então pedem ao Senhor Jesus, provas como sinais da vossa fé:

Ø  (João 6.30) - Disseram-lhe, pois: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu?

            Agora, quando Jesus lhes fala acerca dos sinais e fixa os seus ensinamentos da parte de Deus, os ouvintes o abandonam:

Ø  (João 6.60) - Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?

            De todos os discípulos, restaram apenas doze que acreditaram nas palavras de Jesus como sendo o ensinamento para vida eterna.

Ø  (João 6.68-69)) - Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.

            Porém, dentro dessa realidade, como formaremos novos convertidos, adoradores, membros, dizimistas, levitas, líderes, cooperadores, evangelistas, diáconos, profetas, pastores, mestres ou qualquer outro tipo de trabalhadores para a seara de Deus, se primeiro não houver discípulos?

            Bem sabemos que a grade da seara deveria ser completa por um grande número de ceifeiros, mas, infelizmente a ideia que temos aqui é que a grandeza da seara excluí o número necessário de trabalhadores, dando a ideia de que embora o trabalho seja, ou será feito, o será com mais dificuldades, as duras penas, no sacrifício, no muito esforço.

Mas, onde estão os ceifeiros que são exemplos, como os que a Bíblia relata? 

·         Noé - Que foi justo em um mundo injusto;
·         Abraão - Que saiu de sua parentela, crendo no invisível;
·         Jacó - Que trabalhou duramente para obter sua riqueza;
·         Moisés - Que levou o povo até onde foi possível levar;
·         Elias – Que em confiança a Deus, recebeu alimento servido por corvos;
·         Eliseu - Que matou os bois e seguiu a Deus;
·         Mardoqueu – Que mesmo exaltado pelo rei, não negou a Deus;
·         Jeremias – Que não teve esposa para fazer cumprir a vontade de Deus;
·         Daniel – Que se absteve da contaminação do manjar do rei;
·     Oséias – Que não se importou com comentários mundanos, mas atentou a voz de Deus;
·         Pedro - Que, mesmo tendo negado, não se apartou da fé;
·         Estêvão - Que não negou falar a verdade diante dos homens;
·         Paulo - Que não teve a sua vida por preciosa.
·         Escritor aos Hebreus – Que viveu pela fé em Deus;

            No livro do profeta Jeremias, lemos que Deus ordenou o seu povo para plicar o castigo as nações ímpias, em especial a Moabe, descendentes de Ló, resultado do incesto com suas filhas e assim parentes dos israelitas, mas com uma longa história de total desrespeito a Deus, o que culminou na sua condenação. Deus, como ao longo da história, usa a mão dos homens para castigar os moabitas, sendo assim instrumentos escolhidos e advertidos como malditos, caso não fizessem a obra com diligência.

Ø  (Jeremias 48.10) - Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; e maldito aquele que retém a sua espada do sangue.
            Em outras versões da Bíblia, falam de fazer a obra com negligência, relaxadamente ou de maneira fraudulenta.

            Agora, trazendo para os nossos dias e colocando diante do chamado para os Ceifeiros da atualidade, escolhidos como instrumentos, resgatadores, ministros de Deus, temos o significado de engano, omissão, sem cuidado, atenção, sem esforço, sem ação e preguiça.

Analisemos:
            O verbo transitivo direto reter (retém), significa guardar, conservar (algo), nesse caso a espada, e o que temos como espada hoje?

Ø  (Efésios 6.17) - Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;

E o que é a palavra de Deus?
Ø  (João 1.1) - "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

            No contexto religioso, o termo "Verbo", quando escrito com inicial maiúscula, designa a palavra de Deus ou o próprio Deus, tal como escrito na Bíblia Sagrada:

            Esta palavra é usada no Novo Testamento, mais concretamente no Evangelho de João, para qualificar Jesus, que revela inteligência e sabedoria de Deus. Em algumas traduções da Bíblia, Verbo é substituído pelo termo "Palavra". A designação de Verbo serve para descrever o Filho, Jesus, que tem a essência de Deus e faz parte da Santíssima Trindade.

Paulo nos traz o seguinte:
Ø  (Romanos 1.16) - Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.

            Concluímos aqui, que a espada é a palavra, e a palavra é Jesus Cristo, e muitos os Ceifeiros estão retendo a espada do sangue.

            O que é o sangue? Um substantivo masculino, que é o líquido vermelho, viscoso, que circula nas artérias e veias bombeado pelo coração, transportando gases, nutrientes e elementos necessários à defesa do organismo ou, o viver, a existência.
Ø  (Deuteronômio 12.23) - Somente esforça-te para que não comas o sangue; pois o sangue é vida; pelo que não comerás a vida com a carne;

            Bem, o sangue é vida, mas que vida? O termo traduzido em hebraico, é nephesh, significando - Também personalidade, individualidade, instinto ou emoção. A tradução grega da Bíblia, Septuaginta, traduziu nephesh (vida) para o grego com a expressão psyché, que deu psique. A vulgata traduziu psyché por anima, que significa alma ou vida, ânimo, aquilo que anima.

Jesus, como o verbo, a palavra, a espada e principalmente o doador da vida, diz:
Ø  (João 10.10) - O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.

