quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Dízimo e oferta – Excomungado ou Bendito

Na atualidade, quando se fala em dízimos, seja em debates ou até mesmo como costume de determinadas Igrejas, gera-se grande polêmica e questionamentos, tais como: é lícito dizimar? Isso não era costume apenas dos Israelitas? Não é só no Velho Testamento que fala sobre o dízimo? Isso não é coisa apenas da Lei? “Eu não vou encher bolso de Pastor ladrão” ou “em vez de dar o dízimo, dê um quilo de alimento para um pobre”, ou “o Pastor aceita fulano somente por causa do dízimo que é gordo”, e comentários semelhantes.

Tema controvertido nas igrejas evangélicas, tendo, de um lado, defensores apaixonados e, do outro, críticos ardorosos. Para alguns, é uma espécie de legalismo judaico preservado na igreja cristã. Para outros, trata-se de uma norma divina que tem valor permanente para o povo de Deus, na antiga e na nova dispensação.

Os críticos do dízimo afirmam que sua obrigatoriedade é contrária ao espírito do evangelho, pois Cristo liberta as pessoas das imposições da lei. Os defensores alegam que essa posição é interesseira, porque permite às pessoas se eximirem da responsabilidade de sustentar generosamente a igreja e suas atividades (social).

Com base nessa polêmica questão sobre o conceito da mordomia cristã, do uso que os cristãos fazem de seus recursos e bens, vamos aprender sobre a instituição do dízimo, bem como ofertas e caridade, pois Deus nos desafia a prová-Lo nisto, porque o dízimo é uma questão espiritual e não intelectual e carnal.

Uma vez que os Crentes (Pistos), antes criaturas e desviados da presença de Deus, agora que receberam a Jesus e o poder de serem feitos filhos de Deus, reconciliados;
·          (João 1.12-13) - Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

E como filhos espirituais, livres de toda condenação, desejam ardentemente viverem para Cristo (e não para o mundo, não para seu próprio desejo) e assim agradá-Lo e obedecê-Lo;
·         (Romanos 8.1) - Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Pois têm na Bíblia o vade-mécum (anda comigo ou vem comigo) que Deus usou cerca de 40 (quarenta) pessoas divinamente instruídas ao longo de toda história para deixar estas instruções (aos verdadeiros crentes) e assim sanar todas as dúvidas de suas novas vidas e orientá-los nesse mundo de trevas;
·         (I João 5.19) - Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.

Mas o que é o dízimo?

Dízimo
Do Latim decimus, que significa a décima parte de algo. No hebraico, no Antigo Testamento, a palavra usada para indicar dízimo é ma‘aser, que significa ‘décima parte’. O grego usa a palavra dekate, que tem o mesmo significado. Normalmente se usa o verbo apodekato, ou seja, ‘dar a décima parte’. Já no dicionário da língua portuguesa significa: Valor, imposto ou tributo que, pago pelos fiéis à igreja, correspondia à décima parte de um todo (colheita, renda, salário etc). O que se pode referir à décima parte de um todo.

O dízimo é uma taxa que pode ser dada una tantum (apenas uma vez no mês) ou em determinados intervalos que consiste, como se deduz da própria palavra, na décima parte do patrimônio ou da renda de uma pessoa, ou seja de tudo que ganhares ou receberes (presentes).

É definido como a prática de dar a décima parte de todos os frutos e rendimentos para o sustento das instituições religiosas e dos seus ministros. Trata-se de um costume antigo e generalizado, sendo encontrado tanto no judaísmo como nas culturas vizinhas do Oriente Médio.

Nas leis sobre o dízimo, Deus estava simplesmente ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo que Ele já lhes tinha dado.

Essa prática é claramente estabelecida no Antigo Testamento, sendo até mesmo anterior à lei de Moisés (Gênesis 14.20; 28.22). O dízimo era devido primariamente a Deus, como expressão de gratidão por suas bênçãos e consagração a ele.

Mais tarde, tornou-se um preceito formal na vida religiosa dos hebreus (Levíticos 27.30-32), sendo destinado especificamente para o sustento dos levitas (Números 18.21-24).

Houve ocasiões na história do Antigo Testamento em que o povo de Deus reteve egoisticamente o dinheiro, não repassando os dízimos e ofertas regulares ao Senhor.

