terça-feira, 4 de junho de 2019

Barba – Honra ou desonra

O que é a barba?
Barba é o conjunto de pelos que cresce no queixo, nas faces e na frente do pescoço do homem, e mais raramente em mulheres. O estudo da barba é chamado de pogonologia.

Os pelos que preenchem parte do rosto masculino não fogem do papel de protetores. Barba bem aparada pode proteger o rosto dos raios UV, bloquear algumas bactérias presentes na poeira, causadoras da asma, e auxilia na manutenção de uma pele mais jovem, já que ela fica constantemente protegida do vento e se mantém hidratada com os óleos naturais dos fios.

Ao longo da história e de diferentes culturas do mundo, aos homens com barba se atribuiu qualidades como sabedoria, potência sexual e status social.

Também em determinadas épocas e culturas se atribuiu a ela falta de higiene, refinamento e digna de excêntricos. Em algumas religiões, quem tem barba é considerado importante.

Em geral a barba tem textura mais crespa que o cabelo, mesmo em homens de cabelo liso, tendo a mesma cor do cabelo variando em tonalidade, o crescimento da barba surge durante a puberdade devido à ação da testosterona, o hormônio masculino. Fisiologicamente, a função da barba é de aquecer e proteger o rosto mecanicamente, filtrar o ar da respiração, além de funcionar como dimorfismo sexual entre seres humanos.

Também já eram utilizadas desde o começo dos tempos por povos árabes e também tem muito uso por algumas religiões como o islamismo e judaísmo ortodoxo e existem alguns casos onde homens envelhecem sem nunca terem cortado sequer uma vez suas barbas. Em algumas religiões africanas, como a Uotmeit, homens incapazes de crescer barba são dados como impróprios para reprodução.

Explicações da psicologia evolucionista para a existência de barbas incluem sinalização de maturidade sexual e sinalização de dominância aumentando o tamanho percebido das mandíbulas, e rostos limpos raspados são classificados como menos dominante do que aqueles que possuem barba.

Alguns estudiosos afirmam que ainda não está estabelecido se a seleção sexual levando a barba está enraizada na atratividade (seleção intersexual) ou dominância (seleção intrasexual).

A barba pode ser explicada como um indicador da condição geral de um macho. A taxa de pilosidade facial parece influenciar atratividade do sexo masculino.

A presença de uma barba torna o homem vulnerável em brigas, que é claro, por isso, os biólogos têm especulado que deve haver outros benefícios evolucionários que superam o inconveniente.

A barba na história
O indicador de que podemos estudar e analisar a história olhando simplesmente para o aparecimento e desaparecimento da barba. A verdade histórica é importante. Ela não é igual à verdade bíblica, porém toda a história é a história de Deus, pois Ele é o Deus da história. A história revela a falta e a ignorância, ou o conhecimento e a importância, que a verdade bíblica exerce sobre uma civilização. Você pode olhar para uma civilização e observar que quando a Palavra de Deus tem a supremacia, certas coisas transparecem; da mesma forma, quando a razão humana tem a supremacia, outras coisas transparecem.

Egito
Uma informação histórica interessante é que o Egito era o único país na antiguidade que proibia que um homem deixasse sua barba crescer. Os egípcios não gostavam dos pelos faciais, barbeavam-se e forçavam seus escravos a também se barbearem.

Qualquer erudito bíblico reconhece que o Egito é um tipo do mundo. O Egito é um tipo de tudo aquilo que é contrário a Deus, à Sua Lei e ao Seu povo. O Egito era em grande parte uma nação de homens sem barba. Todavia, quando você olha para a arte egípcia e para as esculturas que eles deixaram, pode observar que os faraós (especialmente) usavam um cavanhaque pontudo que saia direto de seus queixos. Entretanto, se você olhar com atenção, descobrirá que havia uma linha que ia até a parte de trás das orelhas.

Você sabe o porquê disto? A resposta é que aquilo era um cordão que segurava uma barba postiça. Os homens e mulheres tinham uma aparência similar no Egito. Por exemplo, a rainha Hatshepstut se vestia como um homem e é mostrada com uma barba postiça. A barba postiça era usada em comemorações ou quando o faraó aparecia diante do público. Havia também um significado religioso aqui; a barba era considerada um atributo dos deuses pelos egípcios. Assim, o faraó expressava seu status de um deus vivo quando se apresentava usando uma barba postiça presa por um cordão.

Além disso, fora de um contexto religioso, a barba na arte egípcia indica a nacionalidade estrangeira de um indivíduo. Os inimigos do antigo Egito são sempre retratados com barba. Dado o desdém dos antigos egípcios pelos estrangeiros, isso pode explicar parte da popularidade da prática de se barbear.

Grécia
Entre os gregos o uso da barba era bastante comum. Prova disso é que muitas das imagens que representavam os famosos filósofos gregos eram sempre acompanhadas de uma farta rama de pêlos. Entretanto, durante a dominação macedônica essa tradição grega foi severamente proibida pelo rei Alexandre, O Grande. Segundo o famoso líder político e militar, a manutenção da barba poderia trazer desvantagens aos seus soldados durante um confronto direto.

Roma
Na civilização romana a barba integrava um importante ritual de passagem. Todos os rapazes, antes de alcançarem a puberdade, não poderiam cortar nenhum fio de cabelo ou barba. Quando atingiam o momento de passagem entre a infância e a juventude, raspavam todos os pêlos do corpo e os ofereciam aos deuses. Os senadores costumavam preservar a barba como símbolo de seu status político. Nessa mesma sociedade surgiram os primeiros cremes de barbear, produzidos através do óleo de oliva.

Outra informação interessante: se você observar na mitologia grega e romana, sempre que vir uma gravura de um falso deus, usualmente ele tem a face lisa. Quase todos os deuses falsos são representados com faces lisas.