            Mais uma vez, fica evidente a necessidade do labor por parte dos ceifeiros, em levar a palavra para os que estão mortos na carne e na operação do pecado, para que possam ressuscitar e viver verdadeiramente.
Ø  (Efésios 2.5-6) - Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;

            Mas, ao contrário dos obreiros de que a Bíblia relata, os obreiros de hoje adotam uma postura diferente e suas ações são de quem:

Querem viver como o mundo vive:
Ø  (Gênesis 6.9) - Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus.
Não querem abandonar a idolatria de sua parentela pela obra de Deus:
Ø  (Gênesis 12.1) - Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
Não querem trabalhar "duramente", querem tudo facilmente:
Ø  (Gênesis 30.43) - E cresceu o homem em grande maneira, e teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos e jumentos.
Abandonam o povo no deserto por qualquer motivo:
Ø  (Deuteronômio 34.5) - Assim morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme a palavra do Senhor.
Não aceitam qualquer alimento e desprezam o que Deus lhes envia:
·         (I Reis 17.6) - E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.
Não querem desapartar de seus altos e rendosos cargos:
Ø  (I Reis 19.20-21) - Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu? Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia.
Quanto mais amigos do rei melhor, mais influência podem ter - Quem dera fosse o Rei dos reis:
Ø  (Ester 6.11) – E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar!
Negam a Cristo, por segundos de prostituição e adultério:
·         (Jeremias 16.2) - Não tomarás para ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar.
Preferem a contaminação da carne pelo mundo, em vez da purificação pelo Espírito:
Ø  (Daniel 1.8) - E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar;
Abandonam seus lares e família, para se banquetearem com as obras da carne:
Ø  (Oséias 1.2b) - Disse, pois, o Senhor a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra certamente se prostitui, desviando-se do Senhor.
Tem negado a Cristo e se afastado da fé:
Ø  (Mateus 26.75) - E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente;

Não falam a verdade, abrigando-se debaixo do argumento - Não vivemos mais naqueles dias:
Ø  (Atos 7.59) - E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.

Visam primeiro a sua vida e depois a do próximo;
Ø  (Filipenses 1.21) -  Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.

Estão confiando em seus próprios recursos:
Ø  (Hebreus 10.38) - Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.

Qualificações, deveres e responsabilidades dos Ceifeiros
             Como ceifeiros, claro que temos deveres e responsabilidades, o grande problema é: conhecemos verdadeiramente quais são os nossos deveres, ou simplesmente ignoramos os mesmos e jogamos a responsabilidade para terceiros?

            Observemos agora alguns itens como deveres, que devem ser aplicados em nossas vidas como cooperadores de Deus:

1. Estudar a Palavra
Ø  (I Timóteo 4.13-15) - Persiste em ler, exortar (animar, estimular) e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.

            Estudar a Bíblia porque é a boca de Deus a nós, e que é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redarguir (dar resposta), para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra (II Timóteo 3.16-17), e é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hebreus 4.12).

2. Pregar o Evangelho
Ø  (Marcos 16.16) – E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura, quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.

            Pregar o evangelho porque é uma convocação de Jesus Cristo para o crente fiel, liberto, resgatado e que tem desejo que todos também possam ser alcançados pela Graça divina, pois de sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus, mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu a voz deles, E as suas palavras até aos confins do mundo (Romanos 10.17-18).

            Ainda assim é necessário ao cooperador de Deus, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas, mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério (II Timóteo 4.2-5).

3. Ser Fiéis
Ø  (II Coríntios 6.4-10) - Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores, e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos; como castigados, e não mortos; como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo.

            Em inúmeras situações, Paulo e seus auxiliares se portaram como verdadeiros ministros de Deus. Esta passagem apresenta uma lista dos vários tipos de experiências que Paulo e seus colegas de ministério tiveram, pois descrevem o sofrimento por que passaram; como se portaram; e suas experiências paradoxais.

            A expressão na muita paciência vem seguida por situações específicas nas quais Paulo e seus auxiliares demonstraram perseverança e Vigílias indica que permaneciam acordados voluntariamente para se dedicar por mais tempo ao ministério.

            O conceito de fidelidade pode ser definido como uma atitude de quem é fiel, de quem tem compromisso em tudo que assume. Também envolve uma característica daquele que é leal e sincero, alguém que é confiável, em quem se pode acreditar e depositar nossa inteira confiança. No meio cristão todos deveriam ter essa característica, porém não é bem assim, pois nem todos possuem essa característica tão importante e essencial de fidelidade uns com os outros.

            A bíblia revela em várias passagens os personagens que se identificaram com uma fidelidade acima de qualquer suspeita, assim como também expõe claramente todos os que demonstraram serem infiéis no seu modo de viver e agir. Quando nos convertemos a Cristo, tínhamos a ilusão que na Igreja todos são santos e perfeitos, mas com o tempo vamos observando e entendendo que as coisas não são bem assim.

            Assim como no mundo o que não falta são pessoas infiéis, também na Igreja existem muitos com essa índole e não deveria ser assim, pois a Igreja deve ser um lugar de fiéis. A fidelidade para ser verdadeira deve ser constante em qualquer circunstância, seja nos momentos bons ou nos momentos maus. O infiel revela um caráter extremamente nocivo e prejudicial para com os outros e quando são identificados, poucos são os que aceitam a sua amizade, ou seja, só aceitam aqueles que apresentam a mesma índole. A fidelidade é uma observância rigorosa da verdade e o obreiro que não se enquadra nesse perfil, está longe de ser um autêntico obreiro fiel do Senhor.

