segunda-feira, 14 de março de 2016

Páscoa – Libertação ou condenação.


Uma das mais importantes celebrações (se não a mais) das culturas que se tem conhecimento em todo o globo terrestre e que nos leva as mais antigas civilizações, bem como aos seus inúmeros deuses e simbolismos.

Na atualidade o comércio se prepara para um dos maiores nichos de vendas, pois apresentam seus símbolos como o coelho, os ovos recheados de chocolate, mascotes, chaveiros e inúmeros artigos, que incitam o público e torna a celebração uma corrida desenfreada para adquirir esses itens.

Mas o que inquieta é o seu surgimento, o seu significado e o seu objetivo final. Disto surgem os questionamentos nas mentes dos incautos e dos mais entendidos, como por exemplo, seria realmente a celebração da ressurreição de Jesus Cristo? A libertação dos israelitas do Egito? Por que o ovo de chocolate? Por que o coelho? É realmente uma celebração cristã ou pagã? Celebramos a Jesus Cristo ou a Satanás? Com base nessas perguntas é que vamos buscar as respostas através das civilizações na história e na Bíblia Sagrada.

Deixando bem claro que após a conclusão, cabe a cada um de nós o livre arbítrio em abraçar a resposta que mais nos confortar, pois Deus nos deu a liberdade de escolha, porém a consequência dessa escolha nos torna obrigatória.

Etimologia da páscoa
Nas línguas de origem grega e latina, o nome utilizado para Páscoa é derivado do grego Πάσχα (Pascha), um termo que derivou, através do aramaico, do hebraico פֶּסַח (Pesach ou Pesaḥ), um termo utilizado originalmente para designar um festival judaico comemorando o Êxodo e conhecido em português como Páscoa judaica.

O termo em inglês é Easter, cognato com alemão moderno Ostern, derivado do inglês antigo Ēastre ou Ēostre.

Origem histórica da páscoa
A teoria geralmente aceita defende que ele era originalmente o nome de uma deusa anglo-saxônica, Ēostre, Ostera, Estre, Austra, Ostara, uma forma do termo indo-europeu encontrado em muitos lugares para a deusa da aurora ou Vênus, deusa da fertilidade, amor da ressurreição e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica e que deu nome ao Sabbat que celebra o renascimento chamado de Ostara.

Eostre também é uma deusa da pureza, da juventude e da beleza. Era comum na primavera recolher o orvalho para banhar-se ritualisticamente. Acreditava-se que orvalho colhido nessa época estava impregnado com as energias de purificação e juventude de Eostre, e por isso tinha a virtude de purificar e rejuvenescer.

A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados. A lebre (e não o coelho) era seu símbolo. Suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada.

A lebre de Eostre é descrita na Lua cheia e, portanto, era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade. De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs.

Seu nome e funções tem relação com a Deusa Eos, Deusa do Amanhecer na mitologia grega. Alguns estudiosos dizem que ela é meramente uma das várias formas de Frigg - deusa indo-européia e esposa de Odin, ou que seu nome é só um epíteto para representar Frigg em seu aspecto jovem e primaveril, tal qual ocorre na mitologia grega entre Demeter e Perséfone. Outros pesquisadores associam Eostre a Astarte (Deusa Fenícia) e a Ishtar (Deusa Babilônica), devido às similaridades em seus respectivos festivais da primavera.

De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de março.

Posteriormente, a igreja católica acabou por substituir às festividades pagãs de Ostara pela Páscoa, não sem absorver muitos de seus costumes, inclusive os ovos e o coelhinho da Páscoa. Podemos perceber isso pelo próprio nome da Páscoa em inglês, Easter, muito semelhante a Eostre.

Para os wiccans é o despertar da terra com sentimentos de equilíbrio e renovação, pois a pascoa no hemisfério norte é realizado nesta época, são deusas da primavera, da ressurreição e renascimento e tem como símbolo o coelho. 

Uma das principais tradições desse festival é a decoração de ovos. O ovo representa a fertilidade da Deusa e do Deus. Outra tradição muito antiga é a de esconder os ovos e depois achá-los. (Talvez veio daí o costume dos Norte-americanos de esconderem os ovos de chocolate no dia da Páscoa para que as crianças os achem.) Mesmo os não wiccans sentem-se diferentes neste período, mais dispostos, comem menos, dormem menos e acordam mais cedo.

O Sabbat Ostara é o rito de fertilidade que celebra o nascimento da Primavera e o redespertar da vida na Terra. Nesse dia sagrado, os Bruxos acendem fogueiras novas ao nascer do sol, se rejubilam, tocam sinos e decoram ovos cozidos - um antigo costume pagão associado à Deusa da Fertilidade.

Os ovos, que obviamente são símbolos da fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos, eram lançados ao fogo ou enterrados como oferendas à Deusa. Em certas partes do mundo pintavam-se os ovos do Equinócio da Primavera de amarelo ou dourado (cores solares sagradas), utilizando-os em rituais para honrar o Deus Sol.

Os aspectos da Deusa invocados nesse Sabbat são Eostre (a deusa saxônica da fertilidade) e Ostara (a deusa alemã da fertilidade). Em algumas tradições wiccanas, as deidades da fertilidade adoradas nesse dia são a Deusa das Plantas e o Senhor das Matas.

Os ovos, como mencionado, eram símbolos antigos de fertilidade oferecidos à deusa dos Pagãos. A lebre era um símbolo de renascimento e ressurreição, sendo animal sagrado para várias deusas lunares, tanto na cultura oriental como na ocidental, incluindo a deusa Ostara, cujo animal era o coelho.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat do Equinócio da Primavera são os ovos cozidos, os bolos de mel, as primeiras frutas da estação em ponche de leite. Na Suécia, os "waffles" eram o prato tradicional da época.

Dizem as lendas que Eostre tinha uma especial afeição por crianças e onde quer que ela fosse, as crianças a seguiam e a deusa adorava cantar e entretê-las com sua magia.

Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com suas crianças, quando um amável pássaro voou sobre elas e pousou na mão da deusa e ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no animal favorito de Eostre, uma lebre e isto maravilhou as crianças.

Com o passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a transformação, porque não mais podia cantar nem voar, então as crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto, pois a magia já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até que o inverno passasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe quando a Primavera retornasse e ela fosse de novo restituída de seus poderes plenamente pudesse ao menos dar alguns momentos de alegria à lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns momentos.

A lebre assim permaneceu até que então a Primavera chegou. Nessa época os poderes de Eostre estavam em seu apogeu e ela pôde transformar a lebre em um pássaro novamente, durante algum tempo.

Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhe concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo.

Para lembrar às pessoas de seu ato tolo de interferir no livre-arbítrio de alguém, Eostre entalhou a figura de uma lebre na lua que pode ser vista até hoje pelos que assim acreditam.

A lebre é muito conhecida por seu poder gerador e o ovo sempre esteve associado ao começo da vida. Não são poucos os mitos que falam do ovo primordial, que teria sido chocado pela luz do Sol, dando assim vida a tudo o que existe.

Equinócio de Primavera – A luz da páscoa
Os satanistas acreditam que os números contêm poder inerente, ou seja, que se encontra ligado de modo íntimo e necessário. Desta maneira, eles literalmente ordenam suas vidas de acordo com a numerologia ocultista — tal numerologia também é um componente-chave da astrologia, outro sistema de adivinhação que os satanistas observam atentamente.

