sexta-feira, 18 de julho de 2014

O Chamado de Deus – Você O tem ouvido.

O Chamado de Deus – Ministério e Escolha.

Sabemos que no limiar Deus criou os céus e a terra (Gênesis 1.1) e tudo o que existe neles, bem como criou também o homem e o fez a sua imagem e semelhança, dando-lhe a honra de habitar no Éden e administrá-lo segundo sua direção e conselhos.

Mas o homem desobedeceu (Gênesis 3.6) e se afastou de Deus, da sua criação, da sua paternidade e assim buscou trilhar seu próprio caminho, agindo conforme seu próprio pensamento e entendimento, tornando-se assim um desgarrado (Gênesis 3.24).

Mas para compreendermos toda a sua trajetória, precisamos entender primeiro o que é o chamado de Deus para o homem que o abandonou e desviou-se de seu caminho e plano.

O que é o chamado?
·     Dicionário da língua portuguesa - adj. Convidado, escolhido, designado. Denominado, apelidado:
s.m. Chamamento: atender ao chamado;
·         Hebraico – Qara. Chamados.
·     Grego - κλητος [klêtos, klêtoi] - adj. Chamado, convocado, convidado. Aparece 11 vezes no Novo Testamento;

Estas palavras, ambas em sua língua são usadas na Bíblia para Chamada:

Velho Testamento - A palavra hebraica, como:
·       Dar nome a uma coisa ou a uma pessoa (Gênesis 48.16);
·       O ato de convidar ou solicitar (Êxodo 2.7);
·       Nomear para algum ofício (Êxodo 31.2);
·   Convidar alguém a assumir um dever, mediante a palavra, ou através do poder impulsionador do Espirito Santo (Provérbios 1.24; Isaias 22.12);
·       Criar, produzir coisas mediante o poder da palavra, ou por um ato da vontade (Ezequiel 36.29)

Novo Testamento – A palavra grega, como:
      Convidar alguém a assumir um dever, mediante a palavra, ou através do poder impulsionador do Espirito Santo (Mateus 20.16; 22.14; Romanos 1.1; 1.6; 1.7; I Coríntios 1.24; Apocalipse 17.14);
·         Dar nome a uma coisa ou a uma pessoa (Atos 11.26);
·         Criar, produzir coisas mediante o poder da palavra, ou por um ato da vontade (Romanos 4.17);
·         Convite feito aos pecadores para o estado de graça, por meio da pregação do evangelho. (Romanos 8.28; II Timóteo 1.9).

Introdução
Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos (Mateus 22.14).

O versículo acima anuncia uma verdade espiritual muito séria: nem sempre aqueles que conhecem a Cristo serão aprovados por ele. Desvendando o original grego e hebraico, buscaremos meditar sobre o que é ser chamado e o que significa ser escolhido.

Em grego, o termo para “chamados” é “klêtos”, que está relacionado a “kello”, que significa “dar uma ordem”. Assim, percebemos que neste primeiro momento de encontro com Cristo, recebemos dele uma ordem. Todavia, muitos não dão ouvidos a tais ordenanças, e por isso são apenas chamados, mas nunca escolhidos.

Jesus faz a seguinte pergunta:

Ø  E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? (Lucas 6.46);

 Isso é o que acontece com aquele que escuta o chamado, mas não obedece, e assim não é escolhido.

Na tradução hebraica do Novo Testamento, o termo usado para “chamados” é “qara”, palavra que possui uma gama de derivações, cada uma trazendo uma verdade espiritual surpreendente. Uma dessas derivações é “qar”, que significa “frio”. Uma característica fundamental da presença de Deus é o fogo, que traz consigo o calor. O próprio João Batista anunciou que ele batizava com água, mas Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo

Ø  E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo (Mateus 3.11);

O Antigo Testamento possui inúmeras passagens que também associam a presença de Deus com o fogo. Quando Abraão fez um pacto com Deus, o Senhor se manifestou através de uma chama de fogo:

Ø  E sucedeu que, posto o sol, houve escuridão, e eis um forno de fumaça, e uma tocha de fogo, que passou por aquelas metades (Gênesis 15.17);

Assim também Moisés teve um encontro com Deus na sarça através do fogo:

Ø  E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. (Êxodo 3.2);

No deserto, saindo do Egito, o povo foi acompanhado por uma coluna de fogo:

Ø  E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite (Êxodo 13.21).

Assim concluímos que aquele que é chamado por Jesus, mas não atende ao chamado, permanece frio, pois não é aquecido pela presença de Deus, e acaba morrendo espiritualmente. E não se purifica, pois em grego, a palavra para fogo é “puros”, que origina o termo “purificar” (que significa literalmente “passar pelo fogo”).

Outro termo derivado de “qara” é “qeriy”, que significa “oposição”. O curioso é que esta palavra aparece apenas no livro de Levítico, e sempre como uma condenação para aqueles que iniciaram uma caminhada com o Senhor, mas não deram continuidade, leiamos:

Ø  Se andardes contrariamente (“qeriy”) para comigo e não me quiserdes ouvir, trarei sobre vós pragas sete vezes mais, segundo os vossos pecados” (Levítico 26.21).

Assim, vemos que aqueles que são chamados (“qara”), mas não atendem ao chamado, acabam sofrendo oposição (“qeriy”) do próprio Deus, pois se opuseram a Ele. Infelizmente, a igreja acaba sofrendo com pessoas que escutaram a voz, o chamado de Cristo, mas por não terem obedecido às coordenadas do mestre, acabam por tonar-se adversários da causa do Evangelho, como ocorreu com Judas Iscariotes. Na verdade, Iscariotes significa “homem de Queriote”. Em hebraico, “qeriyoth” significa “cidades”, plural de “qiryah” (“cidade”), termo relacionado com “qara”. Assim, o nome Iscariotes poderia significar “ish qeriyoth”, ou seja, “homem das cidades”. Porém, se relacionarmos “qeriyoth” a “qeriy”, poderemos traduzir o nome Iscariotes como “homem da oposição”. Assim é todo aquele que escuta o chamado, mas não dá ouvidos a ele.

Uma curiosidade é que a palavra hebraica geralmente usada para cidade é “iyr”, e não “qiryah”. O termo “qiryah” é usado para se referir, por exemplo, à cidade de Quiriate-Arba, também conhecida como Hebrom (Gênesis 23.2), local que era governado pelo gigante Arba, que foi pai de Anaque (Josué 15.13) e antepassado dos gigantes Aimã, Sesai e Talmai (Números 13.22 e Juízes 1.10). Pode ser que o nome Iscariotes faça referência a Quiriate-Arba, cidade que abrigava os maiores opositores ao povo de Deus: os gigantes. Na verdade, o nome “Hebrom”, que em hebraico é “chebron”, vem de “cheber” que significa “encantamento”. O termo “chaber” aparece, por exemplo, em Deuteronômio 18.11 quando se fala sobre “encantador” e em Isaías 47.12, na palavra “encantamento”. Assim vemos que Hebrom, além de cidade de gigantes, era também local de intensa prática de feitiçaria.

Voltando a Mateus 22.14, a palavra “escolhidos” é, por sua vez, em grego, “ekletktos”, que significa “destacados”. O termo equivalente em hebraico é “bachar”, que significa “testar”. Isso porque somente quem passa por uma prova pode ser selecionado. Assim vemos que primeiro há o chamado, depois o teste, e então a escolha.

Muitos fogem do teste, outros são nele reprovados. Todavia, o Senhor sempre concede uma nova chance, assim como fez com Abraão, que mentiu sobre sua esposa e que engravidou a criada tentando agradar a Deus. Jacó também passou por diversos testes. Sua prova definitiva foi a batalha no vau de Jaboque. Ali ele reconheceu sua fraqueza, ao tornar-se manco, e reconheceu que Deus era seu mestre. Naquele momento, Jacó foi escolhido.

Outro termo derivado de “bachar” é “bachan”, que significa “sentinela”. Ou seja, o escolhido é aquele que vigia, que está sempre alerta, constantemente guardando os portões para que o inimigo não lhe imponha nenhum dano.

Esta é a posição do escolhido: ele foi chamado para a obra maravilhosa, mas primeiro deve passar por um teste. Se ele confiar em Deus e dedicar ao Senhor sua vitória, vencerá a prova e se tornará um escolhido, uma sentinela, um atirador de elite do Reino de Deus, recebendo ordens diretas do Senhor dos Exércitos.

Vimos resumidamente, que há uma maneira definida do Senhor Jesus lidar com os descrentes para os salvar, para os equipar para serviço e para os preparar para a vida eterna no céu.

De acordo com as normas fixas da Bíblia, a boa vontade e a total cooperação de cada um de nós são necessárias, se quisermos evitar a tragédia de um falso arrependimento.

Todos nós podemos partilhar da maravilhosa experiência de sermos chamados pelo Senhor, da escuridão do pecado para a Sua maravilhosa luz.

O chamado de Deus para o homem
A humanidade tem o problema comum de ser pecadora e de ter de enfrentar as consequências da separação de Deus e do castigo eterno no inferno, se não se arrepender e não aceitar Cristo como seu Salvador. “O pecado entrou no mundo através de um homem, e a morte através do pecado, e assim a morte tornou-se o destino de todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 3.9-12; 5.12).

O pecado entrou no mundo através do pecado de Adão, e espalhou-se a toda a humanidade, penetrando toda a raça humana. A razão porque a morte se espalhou é que “todos pecaram”. E o castigo para o pecado é a morte tanto espiritual como física: “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23; 7.13).

Todos os seres humanos herdaram a natureza pecadora de Adão depois da Queda, vindo ao mundo como pecadores (Salmo 51.5). O apóstolo Paulo afirma que nós estamos “mortos em ofensas e pecados” e necessitamos de ser espiritualmente restaurados e vivificados por Deus (Efésios 2.1).

O próprio Deus mostra-nos o primeiro passo a dar para a conversão de pecadores. Ele chama-nos ao arrependimento e providencia o caminho para a nossa salvação: “Deus demonstrou o Seu próprio amor para conosco com a morte de Cristo por nós enquanto éramos ainda pecadores (Romanos 5.8).

Uma vez que o preço de todas as nossas transgressões foi pago, toda a gente em toda a parte é convidada a vir ao Senhor Jesus, para receber d’Ele o perdão dos seus pecados, vejamos:
Ø  Vinde então, e argui-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. (Isaías 1.18).
Ø  Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei (Mateus 11.28);
Deus chama-nos e mesmo “comanda-nos” (instrui-nos ou instiga-nos) em toda a parte, a que nos arrependamos (Atos 17.30-31; II Pedro 3.9).