Durante a reconstrução do segundo templo, os judeus pareciam mais interessados na construção de suas propriedades, por causa dos lucros imediatos que lhes trariam, do que nos reparos da Casa de Deus que se achava em ruínas. Por causa disto, alertou-lhes Ageu, muitos deles estavam sofrendo reveses financeiros:
·         (Ageu 1.3-6) - Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica deserta? Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos. Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado.

Coisa semelhante acontecia nos tempos do profeta Malaquias e, mais uma vez, Deus castigou seu povo por se recusar a trazer-lhe o dízimo:
·         (Malaquias 3.8-9) - Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.

Além dos dízimos, os israelitas eram instruídos a trazer numerosas ofertas ao Senhor, principalmente na forma de sacrifícios.

As Ofertas
 O valor da oferta é livre:
·         (Deuteronômio 16.10) - Depois celebrarás a festa das semanas ao Senhor teu Deus; o que deres será oferta voluntária da tua mão, segundo o Senhor teu Deus te houver abençoado.

É um mandamento de Deus:
·         (Êxodo 23.15) - A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado no mês de Abibe; porque nele saíste do Egito; e ninguém apareça vazio perante mim;

Deve ser dada como sacrifício e não daquilo que sobra, pois deve expressar o grau de nossa gratidão pelas bênçãos que recebemos de Deus.

A oferta alçada – Vem do hebraico “teruma” significa pesadas, altas, elevadas, produtivas” Era uma oferta especial como por exemplo, quando para a construção do Tabernáculo.

Levíticos descreve várias ofertas rituais:
·         Oferta pela culpa (Levíticos 5.14);
·         Holocausto (Levíticos 6.8-13);
·         Oferta de manjares (Levíticos 6.14-23);
·         Oferta pelo pecado (Levíticos 6.24-30);
·         Oferta pacífica (Levíticos 7.11-21).

Além das ofertas prescritas, os israelitas podiam apresentar outras ofertas voluntárias ao Senhor. Algumas destas eram repetidas em tempos determinados (ver Levítico 22.18-23; Números 15.3; Deuteronômio 12.6,17).

Ao passo que outras eram ocasionais. Quando, por exemplo, os israelitas empreenderam a construção do Tabernáculo no monte Sinai, trouxeram liberalmente suas oferendas para a fabricação da tenda e de seus móveis (Êxodo 35.20-29). Ficaram tão entusiasmados com o empreendimento, que Moisés teve de ordenar-lhes que cessassem as oferendas (Êxodo 36.3-7).

Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote Joiada fez um cofre para os israelitas lançarem as ofertas voluntárias a fim de custear os consertos do templo, e todos contribuíram com generosidade (II Reis 12.9,10). Semelhantemente, nos tempos de Ezequias, o povo contribuiu generosamente às obras da reconstrução do templo (II Crônicas 31.5-19).

O dízimo na história
No início da igreja, a informalidade e a simplicidade das estruturas não exigiam muitos recursos para sua manutenção. Não havia templos nem ministério em tempo integral (muitos líderes eram “fazedores de tendas”, como Paulo). A maior carência estava na área social ou beneficente. Daí a grande ênfase nas ofertas, principalmente em situações de particular necessidade;
·         (I Coríntios 16.1-4) - Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar, e quando tiver chegado, mandarei os que por cartas aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém, e se valer a pena que eu também vá, irão comigo.

No entanto, o princípio de que a contribuição devia ser marcada pelo desprendimento e liberalidade se manteve, como se pode ver na “Didaquê”, um manual eclesiástico do 2º século: “Tome uma parte do seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, segundo lhe parecer oportuno, e os dê conforme o preceito” (13.7). No final do mesmo século, Irineu de Lião se referiu aos cristãos como aqueles que “separam todas as suas posses para os propósitos do Senhor, entregando de modo alegre e espontâneo as porções não menos valiosas de sua propriedade” (“Contra as heresias” IV.18).

Com o passar do tempo e a crescente institucionalização da igreja, houve a necessidade de uma forma padronizada de contribuição. Com isso, recorreu-se ao precedente bíblico já conhecido e testado por muito tempo -- o dízimo.

Ao longo dos séculos, ele se tornou obrigatório -- uma espécie de imposto eclesiástico -- e na época de Carlos Magno passou a integrar a lei civil.

No final da Idade Média surgiram abusos quando os dízimos, em certos casos, se tornaram um instrumento para a compra de cargos eclesiásticos (simonia). Houve controvérsias quando as pessoas buscavam fugir ao pagamento dos dízimos enquanto outras tentavam se apropriar desses rendimentos para si mesmas.