Durante a Idade Média, a barba sinalizou a separação ocorrida na Igreja Cristã com a realização do Cisma do Oriente. Muitos dos clérigos católicos eram aconselhados a fazerem a barba para que não parecessem com os integrantes da igreja ortodoxa ou até mesmo com os costumeiramente barbudos judeus ou muçulmanos. Além disso, o uso dos bigodes gerava bastante polêmica entre os cristãos medievais, pois estes eram ostentados pelas levas de germânicos que invadiam o decadente Império Romano.

A evolução da Barba – Século 18 até os dias atuais
As barbas, cabelos e bigodes possuem uma importância muito grande no quesito histórico, isso porque eles não representavam apenas uma questão estética, mas significação de status. Cores, formas, texturas, passavam inúmeros significados sociais; implicando diretamente no jeito que as pessoas se relacionam.

Em determinados períodos, as barbas tinham prestígio aristocrático, na França entre 1870 e 1910 a sociedade tentou proibir o uso de bigodes em profissionais considerados inferiores. Já no período medieval as barbas foram trocadas pelos rostos lisinhos, barbas ralas e pontiagudas.

No século XIX, a moda masculina fez com que os homens abandonassem as gravatas coloridas, casacos elegantes, calças justas e sapatilhas baixas, típico vestuário de homens magros e românticos, para então, na Era Vitoriana, se tornarem sólidos. Já o rosto limpo deu lugar às barbas cheias.

O visual barbado denotava poderes financeiros em quase todas as culturas, fazendo com que ele não demonstrasse status social e, ainda, dava abertura para dúvidas em relação à sua virilidade, já que, na época, se tornou muito comum pensar que esses eram indivíduos de costumes indecorosos e, entre outras coisas, optavam pela prática homossexual.

Esse visual era bastante favorável a aparência de maturidade. Enquanto os 150 anos anteriores, nos quais grande parte dos homens ingleses e americanos se barbeavam, a barba cheia era sinônimo de velhice, negligência, excentricidade e até insanidade.

O século XX chegou e baniu por, quase, completamente a barba da alta classe. Durante boa parte desse período, o rosto liso virou sinônimo de civilidade e higiene. Voltando com força nos anos 60 e 70, como um símbolo da cultura hippie. Enquanto nos anos 80, o bigode ganhou o coração dos gays. Os anos 90 foram um retorno ao pré woodstock, fazendo com que os homens preferissem ficar sem. Já, na atualidade, elas e eles estão de volta com tudo, não importando as regras.

A psicologia por trás da Barba na história
Por muitos anos enquanto cresceu nos rostos dos homens da raça humana, a barba tem sido orgulhosamente cultivada, incansavelmente difamada, oficialmente encorajada, carinhosamente perfumada, publicamente criticada, consistentemente amada, agressivamente denunciada, ou seja, decididamente polêmica. Acima de tudo, orgulhosamente exibida e ardentemente admirada, se não por todos ou alguns, ao menos pelos seus próprios portadores.

Evolução do Homem com Barba
O acidente evolutivo que preservou os pêlos no maxilar, bochecha e sobre os lábios masculinos não parece servir uma função biológica significativa no que diz respeito a proteção a temperaturas baixas, ventos fortes, calor intenso ou filtro de ar — embora estes benefícios existam, sua significância biológica é mínima.

Apesar disso, alguns estudos indicam que as vantagens da barba começam a se tornar aparentes na seleção natural, principalmente na escolha de parceiros adequados para reprodução, já que a existência de pêlo facial no homem, evolutivamente, representa adequabilidade masculina, imunidade aumentada, agressividade (o que pode ser útil competitivamente falando) e status social — estes em sua maioria percepções psicológicas de origem subconsciente com embasamento biológico.

Apesar de que pouco pode ser dito com certeza sobre as vantagens evolutivas ou climáticas das barbas, muito pode ser explicado sobre os efeitos sociais e psicológicos do pêlo facial masculino:

A marca na história
A presença (ou falta) de barba no homem deixou sua marca na arte, literatura, história, comercio e guerra. Em todas estas áreas temos claras evidências e membros memoráveis da influência da barba em suas obras, ações e resultados.

Sem a existência da barba através dos milênios, Michelangelo não teria esculpido o esplêndido Moisés barbado, Rossini não teria escrito sua ópera Il Barbiere di Seviglia, já que barbeiros não teriam existido. Até mesmo as contradições dialéticas de Karl Marx teriam sido menos impactantes sem sua imponente barba para apoia-lo. O mesmo se aplica também a boa parte dos grandes pensadores e filósofos da antiguidade e da modernidade. Como adorno utilizado para intimidação do oponente por alguns exércitos da antiguidade, sem a barba talvez estes não teriam ganho batalhas, as quais resultariam em mudanças culturais e políticas possivelmente drásticas considerando o efeito borboleta que pode(ria) ter ocorrido.

Homens de todas as idades, classes sociais e ideologias têm orgulhosamente feito comparações entre suas barbas e os adornos dados pela natureza aos leões, tigres e até mesmo bodes. E não é por menos: todos estes são símbolos de poder, dominância, masculinidade, imponência, agressividade, status, força, ousadia e coragem.

A psicologia por trás da barba na criação
Historicamente as barbas foram referenciadas como prova da chegada a maturidade masculina. Segundo a tradição Judaico-Cristã, Adão, o primeiro membro masculino da raça humana, é geralmente descrito (geralmente através da arte) como tendo um rosto liso, sem barba nos períodos iniciais e então em sua saída do paraíso ele aparece com uma barba cheia, sendo julgado por Deus (também com sua imponente barba) após ter sido tentado a “comer o fruto proibido”, simbolizando assim uma graduação onde o menino se torna homem.