O motivo do chamado de Deus para o homem
A razão porque Jesus Cristo veio ao mundo foi para oferecer a remissão de pecados à humanidade perdida (Lucas 24.46-47). Portanto, a Sua missão principal foi chamar os pecadores ao arrependimento. Diz Ele:
Ø  Eu não vim chamar os justos ao arrependimento, mas sim os pecadores (Mateus 9.13);
Ø  Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos (Mateus 20.28);
Ø  Porque o Filho do Homem veio para procurar e salvar o que estava perdido (Lucas 19.10);
Ø  O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo (I Timóteo 2.6).

É importante reconheceres pessoalmente o chamamento específico do Senhor Jesus, pois isso determinará a maneira como vais responder à Sua chamada. É essencial que uma pessoa compreenda a extensão total do seu problema, isto é, que a pessoa, sem o Senhor Jesus, está a caminho do desastre. Não há lugar para complacência ou auto justificação, no estado de escuridão espiritual em que uma pessoa se encontre, porque não há ninguém justo, não, nem um só (Romanos 3.10; Salmos 53.2-3).

Uma pessoa deve compreender a totalidade da natureza do pecado e da sua gravidade aos olhos de Deus – especialmente dos pecados de cada um de nós que nos separam d’Ele (Isaías 59.2). Não deve haver a mínima dúvida na nossa mente que Deus impôs a pena de morte para o pecado (Ezequiel 18.4, 31-32; Romanos 6.23). Consequentemente, todas as pessoas não-salvas estão a caminho da condenação eterna pelo Juiz justo. Se não estão salvas, a seguinte sentença cairá sobre as suas cabeças a quando do julgamento do trono branco:

Ø  Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mateus 25.41).

Quando Deus Pai nos chama através do Seu Filho Jesus Cristo, Ele não só identifica o nosso problema do pecado e condenação, mas também nos oferece a solução para o problema. A Boa Nova é que Deus ama todos nós e providenciou para o nosso perdão por meio da morte apaziguadora de Jesus na cruz, vejamos:
Ø  Nisto há amor, não que nós tenhamos amado Deus, mas que Ele nos amou, e nos enviou o Seu Filho para ser propiciação pelos nossos pecados (I João 4.10);
Ø  Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito para que todo aquele que n’Ele creia não pereça mas tenha a vida eterna (João 3.16);
Ø  Porque Cristo também sofreu uma vez pelos nossos pecados, o justo pelos injustos, para nos levar a Deus, mortificado na carne mas vivificado pelo Espírito (I Pedro 3.18).
Ø  Imploramos-vos por Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Pois Àquele que não conhecia o pecado Ele O fez pecado por nós, para que n’Ele fôssemos feitos justiça de Deus (II Coríntios 5.20-21);
Ø  Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro (Gálatas 3.13).

O chamamento de Deus aos não-salvos deve ser ouvido por eles com tanta clareza, que compreendam inteiramente as suas implicações e o preço de se tornarem cristãos. Jesus fez compreender a Nicodemos que os conhecimentos teológicos e uma boa vida não são o suficiente para herdar o reino de Deus: Ele tinha de nascer de novo. A condição para receber perdão e a vida eterna é a confissão e abandono de todos os pecados conhecidos e acreditar em Jesus Cristo como Salvador (Romanos 8.1).

O Senhor Jesus disse ao jovem rico, que em primeiro lugar tinha de abandonar o pecado do materialismo (Lucas 18.22). Este jovem que por outro lado era muito religioso, foi muito difícil abandonar o seu pecado habitual, e portanto afastou-se com tristeza. Muitas pessoas acham difícil arrependerem-se, porque na realidade não desejam abandonar os seus pecados. Jesus Cristo diz a todas elas: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois Eu digo-vos que muitos procurarão entrar e não conseguirão” (Lucas 13.24).

Ø  Existe uma diferença em Escolher o caminho e Caminhar por Ele.

Ouvindo o chamado de Deus
Vimos que com o chamado, Deus nos tem mostrado o melhor e mais fácil caminho, mas nós queremos sempre andar no caminho que achamos ser o mais simples, porém torna-se o mais difícil e nos levar para muito longe de Deus.

Lembremo-nos que o dom da vida eterna é algo que não merecemos ou podemos comprar. O considerarmos o preço está relacionado com a nossa vontade de nos despirmos das vestes nojentas da nossa velha vida, antes de podermos ser vestidos com o manto da retidão de Cristo, vejamos:

Ø  Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade (Efésios 4.22-24).

Os pecadores que recebem o chamamento de Deus ao arrependimento, são acordados para compreenderem a sua qualidade de perdidos – isto é, que não têm esperança alguma ou futuro sem Deus. A sua consciência é avivada para reconhecerem a sua qualidade de pecadores e a solução que Deus lhes oferece para o seu problema. Os pecadores acordados ainda não estão salvos, mas ouviram o bater à porta dos seus corações com a mensagem:

Ø  Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá (Efésios 5.14).

Aqueles cujas consciências foram avivadas, podem reagir de duas maneiras à sua convicção de pecadores:

1.      Podem obedecer ao convite do Espírito Santo que os convence do pecado, da retidão e do julgamento (João 16.8), confessar os seus pecados e aceitar o sacrifício de Cristo por si na cruz, sendo então perdoados e escapando assim aos julgamentos de Deus.

2.   
 Para sua eterna ruina, podem por outro lado resistir ao chamamento de Deus para a sua salvação: “Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureceis os vossos corações” (Hebreus 3.7-8). Se continuarmos a endurecer os nossos corações, a voz do Espírito Santo será gradualmente silenciada, tornando-se mais difícil responder-Lhe. Não permitamos que os nossos corações se endureçam a tal ponto, que voltemos as costas a Deus, excluindo-O da nossa vida juntamente com a Sua Palavra, a Bíblia.

Os não-crentes que se encontram sob grande convicção do pecado e da sua condição de perdidos, compreendem a necessidade de se reconciliarem com Deus. Sentem-se acusados e condenados por causa do que fizeram. O seu remorso e sentimento de culpa dirige-os a Cristo – Aquele que pagou o preço morrendo uma morte cruel para a salvação dos pecadores. Já sentiste essa tristeza intensa que leva ao arrependimento? Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte (II Coríntios 7.10).

A tristeza ou remorso a que a Bíblia se refere, é ter um coração arrependido, que conduzirá a uma conversão verdadeira a Cristo:

Ø  Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor (Atos 3.19).

Uma paráfrase deste texto seria:  Arrepende-te portanto – sente culpa e tristeza genuína pelos teus pecados – e converte-te – muda por completo – para que os teus pecados possam ser perdoados e tenha alívio na sua alma.

Quando Pedro negou Jesus Cristo, ele saiu e chorou amargamente (Mateus 26.75). Isso foi verdadeiro arrependimento. Ele não teve pena de si próprio mas sim passou por um terrível sentimento de remorso por causa da mágoa que causara ao Senhor Jesus. Os não-cristãos devem compreender que através dos seus pecados ofendem Deus ao pecar contra Ele. Isto é arrependimento divino e conduz a uma confissão verdadeira, do coração, que constitui condição bíblica para o perdão.

Como é que pessoas podem verdadeiramente confessar os seus pecados, antes de darem ao Espírito Santo a oportunidade para as convencer das consequências abomináveis do pecado? Esta convicção cresce nos nossos corações quando lemos com atenção a Bíblia ou um livro cristão, ou escutamos um bom sermão. Quando o Senhor Jesus nos chama ao arrependimento, Ele mostra-nos com exatidão a nossa posição em relação à Sua pessoa. O remorso que então se verifica em nós, de acordo com a Sua vontade, coloca-nos no caminho que conduz ao verdadeiro arrependimento e renovação espiritual pelo Espírito Santo.

Não há lugar para orgulho oculto e auto justificação quando nos aproximamos de Deus para salvar as nossas almas, pois isso seria contrário à disposição de quebranto e remorso do coração: “Deus resiste ao orgulhoso, mas concede graça ao humilde” (Tiago 4.6). Nós devemos pôr fim à dependência de nós próprios e admitir que fizemos um fracasso das nossas vidas. Apenas então podemos pôr incondicionalmente a nossa confiança no Senhor Jesus para nos salvar. Nós não merecemos o que quer que seja.

Arrependimento ou conversão ao chamado de Deus
Quando os pecadores arrependidos compreendem a necessidade de se reconciliarem com Deus, eles devem abandonar os seus anteriores estilos de vida pecadores, confessar-Lhe os pecados e pedir-Lhe perdão. Devem ardentemente pedir a Deus o perdão dos seus pecados e aceitar a condição do perdão, confessando honesta e completamente todos os pecados conhecidos:         

Ø  Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.  Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós (I João 1.8-9).

O Senhor Jesus espera de nós que confessemos os nossos pecados (no plural, o que significa todos eles) e que lhes voltemos as costas. Nós devemos abandonar os nossos pecados e decidir firmemente não os cometer de novo. A Bíblia diz:

Ø  Aquele que esconde os seus pecados não prosperará, mas quem quer que os confesse e os abandone obterá misericórdia (Provérbios 28.13).

Pois muitos de nós que recebemos o chamado de Deus e conhecemos sua vontade e doutrina dentro da palavra, mas com o passar dos anos começamos a dar maior importância para os apelos do mundo em suas luzes, em seus aromas e seus convites e assim passamos a duvidar do que aprendemos e vivíamos com Deus, então, fatalmente morreremos sem Deus e assim invalidamos o seu chamado e o motivo pelo qual Jesus veio a terra.

Os pecadores em arrependimento bem assim como os cristãos rebeldes que voltam de novo a envolver-se em pecado e injustiça, devem estar preparados para abandonar essas suas vidas anteriores, confessando e abandonando todos os seus pecados. O filho pródigo da parábola resolveu em definitivo abandonar os seus pecados ao dizer: Vou-me levantar e vou ter com meu pai, e dizer-lhe – Pai, eu pequei contra os céus e perante ti (Lucas 15.18).

O rei David disse: “Reconheço as minhas transgressões e o meu pecado está sempre à minha frente. Contra Ti, Ti apenas, eu pequei e fiz este mal a Teus olhos… lava-me e ficarei mais branco que a neve…apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim um coração limpo” (Salmo 51.3-4,7,9-10).

Uma confissão apressada, superficial e menos sincera dos pecados, não é suficiente. Uma pessoa deve fazer mais do que simplesmente dizer “Perdoa todos os meus pecados”. A confissão deve ser minuciosa e não apressada e confessar os pecados um a um, conforme o Espírito Santo nos convence deles.