O calendário ocultista é dividido em quatro segmentos de treze semanas cada. O número 13 é considerado divino pelos ocultistas por um par de razões:

A Bíblia atribui ao 13 o significado de "rebelião contra a autoridade constituída", mais à depravação que fez Satanás se rebelar contra Deus.

Os ocultistas usam o 6 para representar o número do homem, e o 7 para representar a perfeição divina. Assim, à medida que uma pessoa escala a "Escada de Jacó" (maçonaria) em direção ao auto aperfeiçoamento no campo do oculto, o número 13 representa o estado de perfeição divina, perfeição alcançada por si mesmo, e Iluminação (6+7=13).

Assim, o calendário ocultista é formado por quatro períodos de treze semanas cada, mas aqui vou relacionar apenas o 2º período (que engloba a páscoa) e escrever sobre o mesmo em detalhes:

Equinócio de Primavera no Hemisfério Norte: 13 semanas — sabá ou sabbat menos importante, mas requer sacrifício humano - A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. O dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração.

Este sabbat marca o período de despertar da Terra, enquanto o Sol aumenta seu calor e poder. É o primeiro dia da primavera, momento em que as trevas e a luz estão em equilíbrio, até que a luz se sobrepõe às trevas numa explosão de vida. Nesse dia, escuridão e luz são precisamente iguais; então, esse Sabbat traz sentimentos de equilíbrio e interação. Desse dia em diante o dia dominara a noite, ou seja, os dias serão maiores que as noites e a Terra explodira com vida. 

·         21 e 22 de março — deusa Ostara —A Páscoa é o primeiro domingo após a primeira lua nova depois de Ostara;

·         21 de março é uma das noites de sacrifício humano dos Illuminati;

·         1 de abril — Dia da Mentira e precisamente treze semanas desde o ano novo;

·         19 de abril a 1 de maio — Sacrifício de Sangue à Besta. Sacrifício de fogo é requerido em 19 de abril;

·         30 de abril a 1 de maio — Festival de Beltaine, também chamado de Noite de Walpurgis. Este é o dia mais importante no calendário dos feiticeiros druidas;

·         1 de maio é o segundo feriado mais sagrado dos Illuminati. Requer sacrifício humano.

Ø  Sabá ou Sabbat- Assembleia noturna de feiticeiros e feiticeiras, que se reúnem no sábado à meia-noite, sob a direção de Satanás.

A Páscoa secular é uma data móvel que usa a prática comum da astrologia; é celebrada no primeiro domingo, a primeira lua nova após Ostara.

Esse dia na tradição secular celebra o retorno de Semíramis em sua forma reencarnada da deusa da primavera. Os seculares até mesmo têm um equivalente para a sexta-feira santa! É a "Sexta da Páscoa", e tem historicamente sido alocada na terceira lua cheia a partir do início do ano. Desde a associação da Páscoa secular com a ressurreição de Jesus, a sexta-feira santa é fixada permanentemente na sexta-feira anterior à Páscoa.

A Páscoa secular [Easter] está imersa nos mistérios babilônios. A deusa babilônia Ishtar é aquela a quem a Páscoa [Easter] se refere (Pagan Traditions of Holidays, pág. 9); na realidade, ela era Semíramis, mulher de Ninrode e a verdadeira fundadora dos mistérios satânicos babilônios. Depois da morte de Ninrode, Semíramis criou a lenda de que ele era na realidade seu filho divino, que nasceu quando ela ainda era virgem. Semíramis é considerada co-fundadora com Ninrode de todas as religiões ocultistas.

A Páscoa [Easter, em inglês] — o Dia de Ishtar — é celebrada amplamente em várias culturas e religiões do mundo:

·         Babilônia — Ishtar (Easter), também chamada Deusa da Lua;
·         Católicos — Virgem Maria (Rainha dos Céus);
·         Chineses — Shingmoo;
·         Druidas — Virgo Paritura;
·         Egito — Ísis / Osíris;
·         Efésios pagãos — Diana;
·         Etruscos — Nutria;
·         Alemães (antigos) — Herta;
·         Gregos — Afrodite / Ceres;
·         Índia — Isi / Indrani;
·         Judeus apóstatas antigos — Astarte (Rainha dos Céus);
·         Krishna — Devaki;
·         Roma — Réia ou Cibele / Vênus / Átis;
·         Escandinavos — Disa;
·         Sumérios — Nana ("America's Occult Holidays", Doc Marquis and Sam Pollard. pág. 13).

Símbolos da páscoa primaveril
Oferendas de Páscoa — São derivadas da tradição em que os sacerdotes e sacerdotisas traziam oferendas aos templos para a deusa da primavera, Ishtar. Eles traziam flores frescas da primavera e doces para colocar no altar do ídolo da deusa que adoravam. Eles também assavam um bolo de passas, decorando-o com cruzes para simbolizar a cruz de Wotan o deus das tormentas (na mitologia escandinava é Odin e na grega é conhecido como Zeus), ou algum outro deus.

De fato, o primeiro caso de Bolo de Frutas Secas pode ser rastreado até cerca de 1500 AC, até Cecrops, o fundador de Atenas (Marquis, pág. 18).

Nas celebrações do Velho Testamento no Israel apóstata, vemos mulheres irritando a Deus porque assavam esses bolos para oferecê-los em adoração à Rainha dos Céus [Jeremias 44.17-18 e Oséias 3.1].

A nota de rodapé para esse título "Rainha dos Céus" no Amplified Bible Commentary diz: "Uma deusa da fertilidade, provavelmente o título babilônio para Ishtar. Ela é identificada com o planeta Vênus. As oferendas para essa deusa incluíam bolos feitos na forma de uma estrela". Mais tarde os pagãos usaram não só a forma da estrela Pentalfa como também o bolo de frutas secas.

Outra oferenda popular a Ishtar eram as roupas novas, feitas ou compradas! Os sacerdotes usavam seus melhores trajes, enquanto as virgens vestais usavam vestidos brancos novos. Elas também usavam algo para cobrir as cabeças, como chapéus de palha ou toucas de tecido e muitas se adornavam com grinaldas de flores da primavera. Elas carregavam cestos de vime cheios de doces e alimentos para oferecerem aos deuses pagãos.

Serviços de Páscoa ao nascer do sol — Eram iniciados pelos sacerdotes que serviam à deusa babilônia Ishtar para simbolicamente apressar a reencarnação de Ishtar/Easter.

Quaresma — Período de 40 dias de jejum parcial que vai da quarta-feira de Cinzas até o domingo de páscoa – tem, na verdade, 46 dias. É que os domingos não contam. A Quaresma é uma celebração da morte de Tamuz; a lenda diz que ele foi morto por um javali selvagem aos quarenta anos. Portanto, a Quaresma celebra um dia para cada ano de vida de Tamuz (America's Occult Holidays, de Doc Marquis e Sam Pollard). Os participantes deviam expressar seu pesar pela morte precoce de Tamuz pranteando, jejuando e se autoflagelando.