Obviamente não podemos desviar o olhar de que a cultura da barba através do globo e história é frequentemente modificada por tendências culturais, religiosas, regionais, políticas e, por que não, moda.  Apesar disso, em cada época, cultura, religião e guilda, podemos identificar o impacto da barba e seus portadores sobre os resultados de suas intervenções. Não é a toa que muitos homens de negócios, lordes, barões e outros homens de poder e influência utilizaram o termo “no fio da barba” não apenas para designar simbolicamente o fechamento de um negócio ou acordo em substituição a um contrato. Os mais fiéis à expressão em alguns casos literalmente arrancavam um fio da barba e entregavam à outra parte para simbolizar de que poderia dar plena confiança a este acordo pois ele seria cumprido pois foi prometido pela barba do proponente.

Uma marca que perdura
Apesar das mudanças em estilo, tendências, razões e portadores, uma coisa se percebe entre todas elas e perdura na percepção psicológica através da cultura e dos tempos: barba é sinônimo de masculinidade e este título não lhe poderá ser tirado tão facilmente.

A barba e a Igreja
O Concílio de Cartago, que foi um concílio na igreja primitiva, em aproximadamente 200 DC, se reuniu para discutir e tentar solucionar muitos problemas na igreja. Um dos problemas que eles discutiram foi o uso de trajes imodestos na igreja.

Veja, eles já tinham naquele tempo problemas com os trajes imodestos, do mesmo modo como temos hoje. Agora, eles não estavam discutindo minissaias, shorts, decotes, camisetas e blusas regatas, que são sensuais e considerados vulgares até mesmo nos dias de hoje. Aqui está uma citação do Concílio de Cartago sobre o traje imodesto: "Qualquer homem que vier à igreja com cabelos longos e a face barbeada e lisa, será excluído da comunhão, pois esse homem está vestido de forma imodesta." [Crocker & Brewster, Nova York, 1832 pág. 154].

Se um homem comparecesse à reunião da igreja com cabelos compridos e a face barbeada e lisa, ele era considerado vestido de forma imodesta.
Tertuliano, um dos pais da igreja primitiva escreveu um tratado sobre a barba; ele disse que o propósito da barba era "reduzir a lascívia".

O Quarto Concílio de Cartago, em 398, decretou: "O clérigo não deixará seu cabelo crescer, nem removerá sua barba."

Muitos dos antigos acreditavam e ensinavam que Deus deu ao homem a barba para distingui-lo da mulher, de modo que era errado antagonizar a natureza e rapar a barba.

Entre os cristãos primitivos, Clemente de Alexandria provavelmente escreveu mais sobre os males da remoção da barba do que todos os outros autores cristãos primitivos juntos. Como os judeus, Clemente chamava a barba de "adorno natural do homem" e dizia que "nunca era permissível" raspá-la. (The Fathers of the Church, 218). "Os fios da barba estão contados", Clemente adverte aos seus leitores: "Procurar beleza na face lisa e sem pelos é pura efeminação, se feito por um homem." (The Fathers of the Church, 215). "Deus planejou que a mulher tenha a pele suave e lisa, orgulhando-se nas mechas naturais de seus cabelos, como um cavalo com sua crista", escreveu Clemente. "Mas ao homem, Ele adornou como o leão, com uma barba..." (The Fathers of the Church, 214).

"Esta, então, é a marca do homem, a barba. Por ela, ele é reconhecido como um homem. Ela é mais antiga do que Eva. É o símbolo da natureza superior.... Portanto, é uma atitude ímpia profanar o símbolo da masculinidade, os pelos." — Clemente de Alexandria (vol 2, pág. 276).

Quando as hordas dos povos bárbaros invadiram e conquistaram Roma, os homens tinham cabelos compridos e faces barbeadas e lisas. Foi por volta deste tempo que a igreja foi romanizada. Ritos e rituais pagãos começaram a se infiltrar na igreja e está literalmente cessou de ser uma igreja cristã e tornou-se misturada com todos os pagãos.

Junto com a multidão de outras contemporizações, naquele tempo praticamente todas as barbas foram raspadas. Os homens passaram a manter a face lisa e os cabelos compridos. Este foi o efeito da paganização que ocorreu na igreja. Consequentemente, as gravuras e esculturas de Cristo O mostram com cabelos compridos. Obviamente, nosso Senhor não usava cabelos compridos. Como podemos saber? Primeiro, durante o tempo em que viveu na Terra, o estilo de César, ou o corte de César, estava em voga. Veja qualquer gravura dos primeiros Césares e você descobrirá que eles usavam os cabelos curtos, na altura das orelhas.

Em segundo lugar, e mais importante ainda, existe a pergunta em:
o   (I Coríntios 11.14) - Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?

A palavra grega para vergonha é atimia, que se refere àquilo que é "vil, vergonhoso, desonroso, ignomioso, que produz desgraça e reprovação".

Como o Senhor Jesus era, e ainda é, o Filho de Deus imaculado, e como somos instruídos:
o   (Isaías 42.21) - O Senhor se agradava dele por amor da sua justiça; engrandeceu-o pela lei, e o fez glorioso.

Se a Lei de Deus diz que cabelos compridos são desonrosos para o homem, posso assegurar a vocês que Cristo nunca poderia usar cabelos compridos.

Cristo é mostrado com barba nas obras de arte, pois as Escrituras dizem claramente que Ele tinha barba.

Alguma vez você já pensou na flagrante inconsistência das pessoas que literalmente adoram ao Senhor Jesus, que tinha barba, mas depois dizem que é errado para um discípulo de Cristo usar barba?

Foi no século 16 que o Grande Despertar ocorreu e veio a ser conhecido como a Reforma. Em 1517, Martinho Lutero afixou suas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittemberg, na Alemanha, e começou a pregar que "o justo viverá pela fé".

É muito observável que sempre que a Palavra de Deus ajudou a cativar os pensamentos os pensamentos dos homens, especialmente durante a Reforma, os homens usaram cabelos curtos e deixavam a barba crescer. Não é interessante?

Por outro lado, sempre que o humanismo prevaleceu ou a supremacia foi atribuída à razão humana, os homens usaram cabelos longos e a face lisa. Veja as gravuras dos homens durante o tempo conhecido como Renascença. Além disso, observe a aparência dos homens na França durante o período conhecido como Iluminismo. Aqueles homens eram ateístas, agnósticos, infiéis e deístas que colocavam a razão humana acima da Palavra de Deus.