Outra condição muito importante para a confissão dos pecados e recebimento de Jesus Cristo como Salvador, é que tudo deve ser feito com fé. Os pecadores que ainda não responderam ao chamamento de Deus, estão mortos em pecados e ainda não têm fé, uma vez que continuam não-cristãos, de corações endurecidos. A mensagem do evangelho é o que os acorda para reconhecerem a sua condição pecadora e perdida. E então, Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens (Tito 2.11) entra nos seus corações, tornando-lhes possível pôr a sua confiança em Jesus para os salvar. Como o penitente coletor de taxas, então podem exclamar: “Deus, tem compaixão de mim um pecador!” (Lucas18.13).

A fé é condição para o arrependimento ou conversão ao chamado de Deus
Paulo explica como podemos receber fé – Lendo a Palavra de Deus, que nos leva ao verdadeiro arrependimento: “Assim pois, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Romanos 10.17). Quando os não crentes leem, ou escutam boas mensagens evangélicas sobre o arrependimento, o Espírito Santo coloca fé nos seus corações para acreditarem na mensagem e reagirem bem à mesma. Contudo, existem aquelas pessoas que insistem que simplesmente não podem acreditar.

A solução para este problema não está na argumentação teológica, nem em convencer as pessoas de que devem apenas aceitar os fatos com a mente. Essas pessoas necessitam posterior exposição à Palavra de Deus, porque a fé vem pela Palavra de Deus.  Portanto, lendo longas seções do Novo Testamento e escutando bons sermões bíblicos, a fé virá a essas pessoas, na altura certa, ao receberem a Palavra viva de Deus nos seus corações. O Senhor Jesus disse notavelmente: “As palavras que Eu vos falo são espírito e são vida” (João 6.63).

Quando a fé em Jesus como Salvador penetra os pecadores acordados e convictos, eles podem ter a certeza de que Deus os receberá de braços abertos, como na parábola do filho pródigo (Lucas 15.11-24), e que Deus é “justo e justifica aquele que tem fé em Jesus” (Romanos 3.26). “Sem fé é impossível agradar-Lhe, porque aquele que vem a Deus deve acreditar que Ele é e que Ele é Quem recompensa aqueles que diligentemente O procuram” (Hebreus 11.6).

Uma vez que “Deus demonstrou o Seu amor para conosco em que, enquanto éramos ainda pecadores Cristo morreu por nós” (Romanos 5.8), podemos ter a certeza de que a porta da graça de Deus está aberta para nós e que podemos entrar por ela em arrependimento e fé! Jesus disse:
Ø  Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora (João 6.37);
Ø  Se confessarmos os nossos pecados, (Deus) é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos limpar de toda a Injustiça (I João 1.9);

Acreditar em Jesus (João 3.16; Atos 16.31) inclui mais que acreditar que Ele veio ao mundo para morrer para a nossa salvação. Nós devemos ter um conhecimento básico da Sua divindade, do plano de Deus para a salvação, da nossa responsabilidade e também da promessa de santificação feita a todos os crentes. Devemos acreditar:
Ø 
Que Ele é o verdadeiro Deus e vida eterna, e o único Salvador do mundo (I João 5.20; Lucas 19.10);
Ø  Que temos de nos arrepender, com a confissão dos nossos pecados para obter o Seu perdão (Mateus 9.13; Atos 17.30);
Ø  Que Ele é capaz de fazer de nós novas criaturas, que as coisas velhas podem passar, e que tudo pode ser feito novo (II Coríntios 5.17);
Ø  Que Ele nos comprou com o Seu sangue e que, se O recebermos como Salvador, daí em diante Lhe pertencemos para sermos usados por Si (1 Coríntios 6.19-20; 1 Pedro 1.18-19);
Ø  Que, por causa do novo nascimento, nós iniciamos uma vida nova, que implica um processo de crescimento para atingir a maturidade espiritual (Efésios 4.13-14; Hebreus 5.12 – 6:1);
Ø  Que devemos estar cheios do Espírito Santo, estudar a Bíblia e dedicarmo-nos a uma vida de serviço como testemunhas do Senhor (Atos 1.8; Efésios 5.18; II Pedro 3.18; II Timóteo 3.16-17; 4.2).

Justificação
Há dois aspectos na salvação de pecadores, isto é, o perdão e absolvição dos seus pecados (justificação) e o receber de nova vida (novo nascimento). Estes dois aspectos estão intimamente ligados, porque a humanidade caída está espiritualmente morta devido ao pecado e ao seu afastamento de Deus. Ela necessita de ser justificada e de ser reavivada.

A justificação requere a obediência à lei de Deus, que decreta a pena de morte para os pecadores (Romanos 6.23). Todos os pecadores necessitam de alguém para morrer em seu lugar (uma morte substitutiva). E apenas alguém sem pecado pode substituir uma humanidade pecadora, visto que os pecadores apenas podem morrer (e perder-se para a eternidade) por causa dos seus próprios pecados – não pelos pecados de outros. A única base para o perdão dos pecados é a morte substitutiva de Jesus na cruz, “o Cordeiro de Deus que retira o pecado do mundo” (João 1.29). Por meio deste supremo ato de amor, Ele aceitou o castigo pelos nossos pecados para podermos obter um perdão livre, na condição de nos arrependermos, confessarmos os nossos pecados e acreditarmos n’Ele:
Ø  Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; (Romanos 3.23-25);
Ø 
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (Isaías 53.5);
Ø  Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça (Efésios 1.7).

Todo o pecador deste mundo possui uma lista quase infindável de pecados que o condenam. As suas numerosas transgressões da lei do amor de Deus têm de ser eliminadas, antes de uma pessoa poder ser reconciliada com Deus. A pergunta que se põe é se nós tomamos a sério a lista dos nossos pecados considerando-os sistematicamente, confessando-os e abandonando cada um deles, e aceitando o perdão de Deus pela fé? Ele perdoará então os nossos pecados tornando-nos espiritualmente vivos:
Ø  E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. (Colossenses 2.13-14).

Novo nascimento
A clara exortação bíblica para nascermos de novo é do mais alto significado na salvação dos pecadores. Com este conceito, Deus ensina-nos claramente:

Ø  Que, por causa do pecado e do nosso afastamento de Deus, estamos espiritualmente mortos e necessitamos d’Ele para nos dar vida e que a nossa natureza do “Velho Adão” é uma natureza caída e pecadora, que Deus afirma não poder ser melhorada ou alterada, e que por conseguinte temos de nascer de novo para nos tornarmos novas criaturas (II Coríntios 5.17);
Ø  Jesus disse a Nicodemos: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3.3).

A nova vida do crente, em Cristo, pode-se comparar espiritualmente à ressurreição de Jesus Cristo. Com a Sua morte por nós, nós somos perdoados, e Deus vê-nos como espiritualmente “crucificados com Cristo” (Gálatas 2.20), mas “vivos para Deus” através d’Ele e capazes de “caminhar em novidade de vida (Romanos 6.4,11).

Ø 
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, (I Pedro 1.3).

Deus não só nos perdoa os nossos pecados – Ele também nos dá uma nova vida e uma nova natureza. Nós devemos conhecer o Senhor Jesus como nosso Salvador e como a ressurreição e a vida. Deus insufla a nova vida em todos os crentes através do Espírito Santo: “…de acordo com a Sua compaixão, Ele salvou-nos através da lavagem de regeneração e renovação do Espírito Santo, O qual Ele derramou abundantemente sobre nós através de Jesus Cristo nosso Salvador” (Tito 3.5-6).

O batismo de água dos crentes, por imersão, aponta simbolicamente para a experiência acima, e constitui também uma declaração de fé no Senhor Jesus (Marcos 16.16). O testemunho de fé em Jesus Cristo, é uma condição para o batismo, visto que o batismo em si não pode salvar qualquer pessoa.

Notemos o exemplo a seguir: “E quando eles desciam a estrada, encontraram alguma água. E o eunuco disse – Vede, aqui temos água. Que é que me proíbe que eu seja batizado? – Então Filipe disse – se acreditas com todo o teu coração podes ser. E o eunuco respondeu dizendo – Eu acredito que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (Atos 8.36-37). E então ele foi batizado. Paulo e outros convertidos também foram batizados pouco depois de terem sido salvos (Atos 9.18; 10.47-48; 16.31-33). Na grande comissão, (Mateus 28.19), declara-se claramente que a salvação se segue o batismo e depois a santificação e o crescimento cristão.

Santificação
Os membros nascidos de novo da verdadeira igreja de Jesus Cristo são instruídos no sentido de se negarem a si próprios, caminharem no Espírito e  produzirem “o fruto do Espírito” (Gálatas 5.22-23). Nós somos chamados a uma vida de sobriedade e verdadeira santidade. O primeiro princípio da santificação e discipulado é nos- indicado claramente pelo próprio Senhor Jesus, quando Ele disse:

Ø  Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me (Lucas 9.23).

De acordo com Lucas 14.27-33, a cruz da autonegação está relacionada com a consideração cuidada do custo do discipulado. Deve-se fazer uma escolha definitiva entre se querermos agradar aos desejos da carne (a velha natureza), ou estarmos preparados para renunciar ao mundo e servir o Senhor com todo o nosso coração e tudo quanto temos.

Nós não podemos agarrar-nos à riqueza e à fama deste mundo e ao mesmo tempo seguir e agradar verdadeiramente ao Senhor Jesus. Poderemos nós testemunhar como Paulo, que bradou para o mundo ouvir:

Ø  Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim (Gálatas 2.20).

Considerando-nos através da Sua cruz mortos para o mundo e seus enganosos e passageiros “prazeres do pecado?

Ø  Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; (Hebreus 11.25);
Ø 
De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? (Romanos 6.2);

Deus me livre que me vanglorie a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gálatas 6.14). Se nós rejeitarmos as tendências pecadoras da velha natureza, Deus recompensar-nos-á com uma vida de vitória e verdadeira felicidade. Paulo exortou claramente os cristãos de Éfeso a:

Ø  Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade (Efésios 4.22-24).

Nós devemos carregar diariamente a cruz da autonegação. Apenas dessa maneira podemos ser verdadeiros vencedores santificados na vida cristã, e capazes de obedecer às seguintes exortações das Escrituras:

Ø  Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne (Gálatas 5.16);
Ø  Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver (I Pedro 1.15-16; Levíticos 11.44-45;);
Ø  Porque esta é a vontade de Deus – a vossa santificação… Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação, portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo (I Tessalonicenses 4.3, 7-8).

Através da santificação e da fiel dedicação ao Senhor, que dela resulta, Ele pode transformar-nos em instrumentos puros e eficazes, aptos para o Seu serviço. Ele habilita-nos a produzir o fruto do Espírito, a fazermos frente aos ataques de Satanás:  

Ø  No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo (Efésios 6.10-11).

A obedecer a todas as exigências do discipulado, a manter- nos fiéis aos princípios divinos perante a oposição e as tentações, e a perseverar no caminho estreito até à vinda do Senhor Jesus:

Ø  Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus (Hebreus 12.1-2).