Os países que tinham igrejas estatais recolhiam os dízimos dos fiéis em troca do sustento da igreja e do pagamento dos salários dos ministros (côngrua).

No Brasil colonial, em virtude do sistema conhecido como “padroado”, o dízimo se tornou o principal tributo arrecadado pelo estado português.

Dízimos – No Velho Testamento
Aproximadamente 21 séculos antes da lei Testamentária, à primeira aliança do Sinai, líderes patriarcais e referenciais, exemplos de verdadeiros servos já devolviam o dízimo a Deus:

Abel devolveu o dízimo ao Senhor, das primícias de suas ovelhas, isso sem precisar ser cobrado, simplesmente pelo fato de agradecer a Deus:
·         (Gênesis 4.4) - E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta.

Semelhantemente, Abraão entregou a Deus o dízimo de tudo o que ele tinha conquistado, também como forma de agradecimento:
·         (Gênesis 14.20) - E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.

Jacó votou a Deus prometendo entregar-Lhe o dízimo de tudo o que Deus lhe desse:
·         (Gênesis 28.22) - E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.

Na Lei Mosaica:
·         (Levítico 27.30) - Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.
·         (Deuteronômio 14.22-23) - Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias.

Dízimo – O Objetivo
Na instituição da Lei a tribo de Levi não teve herança na distribuição de terras em Israel. Deus estabeleceu que eles seriam sustentados pelos dízimos do povo.
·         (Números 18.24) - Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.
·         (Deuteronômio 12.19) - Guarda-te, que não desampares ao levita todos os teus dias na terra.

Em contrapartida eles eram responsáveis para alimentar o povo espiritualmente. Isto é, eles ministrariam o ensino e cuidariam do tabernáculo e dos utensílios usados na adoração.
·         (Josué 18.7) - Porquanto os levitas não têm parte no meio de vós, porque o sacerdócio do Senhor é a sua parte;
·         (I Crônicas 6.48) -  E seus irmãos, os levitas, foram postos para todo o ministério do tabernáculo da casa de Deus.
·         (II Crônicas 31.4-5) -  E ordenou ao povo, que morava em Jerusalém, que desse a parte dos sacerdotes e levitas, para que eles pudessem se dedicar à lei do Senhor. E depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância.

Dízimos – No Novo Testamento
Os exemplos dos dízimos e ofertas no Antigo Testamento contêm princípios importantes a respeito da mordomia do dinheiro, que são válidos para os crentes do Novo Testamento.

Devemos lembrar-nos que tudo quanto possuímos pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso: é algo que nos confiou aos cuidados. Não temos nenhum domínio sobre as nossas posses.

Devemos decidir, pois, de todo o coração, servir a Deus, e não ao dinheiro:
·         (Mateus 6.24) - Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

A Bíblia deixa claro que a cobiça é uma forma de idolatria:
·         (Colossenses 3.5) - Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;

O devolver o dízimo e ofertar era uma obrigação de cada israelita, mas, o desejo de ofertar deveria nascer no interior do coração, marcado por gratidão e alegria, uma ação voluntária, através da qual o Eterno era adorado. Assim devemos agir; não constrangidos por uma obrigação, mas, com prazer, alegria e amor, pois é do Senhor e é para o Senhor.

Vida Santa, uma condição:
·         (Mateus 5.23-24) - Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.

A Santidade é uma condição especial, ela gera comunhão e intimidade com o Pai. Antes de trazermos as nossas ofertas ao Senhor, é necessário fazermos uma avaliação e confessarmos pecados e acertarmos todas as situações que destoam da vontade de Deus.

Uma Gratidão:
·         (Salmos 50.14-15) - Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo os teus votos, e invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.

As ações, devolver o dízimo e ofertar é uma demonstração que reconhecemos a soberania de Deus e o cuidado que Ele tem para conosco, abençoando-nos no cotidiano em todos os aspectos de nossa existência.

Nossas contribuições (dízimos e ofertas) devem ser para a promoção do reino de Deus, especialmente para a obra da igreja local e a disseminação do evangelho pelo mundo:
·         (I Coríntios 9.4-14) – Não temos nós direito de comer e beber? Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.

·         (I Timóteo 5.17-18) - Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.

Para ajudar aos necessitados:
·         (Provérbios 19.17) - Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício;
·         (Gálatas 2.10) - Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência;
·         (II Coríntios 8.14) - Mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade.