Durante a Guerra Civil Americana, os homens tementes a Deus usava barba. Veja as gravuras de Stonewall Jackson, Jeb Stuart, James Longstreet, Robert E. Lee e diversos outros. Na verdade, é instrutivo ver as fotografias antigas dos veteranos confederados e observar que 90% deles usavam barba. O uso de barba continuou até a Primeira Guerra Mundial. A barba somente começou a cair em desuso depois da infiltração do liberalismo alemão na sociedade deste país e então a surgiu novamente a moda dos cabelos compridos e da face barbeada e lisa.

Houve alguns poucos homens que falaram contra as faces lisas durante a história.
Em 1528, William Tyndale, falou contra aqueles que se barbeavam. Ele mostrava que a prática de se barbear "foi copiada dos pagãos" e proclamava que "a nação barbeada coloca Cristo para fora da sala" (Oxford English Dictionary XV).

William Shakespeare, em sua peça Muito Barulho Por Nada, Ato 2, Cena 1, diz: "Aquele que tem barba é mais do que um jovem, e aquele que não tem barba é menos do que um homem."

Em 1859, um inglês chamado James Ward escreveu Defence of the Beard (A Defesa da Barba), um panfleto que listava 18 razões por que um homem "deveria deixar a barba crescer, a não ser que fosse indiferente ao fato de ofender a Deus e ao bom gosto". (Encyclopedia of Religion and Ethics, 442).

Um ano mais tarde, uma obra mais extensa foi publicada, intitulada Shaving a Breach of the Sabbath and a Hindrance to the Spread of the Gospel (Fazer a Barba — uma Violação ao Dia de Descanso e uma Obstrução à Propagação do Evangelho). Neste livro, o autor defendia a barba comprida com base no fato que ela era "uma proteção para o peito, fornecida por Deus". "Estivesse ela em qualquer outra posição", o escritor raciocinava, "seu benefício e propósito poderiam ser duvidados". (Encyclopedia of Religion and Ethics, 442).

"A Remoção da Barba e o Uso Comum da Navalha: uma Moda Não Natural, Irracional, Não-Masculina e Ofensiva a Deus Entre os Cristãos", do livro Shaving — a Break of the Sabbath and a Hindrance to the Spread of the Gospel — livro do século 19, título citado em My Bearded Friend, de Keith Stewart.

Uma das citações mais engraçadas que encontrei sobre a barba veio de Tom Robbins. Ele disse: "Dos sete anões, somente Dunga tinha uma face lisa, de modo que isso deve nos dizer alguma coisa sobre o costume de se barbear." — Tom Robbins, Skinny Legs and All (1990).

Os povos em que os homens desenvolvem barbas comumente as valorizam muito. Ela é o sinal da masculinidade plena; o homem muito jovem ou o eunuco não possuem barba e a mulher com pelos faciais era considerada bruxa. Adão, Deus e os profetas eram tradicionalmente retratados com barbas, como também os reis, nobres e dignatários.

A Barba e os Hebreus
Os povos semitas, descendentes de Sem, como os hebreus, sempre tiveram a barba em alta estima. Ouça isto:

"Entre eles é mais injurioso alguém ter sua barba rapada, do que é para nós ser chicoteado publicamente, ou marcado com ferro quente. Muitos homens naquele país prefeririam a morte a passar por essa punição.

As esposas beijam as barbas de seus maridos e as crianças beijam a barba de seus pais quando os saúdam.

Os homens beijam a barba um dos outros reciprocamente, quando se cumprimentam nas ruas ou quando chegam de uma viagem. Eles dizem que a barba é a perfeição da face humana, que está ficaria mais desfigurada pela barba rapada, do que com a perda do nariz.

Eles admiram e invejam aqueles que têm as barbas mais bonitas. 'A simples visão desta barba persuadiria qualquer um que aquele a quem ela pertence é um homem honesto.' Se alguém que possui uma bela barba pratica um ato reprovável, eles dizem: 'Que desgosto para aquela barba! O quanto aquela barba deve sofrer!'

Se querem corrigir os erros de alguém, eles dizem: 'Que vergonha para a sua barba!' Se fazem um juramento para afirmar ou negar alguma coisa, eles dizem: 'Eu o conjuro pela sua barba a me conceder isto.' Ou então: 'Eu o conjuro pela sua barba, é isto assim?' Eles também dizem, ao agradecer um grande favor: 'Que Deus preserve sua barba abençoada! Que Deus derrame bênçãos sobre sua barba!' Em comparações, eles dizem: 'Isto é mais valioso do que a sua barba.'" [Meurs des Arahes par M. D. Arvieux, cap. 7].

Esses relatos podem contribuir para ilustrar várias passagens das Escrituras. Primeiro, considere a desonra feita por Davi à sua própria barba, deixando a saliva escorrer por ela.
o   (I Samuel 21.13) - Por isso se contrafez diante dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas portas de entrada, e deixava correr a saliva pela barba.

A resposta do rei Aquis encontra-se:
o   (I Samuel 21.14-15) - Então disse Aquis aos seus criados: Eis que bem vedes que este homem está louco; por que mo trouxestes a mim? Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis a este para que fizesse doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa?

As ações de Davi parecem ter convencido Aquis que Davi estava louco. Aquis raciocinou: "Nenhum homem de mente sã trataria assim aquilo que estimamos com tanta honra, a nossa barba."

Se a barba era assim venerada, podemos compreender a importância da atitude de Mefibosete de não a aparar:
o   (II Samuel 19.24) - Também Mefibosete, filho de Saul, desceu a encontrar-se com o rei, e não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha lavado as suas vestes desde o dia em que o rei tinha saído até ao dia em que voltou em paz.

Mefibosete esteve de luto por causa da injustiça feita a Davi por Absalão.