Deixar de obedecer ao comando de sermos santos, reduz muitos cristãos ao deplorável baixo estado espiritual e moral evidente na igreja de Corinto:
Ø  E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? (I Coríntios 3.1-3).

Ø  Carnal é da carne e refere-se à velha natureza que deve ser crucificada.

No mundo de hoje, muitas igrejas estão cheias de membros não-espirituais, infrutíferos, sem poder, zaragateiros, mundanos, amantes de diversões, cujo serviço se limita a problemas sociais – sem contarmos os membros que são apenas crentes nominais tendo apenas uma semelhança de santidade.

Ø  Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te (II Timóteo 3.5).

Ainda pior é a reação de alguns membros de congregações decadentes e voltadas à rebeldia, que até se exprimem abertamente contra a doutrina bíblica da santidade.

Durante períodos de reavivamento em que evangelistas como John Wesley proclamavam com zelo o evangelho da salvação, do novo nascimento e da santificação, registou-se um grande acordar espiritual. Muitos arrependeram-se do pecado, foram verdadeiramente salvos e nascidos de novo, tornando-se testemunhas de Cristo e levando o evangelho aos campos missionários do mundo.

Nestes tempos do fim, o poder do Espírito Santo também está à nossa disposição, para nos habilitar a fazer grandes coisas para o Senhor. Tudo depende da nossa determinação em O servir com todo o coração. Nós devemos ser obedientes e estar dispostos a dedicarmo-nos a servir Cristo. A pergunta é: Irá Ele encontrar-nos ocupados na Grande Comissão, quando voltar para levar os Seus santos para as suas mansões celestiais? Ou irá encontrar-nos na companhia de membros da igreja preguiçosos, comprometedores, não espirituais e até não regenerados, espiritualmente a dormir? (Mateus 25.1-13).

O Senhor Jesus deseja discípulos que Lhe sejam verdadeiramente dedicados e ao Seu trabalho na Terra, e não aqueles que afirmam acreditar n’Ele mas não Lhe dão mais que magra atenção. Nós devemos ser testemunhas da Sua graça salvadora e levar vidas santas marcadas pela oração e serviço. Os crentes nominais que apenas Lhe dão uma aceitação mental sem dedicação do coração, hão de verificar que se enganaram a si mesmos:

Ø 
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (Mateus 7.21).

Através do poder do Espírito Santo é possível fazer a vontade do Pai e viver uma vida agradável a Deus.

Ø  Se uma pessoa não se deleita em fazer a vontade de Deus na Terra, como é que essa pessoa vai ser feliz no céu, onde apenas a vontade de Deus é feita?

O trabalho que nós fazemos para o Senhor, não é feito como esforço para sermos salvos, mas sim porque estamos salvos. Jesus disse:

Ø  Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós (João 20.21).

Aqueles que são capazes e estão dispostos a isso, Ele envia a todas as partes do mundo a levar a boa nova do evangelho a todas as gentes. O Espírito Santo dá-nos o poder para levar a cabo esta obra vitalmente importante.

Ø  Você que agora foi chamado, está pronto e disposto a isso?

O chamado para o Ministério
Primeira questão sobre o ministério: Você foi realmente chamado para pregar o evangelho em tempo integral? Os que não são chamados por Deus para o exercício do pastorado ou ministério missionário farão grande males se quiserem entrar no ministério apenas por vaidade, ou seja ensinando algo que não vivem e dando mau testemunho.

Todo cristão capaz de pregar e disseminar o evangelho deve fazê-lo; Pregar o evangelho é tanto um direito como um dever para todo verdadeiro cristão; Há, porém um chamado específico para o ministério de ensinar, pastorear e liderar a igreja de Deus, e esta honra ninguém toma para si mesmo, senão quando é chamado (Hebreus 5.4).

Todo cristão verdadeiro é chamado a pregar o evangelho (I Pedro 2.9), pois todo crente é batizado no Espírito Santo e dele recebeu capacidade para testemunhar (Atos 1.8). Cristo é o Senhor da Seara e da obra, ele coloca cada um em sua função especifica, dando o dom certo para cumprir cada função na sua igreja (Mateus 9.38; Efésios 4.11-16).

Homens e mulheres recebem um chamado a servir no ministério em uma área específica e cada um procure ser fiel naquilo em que foi chamado.

As mulheres foram proibidas expressamente de ensinarem publicamente na igreja (I Timóteo 2.12; I Coríntios 14.34) já seu ministério de ensino é com crianças e outras senhoras (Provérbios 31.26; Tito 2.3-5).

Os homens que têm capacidade para pregar, devem pregar sempre que lhe surgir oportunidade. – Porém, este é um chamado para pregar ocasionalmente, diferente do chamado do ministro que deve viver da pregação, sendo esta a sua obra máxima, exclusiva e prioritária

Ø  Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho (I Coríntios 9.14).

Este é um estudo para aqueles que pregam e vivem do Evangelho, tendo sido chamados e separados de todas as obras seculares para se consagrarem exclusivamente ao ministério da Palavra.

O ministro do evangelho (Pastor ou missionário) têm o dever de dar tempo integral e exclusivo para o ministério da Palavra, para poder desempenhar bem o seu ministério, dando bom testemunho, e é isso que Deus exige dele.

Ø  Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra (II Timóteo 2.4);
Ø  Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas (Atos 6.2).

Por isso Deus também exige das igrejas que cumpram com o seu papel de suprir amorosa e corretamente as necessidades do ministro, aquele a quem Deus chamou para servir de modo exclusivo e que não faz por outros interesses.

Ø  Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais (I Coríntios 9.11);
Ø  Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário (I Timóteo 5.17-18).

São a estes homens que Deus coloca um dos mais pesados encargos que existem na terra, e diz através de Pedro:

Ø  Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; (I Pedro 5.2).

Spurgeon, um dos maiores pregadores e pastores Batista, se referindo a obra do ministério disse:

Ø  “Ora, nem todos de uma igreja podem superintender ou governar; alguns têm que ser dirigidos ou governados. E cremos que o Espírito Santo designa na igreja de Deus alguns para agirem como superintendentes, e outros para se submeterem á vigilância de outros, para o seu próprio bem. Nem todos são chamados para trabalhar na palavra e na doutrina, ou para serem presbíteros, ou para exercerem o cargo de bispo. Tampouco devem todos aspirar a essas obras, uma vez que em parte nenhuma os dons necessários são prometidos a todos. Mas aqueles que como o apostolo Paulo, crêem que receberam “este ministério” (II Coríntios 4.1-2), devem dedicar-se a essas importantes ocupações”.

Sobre a insensatez de querer ser um pastor ou missionário sem ser chamado ou ter a certeza do chamado divino, Spurgeon diz:

Ø  “Homem nenhum deve intrometer-se no rebanho como pastor; deve Ter os olhos postos no Sumo Pastor, e esperar Seu sinal e Sua ordem. Antes que um assuma a posição de embaixador de Deus, deve esperar pelo chamamento do alto. Se não o fizer, mas se se lançar às pressas ao cargo sagrado, o Senhor dirá dele e de outros semelhantes: “Eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito nenhum a este povo, diz o Senhor” (Jeremias.23.32).

O chamado para o Ministério no Velho Testamento
Os profetas, que eram os ministros do Velho Testamento, todos baseavam seu ministério na especifica chamada divina:

A chamada de Isaías: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaias 6.8);

A chamada de Jeremias: “Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino. Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o SENHOR. E estendeu o SENHOR a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca; Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares. (Jeremias 1.4-10);

A chamada de Ezequiel: “E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo... eu te envio aos filhos de Israel, ás nações rebeldes que se rebelaram contra mim, até este mesmo dia... Filho do homem dizei-lhe a minhas palavras” (Ezequiel 2.1-3; 3.1-4).

O chamado para o Ministério no Novo Testamento
Os pregadores do Novo Testamento devem estar tão certos de sua vocação e chamada celestial assim como estavam os profetas do Velho Testamento.

Ninguém pense que a chamada dos ministros atuais são pura ilusão ou imaginação deles para a peculiar obra de ensino e direção da igreja.

Nomes dados aos chamados para o Ministério
Embaixadores em nome de Cristo – Um embaixador só passa a existir depois do chamado do governo que ele representa, e se tentar fazer isto sem o devido chamado ficará no ridículo (II Coríntios 5.18-19);

Despenseiros dos mistérios de Cristo – Um despenseiro é alguém que toma conta da propriedade de alguém, e se quiser tomar conta da propriedade de alguém sem a devida chamada desagradará a dono da mesma (I Coríntios 4.1), por isso deve haver chamada [autorização] antes de alguém poder tornar-se legítimo bispo, “despenseiro da casa de Deus” (Tito 1.7);

Anjo que significa mensageiro – E como os homens poderão ser arautos de Cristo, senão por sua eleição e ordenação?

O Ministro precisa provar que foi chamado para o Ministério
Não basta dizer ministro (pastor ou missionário) tem de provar isto:
·         Tito recebeu a exigência de só reconhecer como ministros aqueles que dessem provas de seu chamado (Tito 1.5);
·         A Timóteo foi exigida que não se precipitasse a reconhecer alguém como ministro sem que antes houvesse provas de sua chamada (I Timóteo 5.22);
·         Deus é soberano e decide o vaso que quer utilizar, não escolhe qualquer vaso, ele mesmo descreve o tipo de vaso escolhido por ele (II Timóteo 2.21);
·         O chamado de Paulo é um exemplo de como Deus escolhe os vasos que usa (Atos 9.15);
·         A escolha é de Deus, é Ele quem determina o papel de cada um na sua obra ou Seara (Efésios 4.11);
·         Ninguém determina para si mesmo se vai ou não ser um pastor, Deus é quem chama e constitui pastores dando-os a suas igrejas (Atos 20.28);
·         O verdadeiro ministério deve vir de deus e não da parte dos homens – Cada pastor ou missionário deve poder dizer como Paulo (Gálatas 1.1);
·         Que cada pastor ou missionário possa ver a si mesmo como uma dádiva de Deus para a sua igreja (Jeremias 3.15).

Sinais que identificam a chamada para o Ministério
Multidões tem errado quanto a chamada para o ministério, isso pode ser observado no número de pessoas que entram para o ministério pastoral ou missionário e fracassam e também do número de igrejas que tem sofrido a ação danosas de falsos pastores ou de pastores que se enganaram quanto a chamada e trouxeram grandes prejuízos a obra de Deus.

É preciso ter certeza da chamada de Deus, antes de se aventurar em tão importante e exigente obra. De fato, a bíblia a tem como a obra mais excelente, porém a que exigirá a maior responsabilidade, e que atrairá os maiores perigos.