O coelho - Está simbolicamente relacionado à Páscoa porque representa a fertilidade. O coelho ( ou Lebre) se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação e reprodução da espécie e melhores condições de vida. No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento de uma nova vida.

Alguns povos da antiguidade consideravam o coelho como símbolo da Lua; portanto, é possível que ele tenha se tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa, além de ser associada aos ciclos da mulher e também à gestação e ao parto.

O ovo de páscoa - Surgiu do jejum da Quaresma, época em que era proibido comer ovos, somente no dia da Páscoa eles vinham à mesa pintados com cores alegras para simbolizar a alegria dos cristãos pela Ressurreição de Cristo.

Nas antigas civilizações, o ovo é um símbolo muito anterior ao cristianismo e representava a fertilidade e o renascimento da Vida. Muitos séculos antes do nascimento de Jesus, a troca de ovos no Equinócio da Primavera (21 de março) era um costume que celebrava o fim do Inverno e o início de uma estação marcada pelo florescimento da natureza. No princípio eram apenas ovos de galinha com as cascas pintadas, mais tarde vieram os ovos de chocolate.

"O totem da deusa, a lua-lebre - Punha ovos para as crianças comportadas comerem... a lebre da Páscoa era a forma como os celtas imaginavam a superfície da lua cheia..." (Pagan Traditions of Holidays, pág. 10).

Assim, "Easter" — Eostre ou Ishtar — era uma deusa da fertilidade. Visto que o coelho é uma criatura que procria rapidamente, simbolizava o ato sexual; o ovo simbolizava "nascimento" e "renovação". Juntos, o coelho da Páscoa e o ovo de Páscoa simbolizam o ato sexual e o que nasceu deles, Semíramis e Tamuz.

Curiosidades da páscoa
Em março de 250 a.C., os romanos celebram uma festa religiosa em que o protagonista é um ser meio homem, meio deus, que nasceu de mãe virgem e ressuscita a cada ano, onde presentear ovos faz parte da cerimônia em uma festa que deu origem a páscoa (Easter) e homenageia à deusa Réia e ao deus Átis (deus do sol), o personagem que ressuscita, e que segundo Heródoto (I.34-45) foi morto por presa de javali do inverno", (uma representação de Tamuz).

Surgido por volta de 1500 a.C., na região do golfo do México, o chocolate era considerado sagrado pelas civilizações maias e astecas. A imagem do coelho apareceu na mesma época, associada à criação por causa de sua grande prole.

Antes os ovos dados de presente eram de galinha e não de chocolate. Símbolos do início da vida, eles não serviam para serem comidos. Eram decorados e celebravam Eostre, representada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, alegoria da fertilidade.

A tradição de presentear com ovos – de verdade mesmo – é muito, muito antiga. Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era cristã já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza – lá eles têm até nome, pêssanka – em celebração à chegada da primavera.

Os chineses e os povos do Mediterrâneo também tinham como hábito dar ovos uns aos outros para comemorar a estação do ano. Para deixá-los coloridos, cozinhavam-nos com beterrabas. Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um presente que simbolizava o início da vida.

Os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus – o Concílio de Nicéia, realizado no século IV em 325, estabeleceu o culto à data. Na época, pintavam os ovos (geralmente de galinha, gansa ou codorna) com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria.

A páscoa com semelhanças a festa romana, aumentam mais ainda no século IX, com a conversão dos povos germânicos ao Cristianismo. Exatamente como na Antiguidade, os símbolos das festividades pagãs acabaram incorporados à celebração cristã. Sendo o caso do coelho como representação da deusa da primavera entre povos bárbaros. Ainda hoje, Páscoa é chamada Ostern em alemão e Easter em inglês – derivações do nome da deusa Eostre.

No século IX devido a obediência em não consumir alimentos sólidos durante a quaresma, monges da Alemanha fabricavam cerveja (chamada de “pão líquido”) para beber durante o período. Isso contribuiu muito para a evolução da bebida na Europa. Ainda hoje, tipos sofisticados do produto estão ligados a monastérios, como a cerveja trapista.

Na Inglaterra do século X, os ovos ficaram ainda mais sofisticados. O rei Eduardo I (900-924) costumava presentear a realeza e seus súditos com ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa. 

Em 1215 (século XIII) na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que estava doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa.

Por volta do século XVI, alguém teve a ideia de furar o ovo, e substituir seu conteúdo natural por uma "surpresa" que, conforme a categoria da pessoa presenteada, poderia ser constituída de perfumes, minúsculos objetos decorativos e até joias.

A tradição do Coelhinho da Páscoa foi trazida para o Brasil pelos imigrantes alemães, entre o final do século XVII e o início do século XVIII. No sul do país, nas regiões bilíngues, o Coelhinho da Páscoa também é chamado de Osterhoos no dialeto rio-grandense e Osterhase no alemão padrão, palavras essas que nos remetem ao culto da Deusa Eostre.

A Igreja católica no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.

No século XVIII, o Rei Luís XIV mandava benzer no dia de Páscoa grandes cestas de ovos dourados, que ele mesmo distribuía ao pessoal da Corte.

O surgimento do ovo de chocolate na Páscoa se deu a partir do Séc. XVIII, em substituição aos ovos duros e pintados por confeiteiros franceses, pois nessa época, na França, que se passou a esvaziar os ovos naturais e recheá-los. Os Pâtissiers franceses os recheavam com chocolate, marzipã ou uma mistura dos mais diversos ingredientes. E ainda os pintavam artisticamente por fora.

No século XIX, o joalheiro franco-russo Peter Carl Fabergé presenteou a corte russa com um magnífico ovo da páscoa de platina, recheado com uma gema de ouro, contendo um pintinho de jóias e uma réplica da coroa russa. A czarina gostou tanto que o contratou como joalheiro oficial, e ele passou a preparar surpresas para a realeza todo ano. Seus ovos da Páscoa tornaram-se peças disputadas entre colecionadores de todo o mundo. Hoje, não são vendidos por menos de 3 milhões de dólares.

Conotações sexuais da fertilidade comemorada nos ritos pagãos também influenciaram a cerimônia cristã. Até meados do século XX, a Páscoa inglesa incluía brincadeiras eróticas, como levantar uma mulher três vezes – só para ganhar um beijo.

Os muçulmanos não têm Páscoa, mas têm o equivalente à Quaresma – um período de restrições. Durante os 28 dias do mês de Ramadã, os fiéis jejuam entre o amanhecer e o pôr-do-sol.

O simbolismo do ovo da páscoa
Os babilônios celebravam o dia como o retorno de Ishtar (Easter), a deusa da Primavera. Esse dia celebrava o renascimento, ou reencarnação, da Natureza e da deusa da Natureza.

De acordo com a lenda babilônia, um grande ovo caiu dos céus no rio Eufrates e a deusa Ishtar (Easter) eclodiu de dentro dele. Mais tarde, surgiu uma versão que incluía um ninho, em que o ovo pôde ser incubado até eclodir. Um cesto de palha ou vime era produzido para colocar o ovo da Páscoa [o ovo de Ishtar].

A Procura do Ovo de Páscoa Escondido foi criada porque, se alguém encontrasse o ovo enquanto a deusa estava "renascendo", ela concederia uma benção especial ao felizardo! Como essa era uma festividade alegre da primavera, os ovos eram pintados com as brilhantes cores da primavera.