A barba era amada e considerada sagrada. Os homens de Israel conseguiram manter suas barbas mesmo durante o tempo de servidão no Egito, onde havia o costume universal de raspar a barba.

A barba é um sinal visível e exterior de um homem verdadeiro. Puxar rudemente a barba de um homem era uma agressão cruel à sua dignidade. As crianças e outros parentes tocavam gentilmente a barba de um homem como sinal de amor; um fugitivo levantava reverentemente sua mão para ela ao pedir socorro e aquele que punha sua mão sobre sua própria barba e jurasse por ela estava se vinculando ao mais solene dos juramentos; violar esse juramento traria infâmia para ele diante de seus conhecidos.

Tocar a barba afetuosamente estabelecia paz e confiança entre as duas partes. Quando Joabe se aproximou de Amasa, ele tocou na barba dele para beijá-la. Esse ato fingido de amor e amizade enganou Amasa. Joabe tinha outras intenções:
o   (II Samuel 20.9-10) - E disse Joabe a Amasa: Vai bem, meu irmão? E Joabe, com a mão direita, pegou da barba de Amasa, para o beijar. E Amasa não se resguardou da espada que estava na mão de Joabe, de sorte que este o feriu com ela na quinta costela, e lhe derramou por terra as entranhas, e não o feriu segunda vez, e morreu; então Joabe e Abisai, seu irmão, foram atrás de Seba, filho de Bicri.

Era costumeiro nos tempos bíblicos beijar a barba como um ato de amizade, devoção e respeito. A ação de Joabe de forma alguma foi um cumprimento suspeito ou incomum. Amasa aceitou o cumprimento e se preparava para retribuí-lo com a mesma gentileza quando recebeu o golpe mortal e inesperado de Joabe.

Preciso lembrá-lo que Judas traiu nosso Senhor com um beijo? Nosso Senhor perguntou:
o   (Lucas 22.48) - E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem?

Judas indubitavelmente aprendeu o método com Joabe, que também era um traidor e um enganador.

A Barba é um Fato Assumido e uma Realidade nas Escrituras
Um fato assumido é algo que é considerado evidente — é uma verdade pressuposta, como a doutrina de Deus. A propósito, em parte alguma a Bíblia tenta provar a existência de Deus — este é um fato assumido e uma realidade.

Assim, Gênesis 1.1 inicia com a seguinte declaração: "No princípio criou Deus os céus e a terra." Da mesma forma, não existe um mandamento específico para que os homens deixem sua barba crescer; entretanto, esta é uma realidade assumida, pois Deus criou o homem assim, com uma barba que cresce em sua face. Consequentemente, existem na Bíblia regulamentações divinas específicas para a barba.

A palavra hebraica para barba é zakan e a palavra para ancião é zaken, que se refere a "barbudo". Assim, o ancião hebraico recebia seu nome com base em sua barba.

O Valor da Barba
Os hebreus viam a barba como a "glória e orgulho do homem". Eles diziam que "a glória da face é a barba". (Calmet’s Dict. Of the Holy Bible — Crocker & Brewster, Nova York 1832, pág. 154). A barba era um distintivo de honra, de dignidade e de masculinidade.

Qualquer um que desejasse expressar o valor de um objeto dizia: "— Isto tem mais valor do que uma barba." (Encyclopedia of Religious Knowledge, pág. 207. Uma mulher dizia simplesmente: "— Isto custa mais caro do que a barba do meu marido."

O ornamento do jovem é a sua força e a honra do homem idoso são seus cabelos brancos (ou o tom grisalho de seu queixo — a barba no queixo).
o   (Provérbios 20.29) - A glória do jovem é a sua força; e a beleza dos velhos são as cãs.

Sempre que você vir um homem com barba, deve considerar os seguintes fatos:
·         Puxá-la é infligir indignidade.
·         Raspá-la ou mutilá-la à força é um símbolo de desgraça (II Samuel 10.4-5);
·         Raspá-la voluntariamente é um sinal de pranto (Jeremias 48.37-38);
·         Beijá-la é um sinal de grande respeito, honra, amizade e amor fraternal.
·         Não é possível compreender diversos versos no Novo Testamento sem antes compreender que a saudação normal entre os primeiros cristãos era o ato de beijar a barba (I Coríntios 16.20).

A barba era tão valorizada que guerras foram declaradas por causa dela. Uma dessas guerras está registrada em:
o   (II Samuel 10.1-7) - E aconteceu depois disto que morreu o rei dos filhos de Amom, e seu filho Hanum reinou em seu lugar. Então disse Davi: Usarei de benevolência com Hanum, filho de Naás, como seu pai usou de benevolência comigo. E enviou Davi os seus servos para consolá-lo acerca de seu pai; e foram os servos de Davi à terra dos filhos de Amom. Então disseram os príncipes dos filhos de Amom a seu senhor, Hanum: Porventura honra Davi a teu pai aos teus olhos, porque te enviou consoladores? Não te enviou antes Davi os seus servos para reconhecerem esta cidade, e para espiá-la, e para transtorná-la? Então tomou Hanum os servos de Davi, e lhes raspou metade da barba, e lhes cortou metade das vestes, até às nádegas, e os despediu. Quando isso foi informado a Davi, enviou ele mensageiros a encontrá-los, porque estavam aqueles homens sobremaneira envergonhados. Mandou o rei dizer-lhes: Deixai-vos estar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba, e então voltai. Vendo, pois, os filhos de Amom que se tinham feito abomináveis para com Davi, enviaram os filhos de Amom, e alugaram dos sírios de Bete-Reobe e dos sírios de Zobá vinte mil homens de pé, e do rei de Maaca mil homens e dos homens de Tobe doze mil homens. E ouvindo Davi, enviou a Joabe e a todo o exército dos valentes.

O rei amonita sabia exatamente o que estava fazendo quando mutilou as barbas dos embaixadores hebreus. Cortar a barba de um homem era um insulto mortal entre os antigos hebreus. Davi compreendeu o insulto e tratou de vingá-lo.