Um desejo intenso de realizar a Obra.
Para se constatar um verdadeiro chamamento para o ministério é preciso que haja uma irresistível, incontrolável, ardente e violenta sede de contar aos outros o que Deus fez por nossas almas. Joseph Alleine – Grande conquistador de almas, alguém disse dele: “ele tinha infinita e insaciável avidez pela conversão de almas”.

Charles Haddon Spurgeon, disse:

Ø  “Não entre no ministério se puder passar sem ele “– “...A Palavra de Deus deve ser um fogo em nossos ossos, do contrário, se nos aventurarmos ao ministério, seremos infelizes nisso, seremos incapazes de suportar as diversas formas de abnegação que lhe são próprias, e prestaremos pouco serviço àqueles aos quais ministramos”

Este desejo deve ser resultado de reflexão. Não deve ser um impulso repentino e irrefletido; Este deve ser continuo, incondicional – que resista as tentadoras ofertas de riquezas e vida fácil, as provações e mil armadilhas que o inimigo é capaz de armar. Deve ser um desejo totalmente desinteressado – Visando só a glória de Deus; Deve ser um desejo imorredouro e crescente– Deve ser de natureza tal que permaneça conosco apesar de qualquer coisa.

Deve haver aptidão para o ensino e certa medida de outras qualidades para o público
O ministro só pode segurar-se e fortificar-se na graça (força) que lhe foi dada na sua chamada e se não tem essa chamada do alto, não tem em que segurar-se (II Timóteo 2.1; II Tessalonicenses 1.7-8).

Ninguém deve considerar-se chamado para pregar enquanto não provar que pode falar em público. Algumas pessoas simplesmente não têm o dom de ensinar e de pregar. Pode-se melhorar muito estudando homilética para ser um pregador ocasional, mas se tornar um pregador sem ter o dom de ensinar e pregar é querer desafiar o bom senso.

Há várias coisas que desabilitam alguém para pregar em público: Falta de voz, gagueira, voz fina e fanhosa, medo e pavor do público, mente que não consegue racionar de modo organizado, falta de coragem para dizer a verdade, dentre outros. Sua personalidade deve ter algumas características indispensáveis, como:
·         Inteligência e Piedade;
·         Maneiras gentis e qualidade amáveis;
·         Coragem e firmeza;
·         Dons para administrar a obra;
·         Deve ser um conselheiro e pai;
·         Deve ter todas as características de I Timóteo 3.2-7; Tito 1.6-9);
·         É preciso que o aspirante veja realizar-se certo número de conversões sob seus esforços, ou poderá concluir que cometeu um engano -- Daí poderá retornar pelo melhor caminho que encontrar.

Como um obreiro cristão comum pode continuar trabalhando em seu ministério que esteja tendo sucesso ou não;
Como ministro não poderá Ter certeza de sua chamada enquanto não puder ver os frutos de seu trabalho. É necessário que a sua pregação, seu comportamento e testemunho seja aceitável pelo povo de deus que segue a sã doutrina.

O Pregador Bíblico Vocacionado é:
·         É alguém que tem o chamado interior da parte do Espírito Santo e o chamado ou reconhecimento exterior da igreja, e que foi devidamente consagrado para proclamar o evangelho; (Atos 13.2-4);
·         Como Pastor (Administra, Edifica e Prepara o Rebanho);
·         Ele é constituído Bispo (administrador), Presbítero (conselheiro), Pastor (mestre) pelo Espírito Santo para pastorear a igreja de Deus. (Atos 20.28; I Pedro 5.1-4; Efésios 4.11));
·         Ele tem uma comissão sublime e de alta responsabilidade: Pastorear o rebanho de Deus (I Pedro 5.2);
·         Ele é o guia do rebanho, e o guia basicamente através do testemunho e da pregação da Palavra (Hebreus 13.7);
·         Ele vela pelas almas, orientando-as e alertando-as pela pregação da Palavra (Hebreus 13.17);
·         Em tem um alvo: Uma igreja plenamente madura servindo de todo coração ao Senhor. Como pastor ele é um dom de Cristo à igreja, cuja missão é equipar (preparar) os santos para o pleno amadurecimento espiritual e para estarem plenamente capacitados (equipados) para exercerem o ministério cristão. Ele faz isto sendo um pastor-mestre, ou seja, um mestre na pregação da Palavra de Deus (Efésios 4.11-13).

Como Missionário (fundador de igrejas) e Evangelista (pregador do evangelho de tempo integral). Ele é um enviado (não é um autônomo, que se envia a si mesmo). Tem um campo permanente, o "mundo", ou mais especificamente, "cada criatura".
·         Primeiramente enviado por Cristo (João 20.21) - "vos envio";
·         Em segundo lugar pelo Espírito Santo - "enviados..."(Atos 13.2,3);
·         Em terceiro lugar pela igreja (Atos 13.2) - "separai-me ...";
·         Tem um plano do qual não pode fugir - "Ser testemunha"- (Atos 1.8);
·         Deve começar onde está e ir continuamente avançando a medida que Deus abre as portas;
·         Tem um alvo: Fundar uma igreja missionária que amadureça o suficiente para se tornar autônoma que cuide de si mesma e que continue por si mesma a obra missionária de implantar novas igrejas.

Recompensas para os que trabalham para o Senhor
Além da salvação (para os escolhidos), receberemos recompensas pelos nossos serviços pelo Senhor a quando do julgamento do assento de Cristo (II Coríntios 5.10).

A Bíblia menciona as coroas seguintes, para nos encorajar a níveis mais altos de serviço cristão:
·         A coroa incorruptível para uma vida santa e vitoriosa (I Coríntios 9.24-25);
·         A coroa da alegria para os que ganham almas (I Tessalonicenses 2.19);
·         A coroa de glória para os bons pastores (I Pedro 5.2-4);
·         A coroa da vida para os mártires cristãos (Apocalipse 2.10);
·         A coroa da justiça para os que amaram a vinda do Senhor (II Timóteo 4.8).

Irá o leitor apresentar-se de mãos vazias nesse dia, salvo como pelo fogo?

Ø  Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo. (I Coríntios 3.15),

Ou será declarado servo fiel do seu Mestre? Será digno nesse dia de palavras do Senhor como estas:

Ø  E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. (Mateus 25.21).

Torna-se claro que o Senhor Jesus Cristo veio não só para nos salvar do inferno, como também para fazer de nós Seus discípulos.

Ele deseja ser o nosso Salvador e Messias, mas também o nosso Amigo, Pastor, Mestre, Senhor, Rei e Noivo Celestial.

Ø  Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (I Pedro 2.9).

Depois da nossa salvação, somos chamados e dedicados a servir Cristo, participando em trabalho evangélico tanto em casa como no estrangeiro, para sermos membros eficientes da Sua igreja na Terra e colaboradores de Deus e de Jesus Cristo:

Ø  Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (I Coríntios 3.9).

Durante esta vida estamos também a ser preparados para o nosso papel futuro de governar como reis com o Senhor Jesus no Seu próximo reino. A igreja glorificada cantará ao Cordeiro:

Ø  E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra (Apocalipse 5.9-10).

Em antecipação deste papel, agora nós devemos sobrepor-nos ao pecado nas nossas vidas. Devemos também travar batalha contra Satanás no vil mundo presente, e obter vitórias em Nome de Jesus. Não devemos contentar-nos apenas com estar salvos, mas devemos dedicar nos por inteiro à Sua causa e segui-Lo e servi-Lo enquanto Ele permitir que aqui estejamos.

Glorificação – A escolha de Deus para os Chamados
O passo final na salvação completa é a glorificação. Ela tem lugar na primeira ressurreição, quando todos os verdadeiros cristãos vão receber corpos ressurretos, glorificados e imortais:

Ø  Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. (I Coríntios 15.51-52).

Os pormenores completos do nosso estado de glorificados no céu ainda não nos foram revelados, mas nós sabemos que, quando Jesus aparecer em todo o Seu esplendor, nós seremos como Ele. Ele é o Noivo da Sua igreja e o Rei dos Reis e nós partilharemos da Sua glória e receberemos o que estar preparado apenas para os que O amam (II Coríntios 2.9).

Ø  Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. (Filipenses 3.20-21).

Ø  Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos, e qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro. (I João 3.2-3).

Em antecipação da nossa glorificação, agora nós devemos estar preparados para a próxima vida no céu, sendo puros e santos em toda a nossa conduta. O nosso estado espiritual presente, determina a nossa futura posição. Além de sermos nascidos de novo, devemos viver vidas de dedicação ao Senhor cheias do Espírito.

Os perigos apresentados pelo mundo na caminhada dos que atendem ao Chamado de Deus?
A mentalidade mundana e a baixa espiritualidade de muitas igrejas modernas, estão muito longe das normas de conduta e santidade do Senhor. A maior parte dos cristãos mostra-se satisfeita com a sua pobre condição espiritual e não consegue viver em harmonia com “o alto chamamento de Deus em Jesus Cristo”

Ø  Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Filipenses 3.14).

A razão deste estado de coisas, é que muitos de tais cristãos não são verdadeiramente nascidos de novo, enquanto que alguns que são não vivem vidas vitoriosas de vencedores no Espírito Santo:

Ø  Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. (Atos 1.8);

Ø  No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. (Efésios 6.10-11);

Ø  Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.... Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. (Apocalipse 3.11-12, 21).

Os cristãos cheios do Espírito devem servir o Senhor ativamente.
Produzimos nós fruto próprio do arrependimento e usamos nós os talentos que Deus nos deu ao serviço do Senhor?

Ø 
Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados (II Coríntios 13.5).

Fundamentos falsos para afastar o Escolhido da Presença de Deus
Há várias fundações falsas que o inimigo das nossas almas e seus cúmplices oferecem às pessoas, quando elas desejam tornar-se cristãs. O seu primeiro objetivo é evitar que elas decidam acreditar no Senhor Jesus para nascerem verdadeiramente de novo.

No entanto, se não consegue bons resultados com o Plano A, ele não abandona os seus esforços mas experimenta o Plano B, que inclui toda a espécie de espertamente delineados estratagemas para enganar os novos convertidos com mundanismo e ignorância das verdades bíblicas, que os impedem de se tornar cristãos maduros cheios do Espírito.

O que segue são algumas das fundações falsas à base das quais muitas pessoas constroem as suas vidas, aderindo assim a uma forma de Cristianismo não-bíblico, concebido pelo homem e que é destituído de verdadeira vida espiritual.

1 - A ausência de um chamamento claro - Como resultado de uma pregação deficiente e de livros cheios de mensagens pobres, muitas pessoas não recebem um chamamento claro para se reconciliarem com o Senhor. Os pregadores conduzem as congregações a um estado de sonolência espiritual, deixando-as com a impressão de que são cristãs por serem membros de uma igreja e por concordarem com a sua profissão de fé. Os membros não são encorajados a desejar um relacionamento pessoal com o Senhor, e contentam-se com uma semelhança de retidão exterior.