Para acumular tesouros no céu:
·         (Mateus 6.20-21) – Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam, porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
·         (Lucas 6.34-35) - E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto. Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.

E para aprender a temer ao Senhor:
·         (Deuteronômio 14.22-23) - Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo, e perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias.

Nossas contribuições devem ser voluntárias e generosas, pois assim é ensinado tanto no Antigo Testamento:
·         (Êxodo 25.1,2) – Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.

Quanto no Novo Testamento:
·         (II Coríntios 8.11-12) - Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes. Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem.
·         (II Coríntios 8.3) - Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente.

Pois foi com tal espírito que o Senhor Jesus se entregou por nós:
·         (II Coríntios 8.9) - Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis.

Para Deus, o sacrifício envolvido é muito mais importante do que o valor monetário da dádiva:
·         (Lucas 21.1-4) - E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva; Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha.

Nossas contribuições devem ser dadas com alegria:
·         (II Coríntios 9.7) – Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

Tanto o exemplo dos israelitas no Antigo Testamento:
·         (II Crônicas 24.10) – Então todos os príncipes e todo o povo se alegraram, e o trouxeram e o lançaram no cofre, até que ficou cheio.

Quanto o dos cristãos macedônios do Novo Testamento servem-nos de modelos:
·         (II Coríntios 8.1-5) - Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos, e não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus.

O Novo Testamento deixa claro que o Senhor Jesus reconhecia o dízimo como um mandamento válido aos Israelitas, inclusive, era judeu e nascido sob a Lei:
·         (Gálatas 4.4-5) - Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.

Com a missão de cumpri-la:
·         (Mateus 5.17-18) -  Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir, porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.

Dízimos – Onde devolver
O membro da Igreja não deve dividir seu dízimo ou reduzir suas ofertas para ajudar em outra Igreja. Se fizer isto, estará administrando os recursos de Deus por conta própria, contrariando a Bíblia. A administração é feita por pessoas eleitas e aprovadas pela assembléia da Igreja, investidas dessa autoridade, que recebem orientação de Deus para esse ministério. Todo crente, seja batizado ou não, membro da Igreja ou não, deve ser fiel a Deus no dízimo e ofertas.
·   
      (Malaquias 3.10) - Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.

Dízimo - Validade atual
A questão que se coloca é a seguinte, o dízimo é valido hoje em dia para os cristãos? É uma forma legítima de contribuição cristã? São muitos os fatores a serem considerados na busca de uma resposta.

É preciso atentar para o ensino bíblico global sobre o lugar que os bens devem ter na vida do crente. Deus é o senhor e proprietário supremo de todas as coisas. Os seres humanos são mordomos, ou seja, administradores dos recursos e dádivas de Deus. Aqueles que realmente o amam, são gratos por suas bênçãos e querem servi-lo, se sentirão movidos intimamente a contribuir para causas que engrandecem o seu nome.

É preciso considerar a realidade. A igreja é uma associação voluntária e não tem outra fonte estável de sustento a não ser as contribuições dos seus membros. As ofertas ocasionais comprovadamente são insuficientes para atender a todas as necessidades financeiras da comunidade cristã. Torna-se necessário um método de contribuição que seja regular, generoso e proporcional aos recursos dos fiéis.

Gentios convertidos são israelitas ou não?
É impossível a um gentio, na condição de gentio, adorar ao Eterno e herdar as promessas bíblicas de Israel. Rute, a moabita convertida, recusou separar-se de Noemi e de Israel e voltar ao seu antigo povo:
·         (Rute 1.16) - Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus;

Na primeira Aliança, ele tinha que unir-se ao povo escolhido, Israel, tornar-se como o natural da terra e estar sob as mesmas leis e ritos, para servir ao Senhor. Sua iniciação dava-se por meio da circuncisão:
·         (Ezequiel 44.9) - Assim diz o Senhor Deus: Nenhum estrangeiro, incircunciso de coração ou incircunciso de carne, entrará no meu santuário, dentre os estrangeiros que se acharem no meio dos filhos de Israel.

Na Nova Aliança, ele não é mais sujeito à circuncisão física. Deve-se unir igualmente a Israel, enxertando-se no único povo do Eterno, através da confissão e do batismo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo:
·         (Efésios 2.11-13) - Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo, mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
Deve deixar os costumes dos gentios, os falsos deuses e renunciar as religiões pagãs, o que inclui batismos e funções exercidas nestas religiões:
·    
     (Romanos 11.16-17) - E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são, e se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira.