Na Índia, uma gansa de nome Hamsa (um espírito considerado o "sopro divino") teria posto e chocado o “Ovo cósmico” na superfície de águas primordiais e, ao se dividir em duas partes, o “Ovo cósmico” deu origem ao Céu e a Terra, pois simbolicamente, o Céu seria a parte leve do ovo (a clara), e a Terra seria a parte mais densa (a gema).

Nos mitos védicos, o criador do mundo, Purusha nasce do ovo cósmico. Para a cosmogonia hindu, o deus supremo, Vishnu repousa sobre uma serpente cósmica sem fim, do seu umbigo, sai a flor de lótus e dela emerge Brahma, o deus criador, o princípio absoluto de tudo.

Para os hindus o ovo cósmico é posto por um enorme pássaro dourado, enquanto no mito de criação finlandês, a deusa Ilmatar, a Criadora que flutuava sobre as águas primordiais, abrigou sobre seu ventre um ovo posto por um grande pássaro e que, ao quebrar, formou o céu e a Terra.

O mito do ovo cósmico aparece também nas tradições chinesas, isso antes do surgimento do mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha se abriu e, de seus elementos pesados, surgiu a terra (Yin) e, de sua parte leve e pura, nasceu o céu (Yang).

Para os celtas, o ovo cósmico é assimilado a um ovo de serpente, pois para eles, o ovo contém a representação do universo: a gema representa o globo terrestre, a clara o firmamento e a atmosfera, a casca equivale à esfera celeste e aos astros.

Na cosmologia da Deusa, o ovo é um símbolo universal da criação do mundo pela Grande Mãe, manifestada como uma Deusa Pássaro.

Os antigos egípcios consideravam o Sol como o ovo dourado posto pela deusa Hathor, na sua manifestação como a Gansa do Nilo. Nos rituais egípcios, o próprio universo era visto como o ovo cósmico criado no início dos tempos.

Para os egípcios, Nyx, um negro espírito alado, levantou-se do Vazio do Caos para deitar o ovo cósmico de prata contendo o dourado espírito alado do amor, Eros, também conhecido como Phanes – o Revelador, cuja beleza radiante iluminou a Terra. Nyx, a Mãe Noite primal, dentro de seu reino estrelado também deu à luz as Fates (Destinos), as Hespérides, as Fúrias e Nêmesis.

Os mitos gregos associavam diversas deusas com o ovo cósmico, por exemplo Leto, que chocou um ovo misterioso do qual nasceram Apollo, representando o Sol, e Ártemis simbolizando a Lua. O historiador Hesíodo relata como a Mãe da Noite (o vazio ou abismo cósmico, o espaço infinito), que antecedeu à criação e gerou todos os deuses, criou o Ovo do Mundo e de suas metades surgiram o céu e a Terra. Em outra versão, deste ovo (identificado com a Lua) surgiu Eros (o amor), que colocou o universo em movimento e contribuiu para a proliferação da vida.

Alguns povos indígenas também acreditam que o mundo surgiu de um ovo cósmico.

Os ovos são símbolos da Lua, da Terra, da criação, do nascimento e da renovação. A iniciação nos Mistérios Femininos é vista como um renascimento, análogo ao ato de sair da casca. O círculo, a elipse, o ovo, o ventre grávido são símbolos da plenitude misteriosa da gestação e da criação. O centro de um círculo é um espaço protegido e seguro, semelhante à escuridão do ventre e do ovo.

Inúmeras estatuetas representam as deusas neolíticas associadas com a Lua ou o ovo. No folclore de vários povos europeus existem crenças ligadas ao ovo, considerados símbolos de fertilidade, humana ou animal.

A divinação com ovos – chamada de ovomancía - era praticada pelas mulheres europeias nos Sabbats Samhain, Yule ou Litha, deixando cair em um copo com água a clara e fazendo vaticínios pelas formas criadas.

Em tempos modernos, voltamos ao astrofísico belga Georges Lemaître com a ideia de que o Universo teve início num único átomo, a que chamou "átomo primordial" ou "ovo cósmico".

A páscoa segundo a Bíblia
O modo como a Páscoa é comemorada hoje não tem origem bíblica, pois o verdadeiro significado da Páscoa moderna é baseado em antigos ritos pagãos de fertilidade, vejamos alguns costumes comuns em muitos países.

O nome usado em português dá a entender que a Páscoa atual é uma versão cristianizada da Páscoa judaica. Mas isso não é verdade. Em inglês, por exemplo, essa festividade é chamada de Easter. A origem dessa palavra nos leva a Encyclopædia Britannica que apresenta sua relação com “Eostre, deusa anglo-saxônica da primavera”. Outras obras de referência relacionam esse nome a Astarte, deusa fenícia da fertilidade, correspondente à deusa babilônia Isthar.

A Lebre e o coelho são símbolos de fertilidade que “foram herdados de celebrações pagãs relacionadas à primavera nos países europeus e no Oriente Médio”. — Encyclopædia Britannica.

Já os ovos, segundo o Funk & Wagnalls Standard Dictionary of Folklore, Mythology and Legend (Dicionário-Padrão de Folclore, Mitologia e Lendas, de Funk e Wagnalls), a brincadeira de procurar ovos supostamente trazidos pelo coelho da Páscoa “não se trata de mera brincadeira de criança, mas é o vestígio de um ritual de fertilidade”. Em algumas culturas, as pessoas acreditavam que os ovos decorados “tinham o poder mágico de trazer felicidade, prosperidade, saúde e proteção”. — Traditional Festivals (Festas Tradicionais).

O ovo que Ostara carrega e a Páscoa são antigos símbolos anímicos (alma) da chegada da Primavera boreal, que no hemisfério Norte começa no Dia 21 de março, e que traz a esperança de uma boa safra no hemisfério Norte.

Embora os ovos e as sementes sejam “zigotos” que só se formam após a fertilização; uma unidade de matéria viva que existe de maneira independente; e não a origem da vida; e muito menos a origem do Universo; até porque, para gerar o ser para o qual está programado, o Ovo ou Óvulo primeiro precisa ser fecundado.

Como os ovos fertilizados contêm um embrião com a fascinante capacidade de vir a se torna um novo ser, os celtas, os gregos, os egípcios, os fenícios, os chineses e vários povos antigos achavam que os ovos e as sementes eram os criadores da vida, e que o mundo teria nascido de algum “Ovo milagroso”, porém em várias lendas o "Ovo cósmico" aparece sempre depois de algum Caos.

O uso de roupa nova - Era considerado desrespeitoso e um sinal de azar receber a deusa escandinava da primavera, ou Ēastre, sem estar usando vestimentas novas. — The Giant Book of Superstitions (Livro Gigante de Superstições).

Cultos religiosos realizados ao amanhecer - Esses cultos têm sido relacionados a rituais que antigos adoradores do Sol “realizavam no equinócio da primavera para acolher o Sol com seu grande poder de trazer vida nova a tudo que cresce”. — Celebrations: The Complete Book of American Holidays (Celebrações: O Livro Completo dos Feriados Americanos).

A origem da Páscoa é bem descrita pelo The American Book of Days (Livro Americano dos Dias): Não há dúvida de que a Igreja, nos seus dias primitivos, adotou os velhos costumes pagãos e lhes deu um significado cristão.