2 – Moralização - É muitas vezes instilada nas pessoas que vão à igreja, a ideia que são boas pessoas por obedecerem a uma norma que se espera ser seguida por cristãos. Sendo elogiadas por esta ideia, elas não sentem a convicção do pecado nem a necessidade do arrependimento e da fé em Cristo como Salvador. Não compreendem que estão perdidas. Agarram-se a crer nas suas vidas como moralmente irrepreensíveis e por isso esforçam-se por fazer boas obras na esperança de obter a aprovação da sociedade e de Deus. Tragicamente estas boas pessoas estão a caminho do inferno se não se arrependerem.

3 - Regeneração batismal - Muitos milhares de pessoas que vão à igreja baseiam as suas vidas na fundação falsa da chamada “regeneração batismal”. Elas acreditam que o batismo de infantes lhes garante a segurança eterna. Agarram-se à ideia enganadora, que as cerimónias do batismo e da confirmação numa igreja lhes garantem a salvação. Depois de tais ritos, é-lhes dito que, com eles, estabelecem um acordo eterno com Deus. Pensam que através do batismo nasceram de novo e estão a caminho do céu. A Bíblia afirma que a religiosidade, não precedida do arrependimento e da fé na obra de redenção culminada em Cristo, não nos livrará do julgamento de Deus e do inferno;

Ø  Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram. (Hebreus 4.2);

Ø  Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. (II Timóteo 3.5).

4 - Conceitos alterados - A religião de muitas pessoas consiste apenas numa mudança de conceitos. Muitas das pregações é caracterizada por “palavras persuasivas de sabedoria humana” e não em “demonstração do Espírito e de poder”:
Ø  A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder (I Coríntios 2.4).

Como resultado disso, a mentes dos que ouvem enchem-se de argumentos teológicos frios, destituídos de algo que mova as suas almas em resposta ao Senhor Jesus. Os ouvintes podem confessá-Lo com a boca, mas os seus corações estão longe d’Ele.

Ø  Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mateus 15.8).

Os seus corações não sofreram alteração, mas sim apenas os seus conceitos mentais, o que os confunde e os leva a pensar que são cristãos guiados pelo Espírito Santo, o que pode não ser verdade. A auto retidão de nada vale:

Ø  E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação. (Lucas 16.15).

Tais pessoas nunca sentiram a santa tristeza que leva ao arrependimento pelos seus pecados, porque não podem verdadeiramente testemunhar que estão salvas e nascidas de novo, pois registou-se apenas uma mudança superficial nas suas vidas.

Ø  Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte (II Coríntios7.10).

5 - O arrependimento emocional - Muitas pessoas são tocadas pela mensagem do evangelho apenas emocionalmente. Decidem-se por Cristo, não em fé e arrependidas, mas movidas apenas pela emoção. Porque as emoções vêm e vão, tais decisões muitas vezes não duram muito.

Ø  O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende; (Mateus 13.20-21).

Notemos que a pessoa a que nos referimos recebeu a Palavra de Deus com alegria – uma emoção que não se deve confundir com verdadeira fé. Uma resposta emocional e superficial, não constitui verdadeiro e profundo arrependimento dos nossos pecados, nem fé no Senhor Jesus como Salvador e como único caminho para a salvação – pode ser um arrependimento falso. Algumas pessoas podem até mencionar a data em que receberam o Senhor com alegria, mas sem arrependimento e fé em Cristo não foram verdadeiramente salvas.

6 - Apenas acreditar - Outra versão dos ensinamentos de uma graça barata, é que uma pessoa necessita apenas de acreditar – e o céu está garantido, nada mais há a fazer! Franze-se o nariz às obras incluindo ao arrependimento do pecado. Os professores falsos que tal ensinam referem-se ao seguinte:

Ø  Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; (Efésios 2.8-9).

Embora isso seja verdade, continuamos a não poder ser salvos pela graça através da fé sem que primeiro nos arrependamos profunda e genuinamente de todos os nossos pecados conhecidos, confessando-os a Deus, abandonando o pecado e contando com a Sua compaixão. Se fomos salvos pela graça, devemos começar prontamente a viver uma vida de serviço a Deus com boas obras – não para obter a salvação, pois já a temos – mas sim para agradar a Deus ao obedecermos à Sua Palavra. A seguir ao verso acima mencionado, o verso seguinte frisa as boas obras que devem seguir a salvação:

Ø  Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas. (Efésios 2.10).

A vida cristã requer de nós a nossa cooperação consistente e dedicada com Deus, na aplicação do Seu plano para as nossas vidas e para o mundo, tornando-nos assim Seus colaboradores:

Ø  Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus (I Coríntios 3.9).

Isto exige um ato disciplinado da nossa vontade, confiando ao mesmo tempo na força abundante e graça de Deus através de Jesus Cristo. Paulo afirma que a graça do Senhor lhe tornou possível trabalhar com ardor no cumprimento do seu ministério:

Ø  Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo (I Coríntios 15.10).

7 - Impróprias palavras de conforto - Os pecadores acordados sob a convicção do pecado, procuram muitas vezes conselho entre outros cristãos para o seu profundo sentimento de culpa. É pouco sábio dizer a essas pessoas que não são tão más como julgam. Membros de família fazem isso muitas vezes, para as ajudar a diminuir tal sentimento. Tal atitude pode destruir o trabalho de convicção do Espírito Santo sobre o pecado para as levar à salvação.

Elas devem ser ajudadas a compreender que todo o pecado é tão mau, que merece o castigo eterno no inferno. A Boa nova do evangelho, é que Deus providenciou a solução ideal para o problema, isto é, que o Senhor Jesus foi castigado na cruz pelos nossos pecados, e que, acreditando, podemos obter um perdão gratuito e a dádiva da vida eterna. Ele veio para destruir as obras do diabo, e para nos libertar de todos os nossos pecados e do castigo para eles.

Ø  Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo (I João 3.8).

8 - Autocomiseração – Ato de sentir pena de si próprio - Nós sentimos muitas vezes pena de nós mesmos, quando graves acontecimentos ocorrem nas nossas vidas e pensamos que não tivemos culpa disso. Nada de bom pode resultar de tal sentimento, pois “a tristeza do mundo produz a morte” (II Coríntios 7.10).

A tristeza que vem da convicção do pecado é a obra do Espírito Santo para nos levar ao arrependimento e a acreditar na obra de redenção de Cristo ao morrer por nós na cruz. A autocomiseração leva-nos a apresentar desculpas e a procurar simpatia (e soluções humanas) para os nossos problemas. Isto leva-nos também rua abaixo ao desastre e não ao arrependimento e à vitória sobre os nossos pecados.

Devemos ler a Bíblia e passar pela verdadeira convicção do Espírito Santo, que nos levará por sua vez a pedir a Deus a Sua compaixão, perdão e ajuda. Os nossos problemas são aliviados no Calvário, onde o preço pelos nossos pecados já foi inteiramente pago.

9 - Sinais e maravilhas - Uma grave forma de decepção emergente em algumas igrejas, é a ideia que Deus revela-se através de sinais e maravilhas pelas atividades do Espírito Santo. Isto deu origem a uma teologia de manifestações físicas dramáticas em que se acredita que, se os sinais não são evidentes, é sinal que Deus não está presente.

Muitas pessoas convencem-se que são cristãs, porque tiveram determinada experiência dramática, e não por terem tido a convicção dos seus pecados e se terem arrependido deles. Algumas caiem ao    chão e têm ataques de riso, uma visão, ou são curadas, e por isso acreditam que Deus as tocou e salvou devido a tais experiências.

Milhões de pessoas são enganadas desta maneira, alimentando a sua fé emocional em serviços de viva adoração acompanhados de música rítmica, aliviando assim as suas consciências e levantando os seus espíritos durante alguns dias, para depois deles necessitarem de nova dose emocionalmente estimulante do mesmo.
Tais pessoas deviam ler as suas Bíblias e compreender seriamente que, quando se apresentarem diante do trono do Senhor, de nada lhes valerá dizer-Lhe: “Senhor,

Ø  Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?  E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade (Mateus 7.22-23).

E nessa altura será demasiado tarde para nos arrependermos e obtermos a verdadeira e única vida que nos pode transformar em discípulos do Senhor Jesus.


10 - Todos os cristãos são cheios do Espírito - Há também fundações falsas para uma vida de Santidade. Uma presunção muito comum é que, uma vez que todos os cristãos são nascidos de novo pelo Espírito Santo, eles também estão cheios do Espírito. Muitos crentes afirmam que, porque o Espírito Santo é uma pessoa que não pode ser diminuída ou acrescentada, nós não necessitamos de ser cheios de novo com o Espírito à medida que crescemos em graça:

Ø  Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém. (II Pedro 3.18).

Esta afirmação é contrária ao que a Bíblia ensina, e priva muitos cristãos de uma vida vitoriosa e cheia do Espírito. O fato é que a nossa velha natureza deve ser negada e crucificada, antes da completa autoridade do Espírito Santo ser estabelecida nas nossas vidas. Os cristãos carnais de I Coríntios 3.1-3 por certo que não eram cristãos cheios do Espírito, e tinham grande necessidade da experiência da santificação.

Todos os crentes necessitam saber que o Espírito Santo reside neles e que devem ser guiados por Ele. O Senhor Jesus disse:

Ø  Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir (João 16.13).

11 - O evangelho não-ofensivo - Muitas das falsas fundações discutidas acima convergem no movimento moderno para o crescimento da igreja. Os pastores são encorajados por um espírito humanista de pensamento positivo e de sucesso, que os leva a      apresentar o evangelho do Senhor Jesus como não-ofensivo, e tão agradável ao mundo quanto possível. Isto é feito para atrair largas multidões de seguidores populares de Jesus Cristo.

E, nesta maneira positivista de apresentar o evangelho, não se faz qualquer menção das coisas “negativas”, como por exemplo das pessoas não-salvas serem pecadoras, do julgamento do pecado por Deus, da existência de falsos profetas, do Anticristo etc. Tais pregadores também evitam falar da cruz e do sangue de Cristo, por essas coisas estarem relacionadas com o julgamento de Deus sobre o pecado.

É um evangelho sem alma, em que se dizem muitas coisas boas acerca do Senhor Jesus, mas em que se oferecem as Suas bênçãos a toda a gente sem se mencionarem as consequências destruidoras do pecado e o futuro dos pecadores no contexto da ira de Deus sobre eles, o que não traz qualquer benefício real.