Características do Cooperador fiel e do infiel?
I - O fiel preocupa-se com o bem-estar dos seus irmãos:
Ø  (Filipenses 2.19) - E espero no Senhor Jesus que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios.

O infiel não cuida das ovelhas, ele quer que elas cuidem dele:
Ø  (Provérbios 27.23-24) - Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos, porque o tesouro não dura para sempre; e durará a coroa de geração em geração?

            O apóstolo Paulo preso em Roma havia recebido através de um obreiro fiel chamado Epafrodito um relatório sobre a Igreja de Filipos o qual descrevia várias situações e dificuldades que os irmãos filipenses estavam passando. Embora estando preso, o apóstolo em hipótese alguma ignorou este relatório, muito pelo contrário ele procurou atender de imediato, a uma das dificuldades mais urgentes e isso envolveria enviar alguém de confiança e capacitado para contornar o problema. E para essa missão ninguém melhor do que Timóteo, um obreiro fiel e preparado para tal.

            Aqui vemos que Paulo um grande fundador de igrejas, jamais as abandonou as igrejas a qual fundou como é o caso aqui da igreja dos filipenses. Paulo tinha vários obreiros fiéis em todas as igrejas que havia fundado como é o caso aqui de Epafrodito, os quais voluntariamente se dispunham a enfrentar grandes distâncias e perigos para colocar o apóstolo a par de tudo que se passava nas igrejas.

            Isso mostra o cuidado de Paulo em estar informado de tudo que envolvia os irmãos demonstrando e dando exemplos de um verdadeiro Pastor.

            Já com o obreiro infiel a situação é completamente diferente, pois existem vários no meio evangélico onde tudo que faz é em benefício próprio, pouco se importando com o estado espiritual do rebanho, pois o seu objetivo maior é tirar proveitos do rebanho usando para isso, todo tipo de enganos possíveis.

II - O fiel tem sentimento sincero no cuidado com as almas:
Ø  (Filipenses 2.20) - Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado;

O infiel é insensível quanto ao cuidado que deve prestar ao rebanho:
Ø  (I Timóteo 5.8) - Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.

            Paulo aqui demonstra a grande confiança no seu cooperador chamado Timóteo, dando um testemunho sincero do caráter integro e assim com essa recomendação os cristãos de Filipos não teria qualquer restrição ou desconfiança em recebê-lo para cuidar deles, bem como também aceitar a sua liderança.

            O bom cooperador em contraste com o mal cooperador tem consciência do que é cuidar do rebanho de Deus e isso a própria Bíblia adverte dizendo assim:
Ø  (I Pedro 5.2) - Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;

            Infelizmente em muitos segmentos evangélicos não é isso que vemos, pois Jesus alertou dessa maneira:
Ø  (Mateus 7.15) - Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.

            O cooperador infiel é desprovido de qualquer sentimento pelo rebanho, pois o seu interesse principal não é cuidar das ovelhas e sim agir dissimuladamente para se aproveitar das almas que são preciosas para o Senhor.

            O cooperador que tem responsabilidade com o povo direta ou indiretamente, tem por dever cuidar como a sua própria família, pois a igreja em si também é uma família, ou seja, a nossa verdadeira família é constituída pelos irmãos na fé. Assim nessa condição estabelecida pelo próprio Deus o cooperador que não assume essa responsabilidade com total fidelidade é considerado pior que o maior dos pecadores, pois aquele que conhece a palavra e a descumpre é indigno diante de Deus.

III – O fiel não busca o próprio interesse, mas o dos outros:
Ø  (Filipenses 2.21) - Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.

O infiel usa as coisas de Cristo para tirar vantagens próprias:
Ø  (I Coríntios 10.24) - Ninguém busque o proveito próprio; antes cada um o que é de outrem.

            Pelo que Paulo revela já naqueles tempos havia muitos cooperadores infiéis engajados na obra buscando os seus próprios interesses. Assim podemos imaginar que se naqueles tempos já havia muitos infiéis, imaginem em nossos tempos como está essa situação. E isso tem sido notório em nossos tempos pelos inúmeros escândalos noticiados pela mídia em relação à má conduta de muitos cooperadores que na realidade são pessoas enganadoras.

            É bom lembrar que Deus não usa esse tipo de gente, pois Ele não é conivente com más condutas daqueles que dizem serem homens de Deus e pelos seus atos são identificados por aqueles que têm discernimento espiritual como sendo falsos cooperadores. Tem muita gente que se deixa enganar por causa de supostos milagres que acontecem através desses cooperadores, porém o próprio Jesus advertiu que nos últimos tempos surgiriam falsos cristos e falsos profetas, que fariam tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

O cooperador fiel não deve procurar seus próprios interesses, mas o bem-estar do seu próximo, caso não aja dessa maneira está ferindo princípios bíblicos importantes relacionados à lei do amor pelos outros, pois tem preocupações em promover o bem-estar dos que estão sob a sua responsabilidade devendo agir de maneira constante em ajudar os outros e não necessariamente a si próprio.