É interessante observar que não foi a exposição de suas nádegas que envergonhou aqueles homens, mas a mutilação de suas barbas. Eles podiam comprar novas roupas, porém a barba não cresceria até o tamanho usual de um dia para o outro. A instrução de Davi para eles foi que permanecessem em Jericó até que a barba estivesse grande o suficiente, e depois retornassem para Jerusalém. Davi derrotou os amonitas e os sírios; aquela guerra foi deflagrada por causa da mutilação da barba de alguns homens.

No ano 1764, um governante da Pérsia, chamado Kerim Khan, enviou embaixadores a Mir Mahennam, príncipe de Bendervigk, no Golfo Pérsico, para exigir tributos; porém este em resposta cortou as barbas dos embaixadores. Kerim Khan ficou tão enfurecido que no ano seguinte conduziu um grande exército para guerrear contra aquele príncipe, conquistar sua cidade e vingar o insulto.

Tocar na barba de outro homem era um insulto, a não ser que fosse feito como um ato de amizade e em sinal de respeito.

A barba sempre foi valorizada desde o início dos tempos. É admirável olhar os livros de história e ver as gravuras dos pregadores ao longo dos tempos; você descobrirá que a maioria deles usava barba. Charles Spurgeon não somente tinha uma bela barba, mas também exigia que todos os diáconos de sua igreja tivessem barba.

O Significado da Barba
Por que Deus deu a barba ao homem? O que a barba significa?

I – A barba representa vida para Deus - Somente os homens vivos é que podiam manter uma barba. Os leprosos tinham de ter a barba rapada. A lepra na Bíblia não somente representa o pecado, mas também a morte. A lepra é também um sinal do julgamento de Deus. Lembre-se que Deus feriu Míriam com a lepra por causa da rebelião dela contra Moisés; Deus também feriu Geazi, o servo de Eliseu, com a lepra por causa de seu pecado, falsidade e rebelião.

Veja a lei da lepra:
o   (Levítico 13.29-30, 33) - E, quando homem ou mulher tiver chaga na cabeça ou na barba, e o sacerdote, examinando a chaga, e eis que, se ela parece mais funda do que a pele, e pêlo amarelo fino há nela, o sacerdote o declarará por imundo; é tinha, é lepra da cabeça ou da barba.... Então se rapará; mas não rapará a tinha; e o sacerdote segunda vez encerrará o que tem a tinha por sete dias."

o   (Levítico 14.9) - E será que ao sétimo dia rapará todo o seu pêlo, a sua cabeça, e a sua barba, e as sobrancelhas; sim, rapará todo o pêlo, e lavará as suas vestes, e lavará a sua carne com água, e será limpo.

Somente depois que um homem ficava livre da lepra é que recebia a permissão de usar barba — ela representava a liberdade da servidão do pecado, da morte e do julgamento. Portanto, a barba significa primeiro de tudo, vida para Deus.

II - A barba significa submissão a Deus - Um homem sem barba ou com a face barbeada e lisa indicava que era um escravo e que estava em submissão a outro homem. Dito de outra forma, estar privado de uma barba era, e ainda é em alguns lugares no Oriente, um distintivo de servidão — uma marca de infâmia, que degradava o indivíduo no meio dos outros homens, para o nível dos escravos e das mulheres.

José usava sua barba enquanto estava na prisão. Ele tinha sido vendido como escravo e depois foi lançado na prisão. Entretanto, quando o faraó o chamou para ir ao palácio, José se barbeou, segundo o costume dos egípcios e em reconhecimento à sua condição de escravo e em submissão ao faraó. Seria arriscado para ele comparecer diante do faraó com barba, sendo um escravo; aquilo poderia ser considerado um insulto.
o   (Gênesis 41.14) - Então mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair logo do cárcere; e barbeou-se e mudou as suas roupas e apresentou-se a Faraó.

Assim, ter o rosto barbeado e liso era marca de ser um escravo e servo de outro homem. Portanto, José, como um escravo e em submissão ao faraó, rapou sua barba. Depois que José interpretou os sonhos do faraó, este lhe disse:
o   (Gênesis 41.40) - Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu.

Falando biblicamente, a barba indica que o homem está em submissão a Deus. Não estou dizendo que José não estava debaixo da vontade de Deus quando raspou sua barba, porque Deus o colocou ali. Entretanto, estou dizendo que a remoção da barba no contexto bíblico indica submissão ao homem, enquanto que a barba indica submissão a Deus.

Não estou implicando que apenas por que um homem usa barba ele está em submissão a Deus. Infelizmente, existem multidões de homens barbudos que não estão em submissão a Deus, porque milhões em todo o mundo estão perdidos em seus pecados e sem Jesus Cristo como seu Salvador pessoal.

Eles podem usar barba, mas suas vidas estão em contradição com o símbolo. O símbolo não significa coisa alguma sem a vida por trás dele. Da mesma forma, os cabelos compridos na mulher simbolizam que ela é submissa ao seu marido.
o   (I Coríntios 11.3) – Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.

Mas, conheço muitas mulheres de cabelos compridos que não estão em submissão aos seus maridos, de modo que seus cabelos não significam coisa alguma.

III A barba indicava separação para Deus - Nos tempos bíblicos, era possível olhar para a barba de um homem e identificar qual era o deus de sua devoção. A barba basicamente dizia se aquele homem era um pagão ou se era alguém que cria no único Deus vivo e verdadeiro.

Como? Os pagãos normalmente arredondavam e desfiguravam suas barbas e os cabelos da cabeça em honra ao sol, à lua, ou aos outros corpos celestes. Esse arredondamento, ou desfiguração da barba, é aquilo que chamamos hoje de cavanhaque. Os adoradores das estrelas e dos planetas cortavam seus cabelos igualmente em volta, aparando as extremidades.