Ainda mais, tal evangelho não conduz a uma apreciação sã da natureza da morte de Cristo na cruz para perdão dos nossos pecados, e falta-lhe valor prático como diretiva para a nossa vida, pois todos os aspectos negativos como a decepção espiritual não são mencionados e são deliberadamente ignorados.

Desta maneira, a mensagem verdadeira do evangelho é rebaixada e eventualmente silenciada. Por meio de pregação desta natureza, incluindo programas de dedicação de 40 dias, as pessoas são privadas das armas espirituais necessárias a fazer frente às artimanhas do diabo.

Ø 
No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Efésios 6.10-12).

Precisamos crescer em Graça para vencermos
A vida cristã deve ser uma peregrinação de santificação enquanto caminhamos na luz da presença de Deus, comunicando com o Senhor Jesus e sendo continuamente lavados de todo o pecado pelo Seu sangue

Ø  Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. (I João 1.7);

Ø  Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Provérbios 4.18).

Exige-se dedicação: “… ponhamos de lado todo o peso e o pecado que tão facilmente nos enreda, e corramos com perseverança a corrida que está à nossa frente” (Hebreus 12.1).

A seguir até ao fim deste livrinho, damos um sumário de um guia para crescer em graça, pelo conhecido pregador revivalista Charles Finney, tirado dos seus livros “Preleções sobre reavivamento” e “Poder das alturas”. Estas diretivas foram dadas a novos convertidos que aceitaram Cristo como Salvador, durante as suas campanhas de reavivamento: “Mas crescei em graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Pedro 3.18).

O que é a Graça?
O vocábulo Graça provém do latim gratia, que deriva de gratus (grato, agradecido) e que em sua primeira acepção designa a qualidade ou conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que as têm.

Graça é favor. Na Bíblia, a palavra graça significa muitas vezes uma prenda gratuita. Assim, a graça de Deus é um favor de Deus, a Sua prenda gratuita para nós.

O comando para crescermos em graça não quere dizer que devemos abandonar gradualmente o pecado. Estranhamente, algumas pessoas pensam que é esse o significado.

Mas a Bíblia em lugar algum nos comanda que abandonemos o pecado pouco a pouco. Pelo contrário, cada palavra exige de nós que o abandonemos por completo e de imediato.  Nós devemos crescer no favor de Deus, na Sua estima por nós, na Sua satisfação conosco e em procurar merecer o Seu favor.

Condições para o crescimento espiritual
O que se segue são algumas das condições básicas a que devemos obedecer, se quisermos crescer em graça:

Já devemos estar em graça - Da mesma maneira que o crescimento ou aumento de qualquer coisa implica um começo, o crescimento no favor de Deus implica que já obtivemos favor a Seus olhos. Já estamos em dívida pela graça recebida; na qualidade de um dos favoritos de Deus, já estamos em graça.

Os nossos pecados foram abandonados e perdoados - O crescimento em graça pressupõe que já nos arrependemos dos nossos pecados, que, na prática, já abandonámos todo o pecado conhecido. Ser aprovado por Deus implica que fomos perdoados e favorecidos por Ele por amor ao nosso Senhor, Jesus Cristo. O Seu favor pressupõe que renunciámos à rebelião contra Deus. Nós nunca podemos manter-nos no favor de Deus se conscientemente pecarmos contra Ele.

Crescimento contínuo - Quando a graça começa, passa a haver lugar em nós para um crescimento eterno. À medida que conhecermos melhor Deus, seremos capazes de O amar mais, mostrando uma confiança mais vasta e profunda n’Ele. Deus revela-Se nos em Jesus Cristo, e n’Ele descobrimos a verdadeira personalidade do Deus infinito. O texto diz portanto: “Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Quanto mais amarmos, acreditarmos e conhecermos Deus – se nos conformarmos com este conhecimento – mais Deus se agradará de nós; e, quanto mais nos elevarmos no Seu favor, mais Ele nos abençoará e usará ao Seu serviço.

Completa dedicação a Deus - Para crescer em graça devemos aumentar o conhecimento que temos do significado de nos termos entregado completamente a Deus. A verdadeira conversão inclui a nossa consagração a Deus com tudo quanto possuímos. Os novos crentes não se apercebem de tudo quanto as mais elevadas formas de consagração exigem: A entrega completa de tudo quanto somos, possuímos, desejamos e amamos logo que qualquer destes elementos entre na nossa mente, e que é uma das condições do crescimento no favor de Deus. À medida que recebemos nova luz, a nossa consagração deve alargar-se cada dia e cada hora, para o nosso crescimento não parar. Quando não colocamos tudo no altar da consagração, nesse mesmo instante paramos de crescer. Que esta verdade entre fundo nos nossos corações. 

Conformidade com o ensino do Espírito Santo - Uma nova condição para o crescimento é a constante conformidade com os ensinamentos do Espírito Santo. Nós temos de aprofundar a nossa prática cristã, procurando luz espiritual através da iluminação do Espírito Santo. Não ganharemos qualquer conhecimento espiritual efetivo, senão através do ensino interior do Espírito Santo. Devemos orar constante e instantemente pelo Seu ensino, e evitarmos resistir-Lhe e ofendê-Lo, continuando sempre na atitude de um discípulo de Cristo. Ele não nos ensinará através do Espírito Santo, se não renunciarmos ao eu, não vivermos sempre submetidos a Ele, e não seguirmos as Suas instruções na Bíblia.

Inabalável fé em Deus - Uma fé em Deus cada vez mais implícita conduz ao crescimento. Nós necessitamos de uma confiança tão profunda no carácter de Deus, que confiamos n’Ele tanto nas trevas como na luz, tanto quando compreendemos os Seus caminhos e exigências como quando não compreendemos. A fé implícita é uma fé firme e inquestionável, um estado mental baseado em Deus, nas Suas promessas, na Sua fidelidade e no Seu amor – independentemente do grau de dificuldade e aparente falta de senso que os seus comandos e circunstâncias orientadoras nos possam parecer.

Completa santificação - Uma alma mais profundamente santificada – o centro dos nossos desejos, amizades, emoções, sentimentos, apetites e paixões – é outra das condições para o crescimento no favor de Deus. Na sua condição depravada, a natureza humana é horrenda no todo. Embora a vontade esteja submetida a Deus, a alma pode continuar a ser desagradável àqueles que podem ver o seu desejo, paixão e concupiscência. E é através da alma que a tentação nos ataca.

A vontade batalha contra estes apetites para os manter sujeitos à vontade de Deus, e se a vontade humana mantiver a sua integridade e se agarrar à vontade de Deus, o pecado não acontece. No entanto, estas tendências rebeldes prejudicam a vontade, no serviço de Deus:

Ø  Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis (Gálatas 5.17).

Quando a alma se torna cada vez mais entregue e em harmonia com a devoção da vontade a Deus, nós ficamos livres para prestar serviço desimpedido a Deus. E assim, quanto mais completa for a santificação da alma, mais completamente nós estaremos no favor de Deus.

Cheios com o Espírito Santo - Crescer em Deus depende de uma crescente presença do Espírito Santo. Cada passo na vida do cristão deve ser dado sob a orientação do Espírito Santo, de maneira a sermos guiados em todas as coisas pelo Espírito de Deus.

Ø  Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. (Gálatas 5.16).

Lembremo-nos que para crescer em graça devemos crescer na plenitude do Espírito Santo.

Um conhecimento mais íntimo de Cristo - Antes do crescimento em graça, devemos obter um conhecimento e experiência pessoais mais profundos de Cristo, e da maneira como Ele opera e se relaciona conosco. A Bíblia apresenta-nos Cristo como uma Pessoa viva. O que nos é dito sobre Ele deve levar-nos a procurar intimidade com Ele, visto que com um relacionamento pessoal com Cristo, Deus faz-nos como Ele. Conheçamo-Lo na Sua plenitude, apropriando-nos pessoalmente de Cristo pela fé, em todas as áreas do nosso relacionamento com Ele.

Devemos vestir-nos com Cristo, tomando-O como nosso, pois Ele é a nossa sabedoria, a nossa retidão, santificação e redenção, o nosso Profeta para nos ensinar, o nosso Rei para nos governar, o nosso Sumo Sacerdote para nos reconciliar, o nosso Mediador, o nosso Advogado, a nossa força, o nosso Salvador, o nosso esconderijo, a nossa torre alta, o nosso Capitão e Chefe, o nosso escudo, a nossa defesa, o nosso prémio. Conheçamo-Lo pessoalmente em cada uma destas áreas, apropriando-nos d’Ele pela fé. Isto é uma condição indispensável para o crescimento no Seu favor.

Sinais falsos de crescimento em graça
Há um número de coisas que nos podem levar erradamente a pensar que estamos a crescer em graça, quando não estamos. Tais coisas são sinais falsos de progresso espiritual:

Crescer em conhecimentos não constitui evidência conclusiva de crescimento em graça - Os conhecimentos são indispensáveis para caminhar no favor de Deus e são uma das condições para o crescimento em graça. Mas os conhecimentos em si não são graça. Uma pessoa pode explodir em conhecimentos, e no entanto não estar de fato em graça. O conhecimento da Bíblia deve levar a uma dedicação mais profunda a Deus e ser assim transformado em riqueza espiritual.

O crescimento em dons não é prova de que uma pessoa esteja a viver mais perto de Deus - Uma pessoa que professa Cristo pode orar com mais fluência, pregar com mais eloquência e exortar com mais poder, sem no entanto ser mais santa. É comum acontecer pessoas que não têm qualquer favor de Deus, serem excelentes em práticas religiosas exteriores.

Apenas por uma pessoa pensar que está a crescer espiritualmente, não quere dizer que de fato esteja - Uma pessoa pode estar impressionada com o seu crescimento espiritual, ao passo que outras pessoas estão a ver claramente o seu declínio. Uma pessoa que esteja a apodrecer espiritualmente, raramente dá conta disso. Isso é natural. A consciência de uma pessoa em declínio espiritual torna-se cada vez mais endurecida à medida que resiste à luz. Essa pessoa pensa que está a progredir, precisamente porque tem um menor sentido do pecado. E enquanto a sua consciência dorme, ela pode continuar a ser vítima de fatal ilusão.