A Bíblia nos alerta contra adorar a Deus por seguir tradições ou costumes que o desagradam:
·         (Marcos 7.6-8) - E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.

Isso está de acordo com:
·         (II Coríntios 6.17) - Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei;

Assim, fica claro que a Páscoa moderna tem origem pagã, e aqueles que querem agradar a Deus devem evitar celebrações desse tipo.

O significado da páscoa – Segundo a Bíblia
O nome que a Bíblia Hebraica usa para denominar "páscoa" é Pesach ou Pesaḥ. Com a palavra pesah o texto bíblico quer significar duas coisas:

O ritual ou celebração da primeira festa do antigo calendário bíblico:
·         (Êxodo 12.11) - Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.

·         (Êxodo 12.27) - Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.

·         (Êxodo 12.43) – Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da páscoa: nenhum filho do estrangeiro comerá dela.

·         (Êxodo 12.48) - Porém se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a páscoa ao Senhor, seja-lhe circuncidado todo o homem, e então chegará a celebrá-la, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela.

A vítima do sacrifício, isto é, o cordeiro pascal:
·         Êxodo 12.21) - Chamou pois Moisés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa.

·         (Deuteronômio 16.2) – Então sacrificarás a páscoa ao Senhor teu Deus, das ovelhas e das vacas, no lugar que o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome.

·         (Deuteronômio 16.5-6) – Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus; senão no lugar que escolher o Senhor teu Deus, para fazer habitar o seu nome, ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito.

Na Bíblia, o nome de uma pessoa ou instituição é sempre um dado importante para se conhecer o que eles são e o que representam. O nome não é um simples rótulo, uma etiqueta ou uma fachada publicitária, mas ele exprime a realidade do ser que o carrega e representa. Assim é o nome "páscoa".

O substantivo pesah/páscoa vem da raiz verbal psh que aparece três vezes nos relatos pascais:
·         (Êxodo 12.13) – E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.

·        
(Êxodo 12.23) – Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir.

·         (Êxodo 12.27) – Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.

Podemos ver também nas referências da Sagra escritura em:
·         (I Reis 18.21) – Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.

·         (Isaías 31.5) – Como as aves voam, assim o Senhor dos Exércitos amparará a Jerusalém; ele a amparará, a livrará e, passando, a salvará.

Assim, o verbo pesah, passar por cima, saltar por cima é o significado que prevalece nos usos deste termo pelos escritores e escritoras da Bíblia. O Prof. Luiz Roberto Alves assim definiu o termo pesah/ páscoa:
v  O verbo que dá base ao substantivo pesah tem o sentido de salto, movimento, caminhada, travessia. Todas as palavras têm história e essa história corresponde às ações dos homens e mulheres. Os hebreus juntaram à idéia do pesah vários acontecimentos ligados à idéia de travessia" (Expositor Cristão, 2a. Quinzena, 1984, p. 12).

O Limiar da páscoa na Bíblia
Para esclarecer sobre a origem da Páscoa, tomaremos aqui, única e exclusivamente os textos do Antigo Testamento, onde os mesmos nos fornecem indicações que a Páscoa, em suas origens, foi um ritual ou cerimônia que incluía as seguintes características:

I - O ritual era realizado no seio da família ou clã; não tinha altares, santuários e sacerdotes ou qualquer influência do culto oficial;

II - Era celebrado por pastores nômades ou seminômades;

III - O ato central desse ritual era o sacrifício de um jovem animal do rebanho de cabras ovelhas;

IV - A cerimônia ocorria no fim da primavera e início do verão (mês de abril), numa noite de lua cheia.

V - O ritual da celebração pascal incluía as seguintes etapas:
·         Retirava-se o sangue do animal;
·         Ungia a entrada das cabanas com o sangue do animal;
·         Assava a carne do animal;
·        Com a carne assada, fazia um grande banquete para a família     reunida;
·    O banquete oferecido incluía a presença de pães ázimos ou asmos e ervas amargas nascidas no deserto.

VI - A celebração da Páscoa exigia dos participantes desse ritual as seguintes posturas:
·         Ter uma atitude de marcha e pressa;
·         Usar vestimenta para viagem;
·         Ter as vestes amarradas na cintura;
·         Atar as sandálias nos pés;
·         Ter o cajado de pastor na mão.

Estudos indicam que o objetivo dessa cerimônia era pedir proteção divina, para a família e o seu rebanho de animais menores contra maxehit, do hebraico o exterminador (Êxodo 12.13 e 12.23), ou saqueador, bando de destruição (I Samuel 13.17 e 14.15). O exterminador maxehit pode ser qualquer tipo de agressor, desgraça, enfermidade, peste ou acidente que poderia ocorrer com qualquer membro da família ou os seus animais.

Provavelmente, esse ritual foi celebrado por Abraão, Isaac e Jacó, pois eles eram pastores. A cada ano, na primavera, quando o vento quente do deserto, anunciando o verão, atingia e queimava as parcas pastagens das ovelhas, os pastores, suas famílias, bem como os seus rebanhos eram obrigados a buscar outros lugares para dar de comer as suas ovelhas.

A Páscoa celebrada pelos israelitas
Esta celebração pode ser dividida em vários períodos da existência do povo israelita, onde serão apresentados nesse estudo:

I - Da sedentarização até o início da Monarquia (1200 - 1040 a.C.) - Evidentemente que o sistema de vida dos israelitas mudou substancialmente após a chegada a Canaã:
O povo israelita deixou de ser seminômade e deu início ao processo de sedentarização, e aos poucos o povo foi se tornando agricultor, embora parte dele continuou na vida pastoril, especialmente, os clãs que permaneceram vivendo nas localidades periféricas do território da terra de Israel.

Ao se fixar nas terras agrícolas, os israelitas aproximaram-se dos cananeus. Foi aí que o povo do êxodo conheceu algumas festas relacionadas ao mundo agrícola. Entre essas instituições estão as festas agrícolas, como Ázimos, Semanas e Colheitas.

Foi nesse período de difícil adaptação que se dá a integração da Festa dos Pães Ázimos e a Páscoa. As duas celebrações ocorriam no mesmo período.

No período entre a chegada do povo israelita à Canaã e a sedentarização ocorreu uma profunda transformação no significado da Páscoa.

·         O conteúdo e a forma da cerimônia da primitiva da Páscoa já não respondem as condições de vida atuais do povo israelita. Exigiam-se modificações;
·         Apesar da Páscoa manter boa parte de seu antigo ritual, o povo israelita procurou encontrar outros motivos para a celebração;
·         A cerimônia continuou a ser celebrada em família, mas a Páscoa deixou de ser um ritual ligado à troca de favores divinos, para tornar-se uma memória da ação de Deus, salvando o povo hebreu da escravidão.

O mais antigo rito bíblico sobre a Páscoa encontra-se em Êxodo 12.21-28. Onde podemos ver a clara instrução de Deus como missão para Moisés e Aarão (Êxodo 12.21-27), bem como a informação sendo repassada aos anciãos segundo a convocação dos patriarcas e as instruções para a Páscoa, conforme:
·         (Êxodo 12.21-22) - Tirai, tomai um animal do rebanho segundo as vossas famílias e imolai a Páscoa. Tomai alguns ramos de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia, e marcai a travessa da porta e os seus marcos com o sangue que estiver na bacia; nenhum de vós saia da porta de casa até pela manhã.