De acordo com Heródoto, os povos árabes tinham o costume de raspar o cabelo em volta da cabeça e deixar somente um cacho no alto, em honra ao deus Baco. Voltando outra vez para Levítico, que já lemos anteriormente:
o   (Levítico 19.26-28) - Não comereis coisa alguma com o sangue; não agourareis nem adivinhareis. Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça, nem danificareis as extremidades da tua barba. Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor.

o   (Levítico 21.5-6) - Não farão calva (porção do couro cabeludo onde os cabelos deixaram de crescer; careca) na sua cabeça, e não raparão as extremidades da sua barba, nem darão golpes na sua carne. Santos serão a seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do Senhor, e o pão do seu Deus; portanto serão santos.

Por que Deus deu essas instruções específicas para não desfigurar as extremidades da barba?

Os hebreus foram instruídos a usarem a barba completa, sem desfigurá-la de forma alguma. A barba completa significa separação para Deus. Nos tempos bíblicos, os homens que arredondavam suas barbas ou que usavam apenas cavanhaque eram adoradores de Baco, Baal e de outras divindades pagãs.

É importante observar que a barba na Bíblia representa vida, liberdade e separação (dedicação) para Deus. Entretanto, o símbolo não é nada sem a realidade. Quando o povo de Deus age como os ímpios, Deus pune Seu povo como pune os ímpios. Deus indica essa punição quando ameaça "rapar ou desfigurar" os cantos das barbas deles em julgamento. Dito de forma bem simples: se eles quisessem parecer como os pagãos e viver como os pagãos, então Deus os julgaria como aos pagãos.
o   (Jeremias 9.25-26) - Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todo o circuncidado com o incircunciso. Ao Egito, e a Judá, e a Edom, e aos filhos de Amom, e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos do seu cabelo, que habitam no deserto; porque todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração.

o   (Jeremias 49.32) - E os seus camelos serão para presa, e a multidão dos seus gados para despojo; e os espalharei a todo o vento, àqueles que estão nos lugares mais distantes, e de todos os seus lados lhes trarei a sua ruína, diz o Senhor.

IV - A barba significa as bênçãos de Deus sobre Seu povo.
o   (Salmos 133.1-3) - Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.

As bênçãos de Deus são como o óleo da unção, o unguento precioso que escorria pela barba dos sacerdotes. Assim, uma barba bem crescida e bem cuidada indica as bênçãos de Deus sobre a vida de um homem e sua dedicação ao serviço de Deus.

A barba somente era arrancada, raspada ou deixada sem cuidados durante um tempo de grande tristeza, luto ou calamidade. Portanto, raspar a barba ou deixá-la sem cuidados significava a perda das bênçãos de Deus:
o   (II Samuel 19.24) - Também Mefibosete, filho de Saul, desceu a encontrar-se com o rei, e não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha lavado as suas vestes desde o dia em que o rei tinha saído até ao dia em que voltou em paz.

o   (Jó 1.20) - Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou."

o   (Esdras 9.3) - E, ouvindo eu tal coisa, rasguei as minhas vestes e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e sentei-me atônito.

É interessante que quando o povo de Deus peca e se recusa a se arrepender, Deus usa a imagem da barba raspada para transmitir a mensagem do vindouro julgamento sobre Seu povo. O profeta Isaías predisse que os assírios conquistariam o reino do norte de Israel, rapando a barba de Israel com uma navalha e trazendo julgamento sobre o povo. O profeta Ezequiel usou um quadro similar para ilustrar a destruição de Jerusalém pelos babilônios.
o   (Isaías 7.20) - Naquele mesmo dia rapará o SENHOR com uma navalha alugada, que está além do rio, isto é, com o rei da Assíria, a cabeça e os cabelos dos pés; e até a barba totalmente tirará.

O quadro do julgamento de Deus sobre Israel como uma navalha que é passada sobre a barba de toda a nação é um retrato intencional de uma desgraça e de um julgamento extremamente severo.
o   (Isaías 15.2) - Vai subindo a Bajite, e a Dibom, aos lugares altos, para chorar; por Nebo e por Medeba clamará Moabe; todas as cabeças ficarão calvas, e toda a barba será rapada.

o   (Jeremias 48.37) - Porque toda a cabeça será tosquiada, e toda a barba será diminuída; sobre todas as mãos haverá sarjaduras, e sobre os lombos, sacos.

o   (Ezequiel 5.1) - E tu, ó filho do homem, toma uma faca afiada, como navalha de barbeiro, e a farás passar pela tua cabeça e pela tua barba; então tomarás uma balança de peso, e repartirás os cabelos.

Quando Deus queria mostrar e indicar a severidade de Seu julgamento sobre Seu povo por causa do pecado, Ele fazia isso usando a analogia de rapar o símbolo mais amado deles — a barba. Portanto, a maior indignidade que poderia ser feita a um homem era arrancar sua barba — um sinal seguro do julgamento de Deus é ter a barba arrancada. Se você quiser entender o que foi feito com o Senhor Jesus Cristo, precisa entender isto. Quando nosso Senhor foi feito nosso substituto e sofreu em nosso lugar, lemos:
o   (Isaías 50.6) - As minhas costas ofereci aos que me feriam, e a minha face aos que me arrancavam os cabelos; não escondi a minha face dos que me afrontavam e me cuspiam.

Jesus ofereceu Suas costas aos açoites, mas também deu Seu rosto para aqueles que puxaram Sua barba de forma violenta e grosseira!

Preciso dizer que aquilo não foi feito apenas para lhe causar mais dor, mas foi feito segundo o costume de simbolicamente dizer: "Você está sob maldição, está sob a ira de Deus, está sob o julgamento de Deus."

O Propósito da Barba
Deus deu a barba aos homens. A questão não é se é certo ou errado usar barba, mas, ao revés, se é certo ou errado raspá-la! Por que Deus deu a barba aos homens? A barba é a marca de distinção de um homem. Um homem com barba nunca pode ser confundido com uma mulher.