IV – O fiel é genuíno e demonstra caráter íntegro:
Ø  (Filipenses 2.22) - Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai.

O infiel é usurpador de posição e ignora a vontade de Deus:
Ø  (II Timóteo 2.2) - E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.

            Timóteo era um cooperador experimentado e sempre provou esse caráter íntegro no seu ministério e, além disso, era fiel em tudo que fazia. Em todas as Igrejas por onde havia passado tinha um ótimo referencial testificado por todos os irmãos. Esta era uma das razões para Paulo recomenda-lo aos filipenses depositando nele toda sua confiança, pois Timóteo era um homem genuíno quanto parecia ser, pois ele servia fielmente a Cristo. Era o auxiliar de Paulo em muitos lugares onde pregou e serviu com ele com toda dedicação de um cooperador fiel.

            Na carta que Paulo escreve a Timóteo recomendando a sua atenção quanto a separação de cooperadores para servirem na igreja. Isso mostra que a separação de cooperadores deve obedecer a uma rigorosa seleção para não escolher a revelia, parcialidade, ou seja, por que tem laços familiares, por amizade, pelo dizimista e outros meios que não sejam apoiados pela palavra direta de Deus.
Ø  (I Timóteo 5.22) - A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.

V – O fiel preocupa com seus irmãos:
Ø  (Filipenses 2.23) - De sorte que espero vo-lo enviar logo que tenha provido a meus negócios.

O infiel vive embaraçado em negócios e não se preocupa com o povo:
Ø  (II Timóteo 2.4) - Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.

            Paulo procura nessa situação de prisioneiro em Roma tomar algumas providências para poder se comunicar com Timóteo e enviá-lo aos filipenses o mais breve possível, pois uma coisa que Paulo não fazia era retardar algo que precisava ser solucionado nas igrejas a qual tinha responsabilidades.

            Um cooperador fiel não deve se embaraçar com os negócios deste mundo, pois quando nos entregamos a Cristo para sermos seus discípulos, devemos nos desligar deste mundo no sentido de estarmos envolvidos com coisas desnecessárias as quais venham ocupar o nosso tempo que poderiam estar sendo dedicado a obra de Deus. É evidente que não podemos deixar completamente os afazeres desta vida, o que não podemos é nos embaraçar com eles a ponto de nos distrairmos e nos afastarmos de nossas obrigações para com Deus e dos grandes interesses da sua obra.

            Como filhos de Deus temos de cuidar dos negócios do nosso Pai aqui nesta terra. Jesus disse que aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não pode ser seu discípulo. Por isso temos que estar livres dos embaraços que nos impedem de estar envolvido em nossa guerra com os poderes das trevas.

            Já o obreiro infiel vive embaraçado com vários negócios que impedem o de chegar e muitas vezes a tempo na Obra de Deus, de observar, de zelar pela Igreja e o rebanho.
 
VI – O fiel tem satisfação em apresentar o melhor aos seus irmãos:
Ø  (Filipenses 2.24) - Mas confio no Senhor, que também eu mesmo em breve irei ter convosco.

O infiel pouco se importa com os outros e que um dia vai prestar contas:
Ø  (Mateus 7.22) - Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?

            Paulo também como um bom cooperador disse que assim que pudesse iria pessoalmente visitar os filipenses mostrando assim o zelo que tinha com as coisas de Deus. Ele esperava ser liberto logo e ter condições de ir visitá-los. Paulo desejava a sua liberdade, não para o seu bel-prazer, mas para que pudesse continuar militando com mais liberdade de ação em suas missões em prol do evangelho e da igreja. Ele expressou uma grande esperança e confiança de que iria até Filipos para ver os irmãos, porém com dependência e submissão a vontade divina.

            Já o infiel ao contrário de um bom cooperador segue enganando e não sabe que está enganando a si mesmo, pois segundo a lei da semeadura e da colheita tudo o que fizermos de bom colheremos o bem e tudo que fizermos de mal, também colheremos o mal. Assim o cooperador que age desprovido de escrúpulos terá um fim terrível assim como disse Jesus.

VII – O fiel é sempre solidário:
Ø  (Filipenses 2.25) - Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades.

O infiel não é puro de sentimentos, pois em tudo só quer tirar vantagem:
Ø  (Provérbios 19.4) - As riquezas granjeiam muitos amigos, mas ao pobre, o seu próprio amigo o deixa.

            Paulo também faz referência a Epafrodito, seu irmão cristão, por quem tinha um carinho especial; era seu companheiro de trabalho e sofrimentos pela causa do evangelho, e esteve muitas vezes submetido aos mesmos trabalhos e miséria dele. Era um dos seus mensageiros, ou seja, alguém que tinha sido enviado pelos filipenses até ele, levando questões pertinentes aos problemas que a igreja enfrentava, tanto externamente como internamente. Também nessa viagem a Roma, além do relatório enviado pela Igreja de Filipos, Epafrodito trouxe ofertas enviadas pelos irmãos para alívio de Paulo em prover suas necessidades.

            Se Epafrodito fosse um cooperador infiel certamente as coisas não chegariam certinho até Paulo, principalmente no que envolvia as ofertas. Cooperador fiel é aquele que tem o mesmo caráter quando a situação é boa ou quando a situação é difícil. O infiel nas horas difíceis abandona os seus amigos, mas o fiel está sempre junto, aja o que houver.