Razão para celebrar a Páscoa:
·         (Êxodo 12.23) - E Javé passará para ferir os egípcios; e quando Ele vir o sangue sobre a travessa, e sobre os dois marcos, Ele passará adiante dessa porta, e Ele não permitirá que o exterminador entre em vossas casas para vos ferir.

Ordem para a celebração da Páscoa:
·         (Êxodo 12.24-25) - Observareis esta determinação como um decreto para vós e para vossos filhos, para sempre, quando tiverdes entrado na terra que Javé vós dará, como disse, observareis este rito.

Explicação sobre a festa e o significado do nome Páscoa:
·         (Êxodo 12.26-27) - Quando vossos filhos vos perguntarem: "que rito é este?" Respondereis: "é o sacrifício da Páscoa para Javé que passou adiante das casas dos filhos, então o povo se ajoelhou e se prostrou. Foram-se os filhos de Israel e fizeram isso, como Javé ordenara a Moisés e a Aarão, assim fizeram.

Detalhando o rito pascal instituído aos israelitas, podemos observar tamanha perfeição na elaboração pelo Senhor Deus:
·         O texto mostra Moisés convocando os anciãos do povo, a mando de Jeová (Êxodo 12.1), para preparar a festa da Páscoa (Êxodo 12.21-22);

·         Moisés instrui, com detalhes, os anciãos para preparar os elementos que comporiam o ritual (Êxodo 12.21-22);

·         Moisés fornece as razões para aquele ritual, bem como o uso do sangue de uma ovelha e o hissopo (planta aromática – Números 19.6): o motivo da festa é afugentar o medo do vento exterminador que ameaça as casas do povo hebreu (Êxodo 12.23);

·         Quarto, a ordem para celebrar a Páscoa tem uma dimensão profética. A Páscoa vai além da contagem do tempo humano, cronológico. A celebração não encerra um simples agradecimento, pela libertação da escravidão e a concessão da terra para morar, criar a família e plantar para obter o alimento. A celebração possui a dimensão profética da contínua presença salvadora de Deus junto ao seu povo. Jesus captou essa amplitude da celebração quando disse: (I Coríntios 11.24b e 11.26b) - "Fazei isso em memória de mim... até que Ele venha".

·   
      (Êxodo 12.26-27a) - Providenciam a explicação do nome "Páscoa" para as gerações e gerações de salvos da escravidão. Com isso, o texto bíblico quer mostrar que essa celebração da Páscoa possui uma novidade. Ela não é mais dominada pelo medo do Faraó ou dos outros possíveis "exterminadores" que possam haver nos caminhos do povo de Deus. A celebração da Páscoa, do povo liberto e instalado na terra de Canaã, passa a ser marcada pela alegria e certeza da presença de Deus entre o povo liberto e salvo.

·         (Êxodo 12.27b-28) - Assinalam o cumprimento da ordem divina para celebrar a Páscoa.

Observações:
A prescrição sobre a celebração da Páscoa (Êxodo 12.21-28) é legitimada pelo editor do livro de Êxodo. Assim, o cabeçalho deste capítulo (Êxodo 12.1) afirma que a prescrição da Páscoa é autorizada por Jeová. Eis a sua lógica:
·         Jeová comunica a Moisés e Aarão;
·         Moisés e Aarão ouvem as ordens de Jeová;
·         Moisés e Aarão obedecem e comunicam aos anciãos de Israel.

A celebração continuava a ser celebrada em família. A Bíblia ensina que a família constitui o fundamento para o projeto de sociedade que Deus propõe para a humanidade.

Foram mantidos vários elementos na celebração: ovelhas e ramos de hissopo (erva aromática). Evidentemente que houve algumas modificações, em razão da nova situação de vida do povo, agora, vivendo em Canaã.

Todavia, a antiga Páscoa foi "relida" e "re-significada". O antigo culto dos pastores seminômades possuía a função de controlar as forças da natureza. Por exemplo, os povos anteriores aos hebreus acreditavam que oferecendo em sacrifício o filho primogênito, poderia controlar a bênção e a ira divina. Como na cerimônia da primitiva páscoa, os pastores acreditavam que poderiam amenizar a ira divina do "vento destruidor".

Na verdade, o povo bíblico tomou antigos costumes dos povos vizinhos e os converteu em instrumentos de preservação e ensino da fé. No caso da Páscoa, o povo bíblico tomou uma cerimônia pagã, que girava em torno de uma magia, e a transformou em um sinal da presença salvadora de Jeová. Em outras palavras, a nova celebração da Páscoa mostra que a fé não é um dado doutrinário ou mágico, mas um gesto na história de Jeová.

II - Da sedentarização do povo de Israel ao período monárquico - Após os acontecimentos que envolveram a saída do Egito - a difícil caminhada pelos desertos, os muitos "sinais e maravilhas" realizados por Jeová e o cumprimento da promessa de "uma terra que mana leite e mel".

O povo bíblico juntou à idéia da Páscoa aos acontecimentos acima descritos. A Páscoa dos nômades deixou de ser uma cerimônia mágica que procurava afugentar o medo do "exterminador", que se supunha estava próximo, para se tornar uma afirmação concreta da plena liberdade que Jeová dá.

Foi nesse momento que o povo bíblico tomou consciência que a sua fé em Deus não era uma formalidade a mais entre os povos do Antigo Oriente. Deus não é definido pelo seu ser, mas pela sua atuação na história: Ele ouviu o grito angustiado dos escravos do Egito e providenciou os meios para a libertação deles (Êxodo 3 e 4);

A celebração da Páscoa, agora reformulada e "re-significada", passa afirmar que a fé bíblica é histórica, e que tem seu fundamento nos acontecimentos salvíficos relatados nos livros de Êxodo, Números e Deuteronômio, especialmente;

O outro ritual da Páscoa, relatado em Êxodo 12.1-14, provavelmente, representa a segunda forma litúrgica mais primitiva, entre todas incluídas no Antigo Testamento. Ao tornar-se sedentário, o povo de Israel mudou substancialmente seu sistema de vida:
·         De escravos tornaram-se livres;
·         De pastores tornaram-se agricultores;
·         De seminômades tornaram-se sedentários.

A história da salvação do Egito não é ensinada, nas casas e nos cultos, como uma doutrina, mas como um fato histórico, isto é, um milagre de Deus ocorrido na história de seus pais; a fé em Jeová, através da celebração da Páscoa, tornou-se uma força transformadora;
·         Do medo à coragem;
·         Da magia a atos concretos da atuação de Deus;
·         Da escravidão à liberdade.

O nome da festa, pesah saltar - o saltar do vento destruidor, demoníaco - passa significar, em conexão com a história de libertação dos hebreus, passar por cima de, saltar para a liberdade;


O sacrifício de um cordeiro deixa de ser um simples sacrifício de sangue para se tornar uma memória dos atos salvíficos de Deus. Por isso, a celebração da Páscoa passa a ser prescrita como "um Páscoa para Jeová".