A barba era considerada "como um ornamento sagrado dado por Deus ao homem para distingui-lo da mulher." [Calmet’s Dict. of the Bible, pág. 153].

o   (Deuteronômio 22.5) - Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao SENHOR teu Deus.

Keil & Delitisch dizem o seguinte em seu comentário sobre Deuteronômio 22.5 - "O propósito imediato desta proibição não era evitar a licenciosidade, ou se opor às práticas idólatras... mas manter a santidade da distinção entre os sexos, que foi estabelecida na criação do homem e da mulher e deixar claro que em relação a isto Israel não deveria pecar. Qualquer violação ou remoção dessa distinção... era antinatural e, portanto, uma abominação aos olhos de Deus."

Portanto, esses comentaristas dizem que esse verso está dirigido contra qualquer um que queira obliterar ou ofuscar a distinção entre os sexos. Frequentemente, a idolatria está associada com o estilo unissex ou com o travestismo.

A deusa Diana dos efésios era representada por uma escultura em que aparece com um grande número de seios (a característica distintiva de uma mulher) e barba no rosto — a característica de distinção de um homem. Muitas deusas pagãs recebiam sacrifícios oferecidos por homens vestidos como mulheres e por mulheres vestidas como homens. Muitos outros pagãos faziam o mesmo. No Egito, na Grécia e em Roma havia um esforço deliberado de remover a distinção entre os sexos.

Um homem sem barba era considerado efeminado! Quando os pagãos criaram a imagem de Diana, é aparente que até eles sabiam e compreendiam que a barba era uma característica de distinção do homem!

Lange, em seu comentário diz: "Destruir a distinção instituída por Deus entre os sexos leva à licenciosidade, à imoralidade e à confusão. Qualquer coisa que torne o sexo masculino efeminado e o sexo feminino masculinizado é prejudicial a ambos."

Uma coisa é certa: um homem com barba e cabelos curtos nunca será confundido com uma mulher; por outro lado, um homem sem barba e de cabelos curtos pode, algumas vezes, ser confundido com uma mulher, se seus traços faciais forem suaves.

Heródoto, o historiador do século 5 AC disse que os povos bárbaros de face lisa tinham sido feridos por uma divindade e transformados em mulheres.

Considerações
Ao longo da história e devido ao avanço da Teologia, surgiram muitas Denominações levando placa de igrejas e criaram suas próprias regras, não considerando necessariamente as Santas Escrituras, e quando Citadas são textos sempre fora do contexto e os seus personagens e os ambientes em que se encontravam, também fora dos usos e costumes dos povos que se relacionavam.

Não podemos rejeitar, desprezar ou denegrir qualquer parte da Palavra de Deus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e foi dada para nossa instrução e edificação.
o   (II Timóteo 3.16-17) - Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

Se não houvesse significado na barba, por que há tanta preocupação com ela na Bíblia e por que Deus usou a raspagem da barba para indicar julgamento?

A barba deve representar nossa vida para Deus, submissão a Deus, separação para Deus e as bênçãos de Deus sobre nós. Entretanto, como mencionei anteriormente, o símbolo não é nada sem a realidade da vida. Como homens cristãos, nossas barbas devem ser um testemunho privado e público. Cada vez que nós olhamos no espelho, devemos nos lembrar da razão por que temos barba. Cada vez que alguém perguntar por que usamos barba, temos uma oportunidade para testemunhar.

Esta barba me diz que preciso estar em submissão ao único Deus vivo e verdadeiro. A questão é: Estou? Preciso estar separado para Deus. Estou? Preciso ter as bênçãos dEle sobre mim. Tenho?

A barba é importante histórica e biblicamente e há uma razão para Deus ter dado a barba ao homem, de modo que precisamos compreender e aplicar isto em nossas vidas.

A maioria das igrejas “protestantes” considera o uso da barba como matéria para livre escolha de cada membro e muitos grandes verdadeiros ensinadores cristãos do passado, como W. E. Vine eram bem barbudos; C. H. Spurgeon não somente ostentava uma barba luxuriante, mas consta que encorajava os outros homens da sua igreja a deixar crescer a barba porque "é um hábito muito natural, bíblico, masculino e benéfico".

Voltando ao ensino bíblico, o princípio geral que deve nos orientar foi dado pelo apóstolo Paulo para resolver o que convém ao crente:
o   (Filipenses 4.8) - Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

O uso ou não de barba realmente é matéria para livre escolha de cada membro de uma congregação. Ele deve considerar se a maneira como se apresenta é condizente com o seu testemunho cristão, que deve glorificar unicamente a Cristo e não a sua própria vaidade, e ter cuidado para não se destacar como se pertencesse a um grupo incongruente que se distingue por usar – ou não – a barba de uma certa forma.

Não cabe à igreja local estabelecer normas sobre aquilo em que a Bíblia não proíbe.

Eu uso, e uso porque DEUS me disse que a me deu como símbolo de honra e autoridade, porém uso a cheia “cerrada”, limpa, aparada e sem cortes ou contornos arredondados conforme a instrução de Deus na sua Santa Palavra (Levítico 19.27).

Jairzinho Viana
Apologista cristão, Ministro, líder fundador da Igreja Pentecostal da Anunciação (IPA) na Cidade de Parauapebas e Presidente da Mesa Diretora.


Contato: redencaodasalmas@gmail.com

Referências:
Bíblia Sagrada (João Ferreira de Almeida – Corrigida e Fiel)
Bíblia Sagrada (João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada)
Bíblia Sagrada (João Ferreira de Almeida – Nova Tradução na Linguagem de Hoje)
John Weaver - http://www.espada.eti.br/barba.asp
https://pt. m.wikipedia.org/wiki/Barba
https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/historia-da-barba.htm
http://blog.barbabrava.com.br/a-psicologia-por-tras-da-barba-na-historia/
https://www.fatosdesconhecidos.com.br/incrivel-evolucao-da-barba-masculina-do-seculo-18-ate-os-anos-atuais/
http://www.bible-facts.info/artigos/barba.htm