VIII – O fiel é verdadeiro no relacionamento com os irmãos:
Ø  (Filipenses 2.26) - Porquanto tinha muitas saudades de vós todos, e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que ele estivera doente.

O infiel é amigo só de aparência, pois por dentro é cheio de falsidade:
Ø  (Provérbios 27.6) - Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.

            Paulo nunca deixou de valorizar os seus cooperadores fieis, tanto que ao saber que um deles como foi o caso de Epafrodito esteve doente, ele não ignorou e muito pelo contrário se preocupou com angústia profunda como se estivesse tomando as dores e os sofrimentos do seu irmão. Paulo tinha um tratamento consciente para com todos tanto para consolar com para repreender quem assim merecesse. As feridas feitas por um amigo no sentido de repreensões a princípio podem parecer prejudiciais, mas na realidade elas são curadoras. Este tipo de feridas podem ser marcas de verdadeira amizade que na realidade trazem grandes benefícios a quem é corrigido.

            Já o infiel age contrariamente nada fazendo por amor e sim por ódio, onde muitos que estão debaixo de um jugo dessa espécie acabam sofrendo aquilo que não deveriam.

IX - O fiel não desampara seus irmãos:
Ø  (Filipenses 2.27) - E de fato esteve doente, e quase à morte; mas Deus se apiedou dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.

O infiel quando chegam as lutas foge para não ter que enfrentá-las:
Ø  (II Timóteo 4.10) - Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia.

            Paulo expressou sempre grande misericórdia com os seus cooperadores fieis. Assim foi com Epafrodito na sua doença onde Paulo ficou muito apreensivo temendo que seu amigo viesse a morrer. Felizmente graças ao bom Deus isso não aconteceu para alívio do apóstolo, principalmente quando teve a alegria de recebê-lo quando preso.


           A maioria dos cooperadores de Paulo eram fieis, porém nem todos tinham essa característica, como foi o caso de Demas que desamparou Paulo em momento de grande necessidade. Ele abandonou a Paulo e sua missão, talvez por medo de sofrer os mesmos sofrimentos que Paulo constantemente enfrentava.

            Seu primeiro amor por Cristo e pelo evangelho foi renunciado e esquecido, e Demas acabou se deslumbrando com esse mundo talvez para voltar aos negócios terrenos. Isso provocou em Paulo uma grande decepção e indignação em ser abandonado por Demas.

            Assim também é o sentimento de um líder quando um cooperador subitamente se revela infiel tirando a máscara que escondia a sua verdadeira personalidade.

X - O fiel se esforça em oferecer alegria e bênçãos ao próximo:
Ø  (Filipenses 2.28) - Por isso vo-lo enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza.

O infiel é insensível quanto a demonstrar compaixão por alguém:
Ø  (Jó 6.14) - Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso.

            Paulo dá exemplos de que verdadeiramente amava a Cristo sendo genuíno em tudo o que envolvia os interesses do seu reino e não media esforços, mesmo arriscando a sua vida para servi-Lo e contribuir para a edificação da sua Igreja. Assim também eram os companheiros fieis que ajudavam o apóstolo na sua difícil missão, como era o caso aqui de Epafrodito.

            A prova da verdadeira religião jaz na compaixão humana pelo seu próximo, atributo este que também deve ser encontrado em todo cooperadoro considerado fiel, pois em se tratando dos infiéis é evidente que esse atributo está completamente ausente. Mesmo para quem esquece o temor de Deus não é normal alguém ignorar a situação de uma alma em desespero que precisa da nossa atenção e cuidados.

Aprendemos que Jó buscava algum consolo humano independente da sua condição espiritual no momento crucial do seu sofrimento. Se alguém decepciona o seu próximo no momento do desespero é porque perdeu todo o temor do Todo Poderoso.

XI - O fiel sempre expressa amizade, tendo em honra o irmão:
Ø  (Filipenses 2.29) - Recebei-o, pois, no Senhor com todo o gozo, e tende-o em honra;

O infiel é cheio de soberba e busca honra para si próprio:
Ø  (Romanos 12.10) - Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.

            Paulo recomenda aos filipenses através desse seu mensageiro, que recebessem a Timóteo com muita alegria. Os filipenses deveriam entender que os seus anseios para uma solução dos problemas que enfrentavam não poderiam ser resolvidos com facilidade em nem rapidamente. Com Paulo preso em Roma e com os meios de comunicação feitos somente por alguém enviado para isso e ainda tendo que enfrentar os perigos da viagem por terra e por mar, tornava a missão extremamente perigosa e prolongada pelas grandes distâncias. O que hoje uma mensagem é enviada em menos de segundos, naquele tempo levava meses para que fosse entregue.

            Porém a grande qualificação desses homens de Deus é que não pensavam em si próprios e sim em priorizar e atender as necessidades dos outros não importando as dificuldades a enfrentar. O cuidado e o amor uns pelos outros nos impulsiona a expressarmos tanto em palavras, mas principalmente em ações práticas tudo aquilo que podemos e devemos fazer uns pelos outros.