III - A Páscoa no período monárquico - Há silêncio sobre a celebração da Páscoa, exceto o profeta Oséias que critica o povo pela ausência da celebração (Oséias 12.9).

IV - Da celebração caseira para a cerimônia no Templo de Jerusalém - O rei Josias (642-609 antes de Cristo) empreendeu uma ampla reforma no Reino de Judá (O Reino de Israel já tinha sido destruído em 722 a.C.).

Por determinação do rei Josias, a Páscoa passou a ser celebrada, oficialmente, no Templo, em Jerusalém, tomando como referências o Livro da Lei (Deuteronômio 16.1-8):
·         (II Crônicas 35.1) -  Então Josias celebrou a páscoa ao Senhor em Jerusalém; e mataram o cordeiro da páscoa no décimo quarto dia do primeiro mês.

Ø  O gado maior (boi) passa a ser admitido como vítima para o sacrifício;
Ø  Surgiu a permissão para cozer a vítima, em lugar de assá-la;
Ø  A memória do êxodo do Egito continuou sendo o motivo principal da celebração.

A reforma equipara a Páscoa a uma festa de peregrinação (ver a coleção "Salmos das Subidas" (Salmos 120-134).

V - A Páscoa no exílio babilônico (598-537 anos antes de Cristo) - Durante o exílio na Babilônia, o povo exilado desenvolveu a esperança de que Deus poderia libertar, de novo, Israel. Este tema é muito abordado pelo profeta anônimo do exílio, cujas palavras foram editadas no livro de Isaías, capítulos 40 a 55.

Desaparece a atividade cultual no Templo (destruído em 587 a.C.). Surge a Sinagoga e cresce a produção literária;

Volta o sacrifício da rês menor (ovelhas e cabras);

A celebração volta para a família e o ritual de sangue volta a ter o sentido de símbolo da defesa contra o "exterminador";

Percebe-se pequenas variações na celebração:
·         Não jogar fora algumas partes do animal sacrificado;
·         Não quebrar os ossos do animal sacrificado;
·         Permissão para celebrar a Páscoa no segundo mês para quem não pôde sacrificar no primeiro mês (Números 9.1-14);
·         Passou a ser permitida a participação de estrangeiros.


Começou a aparecer uma distinção entre Páscoa e Ázimos, como celebrações distintas:
·         Festa dos Ázimos: nos dias 1 a 7 do primeiro mês do ano;
·         Festa da Páscoa: no dia 14 do mesmo mês.

VI - Páscoa no período Grego - Os livros de I e II Crônicas e Esdras indicam que a Páscoa preservou alguma cerimônia para o Templo, mas a refeição pascal foi mantida no templo:
·         O gado maior foi readmitido como parte da cerimônia;
·         A carne deve ser assada e não cozida;
·         O leigo executa o ritual de sangue (II Crônicas 30.21 e 35.11);
·         Páscoa e Ázimos voltam a integrarem-se;
·         O levita passa a ter um papel relevante na celebração;
·         A música passa a ser parte da celebração;
·         O copo de vinho passa a ser parte da cerimônia;
·         A Páscoa retornou ao Templo como parte do culto oficial, mas preservou-se a refeição para o ambiente familiar.

Resumindo:
A Páscoa pré-mosaica é marcada pelo medo do exterminador maxehit. O ritual tinha algo de "magia" para afugentar os males. É bom lembrar que, nessa época, o povo sacrificava os primogênitos recém-nascidos para ganhar favores divinos (conforme Gênesis 22);

O povo bíblico tomou todos os costumes e práticas pagãs e os passou pelo crivo da fé de Jeová. Tanto no sacrifício dos primogênitos (Gênesis 22), como no ritual da Páscoa, o povo bíblico converteu tais cerimônias às práticas e confissões de fé e em ambas situações, o medo prendia as pessoas e forçava-as a praticarem cerimônias inúteis e criminosas.

Foi Deus quem abriu os olhos do povo bíblico. Este se tornou um missionário entre as nações para anunciar as boas novas:
·         (Lucas 2.10) - E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:

A Páscoa anuncia o fim do medo e, consequentemente, a confirmação da confiança em Deus, pois não é uma cerimônia de nostalgia do passado; não é uma festa da saudade onde heróis e heroínas são lembrados por seus atos de valentia; também não é um ritual que procura romantizar o passado, lembrando e homenageando certas figuras da história.

Na Bíblia, dois verbos sobressaem-se: "lembrar" e "esquecer". Quando a Bíblia apela para que o povo lembre dos grandes atos de Deus:
·         (Êxodo 13.3) – E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não comereis pão levedado.

Ela está procurando construir o futuro da nação. A memória dos grandes atos salvíficos de Deus mobiliza a fé da sociedade e fortalece o povo para esperar as boas novas do Reino de Deus. Esquecer o que Deus fez e faz significa a tragédia da humanidade.

Celebrar a Páscoa é resgatar os atos salvíficos de Deus no passado, acreditando que Ele possa fazer o mesmo, entre nós, no dia de hoje. A memória do passado, seja da libertação no Egito, seja da vida e obra de Jesus Cristo, restaura as forças dos crentes celebrantes para o testemunho.

Na verdade, a memória carrega o sentido de redenção, seja dos atos salvíficos de Deus, através da história, bem como a redenção das causas justas do passado. Assim, a memória resgata tanto a vida e obra de Jesus como a luta dos pobres pela dignidade de viver. Pela memória, redimimos o desejo e a luta deles. Assim, se esquecermos os desafios do povo de Deus no Antigo Testamento, os ensinos de Jesus Cristo ou os anseios justos do povo fiel, pomos a perder o sentido desses projetos. A intenção da celebração da Páscoa afirmar que cada geração de celebrante tem o dever de pôr em prática os verdadeiros e justos projetos das gerações do passado.

Qual o verdadeiro sentido da Páscoa?
A Escritura Sagrada, a Bíblia é a única fonte segura sobre este assunto. A verdadeira Páscoa foi instituída muito antes de Jesus vir ao mundo e foi comemorada para celebrar a libertação dos israelitas da escravidão de Faraó na terra do Egito, mas não somente isto. A Páscoa prefigurava o sacrifício de Cristo em nosso favor.

O essencial é compreendermos a relação da primeira pascoa com a instituição da Ceia por Cristo, quando Ele mesmo celebrou-a antes de ir à cruz como o sacrifício perfeito por nossos pecados.
·         (I Coríntios 11.24-25) - E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.

A Páscoa do Senhor e seus Elementos
A celebração da Páscoa foi instituída pelo Senhor ao anunciar a décima e última praga sobre o Egito: a morte dos primogênitos. Moisés fora instruído por Deus sobre como realizar a Páscoa: cada família israelita teria que sacrificar um cordeiro e o sangue deste seria usado para molhar os umbrais das portas, pois à meia noite o anjo destruidor passaria ali.

A páscoa judaica - Cada casa deveria ser marcada com sangue: a segurança, o que quer dizer? O relato bíblico nos ensina que a casa onde não houvesse a marca do sangue o primogênito morreria. Assim está escrito:
·         (Êxodo 12.13) - E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.

Daí o nome em hebraico “Pesach”, que significa “passagem” ou “passar por cima”. O significado da pascoa é, portanto, livramento da morte, salvação.