Os gentios convertidos, por meio da remissão no sangue de Jesus deixam de ser estrangeiros, unem-se à Israel, tornando-se descendentes de Abraão e herdeiros das promessas. Não há mais diferença entre eles e os judeus:
·         (Gálatas 3.26-29) - Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.

Agora temos o seguinte raciocínio: se Deus prescreveu o dízimo para o antigo povo de Israel, seria de se esperar que ele requeresse menos de nós cristãos, detentores de tamanhas dádivas? Por isso concluímos que o dízimo deve ser, não o teto da contribuição cristã, mas o piso, o mínimo, o ponto de partida, a não ser que você que discorde, não seja também um israelita e participante das promessas de Deus, sendo a maior de todas, sua salvação.

Dízimo – Os fiéis são abençoados
Quando os servos movidos pelo amor a Deus entregam os dízimos com alegria, tornam-se detentores da promessa de Deus. Ele afirma:
·         (Malaquias 3.10) - Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.

Derramarei Bênçãos sem Medidas - É preciso que a nossa visão, inicialmente seja espiritual, esta é a visão que verdadeiramente nos interessa. Não devemos devolver o dízimo interessados em recompensas materiais. O sentimento que deve nos mover a entregar os dízimos é o amor a Deus. E o Eterno em sua misericórdia recompensará com a melhor das bênçãos espirituais e materiais, bem como a possibilidade de fazer a Sua Obra.

Lembre-se:
(Lucas 14.33) - Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.

Vossa vide não será estéril - Existe a benção de prosperidade prometida aos fiéis. Deve-se esperá-la, jamais buscá-la. Pois há tempo para todas as coisas, e o Senhor conhece as necessidades de cada um. A preocupação deve estar em conservar uma vida santa, reta e justa diante de Deus.

As Nações vos chamarão de felizes - Como é bom encontrar um servo fiel, sempre feliz, um rosto formoso que resplandece a paz de Cristo, mesmo em meio às muitas lutas e dificuldades. São estes os fiéis do Senhor, que triunfam e voam como águias (Isaías 40.31) acima de todas as dificuldades. São agraciados com o derramar de bênçãos sem medidas.

Para que haja mantimento - Quando há fidelidade nos dízimos, a Casa do Senhor é agraciada com recursos que serão usados na pregação do Evangelho, abençoando missões, ministérios e também, o social, vestindo aos irmãos necessitados.

E por causa de vós, repreenderei o devorador.
Deus é fiel, honra as Suas promessas; nossa obrigação é sermos fieis e honrarmos ao Eterno em todas as áreas da vida, quando O honramos com os dízimos e ou ofertas tornamo-nos mais próximos do Pai e somos habilitados a recebermos as bênçãos divinas.
·         (Provérbios 3.9) - Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; e se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.

Dízimo – Períodos de Existência
Antes da Lei:
Período Patriarcal de Adão a Moisés;
·         Reconhecimento de que tudo o que possuímos vem de Deus, desde “nosso fôlego” de vida.

Durante a Lei:
Período de Moisés até Jesus Cristo;
·         Por determinação de Deus (Lei Testamentária).

No tempo da Graça:
Período de Jesus Cristo até o Arrebatamento;
·         Favor imerecido de um Deus misericordioso, para os que n´Ele andam.

No Porvir:
Reino Milenar de Jesus Cristo;
As nações da terra subirão uma vez ao ano à Jerusalém Celestial em Sião, para trazer o dízimo das nações e adorar ao Rei, o Senhor dos Exércitos.
·         (Zacarias 14.16) - E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos.

v
  Tabernáculos ou Sukot - Quer dizer em hebraico, cabanas, tendas ou tabernáculos. O singular é Suka ou cabana=tabernáculo. Na Bíblia, (Levítico 23.33-44), Deus institui a celebração da Festa dos Tabernáculos ou Festa das Colheitas. O nosso Deus faz recomendações: festa de ofertar ao Senhor, festa de gratidão, festa de repartir o que colheu, festa de grande alegria, festa para lembrar-se do Senhor que os tirou da terra do Egito e os conduziu em Cabanas pelo deserto.