            Em vez de contendas por qualquer tipo de disputa devemos estar dispostos a conceder aos outros a preeminência como a bíblia recomenda para considerarmos os outros superiores a nós mesmos. Precisamos estar dispostos a valorizar o empenho e trabalho dos outros sempre dando honra por aquilo que faz. Não é o caso do cooperador infiel que contrariamente a tudo isso abusa muitas vezes da sua posição, pondo os outros para fazer tudo e ele sem fazer nada com o pretexto malicioso de que está com isso honrando os outros, com elogios enquanto fica de braços cruzados no seu sossego e preguiça.

4. Ser santos
Ø  (I Pedro 1.16) – Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.

            Santo no grego hagios, no hebraico Kadosh, quer dizer separado. É aquele que se separa do mal, e dedica-se ao serviço de Deus, é o ato de santificar; tornar sagrado, santo; separado do mundo e do pecado; dedicado exclusivamente para Deus; ter uma vida de santificação, ou seja, ter qualidades específicas que nos mantenham ou nos levem à separação das pessoas pecadoras que vivem longe da presença de Deus.

            Santo do Latim Sanctitatem, quer dizer perfeição moral. Estado de quem se destaca pela natureza.

            Nas Sagradas Escrituras, a santidade tem dois sentidos muito distintos.
·         Separação do mal e do pecado;
·         É a dedicação completa ao serviço do Reino de Deus.

            O substantivo hagiasmos, o mesmo que santificação é usado em alusão a total separação do homem para com Deus:
Ø  (II Tessalonicenses 2.13) -  Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;

            E ao curso de vida adequado aos que são separados.
Ø  (I Tessalonicenses 4.7) – Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.

Porquê ser santo, e o que significa?
É um imperativo de Deus - (Levítico 11.45) - Porque eu sou o Senhor, que vos fiz subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo.

É a vontade de Deus – (I Tessalonicenses 4.3-5) - Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.

É prioridade de Deus para Seu povo – (II Timóteo 2.21) - De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra.

Separado para Deus – (João 17.19) - E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.

Uma separação do pecado - (Levítico 20.26) - E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus.

Um revestimento da plenitude de Cristo – (Efésios 3.19) -  E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.

            Os Pastores das Igrejas locais exercem sacerdócio pela sua vida e pela vida de suas ovelhas:
Ø  (I Pedro 2.9) - Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

            Porém, todos os Crentes são chamados a exercer um sacerdócio real, oferecendo sua vida como um sacrifício santo e agradável a Deus Pai, por meio de Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote.
Ø  (João 10.12-14) – Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
             
            O sacerdote, no Antigo Testamento, oferecia sacrifícios pelo povo e intercedia por eles; Jesus veio e ofereceu a Si mesmo, na cruz do Calvário, como sacrifício, vivo, santo e agradável a Deus para nos livrar da condenação eterna; também intercedeu por todos:
Ø  (Isaías 53.12) - Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.

Hoje, temos a Jesus Rei como nosso Sumo sacerdote, entretanto devemos exercer sacerdócio por nossas vidas:
Ø  (Romanos 12.1-2) - Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

            Também somos, Nação Santa, onde nação significa País ou Reino, formado por um conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes, língua e que se são governados por leis próprias.

            Santa, significa pura, perfeita, separada para Deus, que vive em obediência a Lei de Deus. Conforme a Bíblia, Deus diz que somos uma Nação Santa, portanto diferente das demais nações. Uma Nação Santa, um Rei, um Governo e um Povo diferentes. Estamos no mundo, mas não somos do mundo, pois o mundo jaz no maligno; somos chamados para fazermos a diferença no mundo.

            Uma nação é caracterizada pelos seus usos, costumes, idioma e pelas suas próprias leis que a governam. Nós, os Crentes Cristãos, somos a Nação Santa, portanto necessitamos estar atentos para que as "nações do mundo" (outras práticas, materiais e ou espirituais) não interfiram ou infiltrem-se na Família de Deus e nem provoquem alterações no nosso modo de vida, pois a verdadeira cidadania é caracterizada pela obediência às Leis que regem a nação e seu povo.
Ø  (I Pedro 1.14-16) - Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.

5. Vida de renúncia
Ø  (Mateus 16.24-25) Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.

            Andar, seguir após as pegadas de Jesus, não é somente imitá-lo, mas viver conforme Ele viveu, andou, falou, se comportou viveu e principalmente, morreu. Ele não viveu para si mesmo, não buscou seus próprios interesses, não exigiu real superioridade, mesmo sendo Deus:
Ø  (Filipenses 2.5-7) - De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;

Tomar a cruz de Cristo é abraçar e viver nesta terra de geração incrédula e pecadora, uma série de simbolismos que nos causarão muitos incômodos, tais como:
Sofrimento:
Ø  (I Pedro 2.20-21) - Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.

Morte:
Ø  (Atos 10.39) - E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judéia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro.

Vergonha:
Ø  (Hebreus 12.2) - Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.

Zombaria:
Ø  (Mateus 27.39-40) - E os que passavam blasfemavam dele, meneando as cabeças, e dizendo: Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz.

Rejeição:
Ø  (I Pedro 2.4) - E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,

Renuncia pessoal:
Ø  (Marcos 8.34) - E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.