O cordeiro - Símbolo de Cristo a morrer por nossos pecados: Naquela noite memorável os hebreus comeram o cordeiro acompanhado de pão ázimo (sem fermento) e ervas amargas.  Estas ervas simbolizavam o sofrimento deles sob a jugo de Faraó.
·         (Êxodo 12.5) – O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras.

Lemos ainda mais:
·         (Êxodo 12.7-8) – E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem, e naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão.

Ø  O aspecto mais importante da páscoa!

A ceia - Um dos momentos mais esperados por Cristo: a ceia, após a última pascoa, como foi dito, todo o cerimonial da Páscoa israelita apontava para Cristo. Antes de seu sacrifício na cruz ele também celebrou a Páscoa com seus discípulos:
·         (Lucas 22.15) -  E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco está páscoa, antes que padeça.

Cristo deixou claro que o cordeiro pascal simbolizava ele mesmo. De fato, João Batista já havia proclamado publicamente sobre Jesus:
·         (João 1.29) - Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Cristo usou pão e vinho para simbolizar seu sacrifício:
·         (Marcos 14.23) - E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele.
·         (Lucas 22.19-20) – E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.

No Getsêmani – a maior das provações. Lucas continua o relato:
·         (Lucas 22.39-44) - E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram; E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.

O cordeiro mudo - O profeta Isaías falou sobre o sacrifício de Jesus Cristo, como o Cordeiro de Deus:
·         (Isaías 53.7) - Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.

·         (Isaías 53.9) - E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.

·  
       (Atos 8.32) - E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.
  
Ø  (Isaias 53.10-11) - Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque a iniquidade deles levará sobre si.

A páscoa de hoje – Uma celebração longe de Jesus Cristo
O mundo por não conhecer o verdadeiro sentido, celebra uma páscoa completamente diferente se comparada à verdade da Bíblia, portanto seus elementos pagãos, não possuem relação nenhuma com o verdadeiro ensino das Escrituras. Temos uma advertência na Bíblia isto:
·         (Colossenses 2.8) - Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.

O Egito simboliza o mundo
As pragas enviadas por Deus desmoralizaram completamente os ídolos do Egito. A noite da páscoa foi seguida pela saída dos israelitas do Egito o qual simboliza a separação do povo de Deus da corrupção do mundo. No Novo Testamento significa se apartar de um estilo de vida mundano. Cristo orou pelos discípulos:
·         (João 17.15) - Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.

Faraó representa o diabo
Pode até parecer estranho, mas o príncipe do Egito agia sem compaixão para com os israelitas. Quem agora está em Cristo, e veio de um estilo de vida mundano, lembra muito da época da escravidão no pecado.
·         (Efésios 2.2) - Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.

E agora, uma vez libertos também podemos dizer:
·         (Colossenses 1.13-14) - O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados.

O fermento – Símbolo do pecado
A morte dos primogênitos no Egito, simboliza hoje na atual situação, aqueles que ainda não tiveram a purificação de seus pecados no sangue de Cristo, porque não querem renunciar o mundo e o que tem nele, e por isso estão debaixo da ira de Deus.
·         (I Coríntios 5.7-8) - Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade. 

Mas para os que hoje, renunciaram a si mesmos, tomaram a sua cruz e seguem a Cristo, segundo o verdadeiro Evangelho da salvação, a promessa é esta:
·         (Romanos 5.9) - Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.

Páscoa de Cristo– A libertação do pecado
Cristo realizou a última páscoa de fato e a substituiu pela Ceia do Senhor. Por este memorial se comemora a libertação do poder do pecado e da morte espiritual. Cristo se expressou assim:
·         (João 8.36) - Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
·         (Hebreus 2.14) - E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo.

Logo após a primeira páscoa celebrada por Moisés o povo seguiu rumo a Canaã. Igualmente a Ceia do Senhor também proclama a volta de Cristo para levar para si os que entraram em aliança com ele através de seu sacrifício.
·         (I Coríntios 11.26) - Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.

Páscoa – Prontidão para partir
No Egito o povo sabia que partiriam a qualquer momento. A páscoa foi comida às pressas significando prontidão para partir. Quem está em Cristo também deve estar vigilante e preparado para partir a qualquer momento. Cristo não marcou a hora de sua volta:
·         (Marcos 13.35) - Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã.

A volta de Cristo é a maior esperança de quem foi liberto do poder do pecado. Ele voltará e nos conduzirá à Canaã celestial.
·         (Filipenses 3.20) - Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.

Então o significado da pascoa só tem sentido para quem realmente atenta para o que Deus comunicou-nos através de sua Palavra. 

Estamos preparados para a vinda do Senhor a qualquer momento? Já estamos libertos do poder do pecado? Por que esta pergunta? O alto preço pago por Cristo pela nossa salvação não faz diferença nenhuma se continuamos vivendo mortos em pecados.  Vivendo assim não estamos livres da condenação.
·         (Gálatas 5.1) - Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.

Caso ainda não tenha recebido a Cristo como salvador, ou talvez já o recebeu com os lábios (e não com o coração), mas ainda tem dúvidas, apresse-se.
(I João 1.9) - Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.

(II Coríntios 6.2) - Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.

Conclusão
Páscoa não é ovo de chocolate, lebres, cantatas sobre coelhinho, crianças pintadas e mascaradas representando coelho ou gansos, abstenção de carne, bacalhau, e outras tradições humanas.

No vídeo abaixo vemos uma das muitas cantatas, que inclusive é ensinada para as crianças nas escolas do Brasil.


Páscoa como disse é passagem do anjo da morte, mas para aqueles que não tem a marca do Sangue do Cordeiro, aqueles que insistem em viver no mundo (Egito) e se recusam a ouvir as palavras que vem de Deus, sofrerão e serão obrigados as viverem debaixo das mais duras consequências, pois tiveram liberdade em escolher.
·         (Jeremias 13.10) - Este povo maligno, que recusa ouvir as minhas palavras, que caminha segundo a dureza do seu coração, e anda após deuses alheios, para servi-los, e inclinar-se diante deles, será tal como este cinto, que para nada presta.

Sabemos que o Egito representa o mundo e neste caso a saída do povo de Deus do mundo (Egito), uma clara referência ao Arrebatamento da Igreja rumo a Terra Prometida.

Em fim a páscoa só tem um sentido real se compreendermos o que ela significava no passado e como tudo se cumpriu no sacrifício perfeito de Cristo.

E você! Já fez sua escolha? Qual Páscoa você tem celebrado?

Jairzinho Mateiro Viana
Apologista cristão, Ministro, líder fundador da Igreja Pentecostal da Anunciação (IPA) na Cidade de Parauapebas, Estado do Pará, Brasil e Presidente da Mesa Diretora.

Contato para agendamento:
redencaodasalmas@gmail.com

Referências:
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Corrigida e Fiel);
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Revista e Corrigida);
www.jw.org/
Revista Gnose
https://pt.wikipedia.org/;
http://www.espada.eti.br/
http://www.blogdosemeador.com/
http://guiadoestudante.abril.com.br/
http://muitoalem2013.blogspot.com.br/
http://dobercoateaotumulo.blogspot.com.br/
Prof. Tércio Machado Siqueira, professor de Antigo Testamento da FaTeo