Após o Milênio:
Na eternidade, os habitantes da santa cidade, a nova terra, subirão de ano em ano, num Alto Monte na Nova Jerusalém trazendo ao Senhor, a abundância das nações (o dízimo);
·         (Apocalipse 21.24) - E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra.

v  Glória - No Antigo Testamento encontramos o termo glória em hebraico como “Kãbhôdh” com sua raiz vinda dos termos como “dignidade” e “peso”. No Antigo Testamento encontramos muitas vezes relacionada à riqueza ou o poder de uma pessoa (sua glória).

Conclusão
A questão do dízimo é tão difícil para muitos crentes porque toca numa parte sensível da sua vida, que é o bolso. Parece excessivo entregar um décimo dos rendimentos para Deus, para a causa de Cristo. Nem todos têm o desprendimento e a generosidade da pobre viúva elogiada por Jesus (Marcos 12.41-44).

Todavia, o dízimo é uma bênção na experiência do cristão em dois sentidos. Primeiro, como um desafio para a sua vida espiritual. Dar o dízimo pressupõe uma relação de amor, gratidão e compromisso com Deus e com as pessoas que serão beneficiadas com essa contribuição.

Em segundo lugar, é também um desafio para a melhor administração da vida financeira. Muitas pessoas têm dificuldade em contribuir para a igreja e suas causas porque são desorganizadas em suas finanças, gastam mais do que podem, não têm um senso de prioridades em seu orçamento.

Conforme a existência, podemos concluir que o dízimo, sendo parte do Evangelho Eterno, também é eterno;
·         (Apocalipse 14-6) - E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo.

E debater sobre o fato de estar em vigor, se surtiu ou não efeito e se é excomungado ou uma benção para os que mantém o princípio como Abel, Abraão e Jacó, hoje ou não, é simplesmente falta de conhecimento bíblico de muitos que dizem serem “crentes”, mas não leem a Bíblia e vão por ideias de teólogos que também estão longe de Deus ou de descrentes (Apistos) que não querem negar o apego ao dinheiro e assim contraem e contaminam os incautos com a raiz de todos os males, que é desagradável a Deus.

As ofertas eram segundo as posses da cada um. Este é o mesmo entendimento para o dízimo, uma doação à igreja de ofertas agradáveis, que serão usadas na manutenção do templo, missões e no auxílio aos irmãos mais carentes, ligados ou não à denominação, afinal, no Reino não há denominações.

É inaceitável que as igrejas (instituições) guardem o dinheiro do Senhor (poupança e aplicações financeiras diversas) enquanto há tantos irmãos em frentes missionárias, ministérios, necessitados de recursos financeiros para a pregação do evangelho.

Em nossos dias o ato de devolver o dízimo e ou ofertar estão desgastados; é visto pela sociedade como um meio de explorar a fé dos mais simples. Esta visão deturpada nasceu em decorrência dos exageros praticados por pregadores que não observam os princípios de Deus em suas vidas, e literalmente roubam os servos ao fazerem promessas mirabolantes de riquezas e prosperidades advindas da entrega do dízimo.

O Apostolo Paulo, escreveu uma carta à igreja de Corinto, na qual diz:
·         (I Coríntios 2.14) - Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

O dízimo é uma bênção àqueles que nasceram de novo e são movidos pelo Espírito de Deus em todas as situações. O homem natural (em pecado) não entende estas coisas e são tomados por questionamentos diversos, usando-os como base, não aceitam o nosso ato de alegria que nos leva a reservar partes dos rendimentos para o Senhor e disponibilizá-los na forma de dízimos e ofertas.

Inclusive é comum ao “homem natural” questionamentos tais como: Deus não precisa de dinheiro! Deus é dono de tudo! Não vou encher a barriga de pastor! Ganho pouco, e sou pobre! Não sobra para o dízimo! Tenho escola das crianças, e muitas despesas! Isto é para os ricos!

São homens que ainda não entregaram verdadeiramente suas vidas nas mãos do Senhor, são “naturais” e não conseguem enxergar com os olhos do Espírito a vontade de Deus para a vida de seus escolhidos, ao eleger-nos como provedores de Sua Obra.


Jairzinho Mateiro Viana
Apologista cristão, Ministro, líder fundador da Igreja Pentecostal da Anunciação (IPA) na Cidade de Parauapebas e Presidente da Mesa Diretora.

Contato para agendas:
redencaodasalmas@gmail.com

Referências:
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Corrigida e Fiel)
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Revista e Corrigida)
Bíblia Judaica Completa
Jaime Dias
Pastor Elias de Oliveira
Israelitas.com.br
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