Quando tomamos a cruz e seguimos a Cristo, negamos a nós mesmos:
Ø  (Lucas 14.26-27) - Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.

            Decidimos de livre e espontânea vontade, sem reclamar, sem murmurar, sem questionar ou exigir algo, abraçarmos quatro classes de lutas e sofrimentos, as quais descreverei abaixo:

1. Lutar até o fim contra o pecado:
Ø  (I Pedro 4.1-2) - Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento, que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado; Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.

            E assim, crucificarmos as nossas próprias concupiscências:
Ø  (Gálatas 2.20) - Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.

2. Lutar contra Satanás e os poderes das trevas, para estender o Reino de Deus:
Ø  (II Coríntios 10.4-5) - Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;

            Enfrentando a hostilidade do adversário e das hostes infernais,
Ø  (I Pedro 5.8-10) - Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo. E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá.

            Bem como a perseguição que surge por resistirmos aos falsos mestres que distorcem o verdadeiro evangelho:
Ø  (Gálatas 1.8-10) - Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.

3. Sofrer o opróbrio, o ódio e o escárnio do mundo:
Ø  (Hebreus 11.25-26) - Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.

            Por testificarmos, com amor, que suas obras são más:
Ø  (João 7.7) - O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más.

            E separando-nos dele moral e espiritualmente:
Ø  (II Coríntios 6.17-18) - Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.

4. Rejeitarmos seus padrões e filosofias:
Ø  (Mateus 11.25-27) - Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

            Infelizmente, os cooperadores têm andado não após Jesus, mas no seu próprio ego, não aceitando as lutas, as tribulações e aflições, seguindo os desejos e na maioria das vezes os mais sombrios dos desejos que são obras da fétida carne, ambicionando cada vez mais o mundo e tudo o que ele oferece na mais vil das corrupções, em todas as suas concupiscências, mesmo sabendo que jaz no maligno e que já foi vencido por Jesus.
Ø  (João 16.33) - Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.

6. Pronto para sofrer
Ø  (II Timóteo 2.3) - Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.

            O ministro do evangelho que permanecer leal a Cristo e ao evangelho, será conclamado a suportar adversidades:
Ø  (II Timóteo 1.8) - Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus.
            
Como o soldado, o cooperador, o crente, precisa estar disposto a enfrentar dificuldades, sofrimentos, e a lutar espiritualmente com total dedicação ao seu Senhor:
Ø  (Efésios 6.10-13) - No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

            Como faz o atleta, o cooperador precisa estar disposto a renúncia, e a viver uma vida cristã de rígida disciplina:
Ø  (II Timóteo 2.4-5) - Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.

            Como o agricultor, deve assumir o compromisso de trabalhar arduamente, e isso em horários prolongados:
Ø  (II Timóteo 2.6) - O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.

            A palavra “sofrer”, vem do grego hupomeno:
Ø  (II Timóteo 2.12) - Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;

            Nesse caso significa suportar. Aqueles que perseverarem e permanecerem firmes na fé, até o fim, viverão.
Ø  (II Timóteo 2.11) - Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos;

            E reinarão com Cristo:
Ø  (Apocalipse 20.4) - E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

            Cristo rejeitará, no dia do juízo, aqueles que não perseveraram e os que o negaram por palavras e ações.
Ø  (Mateus 10.33) - Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.

            Cabe a todos os cooperadores, a consciência de que somos dependentes de Jesus Cristo e precisamos viver crendo em sua providência, sem jamais murmurarmos, ou questionarmos.

7. Ensinar o rebanho
Ø  (II Timóteo 2.2) - E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.

            Como igreja temos a responsabilidade de guardar a genuína doutrina bíblica que nos foi entregue através das sagradas escrituras, e assim, transmitirmos aos fiéis, sem transgredirmos nem a corromper, baseados nas seguintes razões:

Semear o evangelho que é Cristo aos crentes fiéis:
Ø  (I Timóteo 3.15) - Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.

Para que guardem:
Ø  (II Timóteo 1.14) - Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.

E ensinem a verdadeira fé bíblica:
Ø  (I Timóteo 4.6-7) - Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido, mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade;

E a santidade de vida:
Ø  (Romanos 6.17-18) - Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.

Demonstrar aos estudantes a necessidade de batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Judas 1.3), e dar-lhes os meios pelos quais possam defendê-la contra todas as falsas teologias:
Ø  (Gálatas 1.9-12) - Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo, mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

Guiá-los ao crescimento contínuo no caráter mediante a doutrina que é segundo a piedade:
Ø  (I Timóteo 6.3-5) - Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade. É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.

Prepará-los para fortalecer outros crentes e levá-los a maturidade espiritual, de modo que juntos possam refletir a imagem de Jesus onde estiverem:
Ø  (Efésios 4.11-16) - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

Levá-los a uma experiência e compreensão mais profunda do Reino de Deus na terra e seu conflito contra o poder de Satanás:
Ø  (Efésios 6.10-12) - No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

Motivá-los através das verdades eternas do evangelho, a dedicarem sem reservas à evangelização dos perdidos e à pregação do evangelho a todas as nações no poder do Espírito Santo:
Ø  (Mateus 28.18-20) - E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.

Fazer com que aprofundem suas experiências no amor de Cristo, na comunhão pessoal com Ele e o dom do Espírito Santo:
Ø  (Efésios 3.17-19) - Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.