Provas de crescimento em graça
Existem também várias provas de que estamos a viver no favor de Deus e a progredir na nossa vida espiritual:

1.      Se nós verificamos que estamos a exercer mais completa e mais infantil confiança em Deus, isso prova que estamos a crescer em graça. Quando a nossa vida, atitude e espírito manifestam esta sempre crescente fé em Deus, nós demonstramos a toda gente que estamos a crescer no Seu favor;
2.     
Se estivermos separados do mundo e das suas tentações, crescemos em graça. Uma alma crucificada para o mundo mostra progresso espiritual;

3.   
   Uma resistência menor ao sermos chamados a exercer autonegação, também revela crescimento em graça e isso mostra-nos que os sentimentos do crente são menos despóticos, que a sua vontade está a ganhar domínio sobre eles e que a alma está a harmonizar-se com a intenção da vontade e com os ditames da mente;

4.      Uma menor tentação para pecar por omissão é outro sinal de crescimento. Uma menor tentação para nos afastarmos da cruz, de responsabilidades desagradáveis, da oração, da leitura das Escrituras, das devoções pessoais e em família, mostra da mesma forma crescimento;

5.      Uma intensidade mais profunda e firmeza de zelo para com as causas de Deus, revelam crescimento no favor de Deus. Às vezes o zelo de um cristão esfria, outras vezes aumenta; umas vezes é dedicado, outras é instável e passageiro. À medida que os cristãos crescem em devoção, o seu zelo torna-se profundo, intenso e firme;

6.      Uma baixa na autoconsciência e respeito pelo “eu” em todas as ações da vida, revelam crescimento no favor de Deus. Algumas pessoas mostram-se tão cheias de si mesmas em tudo quanto dizem e fazem, que prejudicam a sua vida cristã. Os novos cristãos, por exemplo, não podem falar, orar, ou fazer algo em público, sem se sentirem ou orgulhosos ou envergonhados por terem agido na frente de outros. Mas ao abandonarem o “eu” e consistentemente trabalharem para a glória de Deus, crescem no Seu favor;

7.      Impermeabilidade à lisonja ou à condenação, significa crescimento em graça. Paulo considerou coisa pouca o ser julgado por outros. Ele apenas procurava a aprovação de Deus. Uma crescente e boa disposição na aceitação de toda a vontade de Deus, revela crescimento espiritual. Algumas pessoas rebelam-se contra a Sua vontade ou o Seu controle dos acontecimentos. Mas os cristãos que estão a crescer em graça abraçam toda a Sua revelada vontade com um amor cada vez maior;

8.      Calma no meio das adversidades demonstra crescimento. Ela mostra que a alma está firmemente ancorada em Cristo, e assim apta a fazer frente às tempestades da vida;

9.  
    A tranquilidade perante súbitos e esmagadores desastres e perdas. Quanto mais tranquila está a alma quando as tempestades de circunstâncias repentinamente a assolam, levando os seus queridos e destruindo as suas esperanças terrenas, maior é a prova de que está no favor de Deus;

10.  Paciência perante a provocação e uma menor tendência para a preocupação;

11.  Quando não só toleramos mas aceitamos a vontade de Deus quando sofremos  e  podemos aguentar pacientemente e com alegria, isso mostra que estamos a crescer no favor de Deus;

12.  Um aumento na impermeabilidade a todas as coisas que o mundo nos oferece e a todas as suas ameaças;

13.  Uma menor tendência para focar a atenção nos nossos problemas e falar deles aos outros, mostra que pensamos menos em nós e aceitamos tais problemas com uma maior submissão a Deus;

14.  Pensarmos menos nas faltas e incapacidades dos outros, virando-nos para as soluções bíblicas dos problemas;

15.  Uma oratória amável em vez de sarcástica, severa ou menos caridosa e uma maior delicadeza e ternura ao falarmos das faltas reais ou supostas dos outros;

16.  Uma maior relutância em tratar ou pensar em alguém como inimigo, a par de uma maior facilidade em tratar esse alguém com bondade, orando do coração com essa pessoa e fazendo-lhe bem;

17.  Uma habilidade para perdoar em vez de guardar ressentimentos, e não desejarmos vingar-nos das injúrias recebidas;

18.  A conformidade com Deus e o crescimento na Sua graça, estão claramente patentes num crescente ciúme pela honra de Deus e pelo desejo de ver a pureza da igreja num mundo corrupto;

Fortalecermo-nos na fé
Nós podemos crescer em graça cumprindo as condições do crescimento espiritual mencionadas nas discussões acima. Devemos lembrar-nos que cada passo no crescimento espiritual deve ser dado pela fé e não pelas obras. Alguns bons cristãos fizeram erros verdadeiramente espantosos a este respeito. Muitos ensinam que o caminho para a santificação está em trabalharmos para isso, chamam à santificação pela fé um absurdo e descrevem o crescimento em graça como a formação de hábitos de obediência a Deus. Isto é surpreendente.

O fato é que cada passo de progresso na vida cristã é dado por meio de una nova e mais completa possessão de Cristo pela fé, um enchimento mais profundo do Espírito Santo. Como as nossas fraquezas, enfermidades e renovados pecados são revelados pelas circunstâncias que enfrentamos, o nosso único auxílio para lhes fazermos frente está em Cristo. Nós só crescemos se passo a passo nos apoderarmos d’Ele mais completamente e nos “vestirmos mais com Ele”. Nós só amadurecemos quanto mais depressa nos despirmos da nossa auto dependência, renunciarmos a qualquer esperança de formar hábitos santos através da nossa obediência, se pela fé participarmos em cada vez mais fundos enchimentos do Espírito Santo, e se mais completamente nos vestirmos com o Senhor Jesus Cristo. Somos santificados pela fé, tão certo como somos justificados pela fé.

Digo-o entristecido: Os ensinamentos de muitos pastores são uma pedra de tropeço para a igreja. Sob a sua instrução, os convertidos nunca são estabelecidos em graça, e nunca se tornam úteis ou vivem vidas que honrem Cristo. Tais professores não sabem eles mesmos como crescer. Para instruir convertidos e manter a igreja a caminhar em santidade, o próprio pastor deve caminhar em frente.

Ø  Ele deve ser um verdadeiro e vital cristão em crescimento. As igrejas deviam recusar-se a ordenar ou chamar um pastor que não tenha mostrado progresso na experiência cristã e que não possua a habilidade espiritual necessária a manter a igreja acordada.

Ø 
Muitas igrejas em muitas localidades lamentam-se por falta de devoção viva e crescimento nos seus pastores. Os seus ministérios são intelectuais, literários, filosóficos e teológicos no ensino, mas tristemente deficientes em unção, com pouco poder com Deus ou junto do povo. Ensinam o intelecto mas não o coração, porque pregam um evangelho intelectual e não espiritual.

É óbvio porque tantas pessoas se rebelam (voltam ao antigo). A razão de ser disto é a falta de apropriada e oportuna instrução sobre a santificação e o discipulado. Mas, para ser apropriada e oportuna, a instrução deve ser ungida pelo Espírito Santo, de maneira a que as pessoas possam ser dotadas com poder das alturas

Ø  E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder (Lucas 24.49).

Os novos convertidos devem ser guiados em coisas espirituais que os tornem estáveis e eficientes no trabalho de Deus. E esta é a única maneira de ser vestido com Cristo e de prestar serviço eficiente no Seu reino” (Fim da contribuição de Finney).

O término da caminhada
O destino da peregrinação do cristão das trevas para a luz, é a nossa morada eterna no céu – na Nova Jerusalém, onde o Senhor Jesus está a preparar um lugar para nós

Ø  Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. (João 14.2-3).

Durante os dias difíceis das nossas vidas na Terra, em que somos estrangeiros num mundo vil, a fé em Deus e a garantia do nosso futuro maravilhoso dão-nos a força necessária a resistir às tentações e a perseverar em santidade até ao fim.

A esperança na vinda de Cristo e na nossa glorificação, constituem uma âncora forte e digna de confiança para as nossas almas, ligando-nos a Deus no Seu trono de graça (Hebreus 6.19). O próprio Senhor Jesus é a nossa âncora. Nós sabemos que o nosso futuro está seguro nas Suas mãos, e que Ele nos guiará ao longo da estrada.

Ø  Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia (II Coríntios 4.16).

Infelizmente, há aqueles que perdem a coragem e arrefecem no seu amor:

Ø  E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará (Mateus 24.12).

Em Éfeso, a maior parte dos crentes abandonou o seu primeiro amor, mas mantiveram-se membros devotos da congregação. Não é de forma alguma aceitável ao Senhor Jesus, que a Sua igreja na Terra se transforme numa organização apenas com uma semelhança de retidão, em que Ele é adorado não só de maneira nominal, mas em que é de fato posto de lado por dirigentes, estruturas eclesiásticas e organizações humanas. Ele claramente exprime o seu desagrado com tal estado de coisas e afirma que se eles continuarem com a sua rebelião, lhes retirará o candelabro do seu meio:

Ø  Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres (Apocalipse 2.4-5).

Dispamos as roupas sujas da retidão humana:

Ø  Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam. (Isaias 64.6);

Ajoelhemos junto à cruz e confessemos toda a ação pecadora e atitude que nos separam do Senhor Jesus. Renovemos a nossa confissão de fé e rendamo-nos incondicionalmente ao Salvador, Àquele que nos ama com um amor eterno.

A lavagem contínua com o sangue do Cordeiro e o poder sustentador do Espírito Santo, levar-nos-ão a caminhar cada vez com mais ânimo no caminho do Senhor. Se nos tornarmos fortes no Senhor, e no poder da Sua força (Efésios 6:10), nunca seremos contados entre os cristãos carnais, fracos e retrógrados. Enquanto crescermos em direção à estatura da plenitude de Cristo, aperfeiçoaremos sentidos treinados no discernimento do bem e do mal

Ø  Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Efésios 4.13);

Ø  Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal (Hebreus 5.14).

E então progrediremos rapidamente no caminho do Senhor, ao dedicarmo-nos a fazer obras de valor eterno.

É importante saber e acreditar na Palavra de Deus, uma vez que estamos a viver numa época de apostasia espiritual e declínio moral em larga escala.  A Palavra de Deus é a única verdade que nos pode libertar

Ø  E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8.32);
Ø  Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade (João 17.17).

Jesus Cristo é a Palavra, que se tornou carne:

Ø  E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1.14).
Ø  Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai (Filipenses 2.10-11).

Nós podemos fazê-lo ou voluntariamente ao dobrarmo-nos perante o Seu trono da graça para O aceitar como Salvador ou, se continuarmos em rebelião, um dia compareceremos perante o grande trono branco para sermos julgados e condenados por Ele. É muito melhor aceitar o Seu convite agora para irmos até Si para a salvação, do que não ligarmos importância e seguirmos um caminho em que finalmente teremos de O enfrentar como Juiz.

Ø  Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus (Efésios 2.8).



Jairzinho Viana
Apologista cristão, Ministro, Líder fundador da Igreja Pentecostal da Anunciação (IPA) na Cidade de Parauapebas e Presidente da Mesa Diretora.

Contato para agendas:
redencaodasalmas@gmail.com





Bibliografia:
Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida (Corrigida e Fiel)
Professor Johan Malan - www.bibleguidance.co.za
Pastor José Láerton 

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