Exortando-os a seguirem as orientações do Espírito Santo que neles habita:
Ø  (Romanos 8.14) - Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.

Levá-los ao batismo no Espírito Santo:
Ø  (Atos 2.4) - E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

Ensinando-os a orar:
Ø  (Mateus 6.9) – Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;

Ensinando-os a jejuar:
Ø  (Mateus 6.16-18) – E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

Ensinando-os a adorar enquanto aguardam o bendito aparecimento de Jesus Cristo com o fervor espiritual dos santos:
Ø  (II Timóteo 4.8) - Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.

Ø  (Tito 2.13-14) – Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo; O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.

Tarefas dos cooperadores na Obra de Deus
O cooperador ou a equipe que está na escala deverá:
Chegar mais cedo ao Culto;
Desligar e guardar os seus celulares;
Abrir e no término do culto fechar as portas da Igreja;
Verificar a limpeza da Igreja, caso não esteja bem, execute a limpeza:
Verificar os banheiros, se limpos e providos de papel, toalha e sabão;
Cestos de lixo, se estão devidamente acondicionados a sacos de coleta;
Verificar o bebedouro, limpando, ligando e abastecendo com copos;
Limpar microfones, efetuar cargas nas baterias, ligar o sistema de som, recolher e guardar cabos;
Limpar, ligar e desligar ventiladores e sistemas de ar condicionados;
Verificar lâmpadas, fachadas e luminárias;

Permanecer atento a porta de entrada, tanto para vigiar os veículos dos irmãos e visitantes, quanto recebê-los com alegria para o Culto;

Em casos de visitantes bêbados, drogados ou suspeitos, o cooperador deverá colocá-lo no ultimo banco, para evitar tirar a atenção da igreja e permanecer ao seu lado todo o tempo em que estiver na Igreja;

Os cooperadores devem permanecer todo o culto em movimento e observação dentro da nave da Igreja, não conversando nem se desviando de sua principal tarefa que é cooperar na Igreja;

Todo e qualquer assunto que o cooperador tiver realizar ou tratar com outros cooperadores ou até mesmo com o Pastor, deverá ser antes ou depois do culto, nunca no momento do mesmo;

Bilhetes e avisos de última hora, deverão ser levados pelos cooperadores ao altar.

Receber as pessoas que estão visitando levando-as aos bancos, pois os visitantes se sentem perdidos na Igreja;

Caso não tenha lugar para sentar, comece pedindo aos jovens homens para se colocarem em pé e cederem lugar para os mesmos;

Coloque Pastores, Presbíteros nos primeiros bancos, assim haverá mais espaço na nave da Igreja;

Crianças não podem e nem devem permanecer nos corredores, púlpitos ou fora da nave da Igreja, os cooperadores devem promover a ordem no culto, ora direcionando as crianças aos pais ora até mesmo colocando-as no colo;

As pessoas que não acatarem as ordens dos cooperadores, este deverá anotar o nome e conduzir ao Pastor para devido ensino e correção necessários;

No horário do culto não deixe ninguém sair, a não ser casos de muita necessidade, barre na porta, pergunte onde vai? Tem certeza que é urgente? Não dá para esperar?

Nunca esqueça de ser positivo mais educado, corrigir com respeito e educação sem ignorância e mais flexão;

Púlpito não é lugar de desabafo, de tirar satisfação, nem lugar de divulgar os escândalos de pessoas que cometem e se dizem cristãos.

Lembre-se na igreja existe todo tipo de pessoas, analfabetas e intelectuais, firmes e delicadas, fracos e fortes, crentes e não crentes, sem contar as que estão passando na rua e que ouvem o que falamos.

Conclusão:
Todos esses propósitos de aprendizado e ensinamento bíblicos, deixam bem claros que somente devem ser administrados por aqueles que em tudo são leais às Escrituras como a palavra de Deus plenamente inspirada:
Ø  (I Timóteo 1.13) - A mim, que dantes fui blasfemo, e perseguidor, e injurioso; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade.

Bem como ao Espírito Santo e seu ministério de verdade, de justiça e de poder:
Ø  (I Timóteo 1.14) - A graça de nosso Senhor superabundou com a fé e amor que há em Jesus Cristo.

O autêntico ensino bíblico enfatiza um viver santo (conhecer a santidade, ser santo e proceder santamente), e não apenas ter uma mera compreensão das verdades ou fatos bíblicos.

As grandes verdades reveladas nas escrituras são verdades redentoras e não acadêmicas; são questões que envolvem a vida ou a morte, exigem uma resposta e decisão pessoal, tanto do mestre quanto do discípulo:
Ø  (Filipenses 1.9-11) - E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento, para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo; Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

Jairzinho Mateiro Viana
Apologista cristão, ministro, líder fundador da Igreja Pentecostal da Anunciação (IPA) na Cidade de Parauapebas e presidente da mesa diretora.

Contato:
redencaodasalmas@gmail.com

Referências:
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Corrigida e Fiel).
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Revista e Corrigida).
http://www.etimologista.com
Pastor Elias Ribas
http://www.estudosdabiblia.net
ograndedialogo.blogspot.com.br
tcassimiro.blogspot.com.br
jorgealbertacci.com.br
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mefibosete.com
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